Era tudo… um sonho?
Roland piscou os olhos enquanto caminhava em direção ao parapeito da imensa cobertura de sua faculdade. Chegando lá, ele olhou para o horizonte e viu o pôr do sol.
Ninguém estava na espaçosa cobertura. Sob a luz alaranjada do pôr do sol, o local parecia solitário. À distância ele conseguiu ver, em outros prédios do campus, a biblioteca e o dormitório, com a luz do sol refletindo nas janelas de vidro.
Roland havia estudado aqui por sete anos, então ele conhecia tudo como a palma de sua mão. Ele sabia que estava na imensa cobertura do prédio de aulas e que este era o seu local favorito na faculdade para passar o tempo livre.
Roland possuía muitas recordações daqui.
Como aquele portão de ferro atrás dele que abria e fechava toda hora quando o vento soprava.
Esse portão de ferro, muito famoso na faculdade, era a única passagem que havia para subir na cobertura, cobertura essa que era imensa, com campos para esportes, praças e etc. O design desse portão parecia tão antigo quanto as relíquias escavadas pelos arqueologistas. Quando ele entrou na faculdade, esse portão já estava desgastado e velho. Se alguém o empurrasse suavemente, ouviria um rangido bem alto. Naquela época, Roland havia pensado que não demoraria muito para que o portão desabasse, mas contrário às suas expectativas, o portão ainda permaneceu firme na cobertura mesmo após sua graduação.
Mas já que era um sonho, por que eu ainda tenho a mesma aparência do Príncipe Roland? — Roland pensou.
Roland abaixou a cabeça e olhou para as suas mãos magras e então tocou seu cabelo cinza que batia nos ombros. Esse era o corpo do Príncipe Roland, e não o que ele possuía no mundo moderno.
Então… o que aconteceu? — Roland pensou.
Roland franziu as sobrancelhas e logo lembrou da última coisa que viu. Rouxinol havia empurrado ele para um lado, e em seguida um flash de luz veio em sua direção. Após isso, ele viu o rosto desesperado de Rouxinol enquanto perdia a consciência.
— Quem diabos… é você?
Uma voz delicada e intangível de mulher de repente soou atrás dele.
Roland se assustou, virou o rosto abruptamente, e viu uma mulher com cabelos brancos e longos caminhando em sua direção. Ela tinha um par de olhos vermelhos como rubi, e o vestido vermelho e branco dela se estendia até o chão, com um bordado dourado costurado no fundo. Além disso, a tiara dourada na cabeça dela revelava sua identidade.
— Você é uma bruxa pura da Igreja?
— Sim. Mas eu também sou a Décima Quinta Papisa da Cidade Sagrada de Hermes. — Ela parou por um momento e então continuou. — Eu sou Zero, e você definitivamente não é Roland Wimbledon.
Bem… — Roland franziu as sobrancelhas e disse:
— Você criou este lugar?
Tudo faz sentido agora. O flash de antes deve ter sido a habilidade de Zero, que Rouxinol tentou evitar que se aproximasse de mim. E o lugar que eu estou agora deve ser alguma ilusão ou espaço virtual, algo assim. — A princípio, ele pensou que havia retornado ao mundo moderno.
Embora Roland soubesse que a Igreja era provavelmente uma criação da Aliança, nunca havia passado pela sua mente que o papa seria uma bruxa pura. Portanto, era incrível o fato de que essas bruxas ousadamente perseguiam e sacrificavam outras bruxas sob a justificativa de serem “servas do diabo”.
— Não, você criou este lugar. — Zero caminhou passo a passo na direção de Roland e disse com uma voz alegre: — Este lugar está profundamente escondido em suas memórias e é muito importante para você. Mas o que me deixa curiosa é… Que lugar é esse? Nós dois sabemos que o Príncipe Roland de Castelo Cinza nunca morou num lugar como este.
— Por que eu devo te contar? — Roland se moveu para o outro lado do parapeito e manteve uma certa distância dela.
O que ele deveria fazer para sair desta ilusão? Roland pensou em várias coisas e possibilidades. Ele deveria pular dali e morrer? Baseado em suas experiências de pesadelos, ele acordaria instantaneamente se pulasse de um lugar alto.
Zero sorriu e disse com uma voz doce:
— Está tudo bem que você não me conte. Eu só terei que gastar um pouco de tempo analisando quem você é, de onde você veio e como você se tornou o Príncipe Roland.
— Você está dizendo que vai ler minhas memórias? — Roland perguntou com um tom frio de voz. — Não se iluda.
Zero de repente parou e disse:
— Quer saber… Se fosse qualquer outro, eu explicaria sobre as regras e efeitos deste mundo de ilusão. Mas não farei o mesmo com você.
— Por quê?
No momento seguinte, Zero já estava na frente dele. E de repente, uma dor intensa fez ele perder o fôlego.
Roland abaixou a cabeça e viu uma espada inserida em seu peito. Ele tentou gritar de dor, mas não conseguir emitir nenhum som. Seu peito foi destruído completamente e o abrir e fechar de sua cavidade torácica não conseguiu empurrar nenhum ar pela sua traqueia.
Assim como uma corrente elétrica, a forte dor se espalhou pelo seu corpo. Roland preferia morrer imediatamente do que sofrer mais um segundo dessa dor.
— Porque eu não gosto de coisas complicadas.
O sangue de Roland espirrou no vestido de Zero. Devido à hipóxia e a síncope autoprotetora do cérebro, ele rapidamente perdeu a consciência.
Mas no momento seguinte, Roland estava de pé ao lado do parapeito; seu corpo intacto. Além disso, Zero estava bem distante dele.
O que aconteceu? — Roland respirou profundamente. — Foi uma ilusão? — Ele colocou a mão no peito, mas não havia nenhum ferimento, embora ainda doesse um pouco. Olhando para baixo, ele viu uma poça de sangue.
Droga! O que aconteceu agora foi verdade! — Roland pensou.
Olhando para a espada na mão de Zero, Roland ficou bastante surpreso, pois não havia nada na mão dela antes.
Ela pode criar objetos do nada?
Neste exato momento, Zero avançou em sua direção novamente. Ela era tão rápida que Roland mal conseguia acompanhar com os olhos.
Roland imediatamente se virou para escapar, mas assim que deu um passo, sentiu uma dor em seu abdômen.
Então Roland morreu novamente. Zero havia cortado ele ao meio com a espada. A dor desta vez durou mais que a última e ele caiu por cima de seu próprio sangue e tripas. A última dor que ele sentiu fez ele gritar tão miseravelmente que ele se assustou com a própria voz.
Depois da segunda ressurreição, Roland percebeu algo.
Neste pesadelo, ele não poderia acordar se pulasse de um lugar bem alto ou sentisse uma dor intensa. Era como uma arena cíclica de combate.
Droga! O que devo fazer para sair daqui? Tenho que derrotá-la? Zero pode criar armas do nada, mas e quanto a mim? — Roland rangeu os dentes e começou a concentrar seu espírito. — Se eu tivesse um escudo, conseguiria lutar contra ela.
Uma luz azul brilhou.
Um escudo transparente apareceu na mão de Roland e ele conseguiu bloquear o ataque de Zero, mas uma longa marca de corte apareceu na superfície do escudo. Pior ainda, Roland foi açoitado pelo impacto e caiu.
Porra! Então é assim que funciona. — Roland soltou um palavrão em pensamento.
Enquanto rolava no chão, Roland largou o escudo e criou um rifle automático.
Só que quando ele levantou a arma para mirar em Zero, ela havia desaparecido.
Onde está ela? — Ele pensou.
— Estou bem aqui. — Uma voz soou próximo de seus ouvidos.
Ele viu um brilho de lâmina; em seguida, seus dois braços foram decepados e caíram no chão, junto com seu rifle.
Tradução: Kabum
Revisão: Kabum
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