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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 594 – Praia Rasa e Reencontro

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Que surpresa agradável. — Roland pensou.

Contrário às suas expectativas, a própria Tilly também viria para a Região Oeste com as bruxas combatentes. Isso significava que ela já havia resolvido o problema em Ilha Adormecida, ou que ela não precisaria se preocupar com a estabilidade da ilha por enquanto.

Um dia após receber a carta, Roland esperou por Tilly na Praia Rasa com Anna e as outras bruxas.

Com apenas quinze dias de trabalho, traços de civilização já podiam ser claramente vistos nessa praia de areia e lama.

Havia casas simples de madeira e galpões construídos ao redor da ladeira, que futuramente se transformariam em armazéns e dormitórios para os trabalhadores locais. Os barlaventos das casas1Barlavento é o lado de onde sopra o vento. Então naquelas casas com o telhado em forma de ∧, você tem o lado que recebe o vento de frente e o lado que está escondido dele. Eles são chamados de barlavento e sotavento respectivamente. de madeira estavam pintados com um revestimento laranja anticorrosivo, que protegia as casas do vento do mar, e ao mesmo tempo, as dava um visual legal e bonito.

Havia também uma trilha rochosa que se estendia mar adentro por aproximadamente trinta metros. Ela fora construída por Lotus e serviria como uma doca temporária onde os navios poderiam atracar. A parte externa (superfície) dessa trilha rochosa havia sido revestida com tijolos e cimento para evitar degradação. E como esse era um porto natural de águas profundas, até mesmo navios de três mastros poderiam atracar diretamente ao lado da doca. O relevo natural e vantajoso desta região havia salvado muito trabalho para Roland2A ideia geral, não literal, é ser como à da imagem linkada no texto, só que revestida de tijolos e mais alta. Lembrem-se que esse é um porto natural de águas profundas. Isso quer dizer que há partes altas e baixas em seu relevo. Sendo a parte alta o local onde foi construída a trilha rochosa e a parte baixa, onde os navios atracariam. Essa é a vantagem de um porto natural.].

Como essa era a primeira vez que a maioria das bruxas via a Praia Rasa em estágio de desenvolvimento, todas elas olhavam para todo canto, curiosas.

— Aquele buraco grande no chão foi do estaleiro que desabou? O que eles estão fazendo agora? — Anna se aproximou de Roland e então apontou para um local distante onde muitos trabalhadores pareciam bastante ocupados em suas respectivas funções.

— Você também soube disso? — Roland disse um pouco constrangido.

— Claro, Nana me disse que nesse dia três trabalhadores quebraram as pernas.

O desabamento do estaleiro3Estaleiro é considerado o lugar onde se constroem ou reparam navios ou, ainda, o lugar e o conjunto de meios utilizados na execução de uma obra de construção. e a explosão do forno de coque na fase de testes foram os dois maiores acidentes deste ano na Região Fronteiriça. O acidente com o forno de coque podia ser considerado um preço a pagar durante a fase de desenvolvimento e exploração. Mas o desabamento do estaleiro foi majoritariamente causado por seus próprios erros e descuidos.

Dado o solo fofo da Praia Rasa, o Ministro da Construção, Karl, havia proposto que o estaleiro deveria ser construído próximo às colinas, já que o local poderia prover uma fundação mais sólida. Roland, contudo, havia recusado a sugestão de Karl sem pensar duas vezes, pois não haveria tempo disponível. Como a construção da passagem pela montanha havia levado muito tempo para ser concluída, se eles construíssem um estaleiro à moda antiga, eles teriam que esperar até o próximo ano para começar a construir o navio de Trovão.

Quanto ao solo fofo, ele achava que isso não seria um grande problema, contanto que ele pedisse a Lotus para construir uma estrutura rochosa bem sólida para o estaleiro e também que os trabalhadores construíssem uma sapata corrida4A sapata corrida é um tipo de fundação em concreto armado, ou seja, concreto com ferragens, que serve para suportar todo o peso da construção. Ela é construída sobre uma camada de concreto magro e suas dimensões dependem do porte das obras. que garantiria seu sustento.

O projeto havia ido bem como esperado no estágio inicial. A sapata corrida, que dava sustento à estrutura, parecia bem firme depois que o concreto havia secado. Roland havia ficado muito orgulhoso de si mesmo, pensando que aqueles engenheiros civis de seu mundo anterior eram todos meia boca. Para sua surpresa, um acidente eventualmente aconteceu quando os trabalhadores estavam instalando o rastrilho.

Assim que Beija-Flor tirou a mão do rastrilho grosso e pesado, ele desabou junto com as paredes de concreto às quais se ligava, caindo por cima dos trabalhadores que estavam ali na hora. Assim que caiu, Beija-Flor imediatamente fez com que o rastrilho voltasse a ser tão leve quanto uma pena, mas os trabalhadores já haviam se ferido severamente naquele momento. Se não fosse por Nana, nenhum deles teria sobrevivido.

Uma posterior investigação revelou que, durante o processo de construção da sapata corrida, areia e lama haviam se infiltrado e se misturado com o concreto. Como resultado, a sapata corrida não havia se firmado fortemente ao chão, e a fundação aparentemente robusta não passava de uma fina camada de concreto presa ao solo fofo. No momento em que o rastrilho pesado foi instalado e seu peso foi liberado por Beija-Flor, a estrutura não conseguiu suportar o peso e desabou junto com as paredes.

Em tempos modernos, esta seria uma falha gravíssima de Roland, cabível de punição. Neste era, entretanto, casualidades como essa ocorriam frequentemente durante construções e ninguém levaria tal coisa a sério, quanto mais culpar o lorde por isso. Somente Roland se sentia culpado e profundamente mal pelo que aconteceu aos trabalhadores.

Ele tossicou (limpou a garganta) para se recompor e disse:

— Eles estão construindo uma parede retentora de areia com estroncas de madeira.

— Para dar mais sustento ao estaleiro?

— Sim, são como raízes de uma árvore. As estroncas de madeira serão inseridas no chão e, além de dar mais sustento ao estaleiro por causa do atrito, também prevenirão que a areia e a lama se infiltrem aos montes durante a construção da sapata corrida. Desta forma, a fundação ficará bem robusta e o estaleiro não vai mais desabar. — Roland assentiu com a cabeça e disse. Ele não deixaria erros assim acontecerem novamente, já que agora havia aprendido sua lição.

— Olhem, um navio tá vindo! — Luna vozeou de repente.

Todas as pessoas no local olharam para o horizonte e viram um navio à vela com uma bandeira rosa se aproximando lentamente deles.

Sem dúvida, um navio que vinha das águas do sul em direção à costa marítima da Região Oeste só podia ser Belezura de Ilha Adormecida.

Ao chegar perto da Praia Rasa, o navio ficou parado por um momento antes de atracar. Aparentemente, eles não haviam reconhecido a Praia Rasa à primeira vista, já que houve tantas mudanças.

Roland se encontrou novamente com Tilly Wembledon, a princesa do Reino de Castelo Cinza.

Ele estendeu a mão direita na direção de Tilly e a cumprimentou cordialmente. Eles não se viam há meses, mas vendo o sorriso estampado um no rosto do outro, sentiram-se bastante conectados.

Que reencontro maravilhoso. — Roland pensou.

As bruxas não se contiveram.

Mel, Lumen e Evelyn imediatamente foram abraçar suas amigas de longa data. Andrea colocou seu braço ao redor do pescoço de Rouxinol, negligenciando completamente os modos de uma dama nobre. Wendy segurou a mão de Cinzas e começou a conversar com ela. Pluma, contudo, ficou imensamente surpresa ao descobrir que uma bruxa da Associação Presas de Sangue também viera com Tilly.

— Por que você veio? — Pluma caminhou em direção a uma bruxa que parecia um pouco pálida e perguntou. — Heidi Morgan te mandou pra cá porque não recebeu nenhuma mensagem de mim e de Iffy?

— Não, Lady Heidi está no navio. — A bruxa respondeu enquanto balançava a cabeça.

— O quê? Você quer dizer que ela também veio para a Região Oeste? — Pluma exclamou, surpresa, chamando a atenção de todos.

Era fácil notar pelo seu tom de voz que ela estava assustada.

— Quem é Heidi?

— Acho que ela é a líder da Associação Presas de Sangue.

— Ah, sim. Iffy falou dela.

— O que será que ela veio fazer aqui?

Roland olhou para Tilly e perguntou:

— Resolveu o que tinha que resolver com ela?

— Se o que você quis dizer foi controlá-la, sim, resolvi. Meu plano funcionou e Heidi tentou matar a Annie falsa. Mas ela se recusa a me contar o que acontece com as bruxas rejeitadas pela associação. Ela disse que só contaria a você no momento que te visse. — Tilly explicou, dando de ombros.

— Pra mim? — Roland perguntou, confuso.

— Sim, eu acho que ela te considera como a luz no fim do túnel, alguém que irá salvá-la. — Tilly piscou o olho e continuou. — Agora você é o governante do Reino de Castelo Cinza, aquele que representa a tradição e a história da nobreza secular. Provavelmente ela acha que ao te ofertar suficientes riquezas, você irá salvá-la ou até mesmo ajudá-la a reconquistar o Reino de Coração de Lobo.

— Você está me lembrando do que devo fazer? — Roland não pôde deixar de rir. Ele achou bem fofinha a forma como Tilly tentou alertá-lo de modo sutil, fingindo não estar preocupada. — Acredite, se eu fosse um homem que trocaria a vida das bruxas por riquezas, você nunca traria Heidi aqui. Bem… Quem é aquela bruxa? Eu nunca a vi antes.

— O nome dela é Noite, uma bruxa combatente da Associação Presas de Sangue. Se não fosse ela usando a Semente da Simbiose para conservar a vida de Heidi, receio que Heidi já teria morrido antes de chegar aqui. — Tilly respondeu.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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