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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 559 – Uma Discussão Sobre o Sistema

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— Então, o que você acha? — Edith sentou-se na cama.

— Do banheiro?

— Não, das novas leis.

— Hum… — Cole respondeu, um pouco hesitante — Vou escrever uma carta para o pai amanhã e dizer a ele os termos de Sua Majestade. Eu não acho que ele concordará.

— Sério? — Edith não aprovou nem desaprovou.

Vendo que Edith não o refutava, Cole se aventurou com mais confiança.

— Eu li o livreto que Sua Majestade nos deu. Vamos deixar de lado a questão da credibilidade por enquanto e apenas ver o exemplo. O nobre de alto escalão listado como exemplo é apenas o filho de um conde, que atualmente é equivalente a um duque sem terras. Para ser sincero, eu definitivamente faria a mesma escolha se fosse apenas um cavaleiro. No entanto, nosso pai é o governante designado da Região Norte, Duque da Cidade de Noite Eterna. Ele tem muito mais poder e um status social mais distinto do que o filho mais velho da Família Madressilva. Se ele concordar com os termos de Sua Majestade, significa que está consentindo em entregar seu domínio. Esta não é uma promoção, mas um rebaixamento.

— Bom raciocínio. — Edith assentiu com um sorriso, mas logo continuou antes que seu irmão pudesse se sentir bem consigo mesmo — Mas você não ponderou sobre uma coisa.

— O quê?

— Se somos capazes de manter o status e poder que temos atualmente.

Cole ficou um pouco atordoado.

— Você, aparentemente, se concentrou na história na parte final do livreto, mas eu me preocupo mais com o parágrafo no início. — Edith pegou o livreto de publicidade da mesa de cabeceira e o abriu — Se essa é realmente a ideia de Sua Majestade… sou obrigada a dizer que é bastante interessante.

— A causa… do feudalismo? — Cole espiou por cima do ombro dela — Você já descobriu o que isso significa?

— É apenas uma palavra inventada. Você pode chamá-lo de sistema atual ou sistema de nobreza.

Cole parecia confuso.

Edith balançou a cabeça em silêncio. Parecia bastante exótico colocar um parágrafo tão estranho no início do livreto. A escrita realmente não fluia à primeira vista, e o conteúdo também era muito mais direto do que os exemplos descritos a seguir. No entanto, depois de investigar seus significados subjacentes, ela percebeu que essa afirmação inicial era a base da decisão de Roland Wimbledon de implementar as novas leis.

Foi a primeira vez que ela se deparou com um argumento tão inovador e eloquente.

— Você já pensou na razão pela qual concedemos terras a cavaleiros e vassalos subordinados?

— Para que eles permaneçam leais à Família Kant. — Cole murmurou — E também para atrair homens mais corajosos para trabalharem para nós.

— E se nosso pai se tornar o único governante de toda a Região Norte? — Edith continuou a perguntar.

— Você quer dizer… ter todas as terras sob o domínio da nossa Família? — Cole balançou a cabeça depois de alguma contemplação — Isso não vai funcionar. Se mantivermos todas as terras, esses cavaleiros perderão suas propriedades e, assim, partirão para outro lugar em busca de emprego, assim como os nobres inferiores. A Família Kant se tornaria a única Família de nobres da cidade.

— Não é legal?

— Claro que não! — Cole piscou, sem entender por que sua irmã fez uma pergunta tão evidente — A Região Norte é muito grande para ser tratada somente por nós. Os guardas demoram cerca de meia semana apenas para marchar da Cidade de Noite Eterna para a Cidade do Penhasco Íngreme no caso de um ataque, sem mencionar o tempo extra necessário para enviar mensagens. Além disso, seria bastante problemático coletar impostos e alimentos. Mal podemos esperar que esses desvalidos façam o pagamento voluntariamente, não é mesmo?

— Portanto, constantemente aumentamos nossos subordinados para manter nossas terras, devido, fundamentalmente, aos potenciais requisitos de guerra e às nossas limitações de administração. Esses dois fatores também são o que Sua Majestade considera a principal causa do feudalismo. — Edith disse enquanto acariciava o livreto — No entanto, as coisas mudaram. Não importa como nos armaremos, é inútil resistir ao exército imparável de Sua Majestade. Enquanto isso, Sua Majestade acredita firmemente que uma poderosa Prefeitura poderá administrar toda a região. Naturalmente, não haverá necessidade de conceder terras aos nobres.

— Bem… — Cole procurou, sem sucesso, as palavras adequadas, mas falhou porque não sabia o que responder.

— Roland Wimbledon acha que essa mudança é inevitável. — Edith apontou para a última frase da declaração de abertura — “Um governo centralizado em bom funcionamento substituirá inevitavelmente os nobres feudais, porque um sistema de gestão unificado fará melhor uso dos recursos em toda a região e maximizará o potencial das pessoas, aumentando assim a produtividade de todo o Reino. A produtividade determina o poder dominante do estado”.

— Bobagem. — Cole berrou — O que é produtividade? Habilidades agrícolas? Um cavaleiro pode derrubar dez fazendeiros. Além disso, onde ele conseguiria tanta mão de obra para… administrar o país inteiro e se encarregar da cobrança de impostos? Afinal, ele ainda precisa confiar nos nobres. Nesse caso, qual seria a diferença? Aqueles desprezíveis não se importarão com quem for seu rei.

— Estou tão curiosa quanto você a esse respeito. — Edith sorriu de forma maliciosa — Mas você não acha que a pessoa capaz de descrever esse plano terá uma excelente preparação para a implementação das novas leis? — Ela parou por um momento e depois continuou — Vamos até Sua Majestade novamente amanhã. Eu vou falar dessa vez.

— Tão rápido? — Cole ficou surpreso — Você não costuma revelar sua verdadeira identidade apenas depois que eles perguntam sobre isso?

— Eu não consigo mais esperar até lá. — Edith deu de ombros — Além disso, não escreva para o pai ainda. Você o ouviu declarar que me deixou assumir a liderança nesta reunião.

— Você… vai concordar com a proposta de Sua Majestade? — Cole ofegou — O pai vai matar você!

— Hum?

— Hã… não, quero dizer que ele ficará muito bravo. — Cole logo se corrigiu — Afinal, ele enviou você principalmente com o objetivo de manter o título de duque.

— Não se preocupe. Eu não sou tão receptiva. — Edith levantou as sobrancelhas — Como o Rei já fez sua oferta, certamente tenho que negociar um preço melhor, não acha?

No dia seguinte, Roland recebeu vários relatórios de testes de danos em sucessão.

Os demônios não eram, de maneira alguma, fisicamente mais fortes que as bruxas. Embora armas e espadas pudessem feri-los fatalmente, as toxinas não tinham efeito, devido à sua estrutura fisiológica diferente.

Por exemplo, cloro, óxido nítrico e monóxido de carbono teve pouco impacto nos demônios. Mesmo assim, resultou da diminuição dos ingredientes efetivos na Névoa Vermelha. Mas nem Água-dos-sonhos nem a Pílula da Loucura funcionaram. A Água-dos-sonhos falhou em fazer o demônio adormecer, e a Pílula da Loucura não o deixou louco.

Quanto aos ingredientes da Névoa Vermelha, era composta por vários gases e água. Kyle Sichi confirmou, por meio de experimentos, que uma parte dos ingredientes, com um odor desagradável, era inflamável. Outra parte era nitrogênio e o restante era desconhecido. No entanto, os demônios pareciam depender do fraco poder mágico que fervilhava na Névoa Vermelha, e não desses ingredientes para manter suas vidas, razão pela qual a Névoa Vermelha só poderia ser preservada por um curto período.

Além disso, a Névoa Vermelha se decomporia rapidamente a uma temperatura de 300  ℃ e até queimaria a 800 ℃.

Roland dobrou os relatórios e os colocou na gaveta. Parecia que, além das armas de fogo comuns, o fogo também era letal para os demônios. Pelo menos, sua alta temperatura poderia efetivamente decompor a Névoa Vermelha. Agora que isso foi descoberto, parecia que os humanos poderiam reverter a situação instantaneamente incendiando os acampamentos dos demônios.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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