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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 513 – Yorko, o Mão Mágica

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— Qual o nome dele?

— Sir Yorko, Vossa Majestade.

— Pffff! — Roland quase engasgou com a própria saliva. Um homem ligeiramente de aparência pálida, com dedos grossos e um cabelo encaracolado, num penteado moicano apareceu em sua mente. Roland quase se esquecera dele, mas logo se lembrou quando o nome fora mencionado. Sua aparência era tão clara como se tivessem se separado ontem.

A visita não era uma surpresa. O príncipe Roland uma vez esteve tão próximo de Yorko que os dois eram praticamente carne e unha.  Roland estivera tão fora de si  depois te ter sido ferozmente rejeitado por Tilly, e percebendo que nunca se encaixaria no círculo de Gerald, Timothy e Garcia, que a amizade de Yorko foi basicamente sua salvação. Além de levar Roland ao bordel, permitindo-lhe provar os prazeres de um nobre, Yorko também o apresentou a uma gangue de valentões, dando-lhe o prestígio que ele jamais teria no palácio. Embora essas coisas não fossem de “boa índole”, ele era o melhor amigo do príncipe Roland, pelo menos naquele momento.

Roland queria rejeitar o cavaleiro Yorko, mas essas lembranças o fizeram perceber que ele não faria isso se ainda fosse o príncipe Roland. Sem mencionar que ele precisava de alguém para atrair o resto dos nobres para servi-lo. Depois de um pouco de ponderação, ele finalmente decidiu conhecer o tal “Mão Mágica” da Cidade Real de Castelo Cinza.

— Traga o cavaleiro para o meu escritório. — Roland ordenou — E lembre-se de confiscar sua Pedra da Retaliação Divina.

Voltando à Torre da Coroa, Roland logo encontrou o “velho amigo” que ele estava esperando.

— Oh meu Deus! Vossa Majestade… Eu não esperava que você voltasse tão rápido e derrotasse o demônio do seu irmão mais velho tão facilmente! — O príncipe Roland costumava se dirigir aos irmãos como um clã de demônios, e Yorko concordara com essa afirmação em particular. Sua imagem era muito parecida com a que Roland se lembrava. Yorko correu para frente e deu um abraço caloroso e apertado em Roland assim que ele abriu a porta e entrou no escritório.

Roland relutantemente deu um tapinha nas costas dele como costumava fazer e disse:

— Eu não esperava que você viesse tão cedo também.

Apesar do fato de que a aparência em geral de Yorko não se relacionasse com seu título de “conquistador”, seu queixo redondo sempre dava às pessoas uma sensação de inexplicável intimidade. Considerando sua barba bem aparada, a roupa limpa e impecável, o cheiro perfeito de sua colônia e suas “técnicas lendárias”, não era nada surpreendente que tantas mulheres se apaixonassem por ele.

— Eu sou diferente trial! Esses covardes ainda estão preocupados com o pouco poder que Timothy ainda tem, mas eu sei que você não vai deixá-lo se safar assim tão fácil! — Yorko sorriu — Bem, já que você está de volta, que tal tomarmos uma hoje à noite lá na Alameda Dourada? Quer que eu marque um horário com a senhora Tetéu ou com a senhorita Florzinha? Desde aquele encontro com as duas numa noite, elas ficam me enchendo o saco dizendo que estão sentindo muita a sua falta…

Roland de repente sentiu um calafrio nas costas e um olhar gélido atravessou seu corpo, caindo diretamente em Yorko.

O cavaleiro sentiu a mudança também. Sua voz cessou abruptamente e ele começou a olhar ao redor meio duvidoso:

— Como de repente ficou tão frio aqui?

— Encontro numa noite? Eu não tenho nada a ver com elas. — Roland disse incisivamente — E também não tenho nada a ver com o que elas estão sentindo.

Mesmo se tivesse, isso é algo do antigo Roland… É totalmente diferente do que sou agora, então estou dizendo a verdade. Rouxinol não deve ser capaz de dizer a diferença. — Roland pensou e, como esperado, a sensação arrepiante diminuiu drasticamente após sua resposta.

— É mesmo?  — Yorko acariciou o queixo — Mas você obviamente passou uma noite com elas!

— Já passava da hora do toque de recolher e eu não pude voltar ao palácio. Caso contrário, teria que dormir na rua. — Roland enfatizou — De qualquer forma, eu não fiz nada naquela noite, entendeu?

Um lampejo de dúvida brilhou no rosto de Yorko, mas seu sorriso inicial logo voltou.

— Bem, nesse caso, vamos deixar isso pra lá. Vamos conhecer gente nova hoje então. Você provavelmente não tem ideia, mas um bordel da alta classe abriu bem em frente à Alameda Dourada. Ouvi dizer que a qualidade pode ser comparada às reservas privadas dos nobres e eles só permitem a entrada se a pessoa tiver um convite. Eu ainda não tive a chance de ir lá e provar o cardápio. Tenho certeza de que não haverá problema para você. O que você acha?

— Não, eu não vou a lugar nenhum à noite. Vou ficar no palácio.

— É mesmo? Oh, entendi. — Yorko levantou as sobrancelhas — Tem muitas mulheres lindas no palácio, então você quer apreciá-las primeiro. Nesse caso, vou ensinar a você minhas habilidades famosas para que nenhuma delas se esqueça, que tal? —  Yorko suspirou — Você costumava ficar sempre ansioso tentando aprender uma técnica ou outra, mas pensava que naquela época seria meio inútil, mesmo que você tivesse dominado a “façanha”. Agora que você está prestes a se tornar rei, acredito que terá mais amantes do que eu, então aprender a façanha agora será muito mais útil. Afinal, a gente não tem mais dezoito anos, não é mesmo? E ficar de…

— Pare.

Roland estava quase cobrindo a boca de Yorko com a mão. Ele não poderia deixar Yorko continuar a falar. Seria um monte de histórias daquelas. Ele não queria assumir as responsabilidades das terríveis coisas que o príncipe Roland fizera, especialmente na frente de Rouxinol.

— Ouça, meu amigo… eu sou diferente agora.

Yorko ficou chocado, mas respondeu:

— Claro. Agora você é o rei, Vossa Majestade…

— Não, não é isso. — Roland interrompeu — Mas você pode interpretar dessa forma, tudo bem. Como rei, eu definitivamente não posso ser tão “implacável” quanto costumava ser, entendeu? — Roland se lembrou de como costumava ter uma conversa íntima com Yorko, então passou o braço por trás do pescoço de seu amigo e disse — Falando nisso, apenas me diga o que você tem em mente. Não acredito que tenha vindo aqui simplesmente para relembrar o passado. Vamos lá, você não precisa esconder nada de mim.

Como esperado, Yorko riu e disse:

— Nesse caso, eu vou ser direto. Vossa Majestade, você pode por favor me conceder uma posição oficial?

— O quê?

— Que tal me fazer seu ministro? Eu não preciso de uma posição importante, como Ministro das Finanças ou Ministro da Justiça. Apenas me deixe administrar a equipe de patrulha, como o Cavaleiro Coração de Ferro. — Yorko deu um tapinha no estômago inchado e disse — Posso assegurar-lhe que os ratos seriam obedientes sob minha vigilância.

Roland não pôde deixar de revirar silenciosamente os olhos. Como ele se atrevia a mencionar isso? A reputação da Cidade Real de Castelo Cinza seria arruinada se ele ocupasse o cargo de Ministro da Defesa. Ele levaria a equipe de patrulha para desfrutar de prazeres carnais e convocaria os homens para espancar os potenciais rivais bonitões, se ele tivesse algum conflito. Roland se assustou só de pensar.

Mesmo assim, poderia ser uma boa publicidade se Yorko recebesse uma posição adequada. Ele teria a chance de ser promovido durante a alternância do trono, desde que estivesse disposto a servir Roland. Afinal, Yorko tinha uma “ficha limpa”, por assim dizer. Ele basicamente não tinha nenhum mau hábito além do fato de não poder controlar seu desejo sexual. A questão-chave era que tipo de posição seria adequada para alguém como ele.

Roland contemplou por um tempo e disse:

— Entendi. Não há problema em conceder uma posição oficial simples, no entanto, ainda terei que discutir os detalhes específicos com a Prefeitura. Afinal, é um trabalho oficial. — Roland deu um tapinha no ombro de seu velho amigo — Vou mandar alguém para informá-lo depois que eu decidir.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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