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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 672 – Salvadora

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No final, Yorko seguiu o conselho de Hill. Sob a luz dourada do pôr do sol, os “cocheiros” partiram em viagem, saindo da Cidade do Resplendor.

Esses cocheiros trabalhavam para Hill, e todos eram ex-integrantes da antiga trupe acrobática. Após transportarem escravos em caravanas diversas vezes, eles conheciam a rota de fuga como a palma de suas mãos. As cinco carruagens só desaceleraram quando o sol desapareceu completamente atrás das montanhas. Contudo, eles ainda continuaram viajando até tarde da noite, com a ajuda de uma lamparina. Após isso, eles pararam e começaram a montar tendas.

As carruagens formaram um círculo em volta da fogueira. Um jovem chamado Palhaço rapidamente pegou um pouco de água e começou a fazer mingau. Um homem alto chamado Rocha foi alimentar os cavalos. Mágico ficou responsável pelo trabalho de patrulha, e os Irmãos Chom começaram a montar armadilhas em pontos específicos… Parecia até que eles eram membros de um exército, e não de uma trupe acrobática.

Yorko logo percebeu que ele não precisaria fazer nada a não ser esperar pelo mingau delicioso que lhe seria servido.

Além do mingau, ele também recebeu um prato cheio de bacon e uma maçã.

Ele agora entendia por que Hill havia decidido encher duas carruagens com trigo e frutas.

A comida nessas duas carruagens serviria para alimentar todos durante a viagem, mesmo se a viagem durasse dois meses.

Yorko começou a se perguntar se esse plano de fuga foi algo preparado há muito tempo por Hill, já que tudo havia acontecido tão rápido.

Deus… Será que esse cara realmente é apenas um acrobata?

Yorko decidiu perguntar isso ao seu velho amigo, Roland, quando retornasse ao Reino de Castelo Cinza.

Depois que todos os “cocheiros” pegaram uma porção de mingau, eles se afastaram respeitosamente, deixando Número 76, as quatro bruxas e Yorko sozinhos ao redor da fogueira.

— Peço desculpas pelo que eu disse da última vez. — Annie disse cordialmente. — Você não nos entregou ao Rei do Alvorecer, mas eu ainda não acredito completamente em você.

— Por quê? — Amy parecia confusa. — Ele não parece uma pessoa ruim.

Yorko corou ao ouvir esse elogio, pois ele nunca havia se considerado um homem bom. Felizmente, a luminosidade estava fraca e ninguém conseguiu perceber isso.

— Eu suponho que a Senhorita Annie ainda esteja desconfiada quanto à seriedade da organização de bruxas do Reino de Castelo Cinza.

— Seriedade?

— Por exemplo, “alguns nobres poderosos amam colecionar bruxas e usá-las como seus brinquedinhos…”

— Essa é apenas uma das minhas preocupações. — Annie interrompeu. — Seja no Reino de Coração de Lobo ou no Reino de Castelo Cinza, essas organizações que atraem e enganam as bruxas com mentiras são tudo farinha do mesmo saco. Se a organização do Reino de Castelo Cinza funcionar de um jeito que não me agrade, certamente eu terei que me desculpar formalmente com você.

— Eu não me importo. — Yorko deu de ombros. — Meu dever é levar todas vocês para o Rei Roland. O que vai acontecer depois disso não tem nada a ver comigo. Mesmo se você quiser se “desculpar formalmente” comigo, não terá a chance de me ver novamente no futuro.

Após isso, houve um silêncio constrangedor. Nenhum som foi ouvido a não ser os estalos da fogueira.

Yorko normalmente era muito bom em socializar e conversar com pessoas. Mas ele não se importava em conversar com essas bruxas. Elas não apenas arruinaram sua vida pacífica de Embaixador, como também colocaram a delegação de emissários numa posição de risco. Não havia nada de errado em elas serem cautelosas, mas absolutamente tudo o que ele fazia despertava a desconfiança dessa bruxa chamada Annie, e ele já estava farto disso.

No fim, Número 76 quebrou o silêncio.

— Vocês são do Reino de Coração de Lobo? — Ela perguntou. — Amy me disse que vocês já se conhecem há um bom tempo.

Annie assentiu com a cabeça.

— Isso mesmo, mas… nós nascemos em cidades diferentes.

— O Reino de Coração de Lobo está dominado pela Igreja. Vocês devem ter sofrido muito para chegar aqui. — Número 76 estendeu a mão e tocou nas calças vazias de Salvadora. — Ela perdeu as pernas enquanto fugia da Igreja?

Salvadora mordeu o lábio amargamente e abaixou a cabeça.

— As pernas dela foram cortadas pelas pessoas que ela um dia protegeu. — A resposta de Annie surpreendeu a todos. — Salvadora tomou à frente quando a Cidade Real de Coração de Lobo mais precisava, mas tudo o que ela recebeu em troca foi o ódio das pessoas.

— Machucada pelas… pessoas que ela protegeu?

Annie assentiu com a cabeça.

— Eu posso te contar se você quiser. Mas não é uma história feliz.

Número 76 olhou para Salvadora por um instante e, em seguida, respondeu com um tom sério.

— Eu quero saber.

Yorko se concentrou na conversa, embora fingisse não estar ouvindo enquanto comia os pedaços de bacon.

— Quando o exército da Igreja atacou a Cidade Real de Coração de Lobo há um ano, eles jogaram uma grande quantidade de corpos infectados pela praga demoníaca na cidade, tentando desgastar as forças da capital, assim como fizeram no Castelo do Dente Quebrado. — Annie jogou mais dois galhos na fogueira, levantando faíscas. — Mas Salvadora deteve a praga demoníaca de se espalhar com a habilidade dela. Ela pode transferir a doença de um ser vivo para outro. Foi por isso que a praga ficou sob controle.

— Que tipo de ser vivo?

— Ratos, gatos, cachorros, vacas, ovelhas, etc… e também os seres humanos. — Annie respondeu lentamente. — Os civis cavaram um enorme buraco na cidade. Os infectados se reuniam lá e pediam para que Salvadora transferisse a doença deles para os animais. Em seguida, eles queimavam os animais no buraco. Gradualmente, as pessoas começaram a vê-la como uma heroína e então passaram a chamá-la de Salvadora. Amy e eu também recebemos o tratamento dela. — Após uma breve pausa, Annie continuou. — Mas depois as coisas começaram a piorar. Se o animal fosse grande, ele conseguia suportar a doença de cinco ou seis pacientes, enquanto que cachorros ou gatos podiam suportar apenas a de um ou dois. Já que a Igreja continuou a espalhar a praga demoníaca, mesmo se as pessoas do Reino de Coração de Lobo conseguissem capturar todas as criaturas vivas ao redor, não seria suficiente para todos os pacientes. Eles simplesmente não conseguiriam salvar a todos. Com o decorrer da guerra, as pessoas começaram a usar as… outras pessoas.

Isso fez Yorko se arrepiar todo.

Número 76 se aproximou de Salvadora e a abraçou.

— Não foi sua culpa.

Sob a luz tremeluzente da fogueira, o rosto de Annie ficou repleto de frieza.

— Claro que não foi culpa dela. Essas pessoas nunca deram a ela a chance de escolher. Primeiro, eles queimaram os prisioneiros, criminosos e voluntários. Em seguida, eles começaram a queimar os idosos, soldados feridos e cativos do Exército de Julgamento. Mas Salvadora se negou a obedecê-los. Ela não queria matar pessoas inocentes, especialmente os soldados que imploravam pela vida e os idosos. Depois disso, o modo como as pessoas a viam mudou. As pessoas começaram a acreditar que ela estava conspirando com a Igreja e protegendo os inimigos. A “salvadora” então se tornou a “traidora”. Não demorou muito para que Salvadora fosse presa. Se não fosse pela habilidade dela, ela provavelmente teria sido mandada para a forca há muito tempo. Em seguida, a Igreja lançou outro ataque. Levou menos de um dia para que rompessem a muralha da cidade. Quando a cidade caiu, o carcereiro, que antes havia sido tratado por Salvadora, decepou as duas pernas dela com um machado e incendiou a cela, dizendo que a queda do Reino de Coração de Lobo havia sido resultado do conluio entre Salvadora e a Igreja. Ele disse que, já que Salvadora era uma traidora, ela deveria ser queimada e destruída junto com a cidade.

Com essas palavras, Annie ficou em silêncio por um momento.

— Mas o carcereiro nunca teria imaginado que Salvadora seria salva pelos cativos do Exército de Julgamento, que também estavam na cela.

 


 

Tradução: Kabum

Revisão: Kabum

 

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