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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 508 – O Jogo

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— Vossa… Vossa Majestade, não estou compreendendo… — Marquês Wyke limpou o suor da testa — O que… o que o senhor quer dizer com “perder”?

— Aqueles que perderem serão enforcados, banidos do reino, ou sentenciados a trabalhos pesados nas minas. Ou, talvez, todos os seus bens sejam confiscados. — O Príncipe explicou alegremente — As regras do jogo estão em conformidade com as leis reais. É justo o suficiente.

— Não, eu servi a Família Real fielmente desde o reinado de seu pai. O senhor não pode…

— Mas agora eu sou o Rei. Eu posso fazer o que quiser. — Roland o interrompeu e continuou — Não entre em pânico. Aqueles que responderem todas as dez perguntas corretamente serão promovidos ou recompensados. Seria realmente chato se houvesse apenas punições e não recompensas, não é mesmo?

— Eu… não posso aceitar isso. — Sir Pilaw disse, balançando a cabeça — Essas punições que o senhor mencionou só devem ser ordenadas pelo tribunal. Não podemos levar essas coisas tão sérias de forma leviana. Vossa Majestade, me desculpe, eu estou desconfortável e não estou me sentindo bem com toda essa situação. Por favor, com vossa licença, irei me retirar.

Pilaw se virou e tentou sair do salão, apenas para descobrir que a porta estava fechada e que havia dois soldados sem expressão agora de pé ao lado da porta. Eles bloquearam sua saída e não se moveram.

— Eu não estou pedindo sua opinião, Sir Pilaw. — Roland disse — E se você insistir em desistir do jogo, eu tenho medo de ter que adicionar mais uma punição. — Roland apontou dois dedos e fingiu atirar em Pilaw — Ou seja, atirar em você.

Os nobres ficaram extremamente assustados, e com os olhos arregalados, espontaneamente deram alguns passos para trás, enquanto os soldados ao redor deles levantavam as armas e olhavam calmamente para eles.

— Então, vamos lá, hora do jogo. — Roland levantou-se e bateu palmas — A primeira pergunta: você se envolveu na ação que forçou os refugiados a invadir a Região Oeste? Vamos começar com você, Sr. Primeiro-Ministro.

—… — Depois de um momento de silêncio, Marquês Wyke respondeu — Eu segui a ordem de Timothy para recrutar refugiados da Região Leste e da Região Sul, mas não participei dessas ações que o senhor mencionou.

Roland sentiu Rouxinol beliscar levemente seu ombro direito.

— Sinto muito. Eu disse que você só teria uma chance de responder honestamente a cada pergunta. — Roland acenou com a mão — Levem-no para a prisão abaixo deste corredor.

— Vossa Majestade, o que eu disse é verdade…

— Não, você e eu sabemos que ainda está mentindo, inclusive essa sua última declaração. — Roland prontamente rejeitou o apelo do Primeiro-Ministro. Ele observou-o ser arrastado para o corredor e, em seguida, disse lentamente a todos — Se vocês forem espertos, entenderão que mentir não fará nenhum bem, porque eu posso dizer se vocês estão mentindo ou dizendo a verdade.

Todos os nobres ficaram boquiabertos e ninguém se atreveu a falar.

— Se ninguém quiser responder à primeira pergunta voluntariamente, então os chamarei pelo nome. — Roland olhou para o Ministro da Justiça e disse — E você, Sir Pilaw?

Acabou do jeito que Roland queria. Um julgamento.

Roland tinha que separar o joio do trigo e cortar o mal pela raiz ao lidar com os nobres. Como ele também precisava lidar com a situação na Região Sul, ao redor da Serra do Dragão Caído, ele não podia perder muito tempo na capital. A administração da cidade do pós-guerra seria transferida para o pessoal treinado pela Prefeitura de Primavera Eterna, e a resistência que encontrariam seria dos nobres locais e das gangues do Submundo.

Como Roland precisava que a cidade voltasse ao normal o mais rápido possível e que agora não havia tempo e energia suficiente para uma longa exibição pública, ele realizou esse julgamento para remover rapidamente os nobres culpados que haviam trabalhado em conluio com Timothy e escolher os nobres inocentes e honestos para trabalhar. Quanto ao problema do Submundo, ele os deixaria para Theo.

Afinal, o objetivo do ataque surpresa foi impedir que Timothy usasse pessoas comuns para travar uma guerra sem sentido e duradoura. Se Roland fosse imediatamente embora da capital depois de destronar Timothy, deixando a cidade no caos, ele não seria diferente de seu rei anterior.

Além disso, Roland não planejava absorver a Cidade Real de Castelo Cinza em seu novo reino, nem queria encontrar outro agente para administrar a cidade para ele. Depois de um ano inteiro de trabalho duro e desenvolvimento, ele simplesmente não tinha forças.

Não importa se a guerra fosse contra nobres ou a Igreja, ele tinha a habilidade de vencê-los.

— Agora, a última pergunta, você já intimidou ou oprimiu as pessoas, inclusive as bruxas?

Depois de fazer nove perguntas, menos de 10 dos mais de 50 nobres ainda permaneciam no salão. Essa quantidade não chegou a chocar Roland, pois ele sabia com certeza que Timothy já havia expulsado os ditos incapazes do palácio. Provavelmente estas pessoas eram aquelas pensavam que ele usurpou o trono ou questionaram a causa da morte do Rei Wimbledon III. No entanto, o que surpreendeu Roland foi que ainda sobraram sete nobres trabalhando na Prefeitura que não tinham nada a ver com os planos de Timothy ou com a Igreja.

— Vossa Majestade, eu sou culpado. — Um nobre disse, caindo de joelhos e suando profusamente — Eu ordenei aos meus homens que espancassem um civil porque ele esfregou o pé em minhas calças. Eu não consegui conter minha raiva naquele momento e… mas eu só ordenei uma surra. Eu não o matei.

— Eu tive um caso de amor secreto com a filha de uma dona de loja, mas ela me seduziu primeiro!

— Meu caseiro dormiu com minha esposa enquanto eu estava caçando. Eu cortei seu pênis imediatamente em vez de mandá-lo para o tribunal… Mas, Vossa Majestade, um caseiro não conta, certo?

Roland fez o melhor que pôde para manter a cara séria enquanto ouvia aquelas respostas engraçadas e variadas. Muitas coisas não eram consideradas más ações ou mesmo erros dos nobres em geral, mas agora eles estavam aparentemente tão assustados com o questionamento que contavam todas essas coisas com medo de que fossem considerados mentirosos.

Depois de todas as respostas, Roland limpou a garganta e perguntou:

— Há mais alguma coisa?

— Não. — Os nobres disseram.

Quando Rouxinol beliscou o ombro esquerdo, ele finalmente assentiu e disse:

— Então, parabéns, vocês passaram.

Os nobres ficaram extremamente aliviados.

— Eu disse que os vencedores do jogo seriam recompensados… Confiem em mim, vou manter minha palavra, especialmente quando há tantas vagas na Prefeitura, mas ainda tenho uma pergunta. — Roland olhou para duas pessoas, um homem e uma mulher, em pé no fundo do salão, que pareciam nunca ter infringido nenhuma lei, já que não tinham dito nada além de “não” em resposta a todas as perguntas e todas as respostas foram aprovadas por Rouxinol — Quais são seus nomes e posições na Prefeitura?

— Meu nome é Alvo Taber, Vossa Majestade. — O homem respondeu — E sou responsável pelos assuntos relacionados às estrelas e constelações.

— Blanche Orlando. — A mulher respondeu — Eu sou a responsável pelas cerimônias.

Então é por isso. Pessoas em posições como as deles não têm muitas chances de fazer coisas ruins… Esses dois são de fato os únicos com as mãos limpas na Prefeitura. — Roland pensou e disse:

— Vocês podem deixar o palácio agora. Vou chamar vocês de volta assim que endireitar as coisas na minha família. — Roland fez uma pausa e acrescentou — A minha forma de governar será muito diferente da de meu pai e Timothy. Vocês compreenderão isso em breve, e lembrem-se do que ajudou vocês nesse jogo… Continuem assim. Aliás, esse não é o último jogo que nós jogaremos.

Os nobres se retiraram submissos e então Roland saiu do salão e se dirigiu ao porão com Rouxinol.

Hora de encontrar o “meu querido irmão”. — Roland pensou.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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