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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 457 – Canção que Vem do Coração

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— Você não precisa vir comigo. — Eco caminhava pela margem do Rio Vermelho, esmagando a neve embaixo de seus pés.

— Aqui na cidade não é seguro. Não estamos em Vila Fronteiriça. — Machado de Ferro caminhava atrás dela, sempre a dois passos de distância — Sua Alteza me disse para protegê-la se você saísse do castelo sem outras bruxas a acompanhando.

— Eu não deveria ter dito a ele. — Eco murmurou, suspirando no ar frio — Além disso, você não precisa mais me chamar de Lady.

— Você sempre será a Líder do Clã Bravareia em meu coração, minha Lady Drow Lua Argêntea.

Quando Machado de Ferro mencionou Bravareia, Eco ficou em silêncio. Mesmo que Machado de Ferro não pudesse ver sua expressão, ele podia sentir Eco entristecida com a menção de seu clã. Ele queria consolá-la, mas não sabia como ou o que dizer. Então, ele apenas ficou em silêncio e seguiu silenciosamente.

O defluente do Rio Vermelho que serpenteava pelo trial fora da cidade era diferente daquele que desaguava no centro da cidade, quase uma linha reta. Os diques do rio em ambos os lados estavam cheios de escadas feitas de pedra, sempre planas e limpas. A cada dez degraus, havia uma abertura com escadas para o rio, que permitia ao povo tirar água.

A queda de neve não fora muito forte e a rua estava cheia de pedestres. Os homens e mulheres olhavam para Eco com expressões de surpresa em seus rostos. Lady Lua Argêntea era alta e com um corpo bem delineado e esbelto. Sua pele bege e longos cabelos cinza-azulados eram muito especiais e chamativos. No interior do Reino de Castelo Cinza, raramente se via um puro-sangue da Nação da Areia.

— Vamos mudar para o outro lado do rio. — Eco obviamente não estava gostando de chamar atenção.

— Sim.

Eles pisaram cautelosamente em uma ponte de arco congelado sobre o rio e chegaram à zona leste de Forte Cancioneiro. Quase não havia casas e as vastas áreas de terra estavam cobertas de neve. O que eles podiam ver eram apenas planícies sem fim e a silhueta escura da muralha da cidade. Esta área estava em forte contraste com a zona oeste da cidade.

— Este lugar não é nada como a Cidade da Areia de Ferro. — Eco disse — Quando eu estava na região do Extremo Sul, eu achava que todos os lugares eram iguais. As areias cobriam quase todo o solo. As fontes de água e o oásis eram os recursos mais valiosos e as pessoas lutavam até a morte por eles. No entanto, aqui nenhum sangue seria derramado sobre o Rio Vermelho. Se eles quisessem beber a água, só precisariam se agachar e beber.

— Sim, mas mesmo assim, aqui eles lutariam por outras coisas. — Machado de Ferro disse seriamente — Como peças de ouro, joias, honra, status… Não há como fugir das guerras.

— Sério? Mas Rouxinol me disse que nosso Príncipe acabaria com todas as disputas. — Eco olhou para o céu nublado — Não importa quem você é, seja da Nação da Areia ou dos Quatro Reinos, pessoas comuns ou bruxas, você poderia desfrutar de direitos iguais e viver uma vida livre.

— Eu… eu não sei. — Machado de Ferro hesitou. Ele não conseguia imaginar que todas as pessoas desistiram de suas diferenças e barreiras para viverem juntos pacificamente. Ele pensava que, apesar de Sua Alteza ter o poder dos deuses e ele, sem dúvida, conquistaria todos os seus inimigos, seria simplesmente impossível para o Príncipe fazer todos os seus inimigos aceitarem seu domínio voluntariamente. Criar inimigos durante o processo de conquista era uma inevitável consequência das batalhas.

— Você quer voltar para Cidade da Areia de Ferro? — Eco perguntou de repente.

— Não, Lady Lua Argêntea. — Machado de Ferro rapidamente caiu em si e respondeu sem hesitar — Eu jurei aos Três Deuses que vou servir Sua Alteza, Roland Wimbledon para sempre e ajudá-lo a expandir seu território. Não se preocupe, minha Lady, Sua Alteza prometeu se vingar por você. Por favor, acredite nele. Quando você voltar para a Cidade da Areia de Ferro, ninguém irá desrespeitá-la.

— Mas eu não quero ser a Líder do Clã Bravareia.  — Eco sussurrou — Eu gostaria de ficar em algum lugar onde as árvores são perenes. Eu gostaria de ficar com Wendy e Rouxinol. Eu gostaria que Sua Alteza me ensinasse canções. Espero que algum dia eu possa voltar para dar uma olhada, mas não, eu não quero viver no deserto e lutar continuamente por água.

De qualquer forma, você é a única sucessora dos Bravareia em meu coração. — Machado de Ferro não disse essas palavras que ele guardava em seu coração, em vez disso, ele apenas olhou para baixo e disse:

— Ninguém irá forçá-la a nada.

Eles atravessaram o campo branco até uma área aberta onde Eco parou.

— Eu vou praticar aqui. Assim, acho que não incomodarei ninguém.

Machado de Ferro sabia que seu poder era fazer vários sons e costumava praticar no quintal do castelo da vila. Mas desta vez, a fim de não perturbar o importante encontro entre Sua Alteza e os nobres, ela intencionalmente escolheu este para praticar sua habilidade.

Ele assentiu e deu dois passos para trás.

— Eu vou ficar aqui e protegerei você.

— Oh, eu fiz uma canção para a nossa cidade natal. — Eco se virou — Você gostaria de ouvir?

— Uma canção? — Machado de Ferro ficou um pouco surpreso.

— Sim, eu aprendi a usar o método de arranjo que Sua Alteza me ensinou. Agora eu misturo vários sons de instrumentos para adicionar um efeito de camadas e tornar a canção mais complexa, cheia de arranjos. — Eco falou sobre isso com uma expressão relaxada no rosto — Eu treinei muito e, para minha surpresa, funcionou. Eu não sabia que uma música poderia ser tão agradável. Cada som de instrumento que eu adiciono acrescenta um sentimento distinto. Eu não sei onde Sua Alteza aprendeu este método, pois quando fui vendida para a Cidade Real de Castelo Cinza, nunca ouvi nada sobre algo assim de qualquer nobre.

— O Príncipe Roland sempre foi especial. — Machado de Ferro disse. Ele acreditava que os deuses favoreciam Roland.

— Sim… Ninguém trata as bruxas tão sinceramente quanto ele. — Eco concordou plenamente com Machado de Ferro — No entanto, Sua Alteza me deu nomes muito estranhos e irrelevantes para os métodos de “mixagem”, como “som eletrônico” e “heavy metal caipira”. — Ela balançou a cabeça com um sorriso — Acredito que só ele poderia pensar em nomes assim.

Antes que Machado de Ferro pudesse responder, ela começou a cantar.

Quando a melodia cheia de instrumentos chegou aos ouvidos de Machado de Ferro, ele ficou chocado e imediatamente ficou parado, estático em seu lugar.

Que música incrível! Parece as areias levadas pelo vento que tocam gentilmente os oásis. — Machado de Ferro pensou — É como uma ameixa doce desabrochando das profundezas da terra.

Naquele momento, ele sentiu que havia sido transportado para o deserto e estava sob o sol escaldante.

Isso é… uma ilusão? — Machado de Trial olhou para baixo e descobriu que a neve havia desaparecido e agora ele estava em pé em um oásis. Quando ele olhou ao longe, ele via somente a mais pura areia. A mulher diante dele mantinha os olhos fechados. Sua canção ressoava no ar enquanto ela estava de pé na água rasa, formando ondas em sua superfície cristalina. Era uma beleza de tirar o fôlego!

“Atravessando areia e poeira, para buscar os vestígios do Oasis.

Suas pegadas deixadas no mar de areia.

Sua sombra refletida na primavera.

Algum dia, os oásis se tornarão os novos desertos,

e os desertos também criarão novos oásis.

A única coisa eterna é a lenda sobre você.

Algum dia, eu seguirei suas pegadas para encontrar sua sombra no momento insone e sem palavras antes do amanhecer.”

Quando a música acabou, Machado de Ferro estava de volta ao nevado Forte Cancioneiro. Parecia que nada havia acontecido e que tudo o que ele experimentara naquele momento era uma ilusão. Ele engoliu em seco por um tempo e depois abriu a mão.

Na palma de sua mão, havia um pequeno grão de areia brilhante e transparente.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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