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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 445 – Pronto para Atacar

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Cacusim chegou ao cais quando os primeiros raios de sol começaram a espreitar através das nuvens.

Diferente do habitual, hoje, o cais estava lotado de soldados silenciosos, de pé com seus sacos e canhões de cano longo nas costas, parecendo uma floresta densa em uma tempestade. Embora o cais estivesse lotado, todos estavam se movimentando de maneira organizada. Observando os soldados embarcarem um a um no navio a vapor, Cacusim foi preenchido com uma sensação indescritível de poder e força.

Estes são os soldados treinados por Sua Alteza. — Cacusim engoliu em seco — Que incrível!

O velho viajara do Condado de Ventomar para o Porto de Água Clara quando jovem. Essa distância era mais da metade do tamanho do Reino de Castelo Cinza, e ele também levara a frota comercial para os Fiordes e as ilhas próximas. Então, ele testemunhou pessoalmente o comportamento arrogante dos cavaleiros armados, bem como o comportamento feroz dos bárbaros que matavam os animais de mãos vazias. Para ele, esses soldados eram lutadores inegáveis que podiam exercer poder extremo. No entanto, ele não esperava sentir esse poder mais uma vez, só que desta vez, esse poder emanava de um grupo de pessoas comuns. Ele podia sentir isso e era mais forte do que nunca.

Sem dúvida estas são apenas pessoas comuns… — Cacusim pensou. Fazia cerca de quatro meses que ele chegara a Vila Fronteiriça e, a cada dia, entendia a vila um pouco melhor. Ele sabia que o Primeiro Exército consistia principalmente de habitantes locais e que muitos deles foram mineiros, caçadores e pedreiros antes de se juntarem ao exército. Por causa disso, nunca haviam recebido treinamento profissional de combate.

No entanto, em poucos meses, essas pessoas se tornaram tão corajosas e disciplinadas quanto qualquer cavaleiro.

Que mágica Sua Alteza usou neles? — Cacusim pensou, mas seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu Vader sussurrar atrás dele:

— Você está realmente indo?

Cacusim podia dizer pelo tom de voz, que Vader estava falando baixinho devido à presença do exército.

— Por que eu me inscreveria à posição de capitão se não fosse pra ir? — Cacusim respondeu enquanto respirava fundo.

— Mas eles estão prontos para lutar. — Vader continuou.

— Todos eles oferecem seus serviços a Sua Alteza. — O velho o corrigiu e sem virar a cabeça, acrescentou — E eu também.

Após o silêncio momentâneo, Vader então disse com firmeza:

— Fique vivo.

Cacusim assentiu com a cabeça em resposta.

Cacusim embarcou no sexto navio a vapor com a neve rodopiante soprando atrás dele. De acordo com a tradição, um capitão podia nomear seu próprio navio e, embora este navio pertencesse a Sua Alteza, ele ainda poderia decidir seu nome.

No entanto, ele ainda não havia se decidido.

Esta era a segunda vez que ele assumia o cargo de capitão desde sua aposentadoria, dez anos atrás. Então, ele queria dar um nome dedicado à sua memória.

— Capitão, aí está você! — Assim que Cacusim entrou na cabine e pegou o leme, o primeiro imediato1O imediato é o oficial cuja função vem imediatamente abaixo a do comandante de um navio, é quem assume o comando da embarcação em caso de incapacidade, de impedimento ou morte do capitão. aproximou-se para cumprimentá-lo — Estamos agora pré-aquecendo a caldeira, e prometo que logo estaremos prontos para zarpar.

O jovem chamava-se Pike e era da Região Sul. Ele tinha alguns anos de experiência em pesca no mar. Se ele fosse parte de outra frota, ele nem mesmo passaria como marinheiro, mas neste navio todo mundo era novato.

— Todo mundo já embarcou?

— Todos estão a bordo. Você foi o último. — Pike respondeu com uma piscadela.

— Se você não sabe como respeitar o seu capitão, eu ficarei feliz em ensiná-lo com um dia inteiro de limpeza do convés.

— Sim, capitão. — O jovem gritou, endireitando-se imediatamente — Perdão, capitão!

— Agora sim. — Cacusim comentou e, enquanto acariciava a barba, deu ordens a Pike — Vá até o compartimento onde fica a casa da caldeira e diga a eles para colocar mais carvão e para não fecharem a maldita válvula de vapor. Eu não quero que nosso navio fique para trás! E também…

— Sim, saquei! — Sem deixá-lo terminar a frase, Pike o interrompeu, voltando à sua maneira casual de falar. Ele rapidamente piscou para o velho e saiu da cabine.

— Ah, esse guri… — Cacusim resmungou enquanto balançava a cabeça sorrindo.

Ele ficou mais à vontade depois dessa breve conversa, como se tivesse voltado aos bons dias em que percorria o mar. O velho voltou para o leme, onde gentilmente acariciou a alça de madeira. Lentamente, ele começou a lembrar os procedimentos operacionais de um navio a vapor.

O navio de pedra inventado por Sua Alteza era muito diferente de um veleiro. Não tinha mastro nem cabine no convés, mas tinha duas câmaras. A primeira câmara estava localizada no leme e era chamada de casa do leme. Esta câmara possuía duas grandes janelas de onde o capitão podia ver a rota e navegar com clareza. A segunda câmara estava situada no meio e continha a caldeira que alimentava o navio e era chamada de casa da caldeira.

Atrás da casa do leme, havia um convés vazio e esse espaço era frequentemente ocupado por mineiros durante o treinamento dos capitães. Durante esse período de treinamento, eles costumavam viajar para o oeste ao longo do Rio Vermelho para deixar os garimpeiros na borda da Floresta das Brumas, onde poderiam encontrar carvão. O carvão durava mais que a madeira e era o combustível preferido do Condado de Ventomar, por exemplo. Mas agora, havia uma cabana de pano, aparentemente montada para os soldados que embarcariam.

Embora Cacusim não estivesse familiarizado com o trial de pedra, ele logo percebeu que não era difícil de operar e era até mesmo mais simples que um veleiro, em muitos aspectos. Primeiro de tudo, este navio não requeria vento e velas para direção e potência. No geral, precisava de menos mão-de-obra para ser executado. Além disso, não seria difícil ensinar a um aldeão como operar uma caldeira, enquanto, em navios a vela, seriam necessários pelo menos seis meses para que eles dominassem a navegação. O navio de pedra podia funcionar sozinho por um longo tempo enquanto o motor estivesse ligado e a válvula de vapor estivesse fechada.

De repente, a tranquilidade do início da manhã de Vila Fronteiriça foi interrompida por um apito a vapor da linha de frente.

O primeiro navio estava partindo.

— Capitão, a água na caldeira está pronta! — Pike relatou e logo correu de volta para a casa do leme.

— Toque a campainha para dizer ao Grandão e ao Cinzento que é hora de fechar a válvula e acelerar. Está na hora de irmos. — Cacusim solenemente deu as instruções.

— Sim, senhor! — Pike avançou e puxou a longa corda de ferro presa à parede. Essa corda de ferro tocaria a campainha da caldeira e enviaria o comando do capitão.

Em resposta, o navio balançou violentamente, e as rodas de madeira de ambos os lados começaram a se mover lentamente.

Cacusim segurou firme a roda no leme e olhou para a frente. Quando Vader perguntou por que ele queria lutar, ele realmente não lhe contou a verdade. Dizer que era para servir Sua Alteza era apenas uma pequena parte do motivo.

A verdade era que ele simplesmente gostava de ser um capitão.

Não importava se era um veleiro ou um navio a vapor, Cacusim realmente amava a sensação do leme em suas mãos enquanto navegava pelas ondas.

Essa era a vida que ele realmente queria.

— Içar as… não, continue a pôr carvão! — O velho virou-se para encarar o estibordo enquanto gritava — Segurem-se pessoal! Estamos partindo!

— Se você me transportar para Vila Fronteiriça, os Eltek lhe pagarão bem. Que tal cinco… não, dez peças de ouro? — O mordomo de Sir Eltek perguntou enquanto bloqueava a porta da cabine do barqueiro. O mordomo havia colocado o pé esquerdo na fresta da porta para evitar que o barqueiro a fechasse bruscamente e o deixasse do lado de fora.

— Vossa Excelência, estou feliz por estar ao seu serviço, mas não posso. — O barqueiro balbuciou — O… olhe, não há nem mesmo um galpão acima do meu barco para te proteger da neve. Não seria um problema transportá-lo para o outro lado do rio, mas para Vila Fronteiriça… isso levaria vários dias! Apenas considere este clima frio, por favor, onde dormiríamos? — O barqueiro implorou — Nós ficaríamos congelados como picolés em apenas uma noite no barco, não é?

— Há algum outro barqueiro por perto que possa me transportar para Vila Fronteiriça? — O mordomo persistiu.

— Não, nenhum. — O barqueiro negou enquanto acenava com a mão — Nós só temos pequenos barcos. O senhor deve ir para Forte Cancioneiro se quiser encontrar um barco onde possa passar a noite.

Se eu pudesse entrar na cidade de Forte Cancioneiro, por que eu viria aqui procurar um barqueiro que vive da pesca? — O mordomo pensou consigo mesmo enquanto o barqueiro fechava a porta.

O mordomo chutou a neve. Desde o momento em que as quatro Famílias começaram a atacar o Forte, todos os portões da cidade foram fechados. Ele gastou muito tempo desviando por vários caminhos e tentando chegar neste local apenas para descobrir que todos os seus esforços foram em vão.

Vai escurecer em breve. Como vou completar a tarefa do meu senhor? — O mordomo olhou para o Rio Vermelho, mas logo ficou aturdido — Céus, o que é isso?

Ele esfregou os olhos, incrédulo, certificando-se de que o que estava vendo não era uma ilusão. Uma enorme frota estava vindo pelo rio e os navios eram diferentes de todos os navios e barcos que ele havia visto antes. Através da densa neblina, os navios rugiam e assobiavam em sua direção a toda velocidade. Não havia nenhuma vela nos navios cinzentos e, no entanto, continuavam avançando contra o vento, com suas proas cortando a água e abrindo espaço entre as ondas.

No primeiro navio, ele pôde ver uma bandeira balançando ao vento com o emblema bordado de uma torre e um pique. O mordomo conteve a respiração ao perceber o que era e disse:

— Esta é a frota do Príncipe Roland Wimbledon!

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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