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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 353 – A Sociedade Expedicionária

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A noite seguiu seu curso, e logo uma luz cálida começou a aparecer nas frestas da cortina. 

O amanhecer acabara de chegar. 

Agatha mal dormira a noite toda. Sua mente ainda estava a mil por hora, ponderando sobre as palavras de Rouxinol. 

— Ele quer unir todas as pessoas comuns no continente, porque ele me disse que quanto maior for seu povo, mais forte seremos. 

— Muitas coisas poderiam ser mudadas em um tempo tão longo, mas você ainda está restrita por essas velhas ideias. Por quê? 

— Ainda temos muito tempo, então por que não abrir seu coração e ver com seus próprios olhos? 

Agatha levantou da cama e caminhou até uma arara de roupas, segurando o roupão da Sociedade Expedicionária de Taquila, enquanto relembrava o quão feliz estava durante a aprovação unânime das três Bruxas Chefes, ao receber suas roupas especiais. Explorar os mistérios do poder mágico sempre foi sua busca ao longo da vida, e o lema mais venerado da Sociedade Expedicionária era “Existência é Verdade”. Então, se esses mortais realmente pudessem provar tudo o que disseram… 

Agatha vestiu o roupão, abriu a porta e caminhou em direção ao grande salão. 

De qualquer forma, provavelmente, eu sou a última integrante da Sociedade Expedicionária, assim como a única sobrevivente de Taquila. — Ela pensou — Se eu quiser reconstruir uma nova Cidade Sagrada, levarei mais que alguns dias. Mas antes disso, eu poderia muito bem dar uma olhada no que esse príncipe mortal é capaz de fazer, tendo tantas bruxas à sua disposição. 

Depois do café da manhã, Agatha, acompanhada por Wendy, foi ao escritório do Príncipe com cabelos grisalhos. 

De soslaio, ela observou que o príncipe não parecia diferente das pessoas comuns de 400 anos atrás. No entanto, ele emitia uma aura diferente de um mercenário, comerciante ou fazendeiro, mas também era diferente de Kaff, o chefe de sua guarda familiar. Agatha precisou apenas de um momento para compará-lo a todas essas pessoas, como se elas fossem registros em um pedaço de pergaminho. No entanto, ela não conseguia analisar o príncipe da mesma maneira que as outras pessoas, especialmente seus olhos. Embora fossem simples olhos cinzentos, pareciam irradiar um brilho e confiança indescritíveis. Mais importante, essa confiança não era um otimismo cego. Ele exalava uma espécie de calma e tranquilidade que estava acima de sua idade. Era como se ele tivesse vivido por… milhares de anos, e soubesse tudo que estava neste mundo como a palma de sua mão. 

Por que estou me sentindo assim? Ah, seu nome é Roland Wimbledon. — Agatha pensou, memorizando silenciosamente esse nome. 

— Como você dormiu na noite passada? — O Príncipe perguntou, sorrindo — O mingau e os ovos fritos de quatrocentos anos atrás eram tão bons quanto os de hoje? 

— Mais ou menos. Entretanto, teria dormido melhor se você não tivesse deixado uma certa bruxa entrar no meu quarto. 

Roland ficou atordoado por um momento e balançou a cabeça resignadamente. 

— Tudo bem, ela não entrará de novo sem sua permissão. Oh, a propósito, se você quiser dar um passeio, explorar a vila e ver o dia a dia das pessoas, você pode pedir a Rouxinol para mostrar a você. Se você quiser ler livros de história, você pode pedir a Pergaminho, ela consegue decorar todos os livros que leu. 

— Dia a dia das pessoas? — Agatha franziu a testa — Com a iminência do ataque dos demônios pairando sobre nós, eu adoraria ver como você tem a audácia de atestar que os mortais podem derrotá-los. Se você não puder se defender de seus ataques, todos os costumes e o “dia a dia” das pessoas desaparecerão e não terão mais o menor sentido! 

O Príncipe sorriu e respondeu: 

— Comparado com a indústria pesada, de base, a indústria de bens de consumo e o desenvolvimento civil também são igualmente importantes1Você pode voltar no tempo e relembrar essas indústrias lá no capítulo 211.. Por que você está tão interessada nos canhões? 

— O que significa tudo isso? 

— Errr, nada… deixa pra lá. — O Príncipe suspirou — Logo, logo você entenderá. De qualquer forma, nós iremos testar as novas armas hoje à tarde, mas antes disso, gostaria de fazer algumas perguntas sobre a Cidade Sagrada de Taquila. Tudo bem? 

Mortais testando novas armas? — Agatha imediatamente pensou em bestas e manganelas. Se fosse somente uma melhora dessas armas, elas não seriam suficientes para derrotar os demônios. No entanto, ela não deixou seu ceticismo ficar evidente e respondeu: 

— Pergunte à vontade. 

— Você mencionou antes que a Cidade Sagrada de Taquila era uma cidade governada por bruxas, e que mortais, sem poder mágico, só podiam pertencer à classe mais baixa na sociedade. Como era a relação entre bruxas e mortais? Quantas refeições os mortais comiam em um dia e qual era o alimento básico deles? Eles comiam carne com frequência? 

Agatha ficou atordoada. Ela não esperava que ele fizesse essas perguntas. 

— Também havia certos níveis entre os mortais. Por exemplo, havia mortais que serviam às bruxas de maior patente, seja protegendo a cidade ou estando responsáveis pela comunicação. Esses mortais tinham uma posição e status semelhantes às bruxas assistentes mais fracas. Abaixo destes estavam os fazendeiros e mercadores, e por último os escravos e trabalhadores braçais. Quanto a sua última pergunta, eu não faço a menor ideia. Basicamente, nenhuma bruxa na Cidade Alta prestava atenção ao que os mortais comiam. Entretanto, os guardas e servos na minha torre recebiam três refeições por dia. Exceto durante os Meses dos Demônios, eles deveriam comer carne ao menos uma vez na semana. 

— E qual era o salário deles? 

— O que é isso, dinheiro? — Ela levantou a sobrancelha — Eles se tornaram meus assistentes e prometeram servir-me por toda a vida, e em troca eu lhes dei abrigo, comida e meu conhecimento. Eles não precisavam de nenhuma outra compensação. 

— Entendi. — O Príncipe rabiscava intensamente um pedaço de papel e continuou suas perguntas — As bruxas também trabalhavam na colheita, no trato dos animais e na forja? 

— Claro, todas essas coisas eram feitas por bruxas assistentes. — Agatha respondeu — Embora elas fossem apenas bruxas assistentes, elas eram muito superiores aos civis, pois se elas não os ajudassem, as necessidades da Aliança não seriam atendidas. 

Essas perguntas sem sentido duraram quase meia hora. O Príncipe parecia estar especialmente interessado nas necessidades básicas e no estilo de vida nas principais cidades das bruxas. Ele fazia perguntas extremamente detalhadas, o que deixou Agatha confusa a tal ponto que até mesmo quase a fez perder sua linha de raciocínio. 

Ao invés de ficar perguntando sobre esses assuntos insignificantes, ele não deveria estar preocupado com os demônios, que já conquistaram mais da metade da Região do Amanhecer, e estão prestes a atacar novamente? — Agatha pensou. 

O Príncipe parou por um momento e entregou suas anotações a Pergaminho. 

— Você disse que era membro da Sociedade Expedicionária e que essa sociedade estudava especificamente as pedras mágicas e o poder mágico, certo? 

Finalmente, uma pergunta decente foi feita. — Agatha assentiu e respondeu: 

— Sim, as pedras mágicas são, na verdade, oriundas da Pedra da Retaliação Divina, que pode suprimir a habilidade de uma bruxa, mas que também pode lhe oferecer poderes únicos. 

Essas observações foram um choque para todos. A bruxa, chamada Tilly, suspirou e perguntou: 

— E como é o processo? 

Agatha finalmente sentiu uma pitada de importância e respeito que sempre tivera na época da Sociedade Expedicionária, e respondeu: 

— Nos últimos quatrocentos anos, a Sociedade Expedicionária fez sacrifícios sem fim para buscar o segredo da relação entre o poder mágico e as pedras mágicas. Eu posso compartilhar com vocês, mas em troca, gostaria que vocês também compartilhassem o conhecimento que permite às suas bruxas terem uma excelente taxa de alto despertar. 

Tilly e Roland trocaram um olhar, e Tilly respondeu: 

— Não tem problema, mas ainda estou confusa sobre uma coisa. — Tilly ergueu a mão esquerda, e o cristal azul repousando em seu dedo brilhou com uma luz impressionante — Esta pedra mágica foi descoberta em ruínas antigas e me permite voar. Não há dúvidas de que este tipo de pedra mágica é imensamente poderoso. Ao lutar contra os demônios, isso dará às guerreiras uma vantagem sem igual, tanto no ataque quanto na retirada. Além disso, eu economizo muito tempo quando preciso me deslocar de um lado para outro, pois posso ir voando. Por que uma bruxa tão importante quanto você não possuía uma pedra mágica tão conveniente? 

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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