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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 347 – Confuso

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— Como ela está? — Roland largou a caneta em cima da mesa e perguntou para Rouxinol, que acabara de aparecer silenciosamente no escritório.

— Ela adormeceu. Mas ela já tinha tomado uma cumbuca de mingau. Ela estava com fome. — Rouxinol foi até a mesa e sentou-se em seu antigo lugar — Agora é a vez de Sylvie cuidar dela.

— Bem, não foi tão ruim assim.

— Você acredita no que ela disse? — Rouxinol perguntou.

— Como retiramos a Pedra da Retaliação Divina do tornozelo dela, você poderá facilmente julgá-la amanhã durante o interrogatório, mas… — Roland fez uma pausa por um momento — Eu acredito que a maior parte do que ela disse é verdade.

— Por que você acha isso? — Rouxinol perguntou curiosa.

— Você notou que, como uma pessoa de quatrocentos anos atrás, ela está usando o mesmo idioma e dialeto que nós? — O Príncipe disse com as mãos apoiadas no queixo — Teoricamente, tal situação seria quase impossível de acontecer em dois territórios separados pela Cordilheira Intransponível, a menos que esses dois territórios fossem da mesma origem e tivessem constante contato.

— Mas ela chamou os Quatro Reinos de Terras Bárbaras.

— Esse é exatamente o ponto. Eu não sei como era esse lugar há quatrocentos anos. Talvez tudo o que existisse fosse apenas algumas aldeias dispersas e criminosos exilados pelo mundo das bruxas. Os livros de história de Castelo Cinza também registram que o começo das grandes cidades está entre os anos duzentos a trezentos de nossa história, e os astrólogos também surgiram nessa época. — O Príncipe disse com grande interesse — Sempre me intrigou o fato de que os astrólogos, que geralmente não possuem grandes feitos nem descobertas importantes, também fossem chamados de ‘sábios’, o mesmo que os alquimistas. Agora eu acredito que consegui minha resposta. A Aliança fugiu para esta fronteira e trouxe com ela os sobreviventes, sua língua e civilização. Essas pessoas se misturaram com os moradores locais e os ajudaram a construir o governo, a fortaleza e a cidade.

— Você fala como se tivesse visto tudo isso acontecer. — Rouxinol balançou a cabeça, sorrindo.

— Essa é a única maneira pela qual podemos explicar por que estamos usando o mesmo idioma que ela. — Roland disse — Porque possuímos a mesma origem. E durante esses quatrocentos anos, a civilização estava constantemente em processo de reconstrução sem a menor oportunidade de progredir para o ápice de outrora.

— Certo! — Rouxinol disse levantando e estendendo a mão — De qualquer maneira, você saberá a resposta amanhã. Se o seu palpite estiver errado, hum… então você terá que me dar um “almoço de luxo”.

Um “almoço de luxo” era composto de sopa de milho, coxa de frango assado e pão com sorvete. Geralmente só era servido uma vez por semana.

— E se eu estiver certo?

— Daí você tem o que quiser. — Rouxinol disse, inclinando a cabeça e cerrando os olhos.

A curva perfeita formada pela bochecha e pescoço liso era excepcionalmente bonita.

Não importa o que uma mulher atraente faça, ela sempre irá parecer sedutora. — Roland se lembrou de um ditado e percebeu que era verdadeiro.

— Vou pensar com cuidado. — Ele disse tossindo duas vezes e voltando sua atenção para o caderno.

Como Agatha acordara recentemente após quatro séculos de sono, Roland não queria pressioná-la para dar respostas precisas e detalhadas a todas as suas perguntas. No geral, suas perguntas seguiram sua linha de pensamento, por isso que as informações que ele obteve foram um tanto confusas. Neste momento, ele estava reorganizando as informações que obteve de Agatha e descobrindo os pontos-chaves que ele precisava para continuar a pesquisa sobre o passado.

Sem dúvida, o problema mais importante agora era os demônios.

O que causou a guerra com os demônios e por que os demônios pararam de lutar? Essa informação era essencial para Vila Fronteiriça. Nenhuma guerra poderia ter sido iniciada sem um motivo, mas o comportamento dos demônios não parecia um ataque motivado por recursos ou expansão territorial. Eles não ocuparam as “Terras Bárbaras”, nem saquearam a humanidade. O que eles fizeram parecia mais um ato motivado puramente pelo prazer do massacre.

Roland também observou que Agatha mencionou o termo “Batalha da Vontade Divina”. Será que as bruxas e os demônios travaram uma terrível guerra sob a vontade de Deus?

Mas naquela época, a Igreja ainda não existia, então não havia o Deus único que a Igreja prega. — Roland pensou, porém, sem encontrar uma resposta.

Ele precisava descobrir como a civilização da Cidade Sagrada tratava as necessidades básicas do povo, ou em outras palavras, avaliar seu grau de desenvolvimento econômico e civil. Roland precisava dessa informação para medir o nível dessa civilização e deduzir as capacidades dos demônios.

Quanto à Aliança, Roland não estava muito preocupado com isso. Bruxas sempre representaram uma minúscula parcela da população e suas habilidades eram imprevisíveis. A capacidade dessa organização para o combate organizado não seria muito alta. Roland sabia pela história de seu antigo mundo que guerras de atrito sempre ocorriam na transição entre as gerações, e mesmo armas mais avançadas não garantiriam a vitória.

Outra pergunta importante era sobre a tecnologia das pedras mágicas.

Considerando o que Tilly disse, a natureza mágica dessas pedras poderia compensar grandemente as habilidades imprevisíveis das bruxas, permitindo que elas utilizassem outros poderes. Desta forma, até bruxas assistentes poderiam ser enviadas para a guerra. No entanto, no ponto de vista de Roland, era como colocar a carroça na frente dos bois. Se pudesse, ele preferia transformar todas as bruxas combatentes em bruxas assistentes e colocá-las para trabalhar em linhas de produção.

Curiosamente, a Aliança, que tinha um grande número de bruxas, não fez uso de pedras mágicas para lutar contra os demônios. Em vez disso, optou por produzir o Exército da Punição Divina, que na opinião de Roland estava além da compreensão.

Será que as pedras mágicas possuem algumas falhas desconhecidas ou sua produção é extremamente difícil? — Ele pensou.

Felizmente, Agatha era membro da Sociedade Expedicionária, uma organização similar à atual oficina de alquimia, que reuniu um grupo de bruxas altamente talentosas, especializadas na pesquisa de pedras mágicas e do próprio poder mágico. Roland concluiu que haveria uma riqueza de informações em potencial a serem exploradas.

A última pergunta que ele tinha era sobre a Igreja.

Enquanto escrevia em seu caderno, ele desenhou um círculo nessa pergunta. Obviamente, Roland não esperava obter informações detalhadas de Agatha sobre a fundação e desenvolvimento da Igreja. O que ele poderia inferir das informações que tinha em mãos era que a Igreja foi fundada após a derrota das bruxas. Depois de obter o segredo da Aliança, a Igreja ocultou tudo sobre as bruxas e as declarou como servas do diabo. Se as pessoas dos Quatro Reinos fossem vistas como descendentes de nativos, a Igreja seria uma verdadeira intrusa. Como os nativos não tinham sua própria civilização, eles poderiam ser facilmente enganados por histórias e profecias fabricadas.

Será que os refugiados começaram a perseguir as bruxas, pois eram tratados como inferiores pela Aliança? — Roland franziu a testa — Isso não parece fazer muito sentido.

A Aliança tinha um grande número de Guerreiras Sagradas, bruxas Extraordinárias e até Transcendentes. Mesmo que a Igreja conseguisse se apossar das Pedras da Retaliação Divina, seria possível para ela derrotar um oponente como a Aliança?

Para acabar com um inimigo muito mais poderoso, você não pode confiar puramente no ódio. Para Roland, estava claro que ainda havia muitas informações importantes a serem descobertas.

— Aquela bruxa parece não gostar muito de você. — Rouxinol disse de repente.

— Tudo bem, afinal, ela costumava viver em um mundo onde as bruxas eram consideradas superiores aos ‘mortais’. — Roland riu — Temo que, para ela, eu não seja muito diferente das ervas daninhas na beira da estrada.

— Você não a odeia?

— Por que eu iria? Ela não é nada além de uma pobre mulher abandonada por seu próprio tempo. — Ele balançou sua cabeça — Ela esteve adormecida no caixão de gelo por quatrocentos anos e acordou para descobrir que o mundo havia mudado completamente. A estranheza deste novo mundo lhe trouxe medo, então não foi surpresa ela construir uma parede defensiva em seu coração. Depois que aceitar tudo isso, ela provavelmente mudará gradualmente seu ponto de vista.

— Essa é uma típica resposta sua. — Rouxinol disse com um sorriso — Mas tenha certeza, não vou permitir que ela te ofenda de alguma forma.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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