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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 330 – Adeus

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No dia seguinte, Roland estava no quintal do castelo para ver Lotus e Mel.

Embora ele desejasse silenciosamente que elas não fossem embora tão cedo, ao ouvir a notícia de que o navio Bela e Encantadora ainda estava esperando no cais, ele decidiu não postergar mais. Pelo menos dessa forma pareceria magnânimo e não colocaria Tilly em uma posição difícil. Ao se colocar no lugar de Tilly, Roland pensou que ela, de fato, foi bastante sincera ao enviar bruxas tão importantes para Vila Fronteiriça numa época em que Ilha Adormecida precisava de uma construção em grande escala. Não seria correto para ele exigir mais dela.

Para não sobrecarregar mais ainda a viagem das bruxas, fazendo-as andar a pé na neve, Roland pediu a Anna e Wendy para enviá-las com o Olho Celeste, pois assim elas levariam apenas uma hora para chegar à costa.

— Nestes poucos meses que passamos aqui na vila somos muito gratas pelo vosso cuidado, Vossa Alteza. — As duas bruxas se curvaram diante de Roland e disseram.

— Não, não, sou eu quem devo agradecer a vocês. — Roland disse, rindo — Vocês duas contribuíram muito para a construção de Vila Fronteiriça e, por causa disso, tenho dois presentes para vocês.

— Pre… presentes? — Lotus parecia ligeiramente surpresa e suas bochechas ficaram vermelhas.

Mel tocou em seu peito, lançando um rápido olhar para Lotus, e perguntou ansiosamente:

— Será que a gente vai ganhar um também?

Roland pegou dois sacos de presente de Rouxinol e entregou às bruxas:

— Sim, vá em frente e abra.

Mel desembrulhou o presente quase imediatamente e puxou uma longa tira de pano, dizendo:

— O que é isso? Não é um espartilho?

— Quase, na verdade é um cachecol. — Roland aproximou-se de Mel e pôs o cachecol, feito de puro algodão, em volta do pescoço dela — Com isso, você nunca mais precisará temer o vento frio ou os flocos de neve entrando dentro de sua roupa. Se você amarrar um pouco mais, o cachecol também irá proteger os seus ouvidos.

— Ai, é bem aconchegante e quente. — Mel exclamou com uma expressão de satisfação.

Talvez fosse só impressão, mas parecia que Lotus ficou ainda mais corada.

— Ainda tem mais! — Mel disse depois de entreter-se um pouco com o cachecol, tirando um objeto quadrado do saco de presente — Vossa Alteza, isso também é um presente?

— Sim, abra e dê uma olhada.

— Uau, é tão brilhante! — Mel levantou a tampa da caixa de metal e disse toda animada — Lotus, vem aqui, você pode se ver nitidamente nesse espelho!

Era um pequeno espelho embutido em uma caixa de madeira. Na verdade, um item comum vendido no Mercado de Conveniências. Como a experiência de vida de Roland lhe ensinara, as mulheres gostavam irresistivelmente de objetos brilhantes.

Os gritos animados de Mel chamaram a atenção das outras bruxas e logo todas as bruxas de Ilha Adormecida se reuniram no quintal, querendo ver o seu reflexo naquele espelho brilhante. Pitadas de inveja e paixão pelo objeto estavam no ar. Com um revestimento especial de Soraya, os espelhos atuais eram muito superiores aos espelhos de prata, em todos os sentidos. Ao perceber isso, Roland já sabia que seria um ótimo presente.

Logo após a sessão de presentes, o Olho Celeste estava adequadamente inflado e pronto para partir. Lotus e Mel entraram no cesto e se despediram de Roland e das bruxas que ainda estavam curiosas. Evidentemente, estavam relutantes em partir de Vila Fronteiriça.

— Eu tenho que dizer, este é um bom lugar para viver. — Tilly andou e chegou ao lado de Roland, dizendo baixinho para ele — Já possui um suprimento de água bastante conveniente e uma acomodação confortável. É inimaginável que você tenha transformado essa terra pobre no que ela é agora em apenas um ano.

— Você se arrepende?

— De enviar as bruxas para cá? — Tilly disse com uma boa risada — Como é que eu me arrependeria? Se elas estão vivendo uma vida boa e confortável aqui, como eu poderia me arrepender? Aliás, não se esqueça que eu também sou uma bruxa.

No jardim impecavelmente branco, o sorriso de Tilly era mais alvo e brilhante que a neve. Roland achava que, se ele tivesse uma irmã mais nova como Tilly, seria impossível passear com ela na rua sem chamar a atenção de todos. Claro, ele sabia que o relacionamento entre eles era mais parecido com o de aliados do que propriamente como irmãos. Como ficou claro na sua decisão no dia anterior, ela estava disposta a se arriscar pessoalmente para lidar com qualquer possível ameaça.

— Você quer mesmo ir a um lugar tão perigoso? — Roland perguntou — Você pode ser uma bruxa Extraordinária, mas talvez suas habilidades não sejam adequadas para o combate, não é mesmo?

— Fique tranquilo, não é como se eu não pudesse me proteger.

Tilly levantou as mãos para exibir os ornamentos que estava usando. No dedo anelar de sua mão esquerda estava um anel de cristal azul, e na mão direita ela usava uma luva de seda branca imbuída com pedras vermelhas no dorso. A combinação das joias parecia um tanto estranho, e Roland acabou se lembrando daqueles desfiles de moda extravagantes em seu antigo mundo. Entretanto, ele estava curioso sobre os ornamentos desde o dia anterior, mas não perguntou a Tilly sobre isso para não ser desrespeitoso.

— Esta é uma pedra mágica que foi descoberta em ruínas antigas no mar. — Tilly explicou — Ao imbuir elas com poder mágico, pode-se manifestar diversas habilidades. Por exemplo, este anel permite que eu voe livremente, como Raio.

Enquanto falava, Tilly quis demonstrar in loco o que disse, de forma que seus pés gradualmente levantaram do chão e seu corpo ficou suspenso no ar como se não houvesse gravidade. A cena deixou Roland um pouco assustado.

A habilidade de uma bruxa pode mesmo mudar com uma pedra? — Ele pensou.

Assim, Roland rapidamente idealizou todo o potencial que essa ferramenta nova teria.

Se as habilidades pudessem ser customizadas em grande quantidade, a eficiência do trabalho das bruxas seria substancialmente aumentada. Supondo que toda bruxa da União possuísse uma pedra que lhes permitisse adquirir as habilidades de Lotus, seria necessário apenas um dia para completar a construção de toda área residencial temporária.

Quando Tilly aterrissou no chão, ela apontou a mão direita para um espaço aberto no chão, e um relâmpago brilhante saiu da ponta de seus dedos, criando um buraco na neve da altura do tornozelo e revelando o solo negro embaixo da neve.

— Então você é capaz de possuir duas habilidades ao mesmo tempo? — Roland perguntou, surpreso.

— Não. — Tilly balançou a cabeça e continuou — Na maioria dos casos, a pedra mágica permite usar apenas uma habilidade de cada vez, e se eu tentar imbuir duas pedras com poder mágico simultaneamente, não haverá efeito. — Então ela sorriu — Eu queria manter isso em segredo de você no início, mas depois da nossa conversa de ontem à noite, percebi que talvez eu tenha entendido mal suas intenções… quando você me contou a verdade sobre as ruínas antigas, eu fiquei encantada… e também um pouco arrependida.

— Tudo bem, eu entendo.

— A propósito, eu notei uma coisa que gostaria de perguntar, que espartilho é esse que Mel perguntou?

Roland quase engasgou.

— Hum, eu não entendo muito sobre isso… então seria melhor você perguntar para Sylvie ou Evelyn.

— Haha, tudo bem. — Tilly deu de ombros — Parece que você ainda esconde algumas coisas de mim.

Por um momento, o Príncipe não sabia se ria ou chorava.

— Vamos mudar de assunto. — Tilly disse, piscando algumas vezes para Roland — Eu estava pensando na noite passada, se aquelas ruínas pertencem à Igreja, por que ela abandonaria todas essas pedras mágicas? De acordo com as experiências de Cinzas, é muito provável que a Igreja esteja criando suas próprias bruxas. Mesmo que a Igreja quisesse deliberadamente esconder todos os registros das guerras, e mesmo se tivesse sido forçada a fugir dos demônios, nada disso a impediria de continuar usando as pedras mágicas. Não consigo enxergar sentido algum em toda essa história.

— Mas, será que essas pedras são realmente importantes para a Igreja? — Roland ponderou, mas rapidamente ignorou sua hipótese — Não, isso não está certo. É mais provável que eles não tenham conseguido produzir as pedras em grande quantidade, ou então as pedras teriam sido usadas para caçar as bruxas, e a Associação Cooperativa das Bruxas nem teria conseguido fugir, pois se as bruxas da Igreja pudessem voar, praticamente ninguém conseguiria escapar de suas garras.

— De fato, acabei de me lembrar de algo estranho dos livros da biblioteca do palácio sobre a Igreja e seu Deus… além de não ter registros históricos do que ocorreu há quatrocentos anos, não existe um registro claro da origem de Deus. Nem mesmo uma lenda ou um nome diferente. Além dos registros sobre a onipotência e a onipresença de Deus, não há outros detalhes. Por exemplo, se compararmos aos Três Deuses da antiguidade, esse “deus” da Igreja é muito mais obscuro e vago. Quando nós pensamos nesses dois aspectos juntos, tudo fica muito mais estranho.

— O que você quer dizer? — Roland perguntou, chocado.

— A Igreja parece ter surgido do nada.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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