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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 260 – Sabonete e Licor

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O sol estava se pondo nas montanhas ao oeste, enquanto a onda de calor e o som das cigarras diminuíam aos poucos. No entanto, o castelo ainda estava um pouco abafado, bem diferente de Ilha Adormecida, que era rodeada pelo mar.

Chegando dos testes, Evelyn, que estava coberta de suor, subiu até o segundo andar e abriu a porta do quarto, sentindo o ar fresco, devido ao salitre, a envolver.

— Parece que você teve um dia bastante longo com os testes. — Uma mulher, que aparentava ser bastante madura e responsável, de cabelos negros, perguntou com um sorriso — E então, como foi?

Era Pergaminho. Ela era a bruxa mais velha da Associação Cooperativa das Bruxas e uma veterana muito amistosa. Bastou apenas um dia para Evelyn sentir o carinho e o cuidado que ela tinha para as demais bruxas.

— Eu… não sei. — Evelyn disse com um pouco de frustração — As outras fizeram vários testes, enquanto Sua Alteza só me fez algumas perguntas. Será que… ele acha que eu sou uma inútil?

Pergaminho serviu a Evelyn um copo de água gelada, enquanto dizia:

— Sua Alteza Roland disse uma vez para nós que não existe habilidade inútil, somente uma habilidade mal aproveitada. Então, relaxe, você não precisa se preocupar com isso.

— Mas… — Evelyn pegou o copo e disse, hesitante.

— Você está com medo de ser mandada embora, caso sua habilidade seja inútil, não é mesmo? — Pergaminho disse enquanto sorria gentilmente — Se fosse a antiga Associação, até que isso seria possível, mas lhe garanto que não é o caso de Sua Alteza, pois ele jamais tratou as bruxas de maneira diferente. Não é mesmo, Beija-flor?

A garota que procurava roupas no armário olhou para cima e disse:

— É verdade. Assim como eu, Lunna, Lily e Nana não tinham nada para fazer recentemente, então Sua Alteza nos encorajou a jogar Gwent para aliviar o tédio.

— Aliviar o tédio? — Evelyn perguntou com uma expressão surpresa.

— Sim, não é incrível? Se tiver alguma coisa para fazer, a gente deve trabalhar duro, mas se não tiver nada, a gente pode jogar à vontade, bem, foi isso o que ele disse pra mim. — Beija-flor fez uma pausa e continuou — No entanto, acho que Sua Alteza ainda gosta mais de umas que de outras, pois aparentemente ele trata Anna melhor que nós.

— Ela foi a primeira bruxa que ele conheceu, então é claro que eles estariam mais próximos um do outro. — Pergaminho levantou e deu um peteleco na cabeça de Beija-flor — Vamos, arrume suas coisas, ou não vai ter mais água. — Pergaminho olhou para Evelyn e disse — Vamos, venha conosco.

— E onde estamos indo? — Evelyn perguntou chocada.

— Tomar um banho. — Pergaminho sorriu — Não há nada mais gostoso do que tomar um banho debaixo do chuveiro no verão.

Quando Evelyn entrou no banheiro grande com as duas, ela acabou dando um gritinho de surpresa com a mão na boca. Parecia que ela tinha acabado de entrar em uma pradaria, com as nuvens e montanhas pintadas realisticamente nas paredes e teto à frente, e o pôr do sol brilhando através da janela do banheiro, refletindo nas paredes pintadas, dando às nuvens um toque de dourado.

— Isto…

— É a obra-prima de Soraya. — Pergaminho riu — Esta não é uma daquelas pinturas tradicionais, basta você tirar os sapatos e sentir.

Evelyn colocou cuidadosamente as sandálias de madeira na sapateira ao lado da porta e, tocando os pés na “grama”, imediatamente entendeu o significado por trás das palavras de Pergaminho. A delicada sensação sob seus pés era como uma grama densa com a ponta cheia de gotículas de água, como se tivesse acabado de chover muito.

Pergaminho tirou a roupa e desamarrou seu rabo de cavalo, deixando seus lindos cabelos pretos caírem sob seus ombros. Ela caminhou em direção à parede e girou uma espécie de chave estranha, então subitamente começou a “chover”, com diversos fios de água que a rodeavam. Os fios de água estavam saindo de algo cheio de furinhos.

— E então? Não é fantástico? — Beija-flor passou algo para ela — Isto é um produto de banho inventado por Sua Alteza e é maravilhoso usá-lo durante o banho. Venha, vou te ensinar como usar isso.

Quando Evelyn retornou ao quarto, ela sentia seu corpo inteiro um pouco mais leve.

Ela nunca tinha experimentado um banho tão confortável. Toda a sensação pegajosa de repente foi embora quando ela esfregou o sabão perfumado, chamado de sabonete, em seu corpo, fazendo muitas bolhas. Após enxaguar naquela espécie de chuva, tudo parecia extremamente refrescante e suave. Quando ela vestiu suas roupas limpas, o ar quente parecia ter ficado mais frio. Ela podia sentir o aroma de rosas que exalava de sua pele quando ela levantava os braços.

Esta é a vida cotidiana das bruxas da Associação? — Evelyn se perguntava.

Evelyn achou tudo isso muito incrível. Ela nasceu na periferia da Cidade Real de Castelo Cinza. Sua família administrava uma taverna, e embora os clientes fossem em sua maioria fazendeiros, os tópicos das conversas eram, quase sempre, sobre os nobres da cidade e seu estilo de vida. Ela ouvia muitas histórias quando servia bebidas alcoólicas aos clientes, inclusive sobre uma banheira dourada cheia de vinho, e também de uma banheira cheia de leite com pétalas de rosa. No entanto, todas essas coisas não se comparavam com a sensação que ela teve no banho de hoje. Pelo menos, Evelyn não achava que tomar banho com leite ou vinho fosse tão confortável assim.

Tendo em conta que o dono do castelo era um príncipe verdadeiro, Evelyn achava normal que ele quisesse ter conforto. No entanto, era difícil para ela imaginar que as bruxas também poderiam ter um estilo de vida semelhante aos nobres. Para uma bruxa sozinha no mundo e caçada pela igreja, viver uma vida simples e pacífica já era algo a ser considerado um luxo.

— Está com fome? Vamos, está quase na hora do jantar. — Pergaminho, que já havia secado e trançado novamente os cabelos, aproximou-se e a chamou.

A mesa comprida de madeira do salão de entrada do primeiro andar estava cheia de todos os tipos de pratos. Evelyn contou grosseiramente. Havia seis pratos de carne com creme de ovo cozido no vapor, sopa de legumes e cogumelos grelhados. Não estava muito diferente em comparação com a festa de boas-vindas na noite passada.

Quando todas as bruxas sentaram, elas logo começaram a comer. Evelyn percebeu que algumas delas usavam um par de palitos para pegar a comida, além de garfo e faca. Sua Alteza comia da mesma forma, ele raramente usava a faca e o garfo. Os palitinhos iam para cima e para baixo, pegavam toda a comida e pareciam muito práticos. Não havia aqueles pedaços enormes de carne de boi, nem mesmo pato ou frango inteiros na mesa, tudo era diferente da comida que ela servia na taverna. O bife era cortado em pedaços pequenos, os ossos já estavam retirados e o pernil de javali podia ser comido diretamente.

Príncipe Roland, Sua Alteza, de repente bateu palmas quando o jantar terminou.

— Eu desenvolvi recentemente duas coisas novas que pretendo vender futuramente, e acredito que serão bastante populares. Eu gostaria que vocês experimentassem, depois me dissessem o que acharam.

— E o que são? É de comer?

— Oh, eu quero experimentar.

— Eu também, pruu!

As bruxas da Associação Cooperativas das Bruxas ficaram bastante animadas. Evelyn olhou para Pergaminho sem saber o que pensar, então Pergaminho sorriu e começou a explicar baixinho para ela:

— Sua Alteza muitas vezes inventa algumas coisas novas, como o sabonete que você usou agora, perfumes, pauzinhos, sorvete e outras coisas. Antes de colocar para vender oficialmente, ele sempre pede para nós experimentarmos antes.

— Coff, coff. — O Príncipe Roland limpou a garganta e disse — A primeira coisa é o licor branco. Ele tem um sabor mais adocicado e rico que o da cerveja e do vinho, mas também é muito mais forte. Portanto, as bruxas menores de idade não podem beber.

— Vossa Alteza, isso é preconceito! — Raio gritou — Eu posso beber mais do que os marinheiros adultos!

— É mesmo? Ainda assim você não pode beber.

— Ahh! — Raio fez um beicinho. Roland continuou provocando, fazendo com que os atendentes servissem o licor branco para as bruxas adultas.

Havia também três taças na frente de Evelyn. O licor em cada uma das taças era diferente. Uma delas parecia água, transparente e incolor, enquanto outra parecia ser leite, e a última era de uma cor laranja, translúcida e brilhante. Sob a bruxuleante luz de velas, ela percebeu que o líquido na última taça ainda possuía algumas coisinhas flutuando, como se fossem pequenos pedacinhos de frutas, indicando que não havia sido filtrado.

— Aqui você tem o licor branco com suco de maçã, licor branco com leite e licor branco puro. — Roland disse a Evelyn sorrindo — Se você quiser, pode colocar alguns cubos de gelo. Quanto mais gelo tiver, mais suave será o sabor. Ouvi dizer que você costumava ficar em uma taverna na Cidade Real de Castelo Cinza, e que sua habilidade é a de produzir diferentes tipos de bebidas alcoólicas. Por isso, gostaria de saber a sua opinião sobre esses novos licores.

O coração de Evelyn não pôde deixar de palpitar. Ela pegou a taça com o licor laranja e tomou um gole. Assim como Sua Alteza disse, o sabor do licor era mais forte que o da cerveja, e até mesmo esquentava a garganta. Ela podia sentir um toque amargo na ponta da língua, mas o sabor da maçã havia diluído seu impacto e, finalmente, o sabor suave e intrínseco da bebida percorreu sua boca. Foi a primeira vez que ela provou uma bebida alcoólica tão boa.

O licor branco com leite foi mais suave que o anterior, e o gosto amargo quase não podia ser sentido. Evelyn conseguiu sentir o sabor do que parecia ser um pouco de mel ou açúcar, além do leite, e a mistura de tais sabores junto com o licor, criou algo totalmente novo para seu paladar.

Evelyn estava cheia de expectativas quando pegou a última taça. Ela tomou um pequeno gole e a sensação de queimação de repente passou pela sua língua até sua garganta. Era exatamente como ela esperava, não havia outro sabor, somente o sabor amargo da bebida. Após a sensação de ardência passar, ela sentiu um leve toque doce no meio do gosto amargo.

— Todos os licores… têm um gosto inesquecível. — Evelyn colocou a última taça na mesa e respirou fundo — Vossa Alteza, algumas pessoas podem não gostar deste último devido ao gosto forte, mas acredito que as pessoas, as que realmente gostam de beber, não irão conseguir resistir.

— É trial? — Roland riu — Isso é ótimo, mas esse ainda não é o licor mais forte que eu tenho disponível, e sei que posso melhorar ainda mais essa característica. Você gostaria de experimentá-lo depois?

Será que ele me escolheu somente para testar seus licores? — Embora Evelyn ainda estivesse confusa, ela respondeu:

— Sim, Vossa Alteza.

Depois que todas as taças e pratos foram retirados, Sua Alteza, o Príncipe Roland, ordenou aos atendentes que trouxessem algumas caixas e as colocassem na longa mesa.

— E esta é a última coisa que eu gostaria que vocês experimentassem. Um pequeno presente para algumas de vocês. — Ele fez uma pausa e continuou — É uma peça especial de roupa.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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