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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 321 – Leis de Vila Fronteiriça

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Roland foi acordado pelo frio no início da manhã. Ele se levantou de sua cama gelada, vestiu um casaco de lã e colocou os pés em um balde de água morna.

Esse era o tipo de “privilégio” que só ele podia desfrutar por ser um príncipe. Todas as manhãs, as empregadas colocavam um balde de água morna ao lado da cama e também deixavam uma toalha limpa e uma xícara de leite morno. Dessa forma, seu corpo poderia recuperar rapidamente o calor.

É claro, Roland ainda lançava mão de muitos privilégios, se comparado aos grandes nobres que frequentemente usavam seus servos para aquecer suas camas. O antigo príncipe trouxera sua empregada-chefe, Tyre, exatamente por esse motivo, mas infelizmente “morreu envenenada” antes de se divertir. Roland não era a favor dessa prática e, assim, entregou o cargo de empregada-chefe para uma mulher mais velha, solteira e experiente. No fim das contas, ele avaliou que a decisão foi correta. Embora o castelo esteja acomodando muitas bruxas no momento, todos os cômodos estão sempre limpos e organizados.

As chamas da lareira haviam sumido, deixando apenas restos de cinzas brancas. Rajadas de vento frio se espremiam pelas fendas da janela e acertavam as costas de Roland, fazendo-o arrepiar-se. Era difícil acreditar que ainda estivesse no meio do outono. Roland enxugou os pés, limpou-se com outro balde de água morna e depois se aproximou para fechar a janela que havia sido deixada aberta durante a noite.

Embora usar lareiras abertas fosse muito comum durante esta era, Roland estava um pouco preocupado com o envenenamento por monóxido de carbono e, por isso, sempre deixava a janela meio aberta quando fosse dormir. Durante a primeira metade da noite, a temperatura do quarto ficava razoavelmente quente, mas à medida que a lenha era queimada, a temperatura se tornava semelhante à do ar livre nas primeiras horas da manhã.

Eu preciso resolver esse problema. — Roland pensou — Ou não vou conseguir dormir no inverno.

Depois do café da manhã, ele levou Rouxinol, o Cavaleiro-chefe e um grupo de guardas até a área da muralha para realizar uma inspeção de rotina.

Havia um enorme pedaço de grama entre a muralha nova e a antiga, só que agora estava com uma camada branca por cima. Enquanto caminhavam sobre a neve espessa, eles podiam ouvir um rangida sob seus pés.

Roland levantou a cabeça e viu que o céu estava um pouco cinza. Neste momento, um floco de neve caiu em seu pescoço, dando uma sensação gélida. Ele sabia que esse clima provavelmente duraria até a próxima primavera… ou até um pouco mais.

— Como está a situação na nossa linha de defesa?

— Muito melhor do que a da última vez. — Carter Lannis parecia estar perfeitamente calmo — A maioria dos soldados do Primeiro Exército tem experiência de batalha e carrega fuzis de repetição. Um espaço de cem metros da muralha requer apenas dez guardas para suprimir as bestas demoníacas que surgirem. Além disso, a nova muralha é mais alta que antiga, então, mesmo os lobos demoníacos terão dificuldades para pular por cima, tornando-se um bom alvo para a prática de tiro de nossos soldados. Enquanto as bestas híbridas não aparecerem, é impossível que nossa linha de defesa seja sobrepujada.

— Ótimo.

Quando Roland subiu ao topo da muralha, os soldados levantaram a cabeça e estufaram o peito para cumprimentá-lo. A julgar pelo espírito deles, Roland podia notar claramente a enorme diferença entre os soldados de hoje e os primeiros milicianos de um ano atrás. Naquele inverno, embora a milícia estivesse em fila, defendendo a muralha com suas lanças erguidas uniformemente, eles não passavam essa ideia de unicidade e de reflexo condicionado. Seus olhos pareciam sem vida, seus movimentos eram rígidos, e se alguém notasse com cuidado, perceberia que as pernas de muitos tremiam.

Desta vez, a confiança emanava dos soldados como um todo, mas principalmente do olhar de cada um. Depois de saudar, eles voltaram a olhar para a frente, retornando à sua função, que era observar o campo de batalha.

Enquanto olhava ao longo das muralhas da vila para o início da Floresta das Brumas, Roland percebeu que o local estava cheio de vida.

As residências temporárias construídas para os servos e refugiados estavam situadas nessa área. Quando Roland olhou para baixo do topo da muralha, viu que várias ruas longas estavam dispostas paralelamente como ondas. Ao longo de cada uma dessas ruas estavam construídas 10 ou mais casas, muito semelhantes à uma caverna. As grossas paredes de terra mantinham a temperatura do interior e, junto com camas de tijolos e mantas de linho, os habitantes poderiam viver sem temer o frio.

Todo o assentamento foi dividido em dois. A metade mais próxima da muralha se chamava Lado Oeste, e foi dada aos refugiados. A outra metade, mais próxima da Floresta das Brumas foi chamada de Lado Leste, reservada para os servos.

Todos os dias, a Prefeitura mandava homens para distribuir comida e carvão. Em troca, os refugiados executavam tarefas logísticas para o Primeiro Exército, que vigiava as muralhas. Quanto aos servos, a maioria já havia armazenado trigo suficiente para si. Exceto alguns trabalhadores que saíam para encontrar outros empregos e ganhar um pouco de dinheiro extra, o resto dos servos raramente saía de suas casas quentes.

De repente, uma discussão acalorada foi ouvida na direção do Lado Leste. Roland olhou para onde o som parecia estar vindo, apenas para ver um grupo de pessoas reunidas na estrada principal no centro da área residencial, discutindo em voz alta sobre alguma coisa. Um deles usava um uniforme azul e branco, o que indicava que ele era um funcionário da Prefeitura. A discussão logo se transformou em uma briga. Dois grupos de pessoas lutaram uns contra os outros, transformando a cena em uma confusão.

— Vossa Alteza? — Carter perguntou.

— Vamos lá dar uma olhada. — Roland assentiu.

Roland e sua equipe foram para o local da briga. O Cavaleiro-chefe assumiu a liderança, atacando diretamente a turma que brigava. Com dois ou três golpes, ele rapidamente subjugou vários dos baderneiros mais desordeiros. Os guardas de Roland sacaram suas espadas e pediram a todos que parassem de lutar. A situação foi controlada rapidamente.

Quando os dois grupos de civis descobriram que a parte que chegava não era outro senão o próprio Lorde, eles se ajoelharam no chão de uma só vez.

— Qual o seu nome? — Roland olhou fixamente e franziu a testa para o funcionário, que estava com duas marcas de soco no rosto — O que aconteceu aqui e quem te atacou primeiro?

— Vossa Alteza, eu sou Khoya Harvie. — O funcionário respondeu com uma voz estridente enquanto cobria o rosto — Foi aquele maldito refugiado que está com uma camisa de linho marrom quem me bateu primeiro! Eu estava distribuindo comida quando ele pulou em cima de mim feito um vira-lata sarnento!

O refugiado, a quem Khoya apontou, ergueu a cabeça e retrucou:

— Vossa Alteza, isso não procede. Esses oficiais estão conspirando com os servos para nos chantagear. Eles estão nos cobrando por cada porção de mingau, só que, se me lembro corretamente, o senhor prometeu que o mingau seria distribuído de graça.

Roland ficou um pouco surpreso. Os refugiados da Região Leste já haviam sido verificados pela Prefeitura, e todos aqueles que eram artesãos, ou possuíam habilidades especiais, ou eram alfabetizados, haviam sido selecionados. Em princípio, o restante dos refugiados deveria ser apenas de camponeses. No entanto, a julgar pela maneira de falar e vocabulário desse refugiado, ele não parecia em nada com um camponês.

Já o funcionário da Prefeitura perdeu a compostura e falou palavrões. Em suma, uma total decepção. De seu nome e sobrenome, Roland podia adivinhar que ele era provavelmente um cavaleiro que prometeu lealdade ao Duque Ryan.

— De fato, eu disse exatamente isso, que antes do seu povo ser oficialmente incorporado a Vila Fronteiriça, as casas e o mingau seriam fornecidos gratuitamente. — Roland repetiu suas palavras na frente de todos os refugiados — E até hoje nada mudou, minha palavra continua a mesma.

— Vossa Alteza é benevolente!

— Viva o Lorde!

— Obrigado, Alteza!

Os refugiados se curvaram e exclamaram.

O rosto de Khoya Harvie ficou pálido ao mesmo tempo.

— No entanto, dentro do meu território, lutar e ferir os outros é sempre uma ofensa, especialmente agredir um funcionário da Prefeitura. — Roland fez um sinal para seus guardas — Prendam todos os refugiados e servos que brigaram, e os levem para o castelo. Eu mesmo cuidarei deste caso. — Depois de uma breve pausa, ele olhou com interesse para Khoya — Eu também gostaria de saber o porquê de você estar cobrando pelo mingau.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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