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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 214 – Viagem para a Cidade Real de Castelo Cinza

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A frota mercante seguiu um afluente do Rio Vermelho no caminho para o norte e, depois de passar por Cidade da Prata, entrou no Grande Canal que deságua na Cidade Real de Castelo Cinza.

Theo lembrou-se de ter lido uma vez nas “Crônicas de Castelo Cinza” que há duzentos anos, tudo por aqui era um grande território selvagem. Para transportar a prata minerada para a capital do Reino, Wimbledon I havia convocado muitos pedreiros e quase dez mil serventes. Depois de vinte anos cavando, eles finalmente abriram uma conexão direta entre as minas de prata e a Cidade Real do reino. No entanto, durante o processo de construção, uma nova cidade também se formou gradualmente em torno das minas de prata, posteriormente nomeada pelo último rei como Cidade da Prata.

Mas as terras que apareciam em sua frente eram completamente diferentes da visão de duzentos anos atrás, pois não haviam mais florestas e terras inexploradas, em vez disso, ambos os lados já haviam sido cobertos por exuberantes campos agrícolas, que se transformaram lentamente em uma aldeia. Ao ver essa cena, Theo pensou na Avenida Real1Você pode relembrar toda essa discussão lá no capítulo 202. Ainda não possuía esse “nome oficial”., que conectava Vila Fronteiriça e Forte Cancioneiro. Quando essa estrada for concluída, ele acreditava que as colinas dos arredores também se tornariam mais densamente povoadas.

— Ouvi dizer que você já morou na Cidade Real de Castelo Cinza? — De repente, uma voz feminina soou por trás dele.

Quando Theo virou a cabeça, viu que a voz pertencia a Margaret, proprietária da caravana. Ele assentiu com a cabeça:

— Antes de me tornar um guarda do palácio, vivi no centro da cidade.

— Como você se sente retornando à sua antiga casa?

— Honestamente falando, não faz muita diferença. — Theo disse — Se não fosse pela ordem de Sua Alteza Real, preferiria ficar em Vila Fronteiriça. Embora a Cidade Real pareça ser um lugar animado, as pessoas acabam se sentindo sufocadas vivendo lá.

Especialmente para os mais pobres e os da baixa nobreza. — Theo pensou.

— É mesmo? — Margaret sorriu — O quanto você sabe sobre Roland, digo, Sua Alteza Real?

— Por que a pergunta? — Theo sentiu um calafrio e seu coração acelerou.

— É que eu acho Sua Alteza uma pessoa realmente incrível. Claro, muitos rumores ruins de Roland espalharam-se pela Cidade Real de Castelo Cinza e você também deve tê-los ouvido. No entanto, em Vila Fronteiriça não é nada como esses rumores dizem, seu comportamento e ideias são imprevisíveis. — Margaret pausou por um momento e depois continuou — Tendo em vista a construção do motor a vapor, posso afirmar que Sua Alteza é uma pessoa muito bem instruída. Mas por que até mesmo seus soldados são tão diferentes?

Falando sobre o Primeiro Exército, Theo olhou na direção dos soldados que estavam sentados no convés. Como os soldados precisavam executar sua missão na mais completa furtividade, eles não estavam equipados com armas de fogo, nem estavam vestindo seu uniforme militar, em vez disso, todos usavam diferentes armaduras de couro e equipavam-se com lanças de madeira nas costas. Para todos os efeitos, eles eram uma guarda comum que toda caravana contratava. Para a maioria deles, essa foi a primeira vez em que estavam tão longe da Região Oeste, e por isso, todos estavam olhando ao redor com muita curiosidade e falando uns com os outros sobre o que viam. Mesmo assim, nenhum deles sequer tirou o sapato, baixou a guarda ou mesmo desprendeu a lança de suas costas.

Por outro lado, muitos dos mercenários da caravana, para evitar o sol, deixaram o convés e entraram na cabine, restando apenas três ou quatro pessoas no convés que, por sua vez, tiraram os sapatos e sentaram no chão, fazendo uma sombra com as mãos para cobrir os olhos.

— Eu também não sei. — Theo respondeu relutantemente.

Não era como se ele estivesse tentando esconder algo, era simplesmente porque ele não sabia a resposta. Depois de chegar em Vila Fronteiriça, o 4º Príncipe tornou-se muito diferente em relação ao seu comportamento anterior na capital.

— Provavelmente, o comportamento anterior de Sua Alteza era somente um disfarce.

— É mesmo? — Margaret não disse nada mais, ficando em silêncio por um momento e então, de repente, estendeu a mão e apontou para longe — Olhe, lá está a muralha da cidade. Chegaremos em breve.

Ao longe, Theo conseguia distinguir uma linha cinza que, no momento, ainda estava um pouco turva. Entretanto, apenas olhar para isso fazia Theo sentir a magnificência das muralhas da cidade. Elas carregavam o nome da Guilda dos Pedreiros2[2] Você também pode lembrar dessa história de volta no capítulo 10., já dissolvida, como sua obra principal e mais renomada. Tanto a altura como a espessura eram inigualáveis ​​no Reino de Castelo Cinza. Ele tinha ouvido até mesmo que as muralhas tinham quartos e canais que ofereciam lugares para quase mil soldados descansarem, tornando possível garantir uma patrulha ininterrupta e um suporte rápido.

Quando as muralhas ficaram claras para Theo, os diversos fugitivos também entraram em seu campo de visão. Muitos civis estavam reunidos nos arredores da Cidade Real de Castelo Cinza. Eles construíram galpões simples ao longo das muralhas. Frente aos galpões, haviam vários lugares emitindo fumaça. Aparentemente, eles estavam cozinhando mingau de arroz. Por enquanto, o alimento não havia sido um problema e as expressões faciais destes fugitivos estavam boas e saudáveis. Mas a ajuda da Cidade Real era apenas passageira, tudo era questão de benefícios, e terminando a integração de algumas destas pessoas às forças nobres locais, o restante seria afastado pelas tropas.

— Como você planeja cumprir sua missão? — Margaret perguntou com curiosidade — Fará com que soldados atraiam pessoas por meio de propaganda?

— Não, este plano teria uma baixa eficiência. Além disso, seria muito fácil chamar atenção indesejada dos outros. — Theo balançou a cabeça — Se você quer fazer algo na Cidade Real, você precisa subornar um funcionário ou contratar alguns ratos. Acredito que você deve conhecer todo esse procedimento muito bem.

— Claro. — Margaret riu — Eu queria ajudá-lo com uma ou duas palavras, mas parece que é desnecessário. Então, se você precisar de dinheiro, basta me pedir. — Margaret entregou a Theo uma insígnia — Ao ver um gerente de qualquer uma das minhas lojas, você pode mostrar essa insígnia e imediatamente eles entrarão em contato comigo. Além disso, caso precise de uma quantia inferior à cem peças de ouro, você pode pegar diretamente com eles.

— Obrigado. —  Theo pegou a insígnia. Era uma pedra vermelha com certas palavras incrustadas em um idioma que ele não conhecia.

— Não precisa ser tão educado. — Ela riu — O dinheiro será reembolsado por Sua Alteza, com juros.

Depois de chegar no cais do canal, Theo ordenou aos soldados do Primeiro Exército para ficarem nos arredores e esperarem por notícias. Eles só tinham uma única tarefa, a de não serem vistos pelas patrulhas da Cidade Real, evitando-os o máximo possível. Theo e um outro soldado, seu braço direito, entraram na cidade juntos com a caravana.  No portão, ele observou que a inspeção dos guardas se tornou muito mais estrita do que antes. Aparentemente, eles não permitiriam a entrada de fugitivos da Região Leste.

Depois de entrar na cidade, a primeira coisa que Theo viu foi uma fileira de forcas. Quatro mulheres estavam penduradas pelo pescoço, com as mãos amarradas nas costas, emitindo um cheiro horrível devido à sua exposição ao sol escaldante. Ao ver essa cena, Theo imediatamente franziu a testa.

— Timothy está realizando uma caça às bruxas na cidade, e estas são as infelizes que foram pegas. — Margaret suspirou — Bem, elas não são exatamente bruxas. Algumas delas são simplesmente objetos que a aristocracia jogou fora depois de usar e abusar, notoriamente aproveitando esta oportunidade para descartá-las. Não sei o que seria melhor, continuar sendo prisioneira em um quarto escuro, ou ser logo enforcada e se livrar de todo esse sofrimento. De qualquer maneira, o que eu desejo agora é que elas descansem em paz.

Durante o último semestre em Vila Fronteiriça, Theo tinha percebido que as bruxas não eram tão imperdoáveis ​​como a Igreja pregava e que, exceto por suas estranhas habilidades, não havia diferença entre elas e as pessoas comuns. Olhando para os corpos das mulheres penduradas na forca, ele poderia determinar que a menor delas tinha apenas cerca de 14 a 15 anos de idade. Ao perceber isso, seu coração apertou, sua garganta secou e um sentimento sufocante o envolveu. Era difícil evitar.

Nenhuma grande mudança havia ocorrido nestes seis meses. Com exceção da estrada principal, pavimentada com pedras azuis, que levava ao portão da cidade, todas as outras estradas laterais e vielas ainda eram de terra. Agora, sob o sol quente do verão, o chão estava coberto de rachaduras, fazendo com que toda carruagem que passasse pelo local, levantasse um monte de poeira no ar. Era bem inesperado e difícil de entender como as construções de uma vila desolada na fronteira, pudessem superar as da capital do reino.

Depois de atravessar duas ruas, a caravana entrou na área de comércio. Em vez de seguir, Theo se despediu de Margaret e entrou sozinho em um beco.

Chegando à entrada familiar da taberna Toca do Trompetista, ele imediatamente abriu a porta e entrou.

— Ei, a taverna só vai abrir à noite! — Alguém gritou.

Theo os ignorou e foi direto para o bar. Ao parar na frente do homem forte, um barman que estava limpando as taças de vinho, ele disse com entusiasmo:

— Ainda se lembra de mim?

— Quem diabos é você? Não ouviu que a taverna só abre à noite? — Ele impacientemente colocou a taça no lugar, mostrando uma expressão sombria, enquanto dois garçons, que estavam limpando as mesas e cadeiras do bar, também se aproximavam para cercá-lo — Agora vou contar até três, um, d… Sir Theo?

— Hehe, sou eu. — Theo cuspiu no chão — Eu tenho um bom negócio para oferecer a você.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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