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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 168 – Passado

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— Some da minha frente, sua mendiga imunda!

Um homem empurrou ela com força, mas ela ainda ficou de pé. Ela observou que o homem cambaleou e recuou um pouco. A expressão pomposa no rosto daquele homem desapareceu. Ele olhou para ela e foi embora.

Ela continuou se movendo pela multidão com indiferença. Assim que olhavam para ela, toda maltrapilha, a maioria das pessoas fazia uma cara feia e tentava de toda forma evitá-la. Entretanto, a multidão era enorme, e as pessoas passavam sem parar. O centro da Cidade Real de Castelo Cinza não possuía um muro, como era tradicional em outras cidades, tão pouco possuía um portão para as pessoas entrarem. Na verdade, existia uma entrada simbólica feita de madeira e grinaldas, com guardas de armaduras protegendo ambos os lados. A armadura destes guardas era requintada e refletia a luz que brilhava no céu. Os adornos de águias pareciam ter vida, e os olhos das águias, em especial a íris, eram todos esculpidos em relevo. As garotas sempre ficavam caidinhas pela imagem imponente dos guardas, bem como os seus rostos bonitos.

Os mantos de veludo vermelho eram tão longos que se estendiam até o chão, assemelhando-se de longe a uma parede vermelha. Na entrada para o centro da cidade, os nobres se vestiam de forma magnífica e sempre tinham o cuidado de deixar um belo espaço vazio entre eles e as pessoas comuns do povo.

As bandeiras nas calçadas estavam esvoaçantes ao vento. Várias bandeiras douradas estavam penduradas no topo do mastro, conferindo uma sensação de grandeza. As bandeiras bordadas tinham diferentes emblemas. O mais comum era a torre alta com uma lança. Ela sabia que este emblema representava a Realeza do Reino de Castelo Cinza, o anfitrião da cerimônia de hoje.

Afinal, esta era a cerimônia de passagem para a idade adulta da Princesa Tilly Wimbledon.

Uma semana antes, o anúncio para esta cerimônia tinha causado um alvoroço bastante animado. Todos na cidade sabiam sobre essa cerimônia. Além da nobreza local do Reino de Castelo Cinza, havia alguns grupos de embaixadores de outros Reinos. Todos eles trouxeram presentes e propostas de casamento, na esperança de conquistar a admiração da Princesa Tilly e da Família Real.

A Igreja tinha enviado um bispo para conduzir a cerimônia da Princesa Tilly. A cerimônia seria realizada na Praça do Amanhecer no centro da cidade. A Família Real iria distribuir mingau de carne e sopa, e foi exatamente por isso que a cerimônia atraiu tantas pessoas.

No entanto, ela não tinha vindo comer. Seu objetivo era o arcebispo.

A Igreja seria tomada pela vergonha, se o seu próprio arcebispo fosse assassinado na frente de todos na capital do Reino. A doce alegria da retaliação dava a ela um forte sentimento de completude e satisfação. Ela tocou seu próprio peito, pois ali, ela escondera uma pequena faca roubada. Embora a faca fosse de péssima qualidade, seria o suficiente para matar uma pessoa comum.

Entretanto, os aplausos da multidão interromperam seus pensamentos. Ela olhou para o centro da cidade. O destacamento de Cavaleiros marchava com extrema organização. Os Cavaleiros que estavam na frente do destacamento pareciam todos glamorosos, com seus mantos vermelhos esvoaçantes atrás deles, como chamas dançantes.

Quatro cavalos puxavam a carruagem atrás dos Cavaleiros. Os emblemas da Família Real do Reino de Castelo Cinza estavam esculpidos nas laterais da carruagem. As rodas e chassis estavam pintados de dourado. As bandeiras vermelhas brilhavam e dançavam ao vento no topo da carruagem, e fios de seda dourada estavam pendurados nos quatro cantos. Num relance, todo o destacamento parecia um oceano dourado em movimento.

A multidão começou a se mover para a Praça do Amanhecer com as carruagens. Ela ficou na linha que dividia a praça da multidão. Os soldados estavam guardando a parte interna da praça, pois somente a nobreza poderia assistir à cerimônia de perto. Ela estimou que levaria apenas alguns segundos para chegar até a praça correndo. Assim que o arcebispo entrasse na praça, ele não seria capaz de evitá-la.

As pessoas da Família Real começaram a descer da carruagem. Os cinco filhos do Rei Wimbledon III foram caminhando lentamente em direção ao centro do palco cerimonial.

Entre eles, ela viu a princesa mais nova, Tilly Wimbledon.

Sem dúvida, a Princesa Tilly era a heroína do dia. Havia uma luz brilhante em seus olhos, cristalina como uma pedra preciosa. Seu cabelo grisalho comprido estava com um penteado simples, sem qualquer decoração. Sua aparência era a mais excepcional de seus irmãos. A decoração em seu vestido era simples, elegante e bem adequada à sua aura. E o mais incrível, a Princesa Tilly começou a olhar para ela, e a encarou no meio de toda aquela multidão. Então, a Princesa Tilly assentiu como se estivesse cumprimentando ela, e sorriu levemente.

Isto não era uma ilusão. Ela sentiu a mesma sensação, naquele momento, uma sensação de intimidade como se elas se conhecessem há anos. Doce e quente. Essa intimidade não era de sangue, identidade ou status social. Era da ressonância do poder mágico.

Ela soltou o cabo da faca que estava apertando com força e começou a assistir a garota no palco, em silêncio.

No final da cerimônia, dois guardas foram ao seu encontro. Eles queriam levá-la para o palácio. Se ela quisesse recusar, os guardas não seriam capazes de impedi-la. No entanto, ela não perguntou nada e saiu do centro da cidade com os dois guardas, entrando no fascinante palácio por meio de uma rua estreita.

Em uma câmara secreta no palácio, ela ficou na frente para a Princesa Tilly.

— Entendi.

— Esta é uma história verdadeiramente lamentável.

— Então, foi assim que você veio parar aqui no Reino de Castelo Cinza.

— Não se preocupe. Você não precisa morar mais na rua. De hoje em diante, você irá me acompanhar.

— Sim. Vamos mudar um pouco sua aparência. Vou me certificar de que ninguém poderá reconhecer você.

— Eu já investiguei. O mosteiro foi destruído por um grande incêndio. Todas as crianças sumiram. Todo o prédio foi deixado em ruínas e cinzas.

— Você tem um nome?

— Então, vou chamar você de Cinzas.

Cinzas abriu os olhos. A primeira coisa que ela viu foi o rosto de Maggie.

Maggie piscou e, em seguida, correu para abraçá-la.

— Você finalmente acordou!

Cinzas tentou mover seu dedo. Ela não sentiu a impotência ou dormência esperada. Ela também já não sentia dor em sua cintura.

— Quanto tempo eu estive em coma?

— Uma tarde inteira. — Maggie disse — Nana me disse que eu poderia acordar você assim que você estivesse curada, mas ela também disse que seu corpo estaria bastante cansado. Seria melhor eu deixar você descansar, pois assim você iria acordar com muito mais energia.

Cinzas fez um cafuné na cabeça de Maggie e, lentamente, sentou-se na cama. Ela levantou suas roupas e descobriu que sua cintura estava intacta. A enorme ferida era como um pesadelo que tinha desaparecido ao acordar.

— Como ela me curou?

— Eu acho que você não quer saber. — Maggie mordeu os lábios, mas vendo a insistência nos olhos de Cinzas, ela explicou — Eles pegaram seus… humm, seus pedaços e colocaram de volta no seu estômago. Então Nana usou seu poder mágico para fazer seus pedaços voltarem ao normal. Raio me disse que quanto mais pedaços a gente junta, mais rápido Nana consegue curar. Se perder um pedaço, Nana não será capaz de fazer este pedaço nascer de novo.

Cinzas sentiu um arrepio.

— Então, a sujeira, a terra, a grama…

— Toda a sujeira foi tirada quando a ferida foi curada. O poder de Nana é capaz de diferenciar os pedaços necessários e desnecessários.

Cinzas ficou aliviada. Ela levantou da cama e tentou sentir o poder em seu corpo. Assim como Nana tinha dito, depois de seu longo descanso, Cinzas não sentia qualquer problema ou fraqueza. Em vez disso, ela sentiu que seu poder estava ainda mais forte do que antes.

Cinzas pôs novamente seu manto negro, olhou a cor do céu pela janela e caminhou em direção à porta.

— Onde você vai? — Maggie perguntou.

— Vou ver o Príncipe Roland. — Cinzas disse sem olhar para trás.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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