Dark?

Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo

Todos os capítulos em Liberte Aquela Bruxa
A+ A-

 

A fabricação das armas para a artilharia avançava de forma constante. A segunda leva de canhões já entrou na fase de perfuração, enquanto a terceira leva ainda estava na fase inicial de coleta de materiais.

Com sorte, Roland poderia ter uma linda gama de quatro canhões de 5kg[1] após um mês do início da fabricação. Não havia dúvida de sua superioridade em termos de poder de fogo. Mas a questão agora era como ele poderia transformar essa vantagem em uma vitória certa. Roland ainda estava se esforçando para responder a essa pergunta.

Antes de Roland ter transmigrado[2], ele só trabalhava feito um condenado, e da mesma forma que a maioria das outras pessoas nesse mundo, sua compreensão da guerra só vinha da história, de filmes e jogos. Se fosse apenas uma batalha com armas frias, ele poderia ter entregue o comando a Carter e Machado de Ferro. Contudo, a batalha que eles iriam enfrentar era muito diferente de qualquer batalha que Carter e Machado de Ferro já enfrentaram, não havia ninguém que pudesse entender essas novas armas de fogo melhor do que ele.

Sendo assim, Roland só conseguiu reunir o conhecimento que eles tinham e construir seus próprios planos nessa base, complementando com seu conhecimento de uma era posterior.

Para garantir a vitória, Roland deixou Raio voar todos os dias entre Vila Fronteiriça e Forte Cancioneiro. A intenção de Roland com isso era observar as condições da estrada e calcular com precisão a distância. Roland acreditava que a vitória na guerra era construída com base em informações e cálculos coletados com antecedência. Seja a elaboração de táticas ou a dedução de cada etapa de uma batalha, conquistar a vitória em uma batalha estava inseparavelmente ligada a esses dois pontos.

Roland pegou mais uma vez as hastes de ferro de 1 m de comprimento e as cordas de cânhamo de 100 m de comprimento que ele havia feito para determinar o alcance de seus canhões. Então ele foi para a área de teste da artilharia a oeste de Vila Fronteiriça e mediu com eles uma distância de um quilômetro. Em seguida, ele deixou Raio voar essa distância para que ela sempre fizesse isso na mesma quantidade de tempo.

Quando ela conseguiu memorizar a quantidade de magia necessária para voar estes 100 m, Roland começou a medir a distância entre Vila Fronteiriça e Forte Cancioneiro. Usando um relógio de sol para medir o tempo que era necessário para uma viagem de ida e volta, ele calculou que a distância entre os dois lugares era de cerca de 55 km[3].

Claro, essa era a distância linear entre dois pontos. Na verdade, se fosse viajar por terra, ele precisaria percorrer duas grandes curvas para evitar atravessar o sopé da Cordilheira Intransponível[4]. Então, se o Duque viesse atacar a vila por terra, ele precisaria de pelo menos três dias para chegar em Vila Fronteiriça.

Tendo Raio como batedora, Roland sempre seria capaz de ter uma ideia da localização exata do inimigo e o que ele precisaria fazer.

Dentro do intervalo de dois quilômetros a oeste de Vila Fronteiriça, Roland pôs muitas bandeiras de sinalização para indicar a distância, então, se o inimigo entrasse nesta área, o mais novo esquadrão de artilharia poderia ajustar rapidamente o ângulo de disparo do canhão, sem a necessidade de disparar um tiro de teste.

Agora, sua preocupação era o que ele deveria fazer se a outra parte não iniciasse um ataque.

Neste momento, Roland ouviu alguém batendo em sua porta.

Rouxinol, que estava deitada no sofá durante um tempo, mastigando pedaços de peixe seco, desapareceu. Ao ver isso, Roland tossiu duas vezes e disse:

— Entre.

A porta se abriu e seu ministro adjunto Barov entrou.

— Vossa Alteza, um membro da aristocracia de Forte Cancioneiro quer uma audiência com o senhor.

— Quem? — Roland perguntou de uma forma mais direta — Eles enviaram aquele embaixador de novo?

— Não, não o embaixador. — Barov balançou a cabeça — É um dos nobres que partiram antes do início dos Meses dos Demônios, o Barão Cornélio, que voltou agora para a vila.

Roland teve que pensar um momento até se lembrar de que, na verdade, alguns nobres que fugiram para Forte Cancioneiro moravam em Vila Fronteiriça.

Como eles se atrevem a voltar agora, justo no início da primavera? Eles não respeitam mais a lei real?

— Por que ele quer uma audiência?

— Durante a construção da muralha, sua casa foi demolida. — Barov disse — Se Vossa Alteza não quiser recebe-lo, posso dispensá-lo.

Roland até iria aceitar a oferta de Barov, mas depois mudou de ideia.

— Fale para o Barão me aguardar na sala de espera.

Talvez, por meio deste Barão, Roland poderia pressionar Forte Cancioneiro. Pelo menos, isso era algo que ele gostaria que acontecesse.

Depois de fazer o Barão esperar propositalmente por meia hora, Roland entrou vagarosamente na sala de espera. Depois de chegar, viu um homem com uma barriga muito grande esperando impacientemente ao lado da longa mesa. Enquanto o homem andava de um lado para o outro, as camadas adicionais de gordura em seu rosto balançavam de acordo com seus passos. Vendo que Sua Alteza finalmente apareceu, o Barão parou de andar e, relutantemente, fez a saudação real.

— Sente-se. — Roland foi à mesa e sentou em seu assento.

De acordo com seus hábitos corriqueiros, mesmo que não fosse a hora de jantar, ele pediria a seus cozinheiros para, pelo menos, preparar uma sobremesa, mas hoje Roland não deixou eles prepararem nem um chá sequer.

— Vossa Alteza, o Príncipe. — Cornélio murmurou e começou a falar antes mesmo de sentar — Como o senhor pode deixar estes estúpidos pedreiros derrubarem minha casa? Ela ainda era uma boa casa. Desde o parapeito, a madeira das vigas e do telhado também eram da melhor qualidade. Quando eu a construí, tive que gastar mais de cem … não, cento e cinquenta peças de ouro! — Enquanto falava, Cornélio balançava suas mãos com vigor.

Cento e cinquenta … — Roland teve que se segurar para não rir ao ouvir um absurdo desses. Se ainda fosse o príncipe de antes, perscrutando suas antigas lembranças — … talvez eu realmente acreditasse nisso.

Mas agora …

— Você quer dizer a casa localizada mais para o oeste?

— Bem — Cornélio continuou enquanto balançava a cabeça —, era a maior mansão, só atrás em tamanho da mansão do Barão Simon.

— É realmente uma pena que ela estivesse localizada muito próxima à muralha e impedia a passagem dos meus homens. — Roland disse e continuou, após parar um momento — Contudo, a Prefeitura já estipulou a compensação por isso.

— Quanto?

Roland esticou dois dedos.

— Vinte peças de ouro!

— Isso é muito pouco! Vossa Alteza Real … — Cornélio gritou enquanto sua boca salpicava saliva por onde quer que ele passasse.

Mas ele acabou se acalmando, em algum momento. Cornélio, então, tirou um lenço para limpar a sua testa.

— Bem, vinte, vinte peças de ouro, onde eu devo ir buscar o dinheiro?

— Buscar? — Roland olhou intrigado — O dinheiro já foi pago ao dono da casa.

— O que? Não, não, espere um pouco Vossa Alteza, o dono dessa mansão sou eu!

— Não, você não é. O dono daquela casa é Brian, o capitão da minha segunda milícia.

— Quem? — O Barão perguntou mais uma vez em voz alta —Vossa Alteza, o senhor está enganado, eu sou o Senhor daquela Casa!

— Mas eu não vi você durante o inverno. — Roland ergueu uma de suas sobrancelhas — Se eu não te vi, como é que aquela casa pode ser sua?

— Claro que eu não fiquei lá, eu voltei para Forte Cancioneiro. Quem ficaria neste lugar abandonado por deus, este lugar que só pode ser usado como uma terra para alimentar as bestas demoníaca?!

— Então você quer dizer que fugiu porque temia as bestas demoníacas. E você ainda tem a coragem e audácia para chamar a si mesmo de Lorde? — Roland perguntou.

— Eu, ah …

O Barão ficou de repente atordoado e não sabia como responder.

— Guardas! — Roland bateu palmas e imediatamente dois guardas entraram na sala de espera, segurando Cornélio entre eles.

— Estamos no Palácio Real, o que tudo isso significa?

— Muito simples, agora você tem duas escolhas. — Roland levantou-se de seu assento, olhando Cornélio diretamente em seus olhos — Primeiro, você admite que cometeu um erro e que a casa não pertence a você. E então eu posso entender que tudo o que aconteceu agora foi um equívoco, um engano. Sua segunda opção é admitir que, durante os Meses dos Demônios, você traiu seu Lorde, fugiu da batalha sem a permissão de seu Lorde e escapou vergonhosamente para Forte Cancioneiro. Se você escolher esta opção, eu o enviarei para a prisão por deserção, onde você aguardará o dia da sua sentença. Qual você escolhe?

A testa de Cornélio não parava de suar. Ele engoliu sua saliva com medo, hesitando por um momento antes de estremecer.

— Vossa Alteza, eu … cometi um erro, aquela não era minha casa.

— Então, tudo isso foi um mal-entendido. — Roland deu de ombros, e depois disse aos guardas — Podem acompanhar o Barão até a saída.

Quando Cornélio estava perto da porta, o príncipe o deteve uma vez mais.

— Além do mais, quando você atracar seu navio em Forte Cancioneiro, você pode enviar uma mensagem para mim? Diga àqueles … ah, que talvez tenham o mesmo mal-entendido que você teve agora, que, caso não desejem escolher a segunda opção, eles não precisam perder seu tempo vindo até Vila Fronteiriça.

— Como o senhor quiser, Vossa Alteza. — Cornélio disse com um sorriso forçado enquanto saía da sala de espera.

Mas no momento em que ele se virou, Roland pôde ver como sua contrapartida estava cerrando os dentes.

Acho que com isso, eu devo criar um alvoroço grande o suficiente dentro de Forte Cancioneiro, certo? — Roland pensou.

[1] Lembrando que o calibre dos canhões é baseado no peso de seus projéteis.

[2] Como nós não temos nenhum conceito religioso em LAB, utilizaremos o termo transmigrar. O seu espírito pode transmigrar do seu corpo para o corpo de outra criatura. No caso da reencarnação, admite-se o conceito de que o seu espírito adquire um novo corpo, e não o previamente ocupado por outro ser.

[3] Questão de prova de física ou matemática!

[4] Eu não encontrei uma nota de rodapé explicando essa alteração, mas nós alteramos todas as referências de montanhas e cordilheiras com essa nomenclatura para simplesmente Cordilheira Intransponível. O autor usa o termo em chinês para referenciar um conjunto de montanhas, logo, é uma Cordilheira. Futuramente iremos trazer o mapa do continente onde Roland está.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

💖 Agradecimentos 💖

Agradecemos a todos que leram diretamente aqui no site da Tsun e em especial nossos apoiadores:

 

  • deciotartuci
  • Bamumi
  • Kovacevic
  • Abemilton Filho
  • Asta~
  • Caio Celestino
  • CarlPool
  • EuMesmo
  • Jão gay
  • kicksl
  • MackTron
  • MaltataxD
  • Matheusfss
  • Pride
  • Rillead
  • Silas
  • MarceloSwH
  • Niceasta
  • subaco
  • Otávio Chiappina
  • Nightwolf

 

📃 Outras Informações 📃

Apoie a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia as obras diretamente em nosso site.

Acessem nosso Discord, receberemos vocês de braços abertos.

Que tal conhecer um pouco mais da staff da Tsun? Clique aqui e tenha acesso às informações da equipe!

 

 

Tags: read novel Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo, novel Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo, read Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo online, Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo chapter, Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo high quality, Liberte Aquela Bruxa – Vol. 02 – Cap. 94 – Destruição Não Precisa de Um Motivo light novel, ,

Comentários

Vol. 02 – Cap. 94