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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 01 – Cap. 70 – Espião (Parte 1)

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Marmota Kohl estava um tanto ansioso quando olhou pela janela.

Parece que a neve nunca mais vai parar de cair neste lugar dos infernos.

Ele pensou que o céu parecia exatamente com os lençóis de sua avó, que ela não lavava há anos, ambos sujos e cinza. Mesmo que ele não visse o sol, ele ainda tinha outra maneira de saber que horas eram.

Esse caminho que ele estava trilhando era o caminho da milícia. Se o tempo estivesse bom, a milícia iria trabalhar todas as manhãs, começando às oito horas, em torno da praça da vila.

Esse grupo de idiotas começou um mês antes dos Meses dos Demônios, mas ainda estão fazendo isso até agora. — Marmota pensou — Essas pessoas não sabem o quão importante é economizar a maior força possível durante o inverno, então, quando chegar a hora em que realmente vão precisar correr, eles vão ter que rezar a Deus para dar umas pernas mais fortes?

No entanto, graças a esse grupo de idiotas, ele agora conseguia determinar o momento certo para sair.

Trial, Kohl queria fugir desta vila possuída!  Embora ele tivesse recebido ordens do 2º Príncipe para ficar em Vila Fronteiriça e observar tudo o que o 4º Príncipe estivesse fazendo, e depois enviar todas as informações que conseguisse de volta a Valência, ele chegou a um ponto agora em que não queria ficar nem mais um minuto nessa vila dos infernos.

Ele pensava — Tenho medo que em menos de duas semanas eu, juntamente com os habitantes desta vila, todos nós nos tornaremos sacrifícios ao diabo.

E ele não estava sendo paranoico!

Desde o início do inverno, coisas estranhas aconteceram uma após a outra. Talvez outras pessoas não estivessem cientes disso, o que para ele, não era surpreendente.

Essas pessoas da vila não possuem nenhuma experiência. São todos uns caipiras, uns colonos! Muito diferentes das pessoas da cidade. Enquanto tiverem o suficiente para comer, eles não se importariam com nada, mesmo que os céus caíssem sobre eles.

Mas eu sou diferente, eu sou Marmota Kohl! As minhas habilidades em furtar informações, espionar e obter as notícias mais confidenciais são as melhores, por isso que Sua Alteza Timothy em pessoa me contratou por esse trabalho.

Uma noite, quando ele escalou a muralha da vila, Marmota descobriu uma arma estranha capaz de derrubar bestas demoníacas, mas é claro que essa não era a descoberta mais surpreendente.

O 4º Príncipe estava trabalhando abertamente com uma bruxa!

Deus misericordioso, será que pode haver algo mais profano do que isso? Não pode haver outra explicação, o Diabo está controlando o 4º Príncipe!

Mesmo que o Príncipe só quisesse experimentar a corpo de uma bruxa, ele certamente faria isso se estivesse escondido em seu castelo. Não era a primeira vez que Kohl ouvia que um nobre se tornara viciado no corpo das bruxas, afinal, havia muitos aristocratas com hábitos estranhos, mas isso se transformou em um assunto completamente diferente quando foi feito em público.

E não era uma ilusão, não! Marmota Khol tinha visto com seus próprios olhos!

Lembrando do ditado ‘trabalho bem pago, trabalho bem feito’, todos os dias, quando a neve dava uma trégua, Kohl caminhava em direção a muralha da vila. Lá, ele muitas vezes podia ver a figura do 4º Príncipe fazendo seu trabalho. No começo, ele se perguntava a si mesmo — o que deu nesse Príncipe incompetente e mimado a coragem para permanecer aqui em Vila Fronteiriça durante os Meses dos Demônios, e não se mijar todo e fugir correndo para Forte Cancioneiro?

Mas agora ele finalmente entendeu. O Príncipe já havia sido substituído pelo Diabo!

Ele estava em seu esconderijo quando a grande besta demoníaca destruiu parte da muralha, sendo morta logo em seguida pelo trovão do diabo. Daí a investida das bestas demoníacas pelo buraco foi interrompida pelas chamas evocadas pela bruxa. E foi exatamente essa bruxa que depois se jogou nos braços do Príncipe!

Ele também havia escutado rumores constantes de seus vizinhos. Eles falavam sobre uma bruxa que supostamente tinha a capacidade de curar feridas. A bruxa teria curado um menino ferido. Supostamente, ela também curou o pé quebrado da velha senhora do outro lado da rua.

Mas para Kohl, tudo isto era pura blasfêmia! Como alguém poderia aceitar o tratamento de uma bruxa? Qual seria a diferença entre eles e todas as bruxas que aceitaram ser corrompidas pelo próprio Diabo?

No entanto, a gota d’água para Kohl foi há dois dias, quando viu uma bruxa voando ao redor do castelo do Príncipe por duas vezes e depois aterrissou em seu quintal. O que o Papa da Igreja sempre dizia? ‘Uma bruxa só conseguirá seus poderes depois de ter caído na tentação do diabo.’ E até agora ele já tinha visto uma bruxa com o poder de evocar chamas e outra bruxa com a habilidade de voar ao redor do castelo. Juntamente com os rumores sobre a bruxa com capacidade de cura, ele chegou à conclusão de que pelo menos três bruxas haviam se reunido nesta maldita vila!

Sem dúvida, o Diabo transformou o castelo em sua própria morada, e agora ele está gradualmente começando a transformar os habitantes da vila em seus seguidores. Eu tenho que sair desta vila o mais rápido possível! De qualquer forma, estou segurando a fórmula alquímica para o pó cinzento usado para construir a muralha da vila em minhas mãos. Se eu entregar isso ao 2º Príncipe, além de não ser punido, talvez eu até possa receber alguma recompensa.

Dia após dia, Kohl lamentava cada vez mais o fato de não ter ido embora junto com a primeira leva da aristocracia de Vila Fronteiriça para Forte Cancioneiro.

Mas agora, se ele quisesse sair desse lugar, o caminho pela estrada não era uma alternativa viável. Durante todo o inverno, continuaria a nevar e nevar, tornando impossível caminhar ou andar até Forte Cancioneiro. Sua única saída era entrar sorrateiramente em uma embarcação comercial de Vila do Salgueiro.

De acordo com as observações de Kohl, todos os primeiros dias do mês, um navio de Vila do Salgueiro entregaria comida à Vila Fronteiriça. Após duas ou três horas de carga e descarga, o navio voltaria a navegar e deixaria o porto. Ele só tinha esse pequeno período de tempo para embarcar. Caso contrário, ele só poderia esperar até o próximo mês.

Hoje, finalmente, é o primeiro dia do mês.

— Um, dois, três, quatro, um, dois, três, quatro … — Kohl ouviu novamente o slogan já familiar da milícia. Ele podia ver um grupo de homens em uniformes de couro marrom correndo com muita disposição. Se Kohl não visse tudo isso como obra do próprio Diabo, ele teria que admitir que era uma cena notável.

Finalmente, é hora de partir. — Khol pensou.

Depois de vestir seu casaco de peles e apertar seu cinto, Kohl saiu de sua cabana. Neste momento, um vizinho que estava sentado do lado de fora de sua cabana viu Kohl e o cumprimentou.

— Bom dia. Para onde será que o senhor está indo tão cedo pela manhã?

Kohl teve que reconhecer que, embora Vila Fronteiriça fosse agora controlada pelo Diabo, graças a isso, a vida dessas almas se tornou muito melhor em comparação com suas vidas anteriores. Eles até se atreviam a deixar os peixes secarem do lado de fora de suas casas. Afinal, se as pessoas tivessem fome o suficiente, mesmo que o peixe fosse tão duro quanto uma pedra, eles ainda tentariam engolir.

No entanto, Kohl não respondeu à pergunta do homem. Em vez disso, ele olhou para a milícia e, quando os viu dar a volta em uma esquina, ele foi direto para o cais. Os residentes aqui achavam que Khol era o irmão mais novo do Pá de Ferro, que veio da Montanha do Dragão Caído para visitar sua família. Mas é claro, tudo isso era mentira. Anteriormente, ele tinha pego o verdadeiro Pá de Ferro, questionado sobre seu nome e de onde viera, matando-o logo em seguida. Ele então pegou as roupas do Pá de Ferro e disse que era seu irmão. Esta era apenas uma identidade criada casualmente, então Kohl não se importava se acreditavam nela ou não.

Nos últimos dias, a neve tinha caído pouco, de modo que quase não havia neve debaixo de seus sapatos. Ele manteve uma velocidade constante para que pudesse gastar o mínimo de esforço possível. Já quanto às pegadas que ele deixava para trás, isso não preocupava Khol. Dentro de um dia, a neve cobriria todas as suas pegadas. Talvez, mesmo quando chegasse em Valência, eles ainda não teriam a menor ideia sobre o seu paradeiro.

Quando ele se aproximou do cais, Kohl viu o navio mercante há muito tempo atracado.

Sob os olhos atentos dos guardas, sacos de trigo estavam sendo levados até o armazém. Kohl verificou novamente o conteúdo de seus bolsos, contabilizando 2 peças de ouro e 16 peças de prata, praticamente tudo o que ele possuía. Ao ver que haviam seis guardas, Kohl pensou que não seria suficiente, embora ele tivesse duas peças de ouro. Então, sua única saída seria subornar o responsável pela entrada e saída de pessoas, o porteiro. Assim que os bens fossem descarregados e pudessem oferecer uma proteção para Khol não ser visto, ele imediatamente iria em direção ao porteiro e perguntaria se ele gostaria de ter um futuro promissor ou se ele queria levar uma surra. Enquanto ele pudesse entrar a bordo, Kohl acreditava que, com toda a probabilidade, a tentação das peças de ouro seria suficiente e o capitão o levaria embora.

No momento em que Kohl estava pronto para pôr o seu plano em ação, ele ouviu gritos atrás dele.

Seu coração imediatamente ficou sombrio. Quando ele se virou, descobriu que parte da milícia estava correndo até ele, vindo de todas as direções e não deixando nem uma rota para ele escapar.

Ao ver que não havia escapatória, Kohl imediatamente colocou as mãos no ar e caiu de joelhos. Um de seus lemas era não mostrar resistência inútil, desde que vomitasse toda a informação de seu empregador, ele estaria seguro, ou provavelmente eles até … tentariam contratá-lo por um preço ainda maior como um agente duplo.

Enquanto ele tivesse dinheiro, ele faria qualquer coisa. Este era o princípio de Marmota.

Mas havia um ponto em que ele não entendeu. Como eles conseguiram encontrá-lo?

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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