A esse ponto, é necessário enfatizar que entre os garotos da academia, havia um credo sobre uma beldade…
Em suas inocências e ingenuidades — quiçá estupidez — tinham opiniões como “a melhor maquiagem é a ausência dela” e “a mais preciosa beleza é a natural”. Talvez, puramente em termos técnicos, isso possivelmente era uma opinião válida. Ter um charme natural e esplendor seria, sem dúvidas, ideal. Afinal, quem não gostaria de acordar todos os dias como uma superestrela? Sem pó, sem jóias, puramente um glamour desenfreado exalando por cada poro de seu corpo.
Mas, do outro lado dessa equação, isto é, as garotas que tinham que conviver com essas expectativas ridículas… Elas tinham perspectivas significativamente mais realistas. Gastar horas arrumando o cabelo, pondo maquiagem, e então andar quase sufocando em um espartilho só para um retardado dizer-lhes que seriam mais bonitas sem isso… Isso era o bastante para até a mais digna das garotas soltar um palavrão ou dois. Mas, infelizmente, seus colegas homens mantinham essa crença quase como uma religião fervorescente. Esse tipo de pensamento prevalecia principalmente na nobreza. Diferente dos plebeus, que ficavam mais tempo com ogros que musas, garotos nobres estavam constantemente cercados por garotas bem vestidas e com maquiagem elaborada.
Aconteceu de Abel Remno ser um daqueles que sucumbiram a esse pensamento.
Isso… Realmente aconteceu?
Enquanto esperava por Mia, sentiu um sentimento de dúvida florescendo. Os acontecimentos desse dia foram tão surreais que ele nem tinha certeza se não era tudo um sonho. Sua parceira de dança era a Princesa do poderoso Império Tearmoon. Mesmo agora ele tinha dificuldade em acreditar que isso realmente aconteceu. E quando Mia finalmente apareceu no outro lado do salão, num vestido branco e uma pele radiante que exalava beleza, ele chegou a beliscar-se para confirmar que não estava sonhando.
Santo Deus… Ela é linda…
Abel encarou-a, vidrado na visão dela fracamente banhada pela luz do salão. Em seus olhos, parecia encantadora igual a própria deusa da lua. Era um clássico exemplo do efeito das pinturas a óleo — lindo, mesmo visto de longe.
Mia olhou para os lados enquanto se aproximava, e quando parou à sua frente, eles se tornaram o foco da atenção. Ele percebeu que seus lábios estavam muito secos. A dúvida começou a rastejar em sua mente.
Vou dançar… com ela? Isso tem que ser um sonho, certo? Ou então algum mal entendido insano.
Tudo parecia tão conveniente que ele começou a achar que sua mente havia começado a enganá-lo esse tempo todo. E por causa de estar tão preocupado com a sua (suposta) inadequação, quando as primeiras palavras de Mia foram: “Desculpe-me, Príncipe Abel”, ele pensou que ela estaria cancelando a coisa toda com certeza.
É, de certo. Bem, que seja. Príncipe Sion é um par melhor para ela de qualquer forma.
Essa realização veio com uma dose pesada de decepção, mas também veio com uma leve dose de alívio, o que fez sua resposta ter um tom relativamente alegre.
— Oh, não se preocupe. Não me importo. Na verdade, você é linda, até demais.
Apesar de ter omitido a última parte, acreditava que suas palavras tinham sido claras: ela não precisava gastar seu tempo com alguém como ele, e que deveria se sentir livre para aproximar-se do Príncipe Sion.
Em resposta, Mia pôs suas mãos em seu pequeno busto, e transpareceu seu alívio.
— Quão gentil de vossa parte, Príncipe Abel. Muito obrigada. — Então, por alguma razão, ela pegou a mão direita de Abel e entrelaçou em sua própria. — Bem, então, devemos?
— O quê…?
Antes dele perceber, ela já estava guiando-o até o centro do salão
Mia havia ficado muito alegre.
Ela não estava nem perto de ficar boa como esperava, e ainda assim, Abel foi gentil o bastante para demonstrá-la um sorriso gentil e dizer que estava bonita. Apesar dela saber que era mera bajulação, ainda apreciava o elogio
Príncipe Abel é um cavalheiro e tanto. Ele não disse nada sobre o meu vestido.
Porém, ela não poderia confiar apenas em sua boa vontade pelo resto da noite. Precisava ganhar uns pontinhos de forma limpa.
Como princesa do Império, Mia tem sido um receptáculo de educação de elite desde a infância, mas suas notas nunca foram impressionantes. Agora, depois de sua reencarnação, tem posto algum esforço em seus estudos. Mesmo assim, só conseguia ter notas um pouco acima da média. “Mediocridade” era o nome de seu jogo.
Dito isso, havia uma única coisa da qual ela estava acima da média, na dança de salão. Ela era uma dançarina de elite da qual poderia rodopiar livremente. Além do mais, não fazia apenas ela parecer boa. Sua dança era receptiva. Era boa o suficiente para ler seu parceiro e adequar-se ao seu nível, permitindo-lhe experienciar a emoção de seus passos florindo numa sincronia perfeita. Sem dúvidas, como dançarina, Mia era incomparável.
E ainda assim, na linha do tempo passada, nunca teve a chance de mostrar seu talento fora do normal. Depois de rejeitar todos que pediram uma dança com ela na festa de boas-vindas para novos estudantes e gastar a noite inteira sozinha, ela deu a impressão de que odiava dançar. Consequentemente, ninguém nunca mais pediu para dançar com ela, e teve de aguentar muitas pós-festas na companhia de ninguém senão ela mesma.
Finalmente! Finalmente chegou a hora de mostrar meu talento com danças!
Com as mãos de Abel nas dela, ela gentilmente pressionou a palma de Abel e sorriu.
— Vamos dançar, Príncipe Abel.
— Espera, o qu…
Apesar de seu gaguejar hesitante, assim que ela começou, ele imediatamente caiu em seu encanto.
Hm. Até que ele não é ruim. Parece saber o que está fazendo.
Mia acenou com a cabeça satisfeita ao dar uma olhada em Abel. Seu rosto era uma máscara de intensa concentração. Seus passos eram rígidos, mas não passava a sensação da falta de familiaridade de um amador. Na verdade, essa sensação parecia ser por ele prestar muito mais atenção do que deveria ao chão, numa tentativa de evitar pisar nos pés de Mia.
Não pisar nos pés de uma dama era, inquestionavelmente, a mais básica das cortesias. Suponho que seja preferível pisar nos pés do que tentar tanto dançar bem que você perde o rastro de sua parceira. Claro, comigo como sua parceira, isso era um problema irrelevante.
Pobrezinho, mal sabia que não conseguiria pisar nos pés de Mia mesmo se tentasse. Ela era uma dançarina tão avançada que nunca deixaria isso acontecer.
Meu, estou sentindo um certo potencial nele? Que excitante! Pensou Mia, enquanto tomava a dianteira e quebrava a zona de conforto de Abel numa sequência de passos. Ele poderia acompanhá-la, mas teria que suar para isso. A dificuldade estava na dose certa; era o tipo de sequência que, no fim, faria ele virar um dançarino melhor.
Tradução: Heu
Revisão: NERO_SL
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