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Império Tearmoon – Vol. 01 – Cap. 26 – A Filha do Duque de Belluga

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Mesmo na Academia Saint-Noel, que reunia os filhos e filhas da nobreza poderosa de todos os países, haviam poucos que podiam intimidar Mia. O Império Tearmoon era um dos dois países mais poderosos do continente. Como sua princesa, a influência de Mia era sem igual. Havia apenas duas exceções. Uma era Sion, príncipe herdeiro do Reino de Sunkland. E a outra acabou por estar parada bem na frente dela.

— Ah… — disse Mia enquanto imediatamente endireitava sua postura. — Senhorita Rafina.

Rafina Orca Belluga era a filha mais velha de Orleans Belluga, governante do Santo Principado de Belluga, onde a Academia Saint-Noel estava situada. “Principado” se referia a um país governado não por um rei ou imperador, mas por um duque. Nobres altamente elogiados ou aqueles de linhagem real com grandes realizações em seu nome podiam, com permissão especial do rei, obter soberania independente sobre um pequeno domínio. A grande maioria dos principados deste mundo foi formada dessa maneira, o que significava que uma princesa de um poderoso império, como Mia, tinha poucos motivos para temer-los. No entanto, o Santo Principado de Belluga foi a única exceção à regra.

O duque de Belluga não pertencia a nenhuma família real, nem seu domínio era um protetorado de algum poder maior. A razão pela qual o país escolheu ser chamado de “Principado” foi que seu povo via Deus como seu rei. A autoridade do duque foi concedida por Deus, e ele governou em Seu lugar. Consequentemente, o duque de Belluga era o único que não era apenas o chefe político do país, mas também um clérigo. A sua filha, Rafina, o assistiu nos vários processos religiosos que esta dualidade implicava, através dos quais o seu nome naturalmente ganhou proeminência. Na verdade, ela era conhecida em todos os reinos vizinhos como uma santa. Ao contrário da santidade de Mia – cuja validade era discutível e limitada a certas áreas ou mesmo indivíduos dentro do Império – a de Rafina era a coisa real.

Mia lembrava que a garota tinha quatorze anos, o que a tornava cerca de dois anos mais velha que Mia. Desde o dia em que Mia chegou a Saint-Noel, Rafina tinha sido a presidente do conselho estudantil, tornando-a uma figura de autoridade central dentro da academia e que comandava uma influência incomparável. Era o tipo de pessoa que Mia não podia se dar ao luxo de ignorar. Na verdade, Mia nunca sonharia em levá-la levianamente, porque com toda a honestidade, estava apavorada com ela.

— É um prazer conhecê-la, senhorita Rafina. Eu sou-

— Mia Luna Tearmoon, Princesa do Império Tearmoon. O prazer é todo meu. Já ouvi muito sobre você.

Essa breve troca deixou Mia em choque. Ela levou alguns segundos para processar o fato de que Rafina sabia seu nome. Na linha do tempo anterior, foi Mia quem se aproximou de Rafina. Atraída pelo poder que a filha do duque exercia, tinha toda a intenção de fazer amizade com a garota. Infelizmente, isso nunca aconteceu. Não importava quantos presentes enviasse ou quão perto se sentasse dela nas festas de chá. Ela tentou o seu melhor, mas no final, nenhuma amizade floresceu entre elas.

Pior ainda, Rafina nem se preocupou em lembrar o nome dela. Sempre que se encontravam, o olhar frígido da garota fazia Mia se sentir inútil, como se sua própria existência fosse uma perda de tempo. Eventualmente, aqueles olhos desapaixonados abriram caminho através do ego danificado de Mia e marcaram sua alma. No final, ela ficou com nada além da fria e dura sensação de pavor sempre que pensava na garota. E agora…

C-Como ela, de todas as pessoas, sabe meu nome?!

Enquanto Mia estava em silêncio, imóvel em sua surpresa, Rafina sorriu gentilmente para ela.

— Por favor. Este não é um lugar para praticar sua postura. Você vai pegar um resfriado. Venha, vamos tomar um banho juntas.

Ao ouvir as palavras de Rafina, Mia descobriu que estava realmente começando a sentir um pouco de frio.

Ainda assim, essa pessoa de repente agindo tão amigável comigo é um pouco assustador.

— B-Bem — disse Mia, não baixando totalmente a guarda — Se você diz…

Bem quando colocou um pé na água, algo lhe ocorreu. Anne tinha a mesma probabilidade de pegar um resfriado, mas com Rafina assistindo, ela não poderia tomar o mesmo banho que elas. A única opção era que Anne voltasse para o quarto deles, mas isso a deixaria sozinha com Rafina.

N-Nunca! Isso seria aterrorizante!

Para comparação, na linha do tempo anterior, Mia tinha vinte anos e manteve a mentalidade e as memórias que tinha na época, apesar da idade que aparentava ter agora. Atualmente, Rafina tinha quatorze anos. Em outras palavras, Mia estava lidando com alguém que era, relativamente falando, apenas uma garotinha. No entanto, a fraqueza de Mia atacou novamente, e ela não pôde deixar de tremer de medo diante da aura de proeminência que Rafina exalava. Verdadeiramente, sua covardia não conhecia limites. Com as costas contra a parede, lutou para encontrar uma solução para seu dilema.

— Sua empregada pode se sentir à vontade para se juntar a nós se quiser — disse Rafina, fazendo Mia girar em direção a ela incrédula. — Aqui, onde perdemos roupas e classe, não há princesas, nobres ou plebeus. Apenas pessoas iguais que vieram para compartilhar o prazer de um banho. Você não concorda, princesa Mia?

— Absolutamente! Eu mesma não poderia ter dito melhor! — exclamou Mia, que ficou mais do que feliz em aceitar a oferta.  — Bem, Anne, você ouviu a Srta. Rafina! Venha! Bem aqui! — Ela tocou urgentemente no local ao seu lado.

— M-Mas…

Anne hesitou no início, mas depois que Mia agarrou sua mão e começou a puxar, desistiu e a seguiu para dentro.

— Certo, aqui mesmo — Anne disse, relutantemente se abaixando em um canto.

— Não seja boba. Você mal está na água aí. Chegue mais perto — Para não ser negada, Mia começou a agarrar o braço de Anne e arrastá-la. Suas travessuras provocaram uma risada suave de Rafina.

— Vocês duas são realmente boas amigas.

— É claro. Anne não apenas é minha amiga. É minha mão direita e confidente.

A nuance pretendida de sua declaração era de que será dois contra um em uma luta, então é melhor você pensar com cuidado. E não pense que ela vai ficar do seu lado só porque você é importante. Minha mão direita não vai me trair.

— M-Mão direita e… confidente?

Enquanto isso, Anne estava à beira das lágrimas. Apesar de ter se dedicado de corpo e alma a servir Mia, nunca se considerou uma excelente empregada. Ela imaginou que era mais desajeitada, se fosse ser alguma coisa. A observação de Mia, portanto, a comoveu profundamente. Essas palavras foram mais que suficientes para ela sentir que tudo valeu a pena.

A ignorância, às vezes, é realmente uma benção

Então, novamente, Mia realmente quis dizer isso quando chamou Anne de sua mão direita e confidente. Nesse caso, mesmo que Anne descobrisse o que estava realmente pensando, talvez ela se safaria perdendo apenas um pouco de fé…

— A Sabedoria do Império, de fato. — Disse Rafina com uma risadinha. — Vejo que seu epíteto é bem merecido.

A demonstração de intimidade entre princesa e empregada trouxe um sorriso aos lábios de Rafina.


 

Tradução: H.

Revisão: Matface

 

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