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Império Tearmoon – Vol. 01 – Cap. 14 – Festa do Chá

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Neste dia, Mia estava participando de uma festa do chá a convite da filha de um dos Quatro Duques do Império Tearmoon, Emeralda Etoile Greenmoon. Para as meninas da nobreza, as festas de chá eram um símbolo de status. O convite bem-sucedido de um convidado de prestígio era uma declaração da influência do anfitrião. Desta forma, a princesa Mia estava em alta demanda.

                A festa do chá aconteceu no canto de um jardim espaçoso, onde as filhas de muitas casas nobres estavam reunidas. Entre elas estava a anfitriã, Emeralda. Seu cabelo verde-água fluía atrás dela, gentil e ondulado, enquanto ela se virava para Mia.

— Falando nisso, senhorita Mia, que coisa mais ousada você fez…

— Oh? O que você quer dizer?

Mia tomou um grande gole de seu chá preto enquanto lançava um olhar curioso para Emeralda.

— As favelas, é claro. Ouvi sobre o que aconteceu no outro dia — respondeu a filha do duque antes de soltar a mais alta das risadas. — Oh. Diga-me uma coisa, no entanto. Creio que você deu seu precioso grampo de cabelo para o bem dos plebeus, certo? Por que fez uma coisa tão inútil? Até meu pai ficou completamente perplexo com a notícia.

— Ah, é isso que você quer dizer…

— No começo, assumi que era apenas um sonho, mas não posso deixar de me perguntar se havia algum significado mais profundo, ainda mais por se tratar de você, senhorita Mia. Pensei muito, mas no final, simplesmente não consigo encontrar um motivo…

Francamente, Mia não gostava muito dela. Apesar de constantemente se proclamar melhor amiga de Mia para todos ao seu redor, ela pulou do barco mais rápido do que qualquer outra pessoa quando a revolução deu os primeiros sinais. Esse era o tipo de coisa que atrapalhava as amizades. Se dependesse de Mia, ela nem estaria aqui, mas as restrições do decoro social tornavam difícil recusar o convite. Emeralda era, gostasse ou não, filha de uma casa poderosa que compartilhava o sangue do imperador. Consequentemente, o objetivo de Mia era resistir a tudo com o mínimo de esforço possível e evitar causar problemas. Então, ela optou por uma resposta bastante superficial.

— Tudo o que fiz, fiz seguindo o meu coração. Não há nenhum significado mais profundo para isso.

O que era realmente uma versão mais diplomática de: “O quê? Fiz porque quis. Tem algum problema nisso?”.

Se estivesse falando com Ludwig, seria necessário escolher suas palavras com mais cuidado. Para algumas jovens da nobreza, porém, isso era tanta discrição quanto ela estivesse disposta a poupar.

— Que esplêndido. Você tem tanta compaixão em seu coração, senhorita Mia.

— Estar cuidando até dos plebeus… Essa benevolência está além de nós.

Enquanto as garotas da mesa se revezavam para enchê-la de elogios, Mia suspirava mentalmente para si mesma.

Ah, como eu queria que isso acabasse…

— Foi um longo dia, não foi, Vossa Alteza Mia? — perguntou Anne assim que começaram a voltar para casa em sua carruagem puxada por cavalos.

— De fato. Meus ombros estão terrivelmente rígidos — respondeu Mia enquanto torcia o pescoço de um lado para outro.  Suas juntas estalaram, provocando um olhar solidário de sua empregada.

— Achei que não se sentiria em casa nesse tipo de ambiente… Eu estava certa, não estava?

Não que Mia não se sentisse em casa. Na verdade, aquele tipo de local poderia ser a casa dela, visto que foi criada nesse tipo de ambiente. Por esse motivo, a pergunta deixou ela um pouco intrigada..

— Você pensou isso? O que te fez pensar isso? — perguntou Mia em um tom casual, enquanto examinava preguiçosamente os vários presentes que havia recebido.

— Porque você é diferente, princesa Mia. Você não é como essas pessoas.

Surpresa pela súbita seriedade na voz de Anne, a cabeça de Mia ainda estava cheia de pensamentos fúteis como: “Esses são doces gelados.  Eu amo esses doces. Eles têm um gosto ridiculamente bom!”. Enquanto o discurso de sua empregada continuava.

— Duvido que pessoas como elas se importassem em visitar as casas dos pobres, ou muito menos ter empatia para doar os seus pertences. Elas não são nada como você — disse Anne com uma voz apaixonada.

— É-é isso… Então? — Mia gaguejou, incapaz de olhar nos olhos de Anne, aqueles olhos brilhantes e cheios de admiração sincera. Afinal, o altruísmo não era exatamente a principal força por trás das ações de Mia, na verdade, nem uma única coisa que ela já tenha feito foi por pura boa vontade. Havia algo terrivelmente desconfortável em ser elogiada de forma tão generosa por algo que ela não fez. A confiança inocente e sincera de Anne pesava muito em sua consciência. No final, ela cedeu, e sua culpa se manifestou como uma necessidade irresistível de fazer algo bom.

— Bem, já que sou tão generosa, decidi dar a você um presente. Você pode ficar com esses.

Ela estendeu os doces gelados que tinha recebido.

— Mesmo? Tem certeza? Eles parecem ser muito caros!

— Está tudo bem. Eles não são especialmente raros…

— Uau! Muito obrigada!

Por um momento, Anne riu de alegria, mas logo ficou em silêncio. Sua expressão ficou um pouco melancólica.

— Aconteceu alguma coisa?

— Ah, é só que… Estava pensando em como seria bom se eu pudesse compartilhar isso com minhas irmãs…

— Ah. Então, o que você acha de fazermos uma visita à sua casa agora?

— Ahn?

— É melhor nos apressarmos. Afinal, esses são doces gelados, não queremos que eles derretam antes que suas irmãs possam experimentá-los, não é?

— O quê? M-Mas você… Você não pode simplesmente ir na casa de um plebeu assim, princesa Mia. Não tem como isso ser permitido…

— Pensei que você soubesse. Não ouviu que sua princesa é uma jovem muito teimosa?

E com isso dito, Mia virou-se para o cocheiro, deixando Anne completamente sem palavras.

 


 

Tradução: Axtro

Revisão: Matface Matlinuos & Nero_SL

 

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