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Império Tearmoon – Vol. 01 – Cap. 12 – O Fedor de Uma Praga

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Depois que Mia deixou suas intenções claras, Ludwig se esforçou para arranjar soldados para acompanhá-los. Devido à brusquidão do pedido, só conseguiu reunir quatro guardas, mas todos eram altamente competentes. Embora um grupo tão pequeno fosse totalmente insuficiente para algo como reconhecimento de campo de batalha, deveriam ser o suficiente para seus objetivos, especialmente considerando que ainda estavam, tecnicamente, dentro da capital.

Francamente, preferiria ter ao menos mais dez pessoas conosco, mas dadas as circunstâncias apressadas, isso terá que servir, pensou com um suspiro.

Afinal, era a própria filha do imperador saindo para a cidade. Não tinha essa coisa de ser ‘muito cuidadoso’.

— A propósito, Vossa Alteza, Sua Majestade Imperial está ciente de seus planos para hoje?

— Huh? Você quer dizer meu pai? — perguntou Mia com uma curiosa inclinação de cabeça. — Não há necessidade de se preocupar com isso. Para algo assim, vou contar a ele sobre isso depois.

Enquanto a jovem princesa se afastava depois de se livrar do assunto com um aceno casual de sua mão, Ludwig não pôde deixar de sentir uma sensação de desconforto na boca do estômago.

Quando finalmente chegaram ao Distrito de Lua Nova, descobriram que era tão ruim quanto os rumores diziam. Houve uma mudança palpável nos arredores quando entraram na área. Até o ar tinha uma qualidade diferente, descrita sucintamente por um dos guardas com:

— Droga, está fedendo aqui

O homem franziu a testa e segurou o nariz.

Um fedor terrível impregnava as ruas. Toda a área cheirava a podridão, suor e sujeira. Em geral era o tipo de pungência que nunca existiria no castelo ou em qualquer área residencial de alta classe, e agredia a sensibilidade de toda a sua companhia. Todos – os guardas, Anne, até Ludwig – não puderam deixar de fazer uma careta ao sentir o odor ofensivo. Todos menos…

— É mesmo? Não acho isso tão incômodo…

Mia estava completamente inabalada. Para ela, que passou três anos presa em uma masmorra, um lugar como este não era tão ruim assim. Estando ao ar livre, pelo menos havia ar fresco.

— Deve ser terrivelmente difícil para as pessoas aqui tomarem banho, certo? Passe três dias sem limpar o corpo e qualquer um começará a feder. Essa é a natureza dos humanos. Realmente não é muito diferente de viajantes que vêm de longe — disse com um encolher de ombros. — Agora, vamos. Prossigamos.

Então, ela foi embora. Por algum tempo, seus guardas ficaram boquiabertos com a pequena, mas intrépida figura de sua jovem princesa avançando corajosamente no coração do distrito decadente.

Escondidos entre as estradas sujas, becos escuros e casas decrépitas estavam incontáveis pares de olhos, todos olhando das sombras. O foco de seus olhares perplexos era um grupo peculiar de pessoas, o qual no centro estava Mia. Ela não se importou com a visão chocante que se apresentava a eles e continuou a descer a rua.

— Vossa Alteza, onde exatamente é o nosso destino? — perguntou o líder dos guardas.

— Hum, boa pergunta. Eu realmente não decidi sobre um, mas… O que é isso? — Ela perguntou, virando seu olhar para onde uma criança estava enrolada em uma bola na beira da estrada. Ao se aproximar da forma curvada, encontrou um menino envolto em pedaços de pano esfarrapado que mal passavam por roupas. Ele era mais novo que Mia, não mais do que cinco ou seis anos de idade. Ela gentilmente colocou a mão em seu ombro magro e ossudo.

— Esp… Vossa Alteza!

— Perdoe-me, você está bem?

Lentamente, o garoto olhou para Mia. Ele não deu nenhuma reação. Seus olhos estavam nublados e pareciam desprovidos da faísca viva da infância.

— Alguma coisa está te incomodando? Você se sente mal em algum lugar?

— …

Seus lábios ressecados se moveram brevemente, mas não emitiram nenhum som.

Em vez disso, a resposta veio de trás na forma da voz de Ludwig.

— A julgar pela aparência, diria que não sofre de doença, mas de fome. Tais visões não são incomuns por aqui.

— Entendo… A fome não é um sofrimento pequeno.

Mia pediu a Anne para dar ao menino alguns dos lanches que eles tinham à mão antes de se virar para Ludwig.

— Ludwig, tenho uma pergunta para você.

— O que é?

— Se eu quisesse garantir que uma praga não ocorra aqui no futuro, o que devo fazer?

— Você disse… uma praga…

As palavras de Mia o atingiram como um trovão. Por um segundo, tudo ficou branco. Ele tropeçou um pouco para trás, totalmente chocado com a pergunta. Tal possibilidade nunca lhe passou pela cabeça. Ele sabia que dentro de alguns anos, o império sem dúvida enfrentaria um colapso financeiro. Pressionado por um senso de urgência, ele quebrou a cabeça pensando em maneiras de reduzir os gastos e aumentar a receita tributária, e tinha toda a confiança na eficácia das políticas que havia começado a implementar. No entanto, todos os seus esforços – tudo pelo que trabalhou e construiu – seriam quase sem sentido se uma praga surgisse. Só agora percebeu a terrível possibilidade de tal evento acontecer, tudo graças ao aviso da pequena princesa que estava diante dele.

— Para… prevenir uma praga…

Antes que ele pudesse contemplar o assunto, seus pensamentos foram interrompidos por Anne.

— Princesa Mia, acho que devemos levar esse menino para um lugar onde ele possa descansar um pouco. Há uma igreja perto. Devemos ir até lá?

— Acredito que deveríamos. Esperava ter a chance de ver todos os tipos de pontos turísticos, então isso funciona perfeitamente.

Ludwig olhou silenciosamente para a sorridente Mia, sentindo que finalmente entendeu o porquê dela o trazer aqui.

 


 

Tradução: Axtro

Revisão: Matface Matlinuos & Nero_SL

 

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