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Império Tearmoon – Vol. 01 – Cap. 01 – Começando na Guilhotina

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O céu ficou manchado pela luz carmesim do pôr do Sol que iluminava fortemente o horizonte da Grande Praça da Cidade Imperial. No centro dessa praça tão famosa estava uma guilhotina, cruel e pingando vermelho de sua lâmina.

   A única princesa do império Tearmoon, Mia Luna Tearmoon, parou diante do instrumento mortal e olhou ao seu redor. Vozes afiadas e diretas agrediam seus ouvidos. Elas estavam cheias de fúria e malícia, atacando-a e condenando-a com diversas palavras que cortavam seu coração.

 — …Como? Como cheguei até aqui?

Ela se perguntava porquê ela – a princesa do respeitado Império Tearmoon – teria que sofrer com esse terrível destino? Só porque riu da falta de pão e disse-lhes para comerem carne? Ou talvez por seus  esforços terem sido em vão e ela, frustrada, deu um tapa em sua rival, a filha de um pobre nobre? Ou quem sabe tenha sido por ela ter pedido um prato que continha Tomates Lua Amarela, que são nojentos, e demitido o chefe de cozinha na mesma hora?

Ela continuou a pensar no porquê – sem perceber que ela mesma havia respondido sua pergunta – enquanto olhava para as pessoas à sua volta, vendo expressões carregadas de fúria e ódio.

Na frente da multidão havia um jovem, de cabelo prateado e de ar refinado, com uma presença marcante, dando ordens aos soldados que estavam ao redor. Era Sion Sunkland, o príncipe da coroa do Reino de Sunkland. Ao lado dele estava uma garota de igual presença. Conhecida como a Santa de Tearmoon, era filha de um pobre nobre que comandou um domínio próximo à fronteira do Império. Com a ajuda de Sion, começou uma revolução para salvar as pessoas do sofrimento. Seu nome era Teona Rudolvon, cujo próprio desprezo uma vez acendeu chamas em Mia… Mas agora, aquelas chamas acabaram deixando nada além de cinzas e um grande vazio.

— Como… Vim parar aqui…?

As mesmas palavras saíram dos lábios de Mia. Um pouco depois, um soldado chegou por trás e a empurrou pelo pescoço. Ela olhou para cima e viu suas mãos sendo forçadas contra pequenos semicírculos entalhados em uma tábua de madeira. Depois disso, a parte de cima foi presa para manter a prisioneira no lugar. Uma superfície cruel penetrava sua pele deixando várias marcas.

— Como… Cheguei até aqui…?

A sua terceira pergunta foi recebida com uma resposta.

— É pelo bem do império. Agora, seja uma boa princesa e morra.

Ela olhou para cima e viu um soldado que estava encarando-a, seu olhar era frio e hostil, enquanto seus olhos desejavam sua morte. Alguma coisa a agarrou por dentro. Um enorme medo subiu por sua espinha, mas falhou em encontrar sua cabeça. A cruel lâmina de ferro já havia caído.

Houve um baque surdo e nisso o mundo começou a rodar.

Um velho diário, seu item pessoal, caiu no chão. Lentamente, as páginas começaram a ficar da cor vermelho-sangue.

Foi assim que Mia Luna Tearmoon morreu.

Foi assim que esse sonho aconteceu.

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaah!

Mia gritou, mas esse não era um grito esperado de uma princesa do império.

— M-M-M-Minha cabeça! Minha cabeça, minha cabeça, minha cabeçaaaaa!

Ela tocou sua cabeça, verificando cada ângulo e superfície para checar se estava tudo ali. O fez mais de uma vez para ter certeza.

— E-Está aqui! Eu estou bem. Está tudo bem.

Depois olhou para seu corpo. O pano esfarrapado e duro não estava mais lá, foi trocado por uma camisola feita de um material fino de textura suave, confortável e com muitos babados. Sua pele, antes marcada por cicatrizes de vários tamanhos, estava mais uma vez macia e impecável. Ela levantou as suas mãos. Estavam menores do que eram no seu… Sonho.

Como se fossem de criança…

Ainda sentindo a cabeça pesada, ela lentamente saiu da cama e caminhou em direção a um grande espelho. Quando parou em frente a ele, seus olhos azuis ficaram espantados. Seu cabelo estava cortado na altura dos ombros e suas bochechas brilhavam rosa. A garota olhou para si mesma, vendo sua própria imagem com onze ou doze anos. Nessa altura, o império ostentava riqueza e prosperidade, o que era incomparável em todo o continente…

— Que estranho. Me lembro de ter vinte anos…

Ela fechou a cara.

Eu tinha dezessete anos quando me pegaram tentando escapar… então me trancaram em uma masmorra por três anos… E depois…

 

Memórias daqueles dias de tortura voltaram à sua mente uma por uma. Ela se lembrou daquela angústia. O choro. Relembrou a sensação do chão gelado da masmorra e de um vazio que havia dentro dela. Lembranças apareciam de repente. Ela ficou confusa, mas mais do que isso, se sentiu aliviada.

A-Ha ha ha. Q-Que terrível — riu alto para si mesma, na tentativa de esquecer tudo aquilo. — N-Nada disso aconteceu. Ou aconteceu? Que sonho bobo. Muito infantil. E que tolice minha ter tido esse sonho.

Ela continuou rindo muito, tão desesperada para encher o quarto com qualquer outra coisa além do silêncio que não percebeu um fato muito simples: crianças reais não pensam em seus pesadelos como infantis. Depois, viu algo com o canto do olho perto de seu travesseiro.

—… Ah?

Se aproximando, olhou curiosamente para o objeto. Depois de analisar mais de perto, viu que se tratava de um antigo diário. De fato, era o seu diário. Ela se lembrou da capa. Era o diário que usava desde os dez anos, mas por alguma razão, parecia mais velho do que o normal. As páginas estavam velhas e rasgadas… E por algum motivo estava com muitas manchas escuras.

Ela percebeu que era exatamente igual ao diário que estava em seu sonho. Esticando sua mão trêmula, tocou no velho diário.

 

 

 

Lentamente, abriu o diário que revelou uma página manchada com algo escuro e vermelho. Estava escrito desde a parte de cima até o final com coisas que combinavam com seu sonho, palavra por palavra. Descrevia cada detalhe de sua longa e angustiante experiência, de sua agonia na masmorra ao terror da guilhotina.

— Hyaaaaaaaaaaaaaaaaah!

 Mia gritou novamente, seus olhos se reviraram e ela desmaiou na cama.

 


 

Tradução: Axtro

Revisão: Alice

QC: Nero

 

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