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De Colega Tóxica a Metas de Namoro – Vol. 01 – Cap. 08 – Koyuki Shirogane Não Consegue Ser Honesta

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Naoya sempre viveu uma vida relativamente despreocupada até agora.

Sempre obedeceu às regras da escola, e suas notas eram boas. Devido à sua intuição acima da média, passou facilmente pela vida evitando a maioria dos conflitos. Se alguma garota tivesse mostrado a ele uma pitada de afeição ou interesse que fosse, certificava-se de recusá-la gentilemente o mais rápido possível. Então, com relação a isso, sua reputação sempre foi a mais limpa.

Como tal, esta foi a primeira vez em sua vida que teve que lidar com um erro dessa magnitude.

Era a segunda-feira depois de sua desastrosa visita à residência Koyuki. Era hora do almoço e ele estava sentado com três outras pessoas no pátio habitual da escola.

— Sim, isso é basicamente tudo culpa sua, Naoya.

— Você estragou tudo.

— Espero que esteja refletindo sobre seus pensamentos e ações.

— Sim, senhora — respondeu Naoya humildemente, abaixando a cabeça em concordância.

Ele estava sentado com Tatsumi, Yui e Sakuya, e cada um deles tinha sua própria reclamação para dizer a ele. Koyuki estava longe de ser vista. Na verdade, não a tinha visto uma vez sequer desde o incidente. Não teve notícias dela no fim de semana, e ela não foi à escola.

Não teve uma única oportunidade de se desculpar e fazer as pazes com ela. Ferrei mesmo com tudo desta vez. Que diabos eu estou pensando? lamentou ele.

Tatsumi deu uma olhada de soslaio para Naoya e falou. — Até eu sei que Shirogane fugiria se você fosse muito direto com ela, mano. Qual é.

— E ela tirou o dia de folga também…

— Sim. Koyuki só continuará a se esconder assim a menos que façamos alguma coisa. — Sakuya os informou enquanto mastigava um pedaço de omelete. Ela terminou seu almoço, colocou-o de lado e se curvou para Yui e Tatsumi. — Peço perdão pela introdução tardia. Eu sou Shirogane Sakuya. Obrigada por cuidarem da minha irmã e futuro cunhado.

— Oooh, que educada. E, uau, já está tratando Naoya como parte família — murmurou Yui.

— Mas agora me pergunto quanto tempo isso vai durar. Hahaha! —Tatsumi acrescentou com uma incrível falta de tato.

— Bem, estou feliz que todos tenham opiniões sobre essa coisa toda! — gritou Naoya, indignado. — Esta manhã, Sakuya veio até mim da estação de trem com uma peruca. Pensei que fosse Shirogane por um segundo! Sabe o quão animado fiquei, Sakuya?! Não tem coração?!

— Uau. Que maneira nova de mexer com ele, Sakuya.

— Peguei você — acresceu Sakuya sem uma pitada de emoção. — E, a propósito, me lembre qual de nós é o verdadeiro culpado aqui?

— Eu… — Naoya admitiu depois de uma longa pausa, então deu um aceno melancólico. Eu sabia que confessar a ela naquele momento era uma má ideia, mas por que acabei deixando escapar? Não pude evitar. Cara, eu sou tão idiota. Ele caiu ainda mais fundo em sua miséria.

Em contraste com a tristeza de Naoya, uma voz alegre falou:

— Na verdade, estou meio aliviada, sabe.

Naoya olhou para cima e viu Yui sorrindo brilhantemente para ele.

— Yui, você gosta mesmo de me ver sofrer tanto? Ainda está brava por eu ter juntado você à força com Tatsumi, não é?

— Uh, não? — respondeu ela, incrédula. — Eu estava pensando que você nunca cometeria um erro como esse antes. Sabe, por causa do seu “poder” e tal.

— O que isso deveria significar?

— Isso significa que esta é uma oportunidade de crescimento pessoal, jovem — esclareceu Yui em um tom condescendente e apontou para Naoya para dar ênfase. — Relacionamentos não são só flores; tropeçamos neles, cometendo erro após erro, mas continuamos seguindo em frente. Você tem que aprender com isso em vez de ficar tão pra baixo consigo mesmo.

— Credo, garota. Você é mais sensível que esse cara — adicionou Tatsumi.

Assim como ela havia sugerido, Yui e Tatsumi nem sempre se deram tão bem. Naoya esteve lá nas vezes em que brigaram e discordaram, e por causa disso estava bem ciente de que o que Yui disse fazia sentido.

Isso mesmo. Isto é como uma espécie de teste. Se eu superar isso, talvez consiga me aproximar ainda mais dela! Naoya afirmou para si mesmo. Ele sorriu para sua amiga e disse:

— Obrigado, Yui. Vou superar o meu medo agora. Nunca estive em uma situação como essa antes, então isso me derrubou mais do que eu esperava. Acho que é assim que as pessoas normais se preocupam com as coisas. É meio revigorante, para ser honesto.

— Não há de quê. Só estou deixando você se safar chamando o resto de nós de “pessoas normais” porque é você, entendeu? — respondeu Yui com um sorriso irônico.

Tatsumi deu um soco na palma da mão aberta e proclamou:

— É como quando um robô finalmente ganha uma alma.

— Sim, como em todos os filmes de ficção científica. E ele terá que se autodestruir no final para salvar a todos.

— Entendido. Não se preocupe, Naoya, viajarei até os confins da terra para coletar seus ossos e tudo mais. Vai lá e se autodestrua até ficar satisfeito.

— Eu serei a sub-heroína que assiste a explosão de longe e derrama uma lágrima triste.

— Teremos uma longa conversa quando tudo isso acabar, pessoal — avisou Naoya enquanto olhava para sua suposta cunhada e seus amigos de infância. Esfregou a cabeça e suspirou. — Sério, eu preciso me desculpar com ela, e preciso fazer isso logo. Não quero que ela se sinta pior do que já se sente.

— O que quer dizer com isso?

— Shirogane definitivamente está se sentindo mal com a coisa toda também — explicou Naoya.

Apesar de suas constantes tentativas de manter as aparências, Koyuki era o tipo de garota que agonizava com cada pequeno erro. Ela provavelmente está ainda pior do que eu agora, Naoya estava preocupado. Ele podia imaginar perfeitamente: ela estaria enrolada em posição fetal no canto de seu quarto, lamentando cada ação em sua vida que a levou a este ponto. O fato de ter visitado o quarto dela recentemente tornou a imagem mental ainda mais clara.

— Ainda assim, Shirogane é tão estranha. Eu me pergunto se algo assim já aconteceu com ela antes.

— Nem eu sei nada sobre isso — respondeu Sakuya com um leve aceno de cabeça. Seus olhos ficaram distantes enquanto ela pensava no passado. — Ela era normal na escola primária. Foi só depois que se tornou a pretensiosa desajeitada que conhecemos agora.

— Credo, Sakuya, isso é maldade — disse Naoya.

— Chame de imparcialidade. Ainda assim, Naoya, você não consegue pensar em nada? Você deveria ser capaz de ler o coração das pessoas, certo? Está me dizendo que não consegue nem descobrir se ela tem algum tipo de trauma?

— Considero isso uma invasão de privacidade — respondeu ele. Ele sempre teve a impressão de que Koyuki mantinha uma parte de si escondida, uma espécie de linha figurativa que ele sempre teve muito cuidado para não cruzar. — Para ser honesto, eu não gostaria de saber. Eu disse a mim mesmo que não me preocuparia com isso até que ela se sentisse confortável o suficiente para confiar em mim.

— Hm, que cavalheiro gentil. Provavelmente é por isso que Koyuki gosta tanto de você — elogiou Sakuya, sua expressão suavizando por um breve momento. Naoya poderia dizer que ele passou em outro teste rápido dela com louvor. — Ainda assim, quero que faça algo sobre isso, e logo. Toda a família está preocupada com ela.

— Minha nossa. E-Ela disse alguma coisa para o seu pai? — perguntou Naoya, hesitante.

— Sim. Sua resposta foi: “Por enquanto, vamos confiar no menino e cuidar dela da melhor maneira possível”.

— Pai… — sussurrou Naoya.

— Ele tentou ir trabalhar de pijama hoje como demonstração de solidariedade. Você tem que fazer algo rápido antes que ele faça algo louco, perca o emprego e destrua toda a nossa família.

— Ah, não! Não se preocupe, vou consertar isso — respondeu Naoya freneticamente. Ele podia sentir seus ombros cedendo sob o peso da responsabilidade.

Tatsumi e Yui olharam para Naoya, depois um para o outro.

— Se ele errar de novo, porém, as coisas vão ficar piores — comentou Yui.

— Verdade. Qual é o plano, Naoya?

— Hmm… — Naoya cruzou os braços e pensou profundamente.

Embora fosse verdade que ele havia agido como um idiota uma quantidade excessiva de vezes recentemente, ele ainda estava confiante em sua habilidade. Ele tinha certeza de que seria capaz de persuadir Koyuki a sair de seu quarto se fosse necessário. Mesmo assim, gostaria de evitar isso, se possível. Parecia muito com enganá-la, e o pensamento o deixou desconfortável.

Isso o deixou com apenas uma opção. Ele falou em voz baixa:

— Nós vamos ter que ir com um ataque frontal completo.

 

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Koyuki, completamente inconsciente da reunião de estratégia que estava sendo realizada em seu nome, estava enrolada em seu quarto mal iluminado, exatamente como Naoya havia previsto. Ela não tinha escovado seu cabelo prateado, e seu pijama estava uma bagunça amarrotada. Ela olhava fixamente para a parede com os olhos manchados de lágrimas. Moela sentou-se ao lado dela. Ficou claro que ele estava preocupado com sua condição, mas sabia que não havia nada que pudesse fazer para ajudar.

— O que estou fazendo…? — sussurrou ela, quebrando o silêncio em seu quarto. Não sabia quantas vezes se fez essa pergunta.

Sua mãe saiu para trabalhar meio período, e Sakuya já tinha ido para a escola. O silêncio reinava sobre a casa, e cada minuto, até o segundo, parecia que estava sendo esticado ao seu limite absoluto.

Koyuki continuou a murmurar para si mesma na escuridão.

— É tudo culpa de Sasahara. Dizendo que gostava de mim enquanto fazia aquilo… Ele é tão mau…

Sua reação tinha sido natural, ela continuou se assegurando.

— Mas também não acho que sou inocente — acrescentou ela, franzindo as sobrancelhas. Já fazia um tempo que voltava a pensar nisso.

Depois do “incidente”, ele ficou do lado de fora da porta dela, pedindo desculpas várias vezes. Havia enviado várias mensagens para ela dizendo o quão preocupado estava. E, além de tudo, ela sabia que jogá-la na cama tinha, na realidade, sido um acidente.

Mesmo sabendo de tudo isso, continuou amuada como uma criança teimosa.

— Já sou horrível em lidar com confissões como está…

Tudo começou durante seus dias de escola primária. Naquela época, era uma criança normal, amigável e cheia de vida. Ela tinha muitos amigos, mas um em particular era especial. Ela passava todos os dias com aquela garota, e não importava onde fossem, estavam sempre juntas. Sempre diziam uma à outra: “Eu te amo!” da maneira impensada e honesta que as crianças fazem.

Mas um dia, a língua afiada de Koyuki ergueu mostrou sua cara feia. Sua amiga começou a rotulá-la como “duas caras”, “arrogante” e “alguém que despreza os outros”. Koyuki não pretendia que isso acontecesse, mas não fez nada para findar os insultos deles. A próxima vez que Koyuki tentou dizer a sua amiga “eu te amo”, sua amiga respondeu “Eu não te suporto”.

Era como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo. Depois disso, nunca mais falou com a garota. No ano seguinte, sua ex-amiga foi transferida para uma escola diferente e desapareceu da vida de Koyuki para sempre.

Desde então, Koyuki foi incapaz de entender o amor ou a afeição. Mesmo que gostasse de alguém, era incapaz de dizer como a outra pessoa se sentia. Não podia confiar se a afeição deles era real ou não, então escolheu ficar sozinha. Koyuki deixou de lado todos aqueles ao seu redor, e assim nasceu “A Rainha dos Espinhos”.

Koyuki soltou um suspiro pesado. O rosto de Naoya apareceu em sua mente; ele era a única coisa em que ela conseguia pensar.

— Talvez as coisas tivessem sido melhores se eu pudesse entender as pessoas como Sasahara consegue… Não, então eu seria capaz de ver que todo mundo me odeia — lamentou, pensamentos negativos girando em sua mente. — Sasahara apenas lida com tudo isso com calma, ele não deixa que isso o afete. Ele é incrível, diferente de mim. Nossa, como sou horrível.

Ele havia lhe feito uma confissão honesta, mas veja como ela reagiu. Koyuki estava certa neste momento que a culpa era dela.

E se ele me odeia? O sangue de Koyuki gelou quando o pensamento ocorreu a ela. Apressadamente tentou se assegurar de que isso não era possível, mas era impossível parar a espiral negativa uma vez que havia começado.

Seu nariz começou a coçar e sua visão turvou. Então, pouco antes das lágrimas ameaçarem escorrer pelo seu rosto, ouviu Moela se mexer.

— Miau! — gritou Moela enquanto corria para a janela e olhava para fora. De sua janela, havia uma vista do jardim; esse era o local em que seu gato estava fixado. Koyuki esticou os ouvidos e ouviu alguns ruídos do lado de fora.

Isso era estranho, geralmente sua mãe era quem trabalhava no jardim, mas ainda não estava em casa…

Ah, não! É um ladrão?! O rosto de Koyuki ficou branco como papel. Sabia que sua família vivia em uma boa região, mas também sabia que ser roubada não era impossível. Ela foi até a janela o mais silenciosamente possível. Quando olhou para fora e viu o que estava acontecendo, abriu a janela e gritou:

— O que está fazendo no meu jardim?!

— Opa, fui pego — disse Naoya enquanto olhava para cima. Ele estava no processo de colocar as coisas em uma mesa.

Koyuki chegou ao jardim cerca de dez minutos depois. Ela vestira um cardigã por cima do pijama; isso, juntamente com seu olhar mal-humorado, a deixou com uma aparência bastante esfarrapada.

Parece que realmente tem lidado com isso sozinha. Estou feliz que isso realmente conseguiu fazê-la sair, Naoya pensou consigo mesmo. Ele estava satisfeito que as coisas estavam indo mais ou menos como planejado, embora esperasse ter um pouco mais de tempo para organizar as coisas antes que ela percebesse. Oh, bem, também estava bom assim.

— Foi mal, foi mal. Não pensei que você fosse me pegar tão rápido.

— Que seja. O que está fazendo, afinal? — Koyuki olhou em volta, inquieta.

O jardim era espaçoso e repleto de várias flores em plena floração — era óbvio, com apenas um olhar, que estava bem cuidado. Naoya colocou uma mesa que pegou emprestado do depósito deles no centro do referido jardim. Havia alguns copos descartáveis em cima da mesa e alguns sacos de papel a seus pés.

— A propósito, tenho permissão de Sakuya, só para constar. Tecnicamente falando, não é invasão — acrescentou ele.

— Não fiquei sabendo de nada disso… — reclamou Koyuki.

— Está bem. Antes que eu explique, porém, pegue isso.

— O que é isso?

Naoya a entregou um pequeno dispositivo com um botão que parecia ser algum tipo de campainha. Vendo a expressão confusa de Koyuki, explicou:

— É uma campainha. Se pressionar o botão, fará um barulho. Sakuya, Yui e Tatsumi estão esperando do lado de fora. Se eles ouvirem, virão correndo, então não precisa se preocupar com nada antes de acontecer.

— Essa é uma maneira assustadora de tentar me fazer sentir melhor! — gritou Koyuki.

Sakuya questionou se a campainha era uma boa ideia, mas Naoya foi em frente de qualquer maneira. Imaginou que três vigias intrometidos espiavam o jardim para verificar do que se tratava a gritaria seria bom para demonstrar segurança.

Beleza, então ela entendeu. Agora só tenho que me certificar de que ela não a use, Naoya pensou. Ele cerrou os punhos e se curvou profundamente para Koyuki.

— Sinto muito por ter te jogado na cama daquela maneira.

— N-Não… — respondeu Koyuki, balançando a cabeça lentamente. Seu olhar caiu para o chão e ela entrelaçou os dedos. — Sei que foi um acidente, não foi sua culpa. Minha reação foi exagerada…

— Sua reação foi totalmente natural.

— Não, quer dizer… Mesmo assim, estou errada aqui. — Koyuki balançou a cabeça com mais força desta vez. Eles ficaram em silêncio por um longo tempo. Sua costumeira propensão a ser esnobe se foi, sendo substituída por uma auto-aversão pesada e esmagadora. — Sempre foi assim… Eu sou apenas uma covarde que não consegue ser honesta consigo mesma nem com ninguém. Sou assim desde sempre.

A voz de Koyuki tremeu enquanto ela falava. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, mas ela continuou sem enxugá-las. Contou a Naoya sobre o incidente com sua amiga na escola primária e como, desde então, estava com muito medo de aceitar a afeição de alguém.

— E-Então, quando me disse que gostava de mim, fiquei muito feliz. Eu queria te dar uma resposta adequada. Queria muito. M-Mas não sabia o que dizer, e não tinha ideia se estava tudo bem em dizer isso. Meu cérebro estava todo bagunçado… — Ela fez uma pausa com outro suspiro pesado, como se sua alma tivesse deixado seu corpo. — Achei que era um erro pensar que alguém poderia gostar de mim…

— É aí que você se engana — afirmou Naoya, então agarrou os ombros de Koyuki. Ela ergueu o rosto cheio de lágrimas e olhou para Naoya com perplexidade. Ele falou com seu coração. — Estou feliz por ter me apaixonado por você, e estou sendo sincero. Por favor, não diga coisas tão deprimentes. Quero que você sinta o mesmo que eu.

— M-Mas, a-alguém como eu… — gaguejou ela entre soluços.

— Ah, qual é. Aqui, pare de chorar — disse ele enquanto lhe alcançava um lenço.

— E-Este é o…?

— Sim, é o que você me deu. Não achei que seria útil tão rápido — brincou.

Ela pegou o lenço e enxugou os olhos. Os delicados flocos de neve bordados encontraram suas lágrimas e escureceram em tons. Suas bochechas e seu nariz estavam vermelhos como uma fruta perfeitamente madura.

Naoya sorriu para ela e disse:

— Você está apenas pensando demais, Shirogane. Se não disser algo como: “Como se atreve a fazer isso com uma senhorita como eu? Parece um cachorro mal treinado, precisa ser executado”, então acho que vou enlouquecer.

— Sinto muito… Não estou bonita…

— Quando que eu disse isso? De qualquer forma, acho que prefiro seu visual mais refinado.

— Eu tenho uma má personalidade — sussurrou ela. Apesar de suas palavras, um pouco de luz retornou a seus olhos.

— Também preciso me desculpar. Levei as coisas longe demais e não considerei seus sentimentos. Precisamos levar as coisas devagar, nós dois somos iniciantes. — Ele nunca queria que esses eventos acontecessem novamente.

— M-Mas se formos devagar, não sei quando poderei aceitar sua confissão — protestou ela.

— Tudo bem. Nós dois somos jovens, afinal. Você tem setenta anos para pensar sobre isso.

— Pare de ser tão otimista…

 

 

 

— Não posso, pois gosto muito de você — declarou Naoya, confiante. — Tudo bem, agora vamos esquecer disso tudo. Vamos, sente-se.

— Mas essa foi uma conversa muito importante…

— Não se preocupe com isso.

Koyuki sentou-se relutantemente e franziu a testa quando Naoya começou a encher os copos na mesa com suco.

— Eu sei que já perguntei, mas qual é o sentido de tudo isso? — perguntou ela.

— Ah, sim, eu queria dar uma festa. Sabe, para fazer as pazes.

— Festa? Não sou mais uma criança — resmungou Koyuki.

Naoya a ignorou e começou a pegar uma variedade de itens dos sacos de papel que estavam a seus pés.

— Vamos começar com suco de laranja — declarou. — Peguei alguns daqueles biscoitos em formato de animais que você gosta. Fiz um álbum de fotos de gatos e até consegui que Kirihiko autografasse um livro para você.

Koyuki começou a se perguntar o que um transeunte pensaria se visse a mesa e sua variedade eclética de itens.

— Que tipo de festa deveria ser essa? — perguntou ela.

— Uma festa para você e todas as coisas que você ama.

— Credo… — Koyuki suspirou mais de exasperação do que qualquer coisa. — Mas essas são, sim, todas as coisas que gosto. Como sabia? Nunca te falei sobre elas. Perguntou a Sakuya?

— Nah, só juntei tudo que você falou antes.

— Nunca vou superar o quão assustadora essa sua habilidade é…

— É bom ouvir você dizer coisas assim de vez em quando — acrescentou Naoya com um sorriso. Ele puxou um grande objeto de outro saco de papel.

Os olhos de Koyuki se arregalaram.

— Espere, isso é…?

— Sim, é aquela grande pelúcia que você queria em nosso primeiro encontro.

Era um grande gato sorridente, tão grande que mal cabia debaixo de um braço. Naoya havia sacrificado muitas moedas de cem ienes em seu esforço para ganhar a enorme pelúcia, e não se arrependia nem um pouco.

— Jamais irei rejeitar seus sentimentos, Shirogane, ainda mais quando forem sobre gostar de mim. Aceitarei tudo sobre você — declarou com seriedade.

Koyuki soltou um suspiro silencioso, então olhou rapidamente entre Naoya e a pelúcia.

— Então, acha que poderia começar a acreditar que eu realmente gosto de você agora? — perguntou ele.

Depois de uma longa pausa, Koyuki sussurrou:

— Sim. — Ela aceitou a pelúcia e a apertou com um abraço violento.

Naoya ficou visivelmente aliviado.

— Incrível. Então, vamos nos divertir hoje. Podemos começar a trabalhar juntos para avançar amanhã. Aguardo sua resposta pelo tempo que for necessário.

— T-Tudo bem. — Koyuki assentiu, a pelúcia ainda presa em um aperto amoroso.

Estava bom assim. Ainda gostaria de poder chamá-la pelo nome, porém, resmungou para si mesmo. Parecia que teria que esperar um pouco mais até ouvir a resposta dela à sua confissão. Ainda assim, Koyuki, sem dúvida, fez progressos. Naoya tomou um gole de seu suco enquanto refletia sobre as coisas.

— Obrigada… Naoya — disse Koyuki timidamente.

— Pffftt! — Naoya cuspiu o suco de laranja em sua boca, cobrindo a mesa com um fino spray cor de laranja. Ele prontamente caiu de costas. Não importa quão boa fosse sua intuição, não estava preparado para isso.

 

 

 

Naoya estava deitado no chão e ofegava por ar. Entre respirações irregulares, disse:

— I-Isso realmente foi um golpe baixo…

— Ah, não! Alguém! Alguém, por favor, ajude! — gritou Koyuki. Seus gritos frenéticos e o som da campainha reverberaram por todo o bairro.

 


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Guilherme

 

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