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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 08 – Cap. 11 – O Dabicon está queimando

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Amanheceu.

O sol da manhã refletia na superfície do Rio Dabicon. As forças combinadas da Friedônia e de Lastania começaram a operação para exterminar os homens-lagarto. Rápida e silenciosamente elas entravam em suas posições, com cada uma delas em seus respectivos lugares e cumprindo seus deveres, ansiosamente antecipando o começo da batalha final.

Quanto a mim, eu estava nas costas de Naden, sobre o Rio Dabicon, ao norte da fortaleza.

— Grr… — voando pelos céus, Naden deixou escapar um rosnado (telepático) de insatisfação.

Em sua forma humana, ela teria batido em suas bochechas, tenho certeza disso. E também sei a razão por isso.

— Sinto muito por isso, Naden.

— Fala sério, por que eu tenho que carregar ela?

— Haha, isso é porque eu sou o pilar desta operação. — Excel riu.

E esse era o motivo do mau humor de Naden. Além de mim, Excel também veio junto nas costas de Naden.

— Há um costume onde diz que um dragão nunca deveria deixar alguém além de seu parceiro montar em suas costas! — Naden reclamou.

— Oh, mas esse é o motivo pelo qual eu não estou em suas costas, sabia? — Excel provocou.

Excel estava sentada no meu colo enquanto eu montava nas costas de Naden. E a fim de evitar acabar caindo, ela aninhou seus longos braços ao redor do meu pescoço. Você pode dizer que era como um cavaleiro, junto de uma princesa, montados em seu cavalo branco.

Eu precisava que Naden carregasse Excel, mas ela só permitiria seu parceiro montar em suas costas e, embora Excel fosse avó de uma das minhas parceiras, a lógica do “companheiro do meu parceiro é também o meu parceiro” era algo que não se aplicava para ela como era aplicada para Aisha e as outras.

— Ela poderia apenas ter usando uma gôndola, sabia! — Naden disse com um rosnado, mas Excel permaneceu imperturbada.

— Isso não seria legal. É entediante. Eu vim todo o caminho do Reino até aqui naquilo, então você pode, ao menos, me permitir isso. Certo, Majestade ?

— Souma, diga algo! — Naden rosnou.

…O que ela quer que eu faça? Naden era minha preciosa noiva, e Excel era a peça chave dessa operação, então eu não poderia a rejeitar. Eu também estava mantendo minha precaução com ela no mínimo.

— Excel, não a provoque tanto. Ela pode acabar te jogando daqui, sabia?

— Haha, me desculpe. As reações dela são tão fofas. Não consegui me conter. — Excel disse isso e então acariciou as costas de Naden. — Apesar disso, eu sinto uma estranha familiaridade com Naden. Quero dizer, olhe como somos bastante parecidas. Nós temos chifres, e mesmo que sejam de cores diferentes, também temos caudas com formas bem similares, não temos?

 

 

 

— Bem, sim, eu acho que temos… — Naden admitiu.

— É dito que a raça das serpentes do mar são descendentes das serpentes marinhas que também eram nomeadas como kouryuu ou jiaolong, então talvez elas fossem ryuus, assim como você.

Certo, esse pensamento já me ocorreu antes.

A ideia sobre a família de Juna, a Casa Doma, serem descendentes de algo vagamente similar a humanos como Loreleis1Ninfas/sereias presentes no folclore alemão. era uma coisa, mas eu nunca comprei a ideia que os descendentes das serpentes do mar tivessem tomado forma de humanos. Talvez aquelas serpentes marinhas kouryuu eram ryuus como Naden, isso explicaria por que elas tinham forma humana.

Excel formou levemente um sorriso.

— Talvez os membros da raça das serpentes do mar não fossem meio-dragões como os dragonatos, mas ao contrário, eram meio-ryuus.

— Mas eu não sou tão carnuda e voluptuosa como você. — Naden murmurou.

— Considere isso uma variação individual.

— Não é justo!

E então as duas começaram a discutir. Uma falando em minha cabeça, e a outra sentada em meu colo, foi um caos. Hal e Ruby se aproximaram.

— Desculpe interromper a diversão, mas está quase na hora de iniciarmos.

— Entendido. — Eu disse. — Vamos começar.

Olhando os arredores da área, havia centenas de cavalarias de wyverns pairando no ar, esperando meu comando.

A hora chegou.

— Ok, Excel, certifique-se de ser bem chamativa.

— Entendido, Majestade.

Apagando o sorriso de seu rosto e adotando um olhar sério, Excel tirou os braços envolvidos em meu pescoço, cruzou eles em sua frente, e abaixou sua cabeça. A velocidade com a qual ela podia mudar de humor era como ligar e desligar um interruptor. Era um tanto impressionante ver o quão renomada Excel era por suas capacidades.

— Agora, deixe-me mostrar a você todo meu poder, a razão pela qual uma vez fui o tópico das conversas de Elfrieden, e o motivo de ser chamada de “a maga que é invencível em qualquer lugar onde haja muita água doce”.

Excel juntou suas mãos e se concentrou. Enquanto isso, seu corpo ameaçou cair, então rapidamente a segurei pela cintura para ajudá-la.

Agarrando sua cintura surpreendentemente delicada, Excel sorriu.

— Obrigada, Majestade. Continue me segurando assim, se não se importar.

Murgh… — Naden telepaticamente vocalizou seu descontentamento. Mas era parte da operação, então ela iria ter que lidar com isso.

Excel fechou seus olhos, segurando firme suas mãos como se estivesse canalizando algo, e então…

Splooooooooosh!

Repentinamente, cinco pilares de água gigantes surgiram da superfície do Dabicon bem abaixo de nós. As gotas que respingaram da água levantada à força pairavam no ar como fumaça, em um instante estávamos no meio de uma leve chuva. A cena adiante me deixou chocado.

Essa era Excel… quando ela ficava séria…

Parecia que o que Excel havia dito sobre ser invencível em qualquer lugar onde houvesse muita água doce não era exagero. Eu achava que a única razão pela qual ela estava limitando a água doce era que, no mar, toda magia era difícil de usar.

Lutar contra ela em um deserto seria uma coisa, mas se eu tivesse que enfrentar a Excel em um rio onde houvesse água doce em abundância, teria que estar preparado para enviar toda a cavalaria wyvern para cá.

— Souma! — Naden exclamou. — Olhe para baixo!

— Whoa… — fazendo como Naden disse, fixei meu olhar para baixo, e havia uma cena incapaz de não se olhar admirado.

O Rio não tinha uma largura fixa, e a profundidade variava de lugar para lugar. Isso significava que onde houvesse um lugar nele que fosse raso e estreito, seria perfeito para um ponto de travessia. Basicamente, era a área bem abaixo de nós.

Dito isso, o Dabicon era conhecido por ser um rio bem massivo, então mesmo no ponto de travessia, ele tinha cerca de 200 metros de largura, a água batia na altura dos ombros mesmo se fosse um homem alto. Dificilmente dava para atravessar a cavalo.

No entanto, Excel estava elevando a água. Isso baixou o nível do rio, fazendo ser possível até mesmo ver as rochas no fundo. Excel abriu suas mãos, e então as levantou.

— Convocação do Deus da Água. — Ela sussurrou.

Com aquelas palavras, as cinco grandes torres de água tomaram a forma de cobras com suas cabeças erguidas. Então, quando ela abaixou sua mão, ouve um assobio alto, e as cinco formas de água mergulharam no rio. A água foi puxada para cima, e então fluiu para o lado oposto das partes mais rasas. Isto produziu cinco grandes arcos de água, causando uma grande queda no nível da água debaixo dos arcos, e a área estreita onde estava raso se expandiu consideravelmente.

Este era o plano que Hakuya propôs.

Se as partes rasas onde atravessaríamos fossem estreitas, seria difícil trazer um grande número de soldados para o outro lado da margem. Nós poderíamos expandir onde estava raso, e ainda ter os homens-lagartos do lado oposto vindo diretamente em nossa direção. Hakuya concluiu isso baseado na informação que dei a ele e me enviou a maga número um em magia de água no país, Excel Walter, junto de muitos outros magos de água.

Os outros magos estavam em pequenas embarcações flutuando no rio, diminuindo a correnteza da água que fluiria da parte alta para a parte baixa, ajustando a corrente que Excel mandou para baixo para que ela não voltasse. Assim, um caminho raso que atravessava o Rio Dabicon, com cinco grandes arcos de água sobre ele, foi formado.

Me senti como se estivesse assistindo o milagre da história de Moisés.

— Hakuya certamente veio com um plano incrível… — Olhei admirado.

— Majestade, esta magia exige muito do usuário, eu apreciaria se você desse continuidade à operação. — Excel me disse com um olhar doloroso no rosto.

Oops. Era uma vista inacreditável, até parei de pensar.

 Rapidamente dei a ordem para Hal, que também estava atônito:

— Hal! Assim como planejamos, faça os homens-lagarto atravessarem!

— Huh!? C-Certo! Vamos lá, pessoal! — Hal, que logo voltou a seus sentidos, ordenou.

— Yeaaaahhhhhh! — A cavalaria de Wyverns rugiu ao redor dele.

Então, com Hal e Ruby, o dragão vermelho na liderança, metade da cavalaria de wyverns voaram para a margem oposta onde os homens-lagarto estavam.

 

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Halbert e Ruby estavam na frente da cavalaria quando eles alcançaram a margem oposta onde dezenas de milhares de homens-lagarto acampavam. Com o objetivo de evitar os ataques dos inimigos terrestres, eles estavam voando mais acima, porém, incontáveis monstros do tipo quimera atacaram Hal e sua equipe.

Hal empalou os monstros com suas duas lanças, e Ruby tostou eles com fogo.

— Escutem! Nossa função aqui é agir como pastores! Agora vamos levar aqueles cordeiros escamosos de cauda longa para a margem oposta.

— Sim, senhor!!! — A cavalaria respondeu rapidamente e se espalharam.

Abatendo qualquer monstro à vista em seus caminhos, os wyverns alcançaram o fim da horda de homens-lagarto e cuspiram fogo no chão.

Bompf! Bompf! 

As chamas acertavam o chão uma após a outra.

— Gugyagyagya!

As criaturas puxaram e pisotearam uns aos outros para saírem do caminho das chamas, com o grupo gradualmente se dirigindo para o Rio Dabicon. Halbert e Ruby atearam chamas que eram incomparavelmente mais poderosas que qualquer wyvern poderia produzir, levando os inimigos para as águas rasas do rio.

— Haha! Minha noiva é cruel! Continuem! Corram! Corram! — Halbert gritou extasiado.

Murrgh, isso não é um jeito legal de falar. — Ruby resmungou. — Mais tarde, Kaede e eu vamos te dar um puxão de orelha.

Roaaarrrrrrrr!

O Rugido de Ruby ecoou, e os homens-lagarto espantados fugiram cegamente pelas águas rasas. Uma vez que um amontoado deles começou a se mover em uma direção, não iriam mudar de curso facilmente.

Tendo julgado que perseguir por mais tempo era desnecessário, Halbert se voltou à cavalaria de wyverns reunida.

— Isso deve fazê-los irem para o outro lado. Nós vamos deixar os inimigos no solo para a força principal de Ludwin, enquanto iremos dar apoio a Souma… Sua Majestade… e exterminar os monstros voadores! Vamos ajudar a força principal de cima no ar!

— Sim, senhor!!!

Então Halbert e Ruby foram para o sul, junto da cavalaria de wyverns.

 

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Os homens-lagarto na margem distante do rio tinham começado a se mover.

 Parece que a unidade de Hal os levaram, observei.

As criaturas estavam atravessando o caminho raso do Rio debaixo dos arcos de água. Vendo eles pularem na parte rasa, me lembrou de um programa sobre natureza que eu tinha visto a muito tempo atrás, introduzindo gnus atravessando um rio. Se isto fosse um documentário, esta deveria ser a parte onde os crocodilos atacam… embora, nesse caso, esses caras atravessando o rio aos montes pareciam com eles.

— Há qualquer necessidade de deixar eles chegarem à margem oposta? — Naden, que presenciava a mesma cena, perguntou. — Cerca de metade deles estão no Rio, então não seria mais fácil a Duquesa Walter cancelar sua magia e levar todos eles?

— Bem, se eles fossem todos soldados com armaduras, isso seria uma boa tática, mas eles estão pelados. Dessa forma não os matariam, certo? Se os afundarmos para o fundo do rio, matá-los seria trabalhoso, então precisamos deixar que atravessem,  para cercá-los e então acabar com todos eles.

— Da minha parte… gostaria que eles se apressassem e terminassem logo a travessia. — Excel disse com esforço, com suor escorrendo de sua testa.

Para controlar esse tanto de água, mesmo ela, que era indiferente em muitas situações, não poderia manter uma boa expressão agora. Seus dentes estavam rangendo, e suas mãos estavam tremendo.

— Sinto muito. — Eu disse. — Mas preciso que você aguente só mais pouco.

— Eu sei. — Excel deu um sorriso forçado enquanto ela continuava diligentemente mantendo sua magia.

Eventualmente, Hall e seu grupo, que haviam concluído a missão de dirigir os homens-lagarto, se reuniram a nós enquanto o grupo de monstros finalizava a travessia do Rio Dabicon.

— Augh, isso foi exaustivo! — Excel ergueu ambas as mãos como se estivesse se alongando.

Splaashhhhh!

No instante seguinte, os arcos de água colapsaram e caíram como uma massa sólida de água, o grande volume que caiu criou uma onda enorme, e quando ela quebrou, choveu por um breve período de tempo sobre o Rio. Seu leito, que fomos capazes de ver por pouco tempo, desapareceu e os botes dos  magos que estavam ajudando Excel sacudiram.

Nós assistimos a tudo enquanto éramos ensopados pela chuva.

— Deveríamos ter trazido algo para nos protegermos da chuva  — comentei.

— Minhas roupas são minhas escamas, então elas são à prova d’água. — Naden respondeu.

Qualquer que seja o caso, com as águas rasas retornando a seu estado original, o ponto de fuga dos homens-lagarto foi removido da jogada.

Enquanto eu me sentia aliviado que todos foram bem, Excel ameaçou cair.

— Excel!? — gritei.

Quando coloquei minhas mãos ao redor de sua cintura e a segurei, Excel deu um sorriso bem fraco.

— Ha…ha… estou bem. Eu acabei exagerando um pouco.

Ela estava exausta a ponto de mal conseguir formar um sorriso apropriado, e seus ombros estavam pesando a cada respiração. A chuva fez suas roupas colarem em seu corpo, o que a fazia terrivelmente sensual.

— Você se saiu bem — elogiei. — Deixe o resto com a gente.

— Eu vou. Heheh, é realmente um bônus ter Vossa Majestade me segurando desse jeito. Juna surtaria se ela pudesse nos ver agora.

— Você realmente tem uma personalidade muito agradável. — Meus ombros relaxaram ao perceber o quanto Excel parecia estar se divertindo.

Murgh… talvez eu deva eletrocutá-la no lugar de Juna. — esbravejou Naden irritada.

Se ela disparasse qualquer choque elétrico agora, enquanto todos estavam molhados, também me acertaria… espero que ela não faça isso. Bem, nosso papel nesta guerra acabou. A unidade terrestre vai liderar daqui para frente.

Ou assim eu pensei, até…

Huh? — Repentinamente, os bigodes dracônicos de Naden se retraíram como um par de chicotes.

— O que é foi? — indaguei.

— Hmm… Tem algo a oeste… hm?

Suas palavras eram vagas, então provavelmente Naden não sabia o que era. No entanto, seus sentidos afiados estavam detectando algo, e eu estava preocupado que fosse algo fora de minhas previsões sobre o que aconteceria.

 

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Quando as dezenas de milhares de homens-lagarto terminaram de atravessar as águas rasas que Excel havia expandido com sua magia, eles se depararam com as forças do Reino da Friedônia em formação.

Famintos por não conseguirem se alimentar do outro lado do rio, tudo o que viram foi um rebanho de comida. Também não parecia haver nenhum daqueles que voavam no céu e cuspiam fogo.

Então, para saciar o apetite, os homens-lagarto correram em direção aos acampamentos do Reino de Friedonia.

Ludwin, o comandante encarregado das forças do Reino, e Julius acompanhavam a cena. Ambos ficaram lado a lado, em cima de seus cavalos, no topo de uma pequena colina onde o acampamento principal das forças aliadas estava localizado.

— Deve ter uns cinquenta mil, apenas contando os homens-lagarto. — Julius disse. — Há mais se incluirmos os monstros nos arredores. Um problema e tanto.

Ludwin acenou sob tal análise.

— Eu concordo. Se isso fosse o exército de um país estrangeiro, poderíamos ter dificuldades, mas não ficaremos aquém diante de uma matilha de bestas sem noção de táticas ou estratégia.

— Concordo. Deixe-me com flanco direito.

— Você pretende lutar? — Ludwin perguntou preocupado. — O povo de Lastania já teve sua luta. Está tudo bem deixar o resto com a gente, entende?

Julius balançou sua cabeça.

— Para o povo de Lastania, esta é uma luta para defender seu país. Se deixarmos para o Reino logo no fim, as pessoas desta nação não seriam capazes de considerar como sua conquista. Para acelerar a reconstrução após a guerra, devemos deixá-los agarrarem a vitória com suas próprias mãos.

— Reconstrução após a guerra…?

Percebendo que o que estava na mente de Julius era sobre algo após a luta, Ludwin ficou impressionado. O que ele mostrou não era uma perspectiva de um general que somente dava atenção para comandar suas tropas e atentar-se à vitória, mas um rei que pensava sobre todo um país.

Julius meneou ao alto sua espada.

— Eu deixei os conscritos na fortaleza, mas terei as forças regulares e os soldados refugiados lutando até o fim.

— Entendo — disse Ludwin. — Se minha posição fosse diferente, eu gostaria de ficar nas linhas de frente também.

— Aquela que está em segundo no comando, com orelhas de lobo, não iria ficar furiosa se você fizesse isso ?

— Sim, e esta é a razão pela qual irei permanecer no acampamento principal, para não deixar a senhorita Kaede zangada comigo. — Ludwin respondeu brincando.

Julius riu.

— Bem, então… suponho que vamos ter que resolver isso antes que o Comandante fique impaciente.

— Eu não ligo se você me deixar agir um pouco, sabe.

— Sem chances. Não irei emprestar sua força. Eu irei pôr um fim à ameaça que são esses homens-lagarto pessoalmente. Então, até nosso próximo encontro.

Observando Julius partir em seu cavalo, Ludwim deixou escapar um suspiro.

— Honestamente… o destino pode ser algo engraçado. — Ele disse para si, e então ergueu sua mão ao alto. — Envie um sinal para a linha de frente! Interceptem os inimigos que estão chegando!

Dando a ordem, as trombetas soaram.

 

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Ouvindo o sinal das trombetas, Kaede ficou em cima da torre de observação que tinham construído e ergueu seu cajado bem alto. Ela estava comandando perto da cerca defensiva que fora erguida no acampamento de batalha.

— Esse é o sinal. — Ela anunciou. — Pessoal, os homens-lagarto estão vindo! Primeiro, detenham o avanço do inimigo! Todos, formem uma muralha!

Haviam magos de terra reunidos ao redor de Kaede, quando ela deu o sinal, eles usaram suas magias em conjunto, fazendo com que o chão inchasse diante da unidade de linha de frente, e em menos de um minuto um longo muro de terra foi construído.

Para os homens-lagarto, que estavam para adentrar o acampamento como uma avalanche, eles se viram impedidos por uma parede de terra que apareceu repentinamente do nada.

Gueh!Guh…

Por ser feita de terra, mesmo batendo ou cavando, apenas conseguiriam arranhá-la, mas não puderam quebrá-la. Eles olharam ao redor inquietos, mas não haviam brechas nesta muralha.

Mesmo assim, querendo conquistar a “comida” que estava do outro lado da muralha, eles começaram a escalar. As criaturas possuíam uma tenacidade incrível, mas perderam a chance que tiveram antes.

— Arqueiros, atirem! — Kaede ordenou.

Os arqueiros começaram a disparar suas flechas sobre a muralha. Elas não tinham um alvo em particular, mas o alto número delas e o fato de todos os inimigos estarem muito próximos uns dos outros, trabalharam juntos para que os monstros fossem derrubados um após o outro. Algumas dessas flechas estavam imbuídas com magia, explodindo ou cortando a área perto deles para deixar ainda mais mortos.

Acompanhando a cena do alto da torre, Kaede suspirou.

Isto é completamente unilateral, e tudo isso apenas pelo simples fato dos homens-lagarto não pensarem em nada além de satisfazer suas próprias vontades que estamos lidando com eles tão facilmente. Eu estava preocupada sobre o que poderia acontecer se houvesse um demônio aqui e tomasse o comando, mas parece que minhas preocupações foram em vão.

Sob a liderança de Kaede, a unidade da linha de frente foi capaz de parar o avanço do inimigo. No entanto, dado o número de homens-lagarto, eles não seriam capazes de atirar em todos. Alguns conseguiram atravessar a chuva de flechas para subir a parede. Os magos da terra estavam focados em evitar que a atual muralha quebrasse, então eles não tinham como criar outra muralha.

Um bom número de homens-lagarto estavam atravessando a muralha. Pode-se pensar que eles atacariam os magos e arqueiros que agora estavam vulneráveis, mas ao chegar do outro lado da muralha, os monstros se depararam com Aisha, alguém com um poder de combate tão elevado que fazia a batalha parecer muito injusta. Um balanço silencioso da sua espada de duas mãos era suficiente para ceifar muitos inimigos que tinham escalado a muralha e estavam prestes a entrar no acampamento.

Gugih!? — O homem-lagarto deixou sair um grito de morte enquanto era fatiado em dois.

Sendo impedidos por uma muralha de terra, e alvejados por ataques a longa distância de arqueiros, o inimigo somente poderia atravessar a muralha em pequenos números. Para assegurar que os poucos que passaram tivessem uma morte garantida, mantendo a segurança da unidade de ataque de longo alcance, Kaede tinha uma unidade de elite no outro lado da muralha. A combatente mais forte do país, Aisha, foi incluída nisso é claro, mas…

Muh!

Enquanto a parte de cima e de baixo do homem-lagarto que foi partido ao meio caiam no chão, Aisha balançou sua espada para limpar o sangue. Apesar de ter vencido habilmente, ela revelava uma expressão insatisfeita e frustrada. A causa disso era Jirukoma e Lauren, que estavam no mesmo esquadrão, ela observava os dois se ajudando enquanto lutavam contra os homens-lagarto vindo do topo da muralha.

— Sir Jirukoma! — berrou Lauren.

Lauren ficou no caminho de dois inimigos que  tentaram atacar Jirukoma pelas costas enquanto ele lutava, derrubando um com seu escudo e empalando o outro com sua espada. Quando Jirukoma percebeu que fora salvo, ele cortou o homem-lagarto na sua frente usando sua kukri, então ficou costas a costas com Lauren.

— Obrigado, você me salvou, Madame Lauren.

— Não foi nada. Eu protegerei suas costas, Sir Jirukoma.

— Então deixe-me cuidar das suas também, Madame Lauren. Não vou deixar você se machucar. Eu quero ter três crianças com você, afinal.

Fwhuh?

Por um momento, Lauren não processou o que ele acabara de dizer. Quando ela percebeu que aquilo era uma resposta a sua proposta quase autodestrutiva, seu rosto explodiu em vermelho. No entanto, ela rapidamente voltou a si, era um campo de batalha, e seu sorriso bobo saiu de escanteio.

— Vamos nos certificar de ganhar esta batalha, Sir Jirukoma! — Ela berrou.

— Com certeza iremos!

 

 

 

Então um homem-lagarto avançou na direção dos dois, possivelmente em fúria, eles se prepararam para isso, mas antes que pudessem fazer algo, uma faca materializou do nada e cravou na testa do homem-lagarto. Com uma queda dura, sua cara bateu primeiro no chão, quando eles se viraram, Komain estava olhando para eles irritada, tendo facas entre cada um de seus dedos.

— Irmão, isso é coisa para se dizer em um campo de batalha? Não poderia escolher um momento mais inoportuno que este?

Jirukoma desviou o olhar timidamente.

— Eu sou meio desajeitado sobre essas coisas. Se não fosse em um lugar como esse, acho que nem seria capaz de dizer isso.

— Honestamente…. Madame Lauren! — Komain exclamou. — Sei que meu irmão não tem salvação, mas por favor tome conta dele.

— C-Certo! Estou sob seus cuidados também!

— Aliás, o que você está fazendo aqui? — Jirukoma indagou, ainda se certificando que nenhum monstro se aproximasse de Komain. — Você poderia ter aguardado na fortaleza com Sir Poncho.

— Eu consigo lutar também. — Ela retrucou. — Não posso abandonar meu irmão quando ele está aqui fora lutando.

— Mas e se você se ferir antes de ser capaz de se casar? Sir poncho não vai querer ver você assim, sabia?

— Sir Poncho não é tão sem noção… espera, não, a gente n-não é assim!

Vendo ela gaguejar, Jirukoma e Lauren imaginaram a situação.

— Parece que há mais coisas que teremos que discutir após essa batalha acabar. — Jirukoma anunciou.

— Sim. — Lauren concordou. — Definitivamente temos que fazer isso.

Quando seus dois, agora, guardiões disseram isso, Komain corou.

Enquanto isso, vendo a troca dos três a distância, Aisha estava irritada. Não por pensar que seus comportamentos eram inapropriados para um campo de batalha.

Não, isto é o que Aisha pensou: Estou com tanta inveja da Madame Lauren!

Isso é tudo.

Estou dando duro aqui para que Sua Majestade me elogie também, mas ele está no ar com a Madame Naden. Eu quero lutar costas a costas com Sua Majestade desse jeito.

Souma teria sido um fardo lutando ao lado de Aisha, mas isso não importa. Tendo ações que eram símbolos de confiança entre parceiros sendo jogadas na sua cara, era natural que ela pensasse “eu quero fazer isso também…”.

Aisha manejava sua espada com frustração em seu coração.

Eu não pude dormir com Sua Majestade porque era a única no dever de guarda na última noite também. Os inimigos vão pagar pela minha frustração!

Isso tinha sido o mesmo na ocasião em que Souma foi levado à força para a Cordilheira do Dragão Estelar. Aisha ficou agitada por causa de seus sentimentos por ele, então algum tipo de limitador dentro dela quebrou, e seu poder destrutivo aumentou consideravelmente, quando Souma deixou ela para trás e foi para a Cordilheira, sua tristeza se transformou em força que poderia sobrepujar Halbert, Kaede e Carla juntos.

Agora, sua inveja por Jirukoma e os outros potencializou sua espada.

Eu quero que Sua Majestade me elogie também! Quero que me ame! Por isso, eu devo acabar esta luta rapidamente, e ir para onde ele está!

Movida por suas emoções, Aisha dividiu os homens-lagarto.

Os inimigos foram pegos no dano colateral.

 

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— Eep!? — Eu exclamei.

P-por alguma razão, um frio arrepio passou pela minha espinha, mas… devo estar imaginando.

— Unahhhhhhh! — Naden gritou.

Bzzap!

Os choques elétricos que Naden jogou fritaram e derrubaram todos monstros no caminho até ficarem crocantes. Naden, o Ryuu Negro e eu; junto de Halbert e Ruby, o Dragão Vermelho, trabalhamos com a cavalaria de wyverns para assegurar o controle aéreo e impedir que monstros voadores atacassem as forças no solo.

— Se vocês querem morrer, se alinhem! — Halbert gritou.

Mesmo nas costas de Ruby, Halbert estava manejando suas duas lanças, enquanto o resto da cavalaria usavam flechas imbuídas com magia para atacar.

— Eles chamam bastante atenção… — murmurei.

Da minha parte, eu estava usando uma besta, atirando, recarregando, puxando a alavanca para posicionar a corda do arco, e atirando novamente. Atira, recarrega, puxa a alavanca. Atira, recarrega, puxa a alavanca. Atira, recarrega, puxa a alavanca… era uma repetição das mesmas tarefas. Parecia simples comparado com o que os outros estavam fazendo, mas eu ainda conseguia lidar com pequenos monstros voadores com isto.

Eu espiei o outro lado, olhando para o campo de batalha se desdobrando logo abaixo. Por causa da dura luta em que Kaede, Aisha, e os outros na unidade central na linha de frente foram expostos, os homens-lagarto que tinham ido até o centro perderam suas chances de fugir. Os flancos esquerdo e direto, aproveitando a oportunidade, moviam-se para cercar o inimigo. Esta era uma batalha de extermínio. Se ao menos um ficasse vivo, apenas iria causar problemas mais tarde.

Pessoal, aguentem firme…

Eu orei pela vitória dos soldados lutando abaixo.

 

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O único liderando o flanco direito era Julius.

— Escudeiros, não permitam quaisquer brechas! Lanceiros, fiquem atrás dos escudeiros e somente apunhalem aqueles que avançarem! Enquanto isso, se certifiquem de não se distanciar muito do grupo, movam-se de pouco a pouco.

Em uma guerra normal, velocidade era a essência, onde você deliberadamente iria dividir o inimigo para quebrar sua formação, mas desta vez, exterminar os monstros era o objetivo. Para assegurar que nenhum escaparia, eles apertariam o inimigo, lidando com eles de forma sutil, porém eficaz.

Um homem-lagarto vermelho saltou em cima de um escudeiro. Era do tipo que cuspia fogo, o monstro abriu bem a boca, deu uma respirada profunda, se preparando para expelir chamas nos soldados indefesos que estavam logo atrás dos escudeiros.

— Não vou deixar! — Julius gritou.

Ele acertou na boca do adversário com a lateral de sua espada, prevenindo-o de expirar, então o chutou na barriga para afastá-lo do escudeiro. Em seguida, ele colocou suas mãos no chão, fazendo com que incontáveis espinhos brotassem do chão com a magia na qual Gaius que havia se especializado, cortando o homem-lagarto vermelho em pedaços.

— Guh…ruhruh…

A chama da vida desapareceu dos olhos do homem-lagarto, que agora parecia uma almofada de alfinetes.

Confirmando que seu inimigo estava morto, Julius ergueu sua voz:

— Não deixem eles passarem! Agora é hora de pôr fim a este maldito combate! Acabem com o inimigo, e terminem esta batalha como uma vitória para nós!

— Yeaaaahhhhhh!!!

Os soldados do flanco direito foram encorajados.

Enquanto isso, por volta da mesma hora, o par de mestre e servo da República de Turgis estavam no flanco esquerdo.

— Droga, é entediante não ser capaz de sair de trás dos caras com escudos. — Kuu murmurou enquanto batia em qualquer homem-lagarto que aparentava passar pelos escudeiros com seu porrete.

Enquanto puxava seu arco e os abatia com flechas, Leporina o repreendeu:

— Deve ser assim, jovem mestre. Não podemos deixar qualquer brecha que dê espaço para eles fugirem.

Mesmo enquanto ela dizia isso, Leporina disparava uma flecha e finalizava um inimigo. Ser uma espécie de franco atiradora em locais seguros era a especialidade de Leporina.

— Se você quer matar os inimigos, porque não usar um arco, Mestre Kuu? — Ela continuou. — Não importa em quantos eu atire, seus números não parecem diminuir, e este é o real problema.

— Eu não tenho uma mira como a sua, Leporina. Além disso…

Uma pedra que um dos homens-lagarto pegou e atirou em desespero veio voando direto para Leporina. Ela, que acabou baixando sua guarda, cobriu seu rosto com as mãos, mas antes mesmo que a pedra pudesse chegar até si, o porrete de Kuu a pulverizou.

— Você é uma boa arqueira, mas está tão focada nisso que perde de vista outras coisas. — Kuu continuou. — Eu vou proteger você, desde que não tenha muita escolha.

Ele bateu seu porrete no próprio ombro em frente a Leporina com olhos arregalados. Ouvindo ele dizer que a protegeria, Leporina conseguiu segurar o sorriso com certa dificuldade enquanto recuperava sua postura.

— Normalmente é meu dever proteger você, Mestre Kuu.

— Ookyakya! Bem, ei, está tudo bem mudar as coisas de vez em quando, certo ?

— Eu acho que sim. Até que é bem legal.

Com isso elevando seu espírito, um grande número de homens-lagarto morreram com as flechas de Leporina, não demoraria muito para que ela sentisse uma culpa agonizante ao saber que sua invencibilidade aqui tinha ganhado o título de “A garota coelho mortal”.

À medida que os flancos esquerdo e direto se certificavam que o inimigo não se espalhasse, gradualmente eles encurtavam o espaço entre eles enquanto abatiam as criaturas. Devido ao centro ser uma dura defesa, os homens-lagarto eram incapazes de escapar se movendo adiante enquanto eram alvejados por uma ataque de pinça dos dois lados.

Se eles tentassem recuar, o Rio Dabicon estava em suas costas, e as águas rasas se foram. Os magos de água nos botes também estavam lá, usando magia para perfurar qualquer inimigo que tentasse atravessar prevenindo que eles escapassem.

huh? Eu percebi enquanto assistia, mesmo em uma situação desesperadora, nenhum dos homens-lagarto tentaram pular no rio. Eles estavam apenas tentando atravessar nas partes rasas.

Poderia ser que os homens-lagarto não saibam nadar?

Eles tinham rostos reptilianos, a parte superior de seus corpos era escamosa e humanóide, enquanto sua parte inferior era semelhante a dinossauros carnívoros. Talvez pelo fato de serem criaturas deformadas, eles não podiam nadar bem. Será que foi por isso que eles acabaram se amontoando do outro lado do rio?

Os acompanhando de longe, um pensamento passou pela minha cabeça? Criaturas deformadas… mas o que exatamente são monstros ?

Algumas criaturas nasciam com algumas características únicas que surgiram através de uma mutação repentina, seus corpos poderiam ser inteiramente brancos, ou então ter duas cabeças. Mas aquelas características somente se aplicavam ao indivíduo, era possível que isso ocorresse naturalmente a um grande número dessas criaturas e formasse um grupo?

Devo me concentrar, pensar sobre isso agora não vai ajudar…

Decidi deixar essas questões não muito claras para depois. Por agora, eu tinha que focar naquilo que estava na minha frente.

— Aparentemente, o pessoal lá embaixo não vai demorar muito para terminar. — comentei.

Não houve resposta.

Eu olhei para Naden procurando por confirmação, mas ainda sem respostas.

— Naden?

— Eu realmente sinto algo muito estranho a oeste — disse ela.

Mesmo enquanto lutava, Naden tinha sua atenção roubada. Ainda assim, eu não conseguia sentir nada estranho. Ryuus e Dragões eram sensitivos à magia, se Naden disse que sentiu algo, então provavelmente havia alguma coisa lá.

— Esse sentimento estranho… é ruim? — perguntei.

— Hmmm… Não é ruim, está mais para familiar. Mas tem algo estranho sobre isso…

Eu escutei outra voz em minha mente.

— Naden!

Hal e Ruby se aproximaram.

Ruby disse:

— Ei, Naden, essa sensação…

— Você também sentiu isso, Ruby? Não é um tanto estranho?

— Hm. É familiar, mas diferente.

Era algo surreal, ver um ryuu negro e um dragão vermelho quebrarem a cabeça em confusão. Hal e eu, que estávamos ambos montados em suas costas, ficamos de fora sem ter ideia do que fazer sobre isso.

Então a situação mudou, com o solo sendo afetado primeiro.

Presos em um movimento de pinça pelas alas esquerda e direita e atingidos pelo fogo concentrado dos magos da água se tentassem fugir pelas estreitas águas rasas, os homens-lagarto estavam de costas para o rio e só podiam esperar até serem esmagados. No entanto, eles pareciam estar prontos para se agarrar a qualquer coisa. Com a morte diante de seus olhos, seu instinto selvagem de sobrevivência despertou. Alguns começaram a se jogar no rio.

Splaaaash, splaaaash, splaaash!

Uma vez que um pulou, os outros seguiram.

Suas capacidades de aprender aquilo que uma vez nós usamos para ensiná-los a caçar monstros mostravam-se de um jeito desagradável agora. Tendo começado, não havia como parar mais.

Aqueles perto do rio pulavam um após o outro.

Como eu suspeitava, a fisiologia dos homens-lagarto faziam deles péssimos nadadores, dos quais agora lutavam contra a forte correnteza. Se fosse uma guerra normal, poderíamos chamar isso de vitória. No entanto, mesmo que fosse uma batalha de larga escala, não era uma guerra, era somente a exterminação de bestas problemáticas.

— Isto é… meio ruim… — Eu disse.

Parecia que os homens-lagarto estavam sendo levados embora, mas se eles voltassem às margens vivos, isso aumentaria os danos e causariam problemas.

— Hal, nós podemos atacá-los no Rio com nossas forças no ar? — perguntei.

— Sem chances! Todos já estão de mãos cheias com os monstros voadores! Se tivermos qualquer um da cavalaria faltando, os monstros voadores que vão escapar!

— Urgh…

Ele estava certo, a cavalaria de wyverns estava atualmente engajada na luta contra os monstros voadores. Muitos dos reforços aéreos estavam sendo usados para logística. E acima de tudo, a fim de manter em segredo, eu acabei não trazendo nenhum de nossos melhores equipamentos, como o Pequeno Susumu Mark V.

Parece que nossa limitação de forças aéreas criou uma brecha.

— Majestade, eu irei usar minha magia novamente. — Excel sugestionou ainda em meus braços, mas ela deve ter usado seus poderes demais. Seu rosto estava pálido, era muito óbvio que ela estava se forçando.

— Não… — Eu disse. — Você já usou tudo que tinha, certo?

— Mas nesse ritmo…

— Se você morrer por mim, será uma enorme perda para o Reino. Vamos encontrar outra forma…

Enquanto eu estava tentando imaginar se havia algo que pudesse ser feito, aquilo aconteceu.

— Souma! — Naden repentinamente gritou dentro de minha cabeça. — Olhe para os céus a oeste!

— Hm…? O qu..!?

Quando eu olhei para a direção mencionada, vi milhares de pequenas linhas flutuantes lá. Enquanto se aproximavam, percebi que elas tinham asas estendidas, era um grupo de criaturas flutuantes com longas asas em formação.

Wyverns…? Não, eles eram maiores que wyverns, e tinham pernas frontais. Isso significa… dragões?

Então um deles ganhou velocidade, parando em nossa frente. Era um belo dragão branco, vendo ele, Naden e eu gritamos em surpresa.

— Pai, é você!? — gritei.

— Então aquela sensação… Era realmente você, não era?  — Naden perguntou.

O tal dragão branco era Pai Long, uma amiga de Naden a quem eu encontrei na Cordilheira do Dragão Estelar.

Pai, o dragão branco nos observou e se curvou levemente.

— Não nos vemos a um bom tempo, Rei Souma. Você também, Naden.

Realmente faz muito tempo.

Naden e Ruby foram até Pai.

— Pai… É você, certo? — Naden se exaltou.

— Haha! E eu me pareço com alguém mais?

— Hmmm? Eu senti algo vindo, mas algo parecia diferente. Eu não sei, era diferente da Pai que eu conheço. Não é, Ruby ?

— Exato. — Ruby concordou. — É igual a você, mas não é você. Isso é como a magia pareceu.

— Ahahaha! — Pai riu. — Vocês são afiadas.

Enquanto as três conversavam, eu escutei uma voz vindo de trás de Pai:

— Pai, poderia deixar-me apresentar a eles também?

— Ah, tudo bem! — Eu vi que havia um cavaleiro de armadura de platina montado em suas costas.

— É um prazer conhece-los. — O cavaleiro disse. — Desde que você montou em um dragão negro com uma forma incomum, imagino que deva ser o Rei Souma do Reino de Friedônia.

— Sim, e você é?

Quando o cavaleiro removeu seu capacete, uma linda mulher com um cabelo bem curto surgiu. Ela colocou seu capacete debaixo do braço e me saudou:

— Eu sou a princesa do Reino dos Cavaleiros Dragão Nothung e a cavaleira de Pai, Sill Munto. Quando ouvi que nosso aliado, o Reino de Lastania, estava em perigo, liderei duzentos dos cavaleiros aqui presentes.

Eu sinto como se houvessem múltiplas coisas para ficar surpreso com essa introdução. Primeiro, esses cavaleiros dragão do Reino dos Cavaleiros Dragão Nothung vieram para nos ajudar. Aparentemente eles lidaram com a onda de demônios do seu lado. Acho que seria o esperado de um país com cavaleiros dragão, o tipo de soldado mais poderoso.

Em seguida, aquela que veio para nos dar suporte era uma princesa. Embora tínhamos nossas próprias princesas que queriam sair e lutar por si mesmas, então isso não me surpreendeu tanto.

E finalmente, o que mais surpreendeu a mim, Naden, e Ruby fora que o cavaleiro de Pai era uma mulher. Eu tinha ouvido que o contrato entre dragão e um cavaleiro dragão era formado com propósito de criar uma criança. Então, no caso de seu cavaleiro ser uma mulher, pelo fato da vaga natureza biologica do sexo em suas espécies, um dragão iria mudar para a forma masculina para procriar.

Em outras palavras.

— Pai, você é um homem agora!? — Naden exclamou em surpresa.

— Certamente sou. — Pai concordou sem hesitar.

Ah, entendi. Talvez o que Naden e Ruby tinham dito sobre a presença familiar parecer diferente de alguma forma tenha haver com isto.

Faz sentido… espera, agora eu tenho coisas maiores para me preocupar!

— Madame Sill! Eu sei que é repentino, mas me empreste sua força! — Eu chamei.

— Certo, o que há ?

— Nós temos um grupo de homens-lagarto encurralados, mas um número deles pularam no rio e estão tentando escapar! Eu gostaria que seus cavaleiros exterminassem eles!

Enquanto eu explico tão rápido quanto consigo, Sill meu deu aceno firme.

— Entendido. Vamos, Pai.

— Ok!

Sill colocou seu capacete de volta, então fez Pai seguir em frente enquanto se virava para seus cavaleiros dragão.

Ela ergueu sua espada.

— Nós vamos exterminar os homens-lagarto que escaparam pelo rio. Sigam-me!

Ela mergulhou rapidamente, com seus cavaleiros a seguindo. Enquanto eles voavam sobre a superfície do rio, os dragões cuspiam fogo em uníssono.

Bwooooooosh!

As chamas ateadas em formação pelos dragões lamberam a superfície do rio enquanto se espalhavam. Aquelas chamas cozinharam os fugitivos sem misericórdia, tal era sua intensidade. Bem, se eles tivessem um grupo de duzentos deles que eram fortes como Ruby, isso seria o esperado, eu acho.

Olhando dos céus, parecia que o Rio Dabicon estava queimando.

Observando a cena se desdobrando, Naden murmurou para si mesma:

— É um choque e tanto, minha cabeça está começando a doer.

Eu acariciei as costas de Naden em silêncio. Não muito tempo depois, as unidades terrestres acabaram com o extermínio do inimigo. Dava até para ouvir os gritos de vitória lá em baixo.

Vencemos.

Mesmo tendo algumas surpresas no final, assim foi como a série de batalhas acabou em vitória para as forças aliadas da Friedônia, Lastania e Nothung.

 


 

Tradução: Hide

Revisão: Pride

 

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