Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 08 – Cap. 09 – A Ajuda Chega

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Ludwin, que liderava os reforços, apressou-se assim que me viu.

— Vossa Majestade! Que bom que o senhor está bem.

Era impossível para os sessenta mil reforços que vieram do Reino da Friedônia entrar em uma fortaleza de pequeno porte que já tinha três mil soldados dentro, então o grupo principal acampou em um lugar próximo, enquanto os líderes estavam na fortaleza.

Nós, que estávamos na fortificação, nos reunimos com eles junto dos principais membros.

Ludwin se ajoelhou diante de mim, com as mãos na sua frente, enquanto apresentava seu relatório.

— Ludwin Arcs acabou de chegar com os reforços.

— Muito bem — falei. — Você pode ficar mais calmo agora.

Depois de trocar alguns cumprimentos formais, Ludwin se levantou e imediatamente expressou suas preocupações.

— Ainda assim, senhor, isso é demais! O que estava pensando ao participar do grupo avançado? Levando não-combatentes como a Srta. Roroa e sua irmãzinha junto também!

— Nosso ex-inimigo, Julius, estava em Lasta. Não havia como saber se as Dracotropas poderiam se coordenar bem com ele por conta própria, certo? Roroa e eu tivemos que agir como intermediários. Além disso, se eu quisesse reunir mais informações, a habilidade de Tomoe seria necessária. Trouxe Aisha e Naden também, para que pudéssemos fugir se a situação ficasse mais perigosa, ou seja, não haveria problema.

Aliás, também trouxe Roroa e Tomoe de Lasta para a fortaleza. Imaginei que Tomoe sempre tinha o Inugami para protegê-la e, se as coisas ficassem feias, poderia pedir para Naden levá-las embora, portanto, provavelmente ficaria tudo bem.

Ludwin apertou os dedos em suas têmporas com um suspiro.

— Ainda assim, há sempre a pequena chance de algo acontecer. Se a princesa souber disso…

— Urkh… Acho que talvez deva pedir que você mantenha silêncio sobre isso para Liscia…

As minhas ações eram justificadas, mas Liscia ficaria preocupada. E quanto mais a preocupássemos, mais eu seria repreendido depois. Eu apreciava sua preocupação, mas ainda assim queria chateá-la o mínimo possível.

Ludwin balançou a cabeça em sinal de irritação.

— Os soldados já estão contando histórias sobre sua bravura ao liderar um esquadrão avançado em uma cidade completamente cercada por monstros. Quando os soldados voltarem para casa, não demorará muito para que a princesa fique ciente disso.

— Acho que vou ter que me render, hein…

Eu provavelmente receberia uma bronca mais leve se ela soubesse disso por mim e não por outra pessoa. Mas, ainda assim… geralmente me diziam que eu não me parecia muito com um herói, então não era um pouco injusto que Liscia me repreendesse toda vez que fizesse algo que exigia bravura, pelo menos uma vez?

— Ah, bem, isso mostra o quanto a irmãzona Cia se importa com você, não é mesmo, querido? — perguntou Roroa.

— É exatamente isso. — Aisha acenou com a cabeça. — Você precisa aceitar.

— Quero dizer, só o carreguei por aí como você me disse — explicou Naden.

As três estavam totalmente de acordo.

— Não, acredito que todos vão levar um puxão de orelha também, sabiam? Naden por ter sido a cúmplice; Roroa por ter agido de forma igualmente imprudente, apesar de não ser uma combatente; e Aisha por sua responsabilidade em nos proteger.

— …Irmãzonas Ai, Nadie, que tal se a gente evitasse ver a irmãzona Cia por um tempo? — indagou Roroa.

— S-Sim, é melhor assim — concordou Aisha.

Naden acenou com a cabeça.

— Entendido.

— Isso não é meio injusto?!— exclamei.

Enquanto estávamos conversando, Julius, Jirukoma e Lauren chegaram.

Quando Ludwin notou Julius, ele fez uma cara feia.

Na batalha entre as forças do Reino de Elfrieden e do Principado da Amidônia, que se enfrentaram perto de Van, Ludwin foi o Comandante-Chefe das forças do Reino, e Julius participou como um dos principais comandantes ao lado de Gaius VIII. Poderia se dizer que esses dois haviam lutado diretamente um contra o outro.

— Sir Julius Amidônia — cumprimentou Ludwin, quase em um sussurro, e Julius estendeu sua mão.

— O nome Amidônia agora pertence somente à Roroa. Sou apenas Julius agora, Sir Ludwin Arcs da Guarda Real do Reino.

— Você me conhece? — Ludwin questionou.

— Eu assumi o comando na linha de frente no lugar de meu pai durante aquela batalha. Me lembro do nome daquele contra quem lutei. Sua liderança era sólida, e eu não conseguia encontrar nenhuma brecha. Foi um adversário difícil.

— Agora faz sentido — disse Ludwin lentamente. — A razão pela qual não conseguimos romper as forças do Principado, mesmo com a moral baixa, foi porque você estava lá.

Ludwin e Julius trocaram um aperto de mão firme. Não houve nada do desconforto que senti ao encontrar Julius novamente. Isso provavelmente ocorreu porque eles tinham algo em comum como guerreiros que comandavam exércitos.

Além disso, Ludwin era um jovem simpático, por isso era difícil não gostar dele.

— Ouvi sobre suas façanhas por Sua Majestade — comentou Ludwin. — Ele disse algo sobre a família real Lastaniana ter confiado a você o comando de seu exército e sobre ter rompido o cerco com apenas três mil soldados. Não poderia estar mais tranquilo em tê-lo do nosso lado.

— Não, só foi possível com a ajuda das Dracotropas — afirmou Julius. — Além disso, os soldados de Lastania sozinhos não serão o bastante para exterminar os milhares de homens-lagarto que, sem sombra de dúvida, estão do outro lado do rio. Então, fico muito grato por sua ajuda.

— De fato — concordou Ludwin, acenando com a cabeça. — Vamos superar essa crise juntos.

De repente, uma voz vigorosa surgiu.

— Irmão!

Por um instante, pensei que fosse Roroa, mas ela não costumava se dirigir ao seu irmão dessa forma. Olhando na direção de onde vinha a voz, a irmã mais nova de Jirukoma, Komain, estava correndo.

Atrás dela estava Poncho, que era responsável por gerenciar a logística; e a empregada principal que foi designada para ser sua assistente, Serina.

Komain correu direto para Jirukoma.

— Irmão! Graças a Deus você está bem!

A aparição da irmã que ele havia deixado para trás no Reino da Friedônia fez os olhos de Jirukoma se arregalarem.

— Komain?! O que você está fazendo aqui?!

— O Rei Souma organizou isso. Vim junto com o homem a quem sirvo agora.

— O homem a quem está servindo agora?

— Sir Poncho.

Dito isso, Komain ficou ao lado de Poncho, que estava se aproximando lentamente.

Ele colocou sua mão direita no topo da cabeça, curvando-se repetidamente para Jirukoma.

— J-Já faz muito tempo, Sir Jirukoma. Komain tem me ajudado muito como minha assistente, sim.

— Ah, era você quem ela queria servir, Sir Poncho? Estamos em dívida com o senhor pela comida que deu a nós, refugiados, em nossos momentos de miséria. Se minha irmãzinha puder lhe ajudar, por favor, faça com que ela trabalhe duro.

— Não, eu não conseguiria fazer isso… — disse Poncho, nervoso.

— Não se preocupe. Sir Poncho é muito gentil a ponto de não conseguir fazer isso com outra pessoa — mencionou a mulher com uniforme de empregada que estava em frente a Komain.

Jirukoma olhou para aquela mulher que usava vestes de empregada, apesar de estar em uma zona de guerra. Ele inclinou a cabeça para o lado.

— Quem é você? É empregada de Sir Poncho?

— Sou Serina, a chefe das criadas do castelo. É uma honra conhecê-lo.

Serina levantou a barra de sua saia longa e fez uma reverência.

— Minha patroa é a Princesa Liscia, mas, por várias razões, atualmente trabalho como assistente de Sir Poncho. Ah, sim… você pode pensar em mim como uma colega da Madame Komain.

— Vocês são… colegas? — Jirukoma perguntou, surpreso.

Bem, na verdade, não se tratava exatamente do fato de serem colegas, e sim de ambas terem ficado encantadas com a comida feita por Poncho, mas uma mulher tão capaz como Serina nunca deixaria transparecer isso.

Komain reparou que a mulher de armadura estava parada desajeitadamente atrás de seu irmão.

— Irmão? Quem é essa mulher?

— Ah, esqueci de a apresentar. Esta é a Srta. Lauren, Capitã dos soldados do Reino de Lastania, onde moro atualmente. Srta. Lauren; esta é minha irmã mais nova, seu nome é Komain. E este é o Sir Poncho, do Reino de Friedônia, que está tomando conta dela; e ela é a Srta. Serina.

Em seguida, Jirukoma empurrou Lauren para frente e a apresentou a todos.

O rosto de Lauren estava um pouco nervoso ao cumprimentar os três. Ela parecia nervosa com o olhar de Komain.

— Sou a Capitã Lauren. Então você é a irmã do Sir Jirukoma? O-o Sir Jirukoma está sempre me ajudando…

Poncho e Jirukoma provavelmente presumiram que ela estava apenas tímida por estar conhecendo novas pessoas, mas Komain e Serina sabiam exatamente o que estava acontecendo.

Komain perguntou a Serina em voz baixa:

— Hum… Serina. O que você acha?

— Não têm mais o que pensar. É exatamente como você está imaginando, não é?

Eu sabia, pensou Komain enquanto os ombros caíam. Parecia que essa tal de Lauren tinha uma quedinha por Jirukoma. E nesse caso, uma coisa a preocupava.

— Você acha que meu irmão percebeu os sentimentos dela?

— Provavelmente não — sussurrou Serina. — Olhe, ele tem a mesma atitude de Poncho, como se estivesse cuidando de uma garota mais jovem que ele.

— Ahh… então não tem como ele ter notado. — Komain coçou a bochecha.

Ela não tinha intenção de se meter na vida amorosa do irmão, mas ia ser estranho ter de lidar com a parceira dele sendo sua irmã mais nova. Dito isso, Lauren não parecia ser uma pessoa ruim, então Komain deu um sorriso sem jeito para a mulher nervosa.

— Hum… me desculpe. Parece que você está fazendo muito pelo meu irmão.

— Ah, de forma alguma! Na verdade, é ele quem está sempre me ajudando. Sir Jirukoma tem me salvado em inúmeras situações — respondeu Lauren, corada.

Ohh… é pior do que pensei, Komain notou. Vendo como a mulher estava muito apaixonada por seu irmão, a total falta de autoconsciência dele em relação a isso começou a irritá-la como mulher.

Komain propositalmente deu um sorriso encantador.

— Vejo que você e meu irmão são muito próximos. Vocês estão apaixonados, talvez?

— Apaixonados?! Não, não estamos, hum… — Lauren estava claramente inquieta e começou a se remexer. Ela podia parecer do tipo guerreira elegante, mas o modo como agia era estranhamente feminino.

No entanto, quanto ao Sr. Sem Noção…

— O que foi isso, assim do nada? — rebateu Jirukoma. — Não está sendo rude com a Srta. Lauren? Não temos esse tipo de relacionamento.

Ele não entendeu nada. Komain podia ver por que Lauren estava um pouco decepcionada.

— Você que é o rude aqui, irmão. — Ela retrucou.

— Hã? Onde está querendo chegar?

Komain queria continuar explicando até que ele entendesse, ela mal conseguiu se conter. Se a própria explicasse, estaria causando problemas para Lauren.

Serina sussurrou no ouvido de Komain:

— Pelo visto, a situação é um tanto inter… Não, quero dizer problemática.

— Você ia dizer interessante?

— Com esses tipos de homens, é preciso ser direta, ou nunca conseguiremos chegar até eles. Então, por que não pedimos à Srta. Lauren que vá direto ao ponto e diga?

— Você pode estar certa, mas… realmente acha que ela falaria abertamente sobre seus sentimentos?

— Ah, isso é bem simples. — Os cantos dos lábios de Serina se ergueram. Era apenas um leve sorriso, mas era como um vislumbre de seu sadismo interior.

Enquanto Lauren ainda parecia contente por ter sido perguntada se ela e Jirukoma estavam apaixonados, Serina disse casualmente:

— Srta. Lauren, quantos filhos você espera ter com Sir Jirukoma?

— Três!

Foi uma resposta automática. Ela deve ter pensado detalhadamente sobre o futuro deles juntos.

Em um instante, a sala ficou silenciosa e os olhos de Jirukoma se arregalaram de surpresa.

— Srta. Lauren…

— …Ah!

Recuperando os sentidos, Lauren ficou instantaneamente vermelha ao perceber que havia cometido um descuido.

— Uwah… ah…

Com o rosto todo vermelho até o pescoço, os olhos de Lauren se encheram de lágrimas enquanto ela pronunciava palavras mal formadas. Então, no momento seguinte, ela saiu correndo, fugindo como uma lebre assustada.

Enquanto Jirukoma olhava atordoado para as costas dela, Komain lhe perguntou:

— Irmão, agora você entende qual de nós foi o mais rude?

— Ahh… Ah! Não, mas…

Agora era a vez de Jirukoma ficar em pânico. Não importava o quanto fosse ignorante, ele com certeza havia percebido como ela se sentia agora. Bem, na verdade não havia percebido, mas sim recebido a resposta.

Descontente, Komain indagou:

— Então, como você se sente, irmão? Qual é a probabilidade de eu ter que chamar ela de irmã?

— Eu acho a Srta. Lauren… atraente — admitiu ele, lentamente. — No entanto, continuo neste país pelo sonho de reconquistar nossa terra natal. Eu não poderia formar uma família…

— Entendo… Então é por isso…

Parecia que a ignorância de Jirukoma em relação aos sentimentos dela não se dava simplesmente porque ele não tinha noção dessas coisas, mas também porque, em seu papel de comandante dos soldados voluntários de refugiados que sonhavam em voltar para casa, ele havia colocado suas próprias necessidades em segundo lugar, ou até mesmo em terceiro. Então…

— Hmph. Qual o problema? — Julius deu um tapinha nas costas de Jirukoma. — Há outros voluntários que formaram suas famílias neste país. Se você gosta da Capitã Lauren, por que não corresponder aos sentimentos dela?

Então Julius sorriu.

Jirukoma ficou chocado.

— Não posso acreditar nisso, Julius. Você tem algum ressentimento contra mim por tê-lo provocado em relação à Princesa Tia?!

— Oh, claro que não, estou apenas devolvendo as palavras que você me deu. Parece que chegou a hora de pagar o preço, Jirukoma. Parabéns. Bem, era só uma questão de tempo, de qualquer forma.

— Grrr…

Jirukoma não conseguiu dizer nada em resposta. Finalmente, depois que todos o incentivaram a parar de ignorá-la, resolveu fazer isso e foi atrás da Capitã Lauren.

Eu assisti a toda a conversa em silêncio, pensando: “Falar sobre estabelecer uma família quando você está no campo de batalha é uma bandeira de morte, então parem!”

Comecei a me perguntar se eu deveria fazer com que Jirukoma mantivesse um relógio de bolso sobre o peito, mas, nesse mundo, a maioria dos ferimentos eram de espada e coisas do gênero, então talvez fosse melhor usar uma cota de malha.

Bem, deixando Jirukoma e Lauren de lado, eu ainda tinha que lidar com os homens-lagarto do outro lado do rio.

— Ludwin, como está a situação do outro lado do rio? — indaguei.

— De acordo com os relatórios de nossos batedores da cavalaria wyvern, há cerca de cinquenta mil homens-lagarto reunidos no outro lado do rio. Também confirmamos várias outras espécies de monstros. Parece que muitos deles podem voar. — relatou Ludwin.

Cinquenta mil homens-lagarto e incontáveis outros monstros… Isso era muito. Tínhamos sessenta mil soldados comuns e a cavalaria de wyverns estava conosco para garantir o poder aéreo. Se jogássemos todo o exército contra eles, nunca perderiam para os homens-lagarto, que não tinham nenhum senso de estratégia ou formação. No entanto, havia a questão geográfica.

— É um problema haver muitas tropas atravessando um rio. — Eu disse. — Assim como eles só podem atravessá-lo em pequenos números, nós também não podemos ter todo o exército atravessando ao mesmo tempo, não é?

— Tem razão… Se enviarmos pequenos grupos um após o outro para estabelecer uma base de apoio, a vanguarda ficará cercada. Isso só aumentaria as baixas do nosso lado. Poderíamos fazer com que a cavalaria dos wyverns fornecesse apoio, mas…

— Não, não deveríamos fazer isso — interrompeu Julius. Provavelmente tendo escutado a conversa. — Se atacarmos de uma única direção, os inimigos que se agruparam se dispersarão. Se eles forem divididos, a zona prejudicada se expandirá ainda mais e o tempo que levaremos para acabar com eles será maior. Será que conseguiremos encontrar uma maneira de eliminar esse grupo de uma só vez?

— Mesmo você dizendo isso… — Cocei a cabeça.

Entendi o que o Julius queria dizer, mas para acabar com eles rapidamente, teríamos que fazer com que um grande número de soldados atravessasse o rio rapidamente. Em nosso país, havia muitos meios de transporte disponíveis, como o Trem Rinossauro ou o Roroa Maru, mas aqui era uma terra estrangeira. As opções são limitadas.

— O Dabicon é um rio importante, não? Se conseguirmos arranjar alguns barcos, não podemos cruzá-lo de uma só vez?

— Não. Não podemos usar grandes navios em um rio raso como este — respondeu Julius. — Não é realista fazer com que sessenta mil homens atravessem em barcos menores também.

— Neste caso, que tal amarrar pequenos barcos para criar uma ponte… — ponderei. — Mas primeiro precisaríamos levar uma corda até o outro lado do rio.

Julius e eu quebramos a cabeça, mas não conseguimos pensar em nada.

Parecia que havia apenas um homem com quem podíamos contar. Me virei para Ludwin, que já havia retornado.

— Hakuya tem alguma instrução para você? — perguntei.

Nosso último recurso era a bolsa de sabedoria do país, Hakuya Kwonmin, o Primeiro-Ministro do Robe Negro. Eu estava enviando relatórios detalhados sobre nossa situação aqui para o grupo principal dos reforços e para o Castelo de Parnam por meio de um mensageiro kui. Isso porque eu imaginei que, se ele estivesse ciente de nossa situação, o sábio Hakuya poderia pensar em alguma contramedida.

Ludwin assentiu com a cabeça.

— Sim, o Primeiro-Ministro elaborou um plano eficaz com base nas informações que o senhor enviou para ele. As pessoas que precisaremos para esse plano já foram enviadas também.

Como esperado do Hakuya, sempre rápido. Mas que história era essa de pessoas que precisaríamos?

— De que pessoas estamos falando aqui?

Ludwin começou:

— Bem…

— Hehe! De mim, senhor.

Eu me virei para a voz sedutora que de repente se dirigiu a mim, e lá estava uma beldade de cabelos azuis.

Por um momento, pensei que poderia ser Juna, mas, diferentemente dela, essa mulher tinha chifres saindo de sua cabeça, usava uma roupa parecida com um quimono, que estava aberto para revelar seu decote, e uma cauda de réptil semelhante à de Naden saía de seus quadris.

— Excel?! — exclamei, soltando um grito de surpresa com sua chegada inesperada.

Era Excel Walter, a avó de Juna e a Comandante-Chefe da Força de Defesa Nacional.

Ela deu uma risadinha contente, cobrindo a boca com um leque.

— Oh céus, senhor. Você vai se casar com a Juna em breve, não é? Pode me chamar de Mãe em vez de Excel, sabia?

— Não, eu não deveria te chamar de vovó…?

— Você disse alguma coisa, Vossa Ma-jes-ta-de?

— Não, nadinha, Mãe.

Imediatamente levantei a bandeira branca diante de seu sorriso ameaçador. Afinal, nada de bom viria ao irritar essa senhora. A situação poderia ficar bem feia.

Limpei minha garganta e recomecei:

— Então, por que você está aqui, Excel? Eu ordenei que defendesse o Reino enquanto eu estivesse fora, não foi?

— O Primeiro-Ministro me pediu. Meus poderes são necessários, por isso ele solicitou que me juntasse a você. Não se preocupe, assim que a batalha aqui terminar, voltarei imediatamente para o Reino.

Dizendo isso, Excel cansadamente girou seus ombros em círculos.

— Honestamente, você e o Primeiro-Ministro são tão rudes com os mais velhos.

— Tenho certeza de que você ficaria brava se eu a tratasse como uma anciã…

— Bem, não me importo de fazer piada de mim mesma, mas não vou deixar ninguém mais fazer isso.

— Ah, entendo…

Bem, o fato de uma general sábia e experiente como Excel ter vindo com um plano de Hakuya era algo para ficar feliz nessa situação. Afinal de contas, eu também não estava conseguindo pensar em nada.

Excel me abraçou pela frente, pressionando seu corpo contra o meu.

— Hehe! Agora que estou aqui, você não precisa se preocupar com mais nada.

— Muito perto, muito perto, muito perto!

Isso era muito mais perto do que uma família podia chegar, sabe?!

Enquanto todos estavam observando, era muito constrangedor ter Excel, que parecia jovem e atraente, se lançando em cima de mim dessa maneira. Os olhares de Ludwin e Julius me machucaram.

Enquanto eu estava pensando nisso, Excel de repente se afastou. No momento em que eu estava me sentindo aliviado…

Bzzap, um flash azul passou pela minha cabeça.

Quando olhei para trás, Naden estava com uma expressão de raiva e todos os seus cabelos estavam arrepiados. Havia tantas faíscas voando ao seu redor que, em um piscar de olhos, ficou claro que ela estava muito brava.

Então, quando me dei conta, alguém me agarrou pelas duas mãos e me puxou para trás.

Cambaleei dois ou três passos e lá estavam Aisha e Roroa, cada uma segurando um de meus braços.

— Duquesa Walter! Já chega de brincadeiras! — Aisha gritou.

— Pode parar com isso. Só porque a irmãzona Cia e a irmãzona Juna não estão por perto, não significa que você pode ficar de olho no querido.

— O próximo não vai errar — rosnou Naden enquanto me abraçava por trás. Talvez por causa da eletricidade, meus cabelos estavam todos arrepiados. Foi muito assustador ouvi-lo crepitar perto de meus ouvidos.

Ao ver as reações de minhas noivas, Excel riu ainda mais alegremente.

— Hehe! É tão bonitinho o desespero de vocês.

— Por favor, não brinque com elas — implorei.

— Oh, nossa, não é bom que eu agite as coisas e ajude vocês a reafirmarem seu amor um pelo outro com tanta frequência?

— Nós ainda não nos cansamos um do outro, então tudo o que você está fazendo é me deixar desconfortável.

— Pelo visto, você também tem familiares problemáticos — disse Julius.

Até mesmo Julius estava olhando para mim com simpatia… Agora eu estava ficando triste.

Talvez ela estivesse satisfeita com a resposta que demos, porque Excel abriu seu leque e disse alegremente:

— Agora, senhor, eu sou a melhor pessoa que você poderia pedir. Que tal começarmos a reunião sobre como eliminaremos esses lagartos do outro lado do rio agora mesmo?

…Sinceramente, essa mulher com certeza estava se divertindo muito na vida.

 


 

Tradução: Satonix

Revisão: Pride

 

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