Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 07 – Cap. 02.2 – Notícias e Reunião Urgentes

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A menina era pequena e tinha cara de bebê. Eu chutaria sua idade em torno de quinze a dezesseis anos. Embora estivesse tão frio, usava uma camisa de manga curta, calças compridas e um avental de ferreiro. Em suas mãos enluvadas, segurava um martelo que parecia desproporcional à sua forma pequena. Poderia ser esta a artesã de quem a velha estava falando?

 

 

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— Erm, com licença… Seria você a Madame Taru? — perguntei, estando em pé, numa postura firme.

A garota inclinou a cabeça para o lado e olhou para mim com olhos sonolentos.

— Sim, eu sou. Por que a pergunta?

Lidar com você é cansativo. Se você não tem negócios aqui, vá para casa. Isso era o que seu comportamento, no geral, parecia dizer.

Algumas pessoas poderiam ter se ofendido a esse ponto, mas estava acostumado a lidar com pessoas como Genia, então não liguei tanto para isso.

Curvei-me educadamente e depois me apresentei.

— Vim com uma apresentação de uma senhora em Noblebeppu. Meu nome é Kazuma Souya.

Como esperado, usei um nome falso. Porque se o verdadeiro vazasse, para não falar de todos os outros membros do nosso grupo, seria uma dor de cabeça.

Então apresentei o resto de nós.

— Esta é minha esposa, Juna, minha irmã mais nova, Tomoe, e minha empregada, Roroa.

— Eu sou a Juna. É um prazer te conhecer.

— E-E-Eu me chamo Tomoe.

— Roroa. É um praze te conhecê.

— Taru Ozumi. Prazer em conhecê-las.

Senti que Taru relaxou um pouco a guarda depois que as meninas se apresentaram. Bem, ouvir a apresentação gaguejante de Tomoe aqueceria o coração de qualquer um.

Quando Taru tirou a bandana e se apresentou, notei duas orelhas de urso no topo de sua cabeça. Ela era um homem-fera urso? Imaginei que isso faria dela um membro da raça dos ursos da neve, uma das Cinco Raças das Planícies Nevadas. O clima havia melhorado um pouco, então fui direto ao ponto de nossa visita.

— Vi os acessórios feitos por artesãos deste país em Noblebeppu e, oh, meu senhor, nunca fiquei tão impressionado. Ao observar os detalhados e finos ornamentos neles, eu poderia dizer que todos vocês devem ser muito hábeis nos trabalhos manuais. Isso me fez pensar que, se usássemos os artesãos deste país, poderíamos fazer uma certa coisa que planejamos fazer. Perguntei se havia algum bom artesão por perto, e a senhora com quemestava falando me apresentou este lugar. Você está disposta a ouvir o resto do que tenho a dizer?

— Entre… — Taru gesticulou para que entrássemos na oficina.

Ufa… Consegui falar bem, como o filho mais novo de um empresário, mas…

— E também, fale normalmente. Tenho certeza que você é mais velho que eu. Além disso, duvido que esteja acostumado a falar desse jeito.

Parecia que eu era uma poça clara para Taru.

Vendo-me coçar com certo nervosismo minha nuca, Roroa conteve uma risada.

Ei, sem risadas! Estou envergonhado!

Quando fomos levados para a oficina, a forte chama da fornalha esquentou bastante o local. Não é de admirar que Taru pudesse usar roupas tão leves. Também tiramos nossos casacos, mas quando Tomoe removeu seu capuz de mago branco feito à mão, os olhos de Taru se estreitaram.

— Você é um cachorro… Não. Um homem-fera lobo?

— Oh, sim! — Tomoe sorriu. — Da raça mística dos lobos.

Taru olhou para mim como se quisesse perguntar alguma coisa.

— Não era para ela ser sua irmã?

Ah… Era isso que a incomodava, hein. Justo, já que Tomoe e eu não éramos da mesma raça, e nossos rostos não eram nada parecidos. Não parecíamos nada como irmãos.

— De outra mãe. — respondi. — É um assunto de família, então apreciaria se não se intrometer com tamanha profundidade.

— Entendo…

Fiz parecer que havia uma história difícil envolvida, e Taru não fez mais perguntas. Quando se tratava de tópicos como esse, mesmo que estivesse interessada, era melhor deixá-los de lado, afinal.

Com isso, Taru foi na frente e, quando estávamos prestes a nos sentar à mesa, notei algo estranho encostado na parede no canto da sala.

Tinha a forma de um bastão, mas ambas as extremidades eram ligeiramente salientes. Se estivesse num RPG, era provável que a viria como uma clava. O objeto tinha um design distinto, com uma centopeia longa e grossa enrolada em torno dele, que continuava até onde a pessoa que o empunha o seguraria. Achei legal, mas tinha bastante receio disso como uma arma.

Enquanto observava, tomado em dúvidas, Taru perguntou:

— Você gostou?

— Oh, vejamos, é um design impressionante, com certeza, mas…

 Não queria dizer nada ofensivo sobre seus produtos, então evitei responder, mas Taru apenas deu de ombros como se dissesse, eu sei o que você quer dizer.

— Tá tudo bem. Sua visão é perfeitamente normal. O que é anormal é o gosto do idiota que fez o pedido.

— Idiota? Sério? Hum, é do seu cliente que você está falando, não é?

— O conheço bem e o chamo assim na cara.

Alguém que xingaria, na cara, de ‘idiota sem bom gosto’? Como era essa pessoa e qual era seu relacionamento com Taru?

Bem, deixando de lado a esquisita clava, era hora de tratar de nossos negócios. Taru esperou que todos se sentassem e perguntou:

— Então, o que você quer que eu faça?

— Você poderia fazer algo assim?

Usei uma caneta de pena para desenhar em um bloco de papel que havia preparado com antecedência para explicar, com exatidão, que tipo de coisa queria.

Quando ela viu meu desenho, Taru inclinou a cabeça para o lado.

— A forma, em si, é simples. Mas acho que seria difícil, beirando o impossível.

— Achei que fosse. — suspirei.

— O fato de você o querer ‘o mais fino possível’, mas também ‘robusto’ é especialmente difícil. Se fosse um ou outro, eu conseguiria, mas equilibrar os dois é bem difícil. Por volta de quantos você vai querer?

— Quanto mais, melhor. Eu os quero aos milhares ou dezenas de milhares. Não estou dizendo que quero fazê-los todos aqui, é claro. Também terei essa mesma conversa com outros artesãos.

— Dezenas de milhares? — Taru disse, surpresa, com seus olhos sonolentos fixos em mim.

— Q-Qual o problema? — perguntei. — Então, você pode fazê-los?

— Antes de responder, quero que me diga uma coisa. — exigiu Taru, num tom severo. — Como, sendo exato, eles serão usados?

Fiquei em silêncio.

Como seriam usados, hein. Estava fazendo um pedido estranho, então era natural que despertasse sua curiosidade.

Mas não haveriam problemas em dizer o porquê? Uma coisa seria dentro do meu próprio país, mas esta era uma terra estrangeira. Eles eram algo de que eu precisava, mas, sendo sincero, não queria revelar muito sobre as novas informações revolucionárias que meu país tinha.

— Eu tenho mesmo que dizer?— perguntei.

— Você tem. Ou não vou fazê-los e nem o encaminharei para outro lugar.

Ela estava sendo franca quanto a isso, então sussurrei para Roroa:

— O que você acha?

— Eu sei que tu não qué fala muito não, lindinho, mais oia o qui ela feis, to achano qui essa minina aqui consegue faze o que tu tá quereno.

— Então, você acha que está tudo bem em revelar como eles serão usados?

— Num sei. Si a gente vai faze um monte deles, então vai se muito mais que essa oficina vai se capais de faze, então a gente tem que ve se quem tá no comando desse país num é muito cabeça dura…

— É, tudo se resume a isso, afinal… — murmurei.

Enquanto sussuravamos, Taru lentamente puxou a gola do avental, tirando algo entre o avental e a camisa. O que ela estendeu para nós foi uma ponta de flecha de obsidiana. Parecia que ela o usava como um colar. A ponta da flecha era polida e tinha um brilho fosco.

Enquanto a segurava, Taru disse:

— Esta ponta de flecha foi um ensinamento de meu avô, o ferreiro.

— É do seu avô?— perguntei.

— Um arco e flecha podem ser usados para caçar animais e alimentar as pessoas, mas também pode ser usado como uma arma para matá-las. A ponta da flecha é uma parte da flecha. Mesmo que seja apenas uma parte de um produto que nós artesãos fazemos, devemos saber de que forma o que fazemos será usada. — Taru fixou os olhos nos meus enquanto falava.

— Para o artesão, é seu dever saber como será usado o que produz. Se algo que fiz fosse usado para o mal, isso me deixaria muito triste. É por isso que não produzo algo quando não sei como será usado. Só não consigo.

— O que aconteceu com seu avô? — perguntei.

— Ele faleceu no ano passado.

— Entendo…

Esta era uma garota que levava a sério os ensinos de seu avô enquanto dirigia sua oficina. Eu havia perdido meu próprio avô no ano passado (embora aquele ano tenha mudado para o calendário deste mundo no meio do caminho), então senti uma estranha afinidade com ela. Sempre tive um fraco por ouvir histórias como essa. A parte humana dentro de mim disse: ‘Você não pode, simplesmente, contar pra ela?’ enquanto a parte de mim que era um rei dizia: ‘Seja cauteloso em todas as coisas’.

Enquanto eu estava sendo tão atormentado sobre o que fazer, de repente senti algo frio em minha mão. Quando olhei, era Juna, que estava sentada ao meu lado, colocou a mão esquerda sobre a minha direita. Olhei para ela surpreso, mas Juna não disse nada, apenas sorriu.

Por favor, faça o que achar melhor.

Senti como se ela estivesse me dizendo isso. Naquele instante, meu coração ficou muito mais leve, a ponto da mão fria de Juna aquecer meu coração.

 Bem… está certo, então. Taru parecia ter pensado muito sobre o assunto, então acho que era seguro contar a ela.

Tendo decidido, fiz uma pergunta a Taru.

— Posso confiar que permanecerá confidencial?

— Se trata de algo perigoso? — indagou.

— Não, não é isso. Bem, se eles forem mal utilizados, podem ser, mas o mesmo pode ser dito de uma faca, certo? Esta é uma parte de uma ferramenta que salvará vidas.

— Uma ferramenta que salvará vidas? — Taru inclinou a cabeça para o lado em dúvida.

Assenti com firmeza em resposta.

— O que estou pensando em fazer é uma agulha hipodérmica.

Ao persuadir Brad e Hilde a se tornarem os dois pilares de minhas reformas medicinais, fiz duas promessas: a primeira, criar um sistema nacional de saúde que permitisse a qualquer cidadão do reino receber tratamento médico. A segunda, fazer com que os melhores ferreiros do país produzissem bisturis, agulhas para sutura e outros equipamentos médicos.

Para garantir o dinheiro necessário, cumprindo a primeira, priorizei o aumento de impostos. Ainda havia um longo caminho a percorrer, mas as coisas estavam progredindo a passos largos.

Quanto a segunda, o desenvolvimento de equipamentos médicos, estava indo bem em algumas partes, e não tão bem em outras.

A medicina neste mundo era, em resumo, magia elementar de luz — magia de recuperação — e ervas preparadas por um curandeiro – banhos medicinais – a cirurgia era praticada apenas em um número limitado de lugares. As ferramentas feitas para tal, tomando como exemplo um cirurgião de habilidade raríssima, Brad, precisavam ser encomendadas especialmente para ele. Embora tivesse produzido bisturis, fios de sutura1Utilizados para selar vasos sanguíneos e ligar tecidos. e seringas por conta própria, haviam limites em sua funcionalidade. Ele não conseguia fazer bisturis menores, e suas seringas eram muito maiores do que eu estava acostumado a ver.

Seus fundos para pesquisa eram, com certeza, limitados, não havia como culpá-lo, por consequência, estava causando muito dano nos pacientes. Sendo assim, queria lançar um projeto nacional para melhorar nossos equipamentos médicos. Por enquanto, consegui produzir ferramentas que satisfizeram Brad e Hilde, mas ainda não conseguia produzí-las em massa.

Mesmo que tivesse um artesão capaz de fazer agulhas hipodérmicas finas, haveria limites em quantas delas essa pessoa conseguiria. Não seriam produzidas em uma fábrica, isso é fato, e não haveriam muitos artesãos capazes de fabricar uma agulha fina. Na situação em que nos encontrávamos, tentando aumentar o número de médicos, teríamos falta de equipamentos, como é de se esperar. Como o equipamento médico não podia ser logo reutilizado, sendo necessário fervê-lo para cada novo paciente, a quantidade necessária aumentou.

Então, tínhamos dificuldade em produzir tais equipamentos, mas parecia haver muitos artesãos talentosos neste país que poderiam fazer trabalhos ornamentais detalhados, então pensei que seria possível estabelecer uma produção em massa aqui.

Nosso país estava, no momento, estudando muitas áreas e lidamos com a falta de pessoal em todos os lados. Assim, enquanto protegemos nossos ferreiros, seria melhor delegar o trabalho excedente a outros países.

Enquanto tinha o assunto em mente, expliquei a Taru o uso de uma agulha hipodérmica. Como a cirurgia em si era desconhecida na República de Turgis, tive que começar com ela, então demorou bastante.

Assim que dei um resumo, os olhos de Taru se arregalaram de surpresa.

— No reino, você pode curar pessoas sem magos que usam magia elementar de luz? Isso é incrível.

— V-Você acha?— perguntei.

— Neste país, o chão fica coberto de neve de outubro a março. Aqueles com pernas fracas não podem nem sair de casa direito. Se tivéssemos, pelo menos, um médico em cada aldeia, acho que seria muito mais fácil viver aqui.

— Bem, essa é uma política muito bondosa que o rei tá apresentano. — Roroa sorriu para mim ao dizê-lo.

Foi um elogio, então não me importei muito, mesmo o fazendo.

Taru cruzou os braços e franziu a testa.

— Entendo que essas agulhas hipodérmicas são importantes. Acho que, com os artesãos do nosso país, também será capaz de produzi-los em massa. Quero aceitar o desafio. É um trabalho que vai fazer encher meu coração, eu acho.

— Oh! Então você vai…

…aceitar o trabalho, Estava prestes a dizer, mas Taru levantou dois dedos.

— Ainda assim, mesmo que eu os faça, há dois grandes problemas em trazê-los para o reino. Primeiro, a exportação de armas para outro país requer autorização do estado. Se forem apenas aventureiros comprando armas para uso pessoal e transportando, não haverão maiores problemas, mas se formos exportar um produto em grande quantidade, precisamos de autorização do governo. É o mesmo no Reino da Friedônia também, certo?

— Bem… sim, é…

De fato, nosso país também administrava a importação e exportação de armas. Não no nível das proibições da Era Edo2No Japão, durante o Período Edo (1603-1867), foram implementadas regulamentações de controle de armas pelo Xogunato Tokugawa. Essas medidas visavam controlar o acesso e a posse de armas pela população. Além disso, durante esse mesmo período, o Xogunato Tokugawa tomou medidas rigorosas para controlar a prostituição e o crescimento populacional na cidade de Edo. Foram criados bairros específicos para a atividade, como Yoshiwara em Edo, Shimabara em Kyoto e Shinmachi em Osaka, que eram conhecidos como Yūkaku, ou seja, distritos da luz vermelha. quanto a entrada de armas na cidade ou a “saidinha” de mulheres, mas… quantidades excessivas de armas sendo trazidas para o país de outros lugares podem ser uma ameaça à paz. Se fossem exportadas a outro país, diminuiria nossa capacidade de nos defender, e se fossem trazidas, poderia prenunciar uma rebelião. Por isso que, em qualquer país, a importação e exportação arbitrária de armas foi reprimida.

— Mas agulhas não são armas, são? — respondi.

— Se for esse o caso, precisará provar isso às autoridades. Nenhum país teve agulhas até o momento, então será difícil dizer, à primeira vista, se são armas ou não. Se tentarmos negociá-las sem a garantia de que não são armas, corremos o risco de criar problemas.

— Se forem apenas agulhas, com certeza ninguém vai pensar que são armas, certo? — Mesmo que elas próprias não sejam armas, tudo estará acabado se forem suspeitas de serem peças de armas.

— Entendo seu ponto…

Uma infeliz realidade, mas Taru estava certa.

Era verdade, se alguém não familiarizado com seringas visse uma agulha hipodérmica por si só, não teria total confiança em negar a ideia de ser uma arma. Se tivéssemos que explicar seu uso toda vez que fôssemos parados na entrada de uma cidade ou na fronteira, seria uma dor de cabeça e não havia garantia de que acreditariam em nós. Pelo visto, precisaria pedir permissão a este país para importá-los e exportá-los, afinal.

Mas esta é uma república, certo? Eles tem, tecnicamente, um chefe de estado. Mas até ver o equilíbrio de poder entre o Chefe de Estado e o Conselho de Chefes, estava incerto de quem persuadir. Mas que tedioso.

Precisava ser mais atencioso em minhas ponderações.

— Então, qual é o outro problema? — perguntei.

— Se trata do frete. Os invernos neste país são longos. A terra está fechada pela neve e o mar coberto pelo gelo. Você disse que queria dezenas de milhares, então significa que há uma necessidade contínua, certo? Uma coisa é transportar no verão, mas como você pretende transportá-los também no inverno, quando as rotas terrestres e marítimas estão inutilizáveis? — Me pergunto se…

Conseguia apenas colocar a mão na cabeça. É a realidade, o frete seria um problema. Mesmo no Reino da Friedônia, o sul ficava preso na neve e gelo do inverno. Parece que seria, de fato, difícil garantir carregamentos da República de Turgis, onde os invernos eram mais longos e rigorosos. Sendo este um país estrangeiro, não poderia implantar uma rede de transporte.

Perguntei a Roroa em um sussurro:

— Podemos negociar com eles apenas no verão, por enquanto? Bem, mesmo para isso, a gente precisaria obter autorização oficial, tenho certeza. O que você acha?

Roroa levou a mão à boca e pensou antes de responder, em voz baixa.

— É… Mas se tu já decidiu fazê isso, lindinho, acho que tu devia negocia direto com os oficiais do topo. Se tu tenta continua avançano como comerciante, vai levá tempo pra os relatório do que tá aconteceno í pros cabeção.

— Não negociar com um nome falso, mas como Souma Kazuya, é o que diz?

— Tu pode num conhece muito bem as pessoa no comando usano uma máscara, ou tu pode?

— Tem razão. — respondi. — Bem, acho que precisamos levar esse assunto para casa, então. Bem quando estávamos tão próximos de poder produzi-los em massa…

Enquanto meus ombros caíam em resignação, Taru olhou para nós, divertida.

— Não era você, o jovem mestre, e ela, seu empregado? Me parece que a está  tratando no seu nível.

Urkh… Não foi tão natural agora, não foi? Roroa sempre agiu como meu parceiro quando se tratava de negócios como este.

— Mwahaha, intão é isso qui tu acha? — Roroa riu. — Bem, eu num so só um empregado qualqué, sô sua amante, com a aprovação da sua esposa, Juna, afinal!

Logo após, Roroa abraçou meu braço com força. Espere, uma amante que minha esposa aprovou?!

Que tipo de história ridícula é essa?! Agora tenho que encenar baseado nisso?!

Queria reclamar, mas estávamos na frente de Taru, então me contive. Roroa estava sorrindo com alegria enquanto olhava para mim. Por que é que essa pequena… Ela sabia que não poderia dar uma bronca aqui, então ela exagerou ainda mais.   

O clima pareceu ter sido tomado por certa apreensão. Enquanto Juna sorria, havia uma estranha intensidade no mesmo, e Tomoe entrou em pânico ao ver seu rosto.

Sentindo a inquietação no ar, Taru recuou um pouco.

— Essa é… a situação da sua família, também?

— Agradeceria se você não se intrometesse…

Foi tudo o que consegui dizer. De repente, Juna se levantou:

— Querido, vamos sair por um momento.

— Hã, Juna?

Ela estava com o mesmo sorriso engessado de antes. Logo, ela ficou atrás de Roroa e colocou as mãos em seus ombros.

A expressão de Roroa endureceu na hora. Este era um país frio, mas ela, como era visível, estava suando baldes.

— U-Um, Ju… Minha senhora, tá teno algum problema? — Roroa virou apenas o pescoço para olhar para Juna.

Ela sorriu enquanto dizia:

— Por que nós duas não vamos tomar um pouco de ar fresco, juntas?

— Não… eu quero fica aqui…sabe…

Não há nada de mais. Venha comigo. Senhorita Roroa, a amante que eu pessoalmente aprovo.

Havia tamanho peso nessas palavras que não admitiam oposição alguma.

Dizia-se que “quanto mais quieta a pessoa, mais assustadora ela ficava quando irritada”, e parecia que Juna era desse tipo. Roroa lançou um olhar em minha direção. Seus olhos gritavam, A-Ajude-me!

Mas apenas balancei a cabeça em silêncio. Você brincou demais, Roroa. Lide com isso.

E-Eu só me empolguei um pouco!

Dê suas desculpas para Juna…

Nãããããããão…

Hee hee! Num deviamo tá no nosso… Hein?

No momento em que Juna se preparava para arrastar Roroa, aconteceu.

Thump… Thump… Houve um som de tremor de terra à distância. Ao mesmo tempo, a sala tremeu. Foi um terremoto de baixa magnitude.

As ferramentas penduradas nas paredes faziam mais e mais barulho. O som e o tremor estavam ficando cada vez mais poderosos.

— O qui qui tá aconteceno? Isso é um terremoto? — Roroa perguntou.

— Parece… um pouco estranho que seja esse o caso. — disse Juna.

— Tomoe, se o tremor ficar mais forte, vá para debaixo da mesa. — ordenei.

— C-Certo!

Enquanto estávamos em pânico, a expressão de Taru não mudou nem um pouco. Além disso, parecia um pouco fria, e ela suspirou ao dizer:

— Isso não é um terremoto. É só um idiota vindo.

— Um idiota?— retruquei.

Então o tremor diminuiu e Hal correu para a oficina.

— Ei! Tem uma coisa enorme lá fora!

Coisa enorme?

Quando todos saímos, vimos uma coisa enorme e peluda parada. Estava lá, bem atrás da porta, então soltei um ‘Uau’, sem querer, minha cabeça foi para trás em choque, num reflexo. Então, naquele momento, vi o rosto da coisa peluda.

Seu nariz comprido e gordo.

Suas quatro presas grandes e maciças.

Os olhos pequeníssimos que chegavam a causar espanto, que espreitavam por baixo de seu espesso cabelo. Se fosse descrever a amedrontadora criatura que estava na minha frente…

 Um mamute de quatro presas?!

Os pelos de seu corpo eram longos o suficiente para tocar o chão e as pernas eram bem curtas. Essa parecia uma descrição adequada da criatura. Tinha conhecimento que as pessoas deste país mantinham criaturas de pelo comprido, como gado, solto. No entanto, foi demais, para mim, assimilar essa coisa na minha frente como um mamute.

Certa vez, quando vovô me levou a um evento no museu de ciências, vi uma reprodução de um esqueleto de mamute. Sua altura, do chão até as omoplatas, era de quatro, talvez cinco metros.

O que estava diante de mim parecia ter cerca de dez metros.

Estava acostumado a ver criaturas enormes, como rinocerontes e dragões, mas parecia um pouco diferente de ver uma versão ampliada de uma criatura do meu mundo anterior.

Então, o mamute de quatro presas dobrou as patas dianteiras e sentou-se. Nesse instante, seus pelos se espalharam pelo chão. Mesmo sentado, ainda era enorme. Suponho que isso diminuiu apenas dois ou três metros de sua altura.

Enquanto o analisava, uma voz que parecia pertencer a um jovem veio de cima.

— Hum? Isso é incomum. Não costumo ver tantas pessoas nesta oficina.

O mamute falou!

É… não. Isso não estava certo.

Parecia a voz de um jovem, então, presumo, que esteja montado em cima deste mamute.

— Senhor, fique atrás de mim.

Aisha correu para ficar na minha frente.

Hal e Kaede também estavam tensos e prontos para a ação, enquanto Juna esperava sutilmente ao meu lado.

Talvez porque um animal tão grande apareceu tão de repente, todos entraram em modo de batalha.

Roroa, sendo uma não combatente, pegou Tomoe e evacuou para um local um pouco mais distante. Era provável que, por sentir nosso desconforto, a voz lá em cima se tornou ameaçadora.

— Quem são vocês? Não estão planejando atacar esta oficina, estão?

— Huh?! Não, não estamos! Nós estamos ape…

— Oookyakya! — Antes que pudesse explicar, alguém pulou do mamute.

Aquele que capotou no ar antes de pousar, foi um homem-fera macaco branco… ele pertencia à raça dos macacos da neve, talvez um das Cinco Raças das Planícies Nevadas?

Ele tinha cerca de um metro e sessenta de altura e parecia ter quinze anos, talvez dezesseis, à primeira vista. Em vez de ter um rosto idêntico ao de um macaco, ele apenas tinha orelhas grandes e longas costeletas, e as famosas características dos macacos.

Mesmo nesse clima frio, ele usava uma camisa de manga curta e calças na metade, e os braços e pernas que brotavam delas tinham pelos grossos da mesma cor que seus cabelos. Ele tinha uma cauda longa como a de um lêmure, saindo de sua calça e, se fosse descrevê-lo de forma resumida, parecia uma versão ao vivo de Sun Wukong (versão do macaco branco) de Jornada ao Oeste. Esse Sun Wukong (branco) estendeu a mão como se estivesse fazendo uma pose.

— Oookyakya! Vocês tem muita coragem para tentar invadir a oficina de Taru! Eu, o grande Kuu Taisei, não mostrarei misericórdia diante de tamanha insolência! Espero que estejam prontos para…

— Mestre Kuu! — Uma voz fraca chamou de cima do mamute.

Uma garota com orelhas de coelho colocou a cabeça para fora e gritou:

— Por favor, não inicie brigas com as pessoas, assim, do nada!

Essa garota, com cerca de dezessete anos, era, presumo, um membro da raça dos coelhos brancos, como a senhora que dirigia a loja na cidade. Mesmo que esta parecia mais uma ‘coelhinha’, embora estivesse usando um casaco grosso que não mostrava muito de seu corpo.

A garota pulou para ficar ao lado de Kuu.

— Se fizer uma cena, seu pai vai ficar bravo de novo, sabia?

— Oookyah? Mas, Leporina, esses caras estão armados, então são bandidos, né? Você acha que posso esperar, vendo a oficina de Taru estar prestes a ser atacada?

Bandidos…? Parecia haver um terrível mal-entendido.

 

 

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A menina chamada Leporina pôs a mão na cintura e disse:

— Vamos, é óbvio que não é o caso. Veja aquilo. Consegue ver a garotinha, certo? Que bandido traz uma criança com eles num ataque? Eles são apenas aventureiros comuns que se assustaram com o seu mamute, não é?

Dito isso, Leporina acariciou a… tromba do mamute com uma mão enquanto apontava para Roroa e Tomoe com a outra.

Kuu arregalou os olhos, surpresa.

— Oookyah? Você está certa, há uma garota bonita.

Antes que pudesse impedi-lo, Kuu foi até Roroa. Escondendo Tomoe atrás dela, Roroa colocou as mãos nos quadris e olhou para Kuu.

— Ah! Ei… — Tentei dizer algo.

— Mas que? Num posso deixa que tu se apaixone por esse meu rostinho bonito. — disse Roroa. — Já tem um home que roubo meu coração.

— Huh? Não tenho nenhum negócio com alguém como você, que não tem pelo algum.

— Num tenho…?

Os olhos de Roroa deslizaram até parar no chão, então se arregalaram.

Enquanto Roroa soltava uma exclamação silenciosa de surpresa, Kuu espiou atrás dela.

Ele estava atrás de Tomoe?!

— Você é uma gracinha! Qual o seu nome?

— T-Tomoe…

— Tomoe, hein! Esse é um belo nome! Ei, Tomoe…

— S-Sim…?

— Você quer ser minha noiva?

Com essas palavras, a atmosfera ficou desagradável. O clima já estava frio para começar, mas agora parecia ainda mais desconfortável.

Tomoe… sua noiva? Eles tinham acabado de se conhecer, e esse homem já estava tentando colocar as mãos em nossa linda irmãzinha? Antes que percebesse, podia sentir a raiva emanando de Aisha ao meu lado, também.

Isso foi… um desafio para nós, certo?

Tivemos que colocá-lo em seu lugar.

— Aisha — disse, no calor dos ânimos.

— O que é, senhor? Estou com vontade de cortar um macaco agora, sabe.

— Permitirei isso.

O sangue subiu à minha cabeça, pois zombou de Roroa, um membro da minha família, e deu em cima da minha irmãzinha, Tomoe. Sabe, havia uma história no meu velho mundo, não havia? Matar um macaco demoníaco era um trabalho para o cachorro Shippeitarou3O conto japonês chamado “Shippeitaro” narra a história de um cachorro de mesmo nome. No conto, o espírito da montanha e seus lacaios, que se manifestam na forma de gatos, exigem um sacrifício humano anual de uma virgem de um vilarejo. Um jovem guerreiro descobre que sua suposta fraqueza era o seu cachorro, Shippeitaro. No entanto, ele substitui o cachorro pela donzela no recipiente sacrificial. Quando os espíritos chegam, o guerreiro e o cachorro atacam os gatos e os derrotam.

É importante mencionar que existem várias versões desse conto, sendo que em uma delas os espíritos assumem a forma de macacos, e o conto é intitulado “Destruindo os macacos demônios” (Sarugami taiji) de Keigo Seki. Essas histórias fazem parte do folclore japonês.

. Quando estava prestes a soltar o feroz cão, Aisha, naquele macaco insolente…

— Vocês dois, acalmem-se. — ordenou Juna.

— Gwuh! — Juna agarrou nós dois pela nuca.

Incapaz de respirar, me virei para olhá-la, e Juna me repreendeu, com a raiva se infiltrando em seu sorriso.

— Vocês dois, este é outro país, não perceberam? Os dois têm suas posições a considerar, então, por favor, evitem fazer qualquer coisa que cause problemas.

— Uh, certo…

— D-Desculpe.

— Honestamente… Agora ouça, senhor, Madame Aisha.

Juna pressionou um dedo em meu peito, então, com um sorriso poderoso, ela colocou seu rosto entre o de Aisha e o meu e sussurrou em nossos ouvidos:

— Em momentos como este, vocês devem se livrar dele de uma forma que não será descoberta.

— O quê?!

Aisha e eu acabamos por voltar o olhar para Juna quase que por reflexo.

Então, Juna disse:

— Hee hee, só estou brincando. — E logo deu um sorriso encantador.

Embora estivesse aliviado por ser uma piada… tendo, ainda assim, acabado de testemunhar o quão assustadora era quando estava com raiva, duvidava que fosse uma simples piada.

Talvez a raiva que tinha visto se infiltrando em seu sorriso não tinha como motivação apenas nós dois. Será que Juna estava com raiva do comportamento de Kuu também? Quando olhei para Juna, considerando que…

— Se eu disser que é uma piada, então é uma piada. — insistiu, com um sorriso.

É. Melhor não pensar muito nisso.

Não importa o quanto eu pensasse sobre isso, provocaria problemas que não precisava. Graças a ela, consegui esfriar a cabeça. Por enquanto, estava mais preocupado com Tomoe e Roroa.

Numa análise grosseira, Roroa estava criando briga com Kuu.

— Ei, tu mesmo! Tu disse que eu ‘num tenho nenhum negócio cuntigo’, intão o que cê tá fazeno, tentano seduzi uma garotinha que nem ela, hein?!

 — Huh? Você está me entendendo errado. O que estava dizendo é que você não tem  pelos, ok?

— Huh? Pelos?

Vendo Roroa tão surpreso, Kuu riu.

— Gosto de garotas como ela, que têm orelhas e rabos peludos. E também, essa garota parece que vai ser de arrebentar daqui a dez anos. Pensei em fazer uma oferta a ela agora. Então, que tal? Você quer ser minha esposa?

Wup, whup, whup, whup! Tomoe em silêncio, mas com vigor, balançou a cabeça de um lado pro outro.

Por detrás de mim, senti um olhar intenso. Quando me virei, Inugami, seu guarda-costas, tinha o olhar fixo nessa direção. Ele parecia estar escondendo sua sede de sangue para que seu alvo não notasse, mas o brilho em seus olhos dizia: Por favor, deixe-me tirar esse lixo.

É… Quando há alguém mais irritado que você, você não acaba se acalmando de repente?

Tendo me recomposto, aproximei-me de Kuu. Ao menos tive que reconhecer que ele tinha um olho aguçado para reconhecer a fofura de Tomoe. No entanto, como seu irmão mais velho, não daria minha irmãzinha a um homem que ela acabara de conhecer.

— Você está incomodando minha irmã, então posso pedir para parar? — perguntei friamente.

Os olhos de Kuu se arregalaram.

— Huh? Você é o irmão mais velho dessa garota? Você não parece ser.

— Temos uma estrutura familiar complicada.

— Hmm… Bem, de qualquer maneira, parece que ela me rejeitou, então não tenho muita escolha. Oookyakya. — Após dizê-lo, Kuu entrelaçou os dedos atrás da cabeça e sorriu.

Vendo que não parecia tão desapontado, a proposta deve ter sido quase que uma total piada. Bem, claro que tinha sido. Ele havia acabado de conhecê-la, e Tomoe ainda era apenas uma criança. A menos que ele tivesse esse tipo de predileção, não havia como propor a ela com seriedade. Parecia que éramos nós que precisávamos nos acalmar.

Com isso em mente, percebi que ainda não havíamos nos cumprimentado e, depois de respirar, estendi a mão para ele.

— Sou Kazuma Souya, um comerciante vindo do Reino da Friedônia, para procurar possíveis bens comerciais. Essas pessoas são minha família e funcionários.

— Ah, Então é isso. Devia ter me dito antes. — Kuu aceitou meu cumprimento e apertou, com vigor, minha mão.

Acabou doendo.

— Sou Kuu Taisei. Taru e eu somos amigos de infância. Vim porque achei que meu pedido estaria pronto, mas então notei que havia uns caras durões com armas, cercando a oficina. Achei que você estava se preparando para atacar o lugar, então acabei levantando a guarda.

— Nós poderíamos dizer o mesmo. — retruquei. — Quando veio montado nessa enorme criatura, era natural que estivéssemos em guarda até descobrirmos o que estava acontecendo.

— Oookyakya. Sem brincadeiras. Mas meu mamute é mais dócil do que parece.

Como se respondesse a Kuu, o mamute fez um barulho alto com a tromba.

Tendo ouvido a voz do animal, Tomoe veio até mim e sussurrou em meu ouvido:

— Hum, o Sr. Mamute disse: ‘Sinto muito por assustar você, mocinha’.

— Ele é assim, tão cavalheiresco?!

Talvez este mamute fosse uma pessoa melhor que seu mestre…? Uh, não, ele não era uma pessoa, ele era um tipo de pseudo-mamute, mas ainda assim.

Então Kuu fez uma pergunta.

— Então, por que vocês vieram a esta oficina? É afastada da cidade, não é?

— Viemos à visita, ouvimos dizer que havia um artesão talentoso aqui — respondi. — Achei que, talvez, a pessoa aqui pudesse criar um item que considerava comercializar.

— Oh! Se você descobriu o talento de Taru, então tem bom gosto. Taru pode não ter curvas, mas ela é habilidosa como nenhuma outra coelh… — Ai, isso doeu! — Kuu de repente agarrou sua cabeça e se agachou.

De pé, atrás dele, estava Taru, brandindo o porrete com o desenho de uma centopéia dourada, que estava há alguns momentos encostado na parede, dentro de sua oficina. Ele soou bem, então ela deve ter acertado Kuu na cabeça.

Taru parecia irritada.

— Não diga que não tenho curvas. E não dê em cima de garotas na frente do meu comércio.

— Oh Ho? Você está com ciúmes?

— Quer que eu bata em você de novo?

— Heh heh, eu passo… Espera, esse é o meu pedido?

Kuu deu um pulo, arrancou o porrete das mãos de Taru e o girou como um moinho de vento. Ele parecia com Sun Wukong balançando o Ruyi Bang. Depois de balançar o bastão vertical e horizontalmente e dar alguns pulos, Kuu parou de repente.

Ohhh, era como artes marciais chinesas.

— Ele é tão agradável. Essa é a minha Taru. Você faz um bom trabalho. Eu te amo.

— Eu não preciso do seu amor — retrucou Taru. — ,só quero ser paga pelo meu trabalho.

— Eu vou pagar. Caramba… Você sempre fica dando uma de difícil.— disse Kuu, fazendo beicinho.

Huh? Ele estava bem quando Tomoe o rejeitou, mas, agora, fez essa expressão quando Taru foi fria com ele?

Ah, entendi… Então é isso.

Ele era um cara bem previsível.

— Ah… — Taru disse, parecendo ter percebido algo. — Essa pode ser uma boa oportunidade. Podemos contar ao mestre idiota sobre o que estávamos falando antes? Pode resolver um dos nossos problemas.

— Erm… Sobre o que estávamos falando mesmo? — perguntei.

— A parte sobre a necessidade de permissão deste país para fazer um acordo. O mestre idiota tem conexões com os superiores deste país. Afinal… apesar de todas as suas deficiências, ele é o filho do atual chefe de estado.

 


 

Tradução: Moist

Revisão: Pride

 

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