Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 06 – Cap. 07.3 – A Tempestade

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Mais cedo.

— Eu gostaria de te pedir um favor — Eu me sentei mesmo com a dor em meu corpo, corrigi minha postura e, então, curvei minha cabeça para o jovem ruivo.

Enquanto me curvava, Hal trocou olhares com a menina de orelhas de raposa… Kaede, não? — Não estou certa se este seria um bom momento para pedir favores…

— Primeiro, eu gostaria de ouvir que tipo de favor é esse, sabe. — Kaede disse. — Há algo que você gostaria que Hal fizesse?

— Não me importa o que é. Só me dê algo que eu possa fazer! — implorei. Eu curvei minha cabeça novamente. — Não quero depender da Naden para consertar essa situação! Se eu deixar o  destino de Dracul nas mãos dela enquanto eu não faço nada… não vou conseguir mais ter orgulho de mim.

Eu não podia voar na tempestade. Mesmo assim, se deixasse Naden fazer todo trabalho, eu nunca mais conseguiria ser um dragão digno da reputação de Cordilheira do Dragão Estrela.

— Você é o vassalo daquele rei, do Souma, não é? Não há nada que podemos fazer, mas já que vocês dois vieram de fora de Dracul, achei que poderiam ter alguma ideia do que fazer.

— Não sei — Halbert disse.

— Não ligo para o perigo. Eu quero que me deixem fazer algo também — Meus sentimentos rasgavam o meu coração.

Hal coçou sua cabeça com um olhar de alguém com um problema. — Hmm, não tenho ideia de como voar numa tempestade tão forte que nem um dragão consegue voar nela.  Kaede consegue usar magia de gravidade, mas mesmo com isso, ela só consegue fazer as coisas flutuarem um pouco, certo?

— Sim. Não acho que magia da terra vá servir de algo aqui também — Kaede assentiu.

Era como eu temia? Não havia algo que eu poderia fazer?

Quando o desespero começou a surgir em meu coração, Kaede disse de repente: — Mas não é como se nós não tivéssemos nenhum outro jeito, sabe.

— Vo… vocês têm algo?

— É perigoso, mas… se o vento atrapalha suas asas, você pode só não abrir elas, sabe.

Não abrir minhas asas? Ela estava me dizendo para voar sem balançar minhas asas? Isso era… algo que só Naden conseguia fazer.

Hal tinha uma expressão duvidosa no que ouvia em seu rosto. — Não, não, como um dragão alado vai voar sem suas asas?

Entretanto, Kaede olhou para ele exasperada. — Você esqueceu, Hal? A coisa que nós temos na gôndola.

— Na gôndola? Vamos ver, há aquele kigurumi estranho que o Souma usa e… ah, aquilo! O propelente, aquele tal de Pequeno Susumu alguma coisa.

Kaede apontou para as minhas costas e disse: — Dragões e wyverns possuem tamanhos diferentes, mas seu formato no geral é semelhante. Se nós colocarmos o Pequeno Susumo Mark V Leve nas costas dela, como nós fazemos para a cavalaria wyvern. Ligarmos aquilo com todo seu poder e, mesmo que as asas dela estiverem fechadas, ela conseguirá voar pelo céu.

— Entendo o que você diz, mas… não é perigoso demais? — Hal perguntou duvidoso. — Ela só vai conseguir ir para cima, certo?

Kaede assentiu, confirmando suas preocupações. — Claro. Não há meios para mudar de direção. Aquilo só consegue subir. Além disso, nós não o testamos nessas condições tempestuosas, então não sei se seria possível. — Kaede parecia preocupada. — Entretanto, do jeito que as coisas estão, se ela quiser fazer algo, esse é o único jeito…

— Não ligo — Eu disse com firmeza. — Estou bem ciente do perigo. Me deixe fazer isso.

 — Ruby…

— Aff! Parece que eu não tenho outra escolha! — Hal coçou sua cabeça, um sorriso maroto em seu rosto. — Fui eu quem te animou para fazer algo assim. Eu irei com você.

A proposta de Halbert fez os olhos de Kaede se arregalarem. — Hal… você compreende o que você está dizendo, não?

— Que eu vou estar em perigo mortal? Sim, estou mais que pronto. Além disso, o dragão com o propelente não vai conseguir controlá-lo. Ela precisa de alguém para montá-la e direcioná-la, certo?

— Não é a minha única preocupação… aff, não há outra escolha, né? — Kaede murmurou. — Tá bom. Vou encontrar um jeito de contar para Vossa Majestade.

Kaede deu de ombros com um suspiro exasperado conforme aprovava a ideia.

— Obrigada. Hal, Kaede.

Eu curvei minha cabeça para os dois novamente. Não podia estar mais grata.

Daqui em diante, um improvisado cavaleiro de dragão vermelho nasceu.

 

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Enquanto Naden e Aisha continuavam interceptando as esferas, eu resumi a situação para Hal e Ruby.

Esse cubo estava causando a tempestade, as esferas eram bombas e seria perigoso deixá-las chegar na superfície. Não mencionei que aquela coisa estava aparentemente tentando destruir Dracul para que ele fosse destruído. Eu não tinha provas, e não queria gastar mais tempo explicando.

Quando ouviram minha explicação, Hal e Ruby assentiram juntos.

— Entendi — Hal disse. — Nós vamos contactar as pessoas no chão.

— Os outros dragões conseguem lutar do chão também — Ruby esticou seu pescoço, aproximando seu rosto do de Naden. — Então, Naden, não se preocupem com as coisas lá embaixo. Vá direto para aquela coisa.

— Posso confiar em você para cuidar das coisas lá embaixo?

— Seu trabalho é carregar o Souma, certo? Como um dragão da Cordilheira do Dragão Estrela, posso não conseguir limpar o caminho para você, mas pelo menos cuido das suas costas.

— … tá bom.

Naden desenrolou seu corpo e soltou Ruby. No momento que a dupla foi solta, Hal e Ruby deixaram a gravidade fazer seu trabalho e caíram.

Eu gritei para eles: — Hal! Toma conta de Liscia e dos outros!

— Pode deixar! Faça sua parte também!

No sentido oposto que vieram, Hal e Ruby caíram direto para a superfície. Mesmo enquanto caíam, Hal jogou a lança que segurava e abateu uma das esferas. Parecia que seu treinamento na dracotropa trouxe bons frutos. Aquele ruivo do Hal, montando num dragão vermelho e jogando uma lança… hmm.

— Eles estão fazendo essa coisa de cavaleiro de dragão direitinho, hein…

— Repete por favor — Naden disse. — Enquanto faz isso, olhe para nós, bem esquisitos…

— Calma, calma aí — Aisha disse. — Senhor, eles são eles, nós somos nós. Por que não podemos só deixar nisso?

— Pfft! — Quando Aisha resumiu as coisas dessa forma eu e Naden não conseguimos não rir. Quando ela deixava para lá o assunto de um jeito tão despreocupado assim, mesmo que Dracul estivesse em perigo, não tinha como não rir um pouco.

Sim, eu estava começando a sentir que havia algo que podíamos fazer sobre isso.

— Hahah… agora, vamos deixar as esferas para a galera no chão e vamos dar uma olhada nesse cubo.

— Sim. Vamos lá, Souma, Aisha.

— Issae! — Aisha gritou.

Com uma acelerada forte, Naden começou a escalar.

 

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Quando Halbert e Ruby chegaram no chão, os dragões estavam todos reunidos defronte ao Castelo de Cristal. Eles conseguiram ver Kaede, Liscia, e Carla de pé diante daquelas criaturas enormes, então a dupla pousou perto do grupo.

— Hal, como estão as coisas lá em cima? — Kaede perguntou.

Halbert apontou para cima e disse: — Havia uma coisa estranha, quase um bloco, lá em cima. Souma e as meninas estão indo em direção àquilo. Mas, mais importante, há várias bombas esféricas vindo para cá. Temos que interceptá-las.

— Você está falando sobre interceptá-las, mas com toda essa chuva, as chamas perderão metade de seu poder — Carla, que também usava magia de fogo, apontou.

As chamas que os dragões expeliam eram poderosas, mas elas seriam provavelmente enfraquecidas e talvez sopradas para longe com toda essa chuva e vento.

Liscia assentiu amargamente. — Meu gelo não é algo que eu consiga atirar para o céu, também.

— Há um jeito, sabe — Kaede disse, então se agachou e passou sua mão no chão. — Mas, vocês terão que mudar um pouquinho a topografia.

Com isso dito, o chão começou a crescer e massas de rocha e areia de mais ou menos um metro começaram a rolar por todo lugar. Kaede usou sua magia de terra. Só com um olhar, já podia se dizer que havia umas cem daquelas massas. Devia custar uma quantidade considerável de poder mágico.

Como esperado, Kaede cambaleou, tendo se esforçado demais e Liscia correu para segurá-la.

— Vo… você está bem?

— Desculpa. Exagerei um pouco.

Com Liscia ajudando, Kaede explicou sua estratégia para todos.

— Eu quero que os dragões joguem essas massas de terra nas esferas. Com a força de um dragão, vocês devem conseguir jogar elas bem alto. Quanto aos demais, gostaria que usassem arcos mágicos. A prioridade é proteger o Castelo de Cristal e os ovos dormentes abaixo dele. Mesmo se tiverem de ignorar as outras esferas, priorizem interceptar qualquer uma que venha em direção ao Castelo.

— Entendido… vocês ouviram ela, galera! — Liscia ajudou Kaede a se levantar, então gritou para seus companheiros e dragões. Como Liscia era a princesa de  uma nação, naturalmente, o comando acabou caindo no colo dela. — Nós vamos ajudar Naden, Aisha e Souma daqui.

— Sim!

*Roaaaaaaaaaaaaar!*

Seus companheiros soltaram um grito de guerra enquanto todos os dragões rugiram juntos.

— Ruby, vamos voltar lá para cima para interceptá-los do céu — Halbert disse.

— Sim. Vamos lá, Hal.

Halbert e Ruby voltaram para o céu com o Pequeno Susumo Mark V Brilhante.

Todos estavam dando seu melhor para fazer o que podiam agora. Enquanto assistia aquela cena se desenrolar, Liscia preparou uma flecha.

 Nós vamos fazer o que for necessário para proteger esse lugar.

Conforme retesava seu arco, Liscia pensou em Souma e nas meninas lá no céu.

Então, todos vocês… se certifiquem de voltar para casa são e salvos.

Depositando esses sentimentos nela, Liscia soltou sua flecha em direção ao céu cheio de nuvens.

 

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— Uou! — Aisha disse de repente.

— Tudo bem, Aisha? — perguntei preocupado.

— Si… sim!

Quando subimos, esquecemos que Aisha tinha soltado as cordas que a mantinham no lugar. Eu a segurei quando ela perdeu seu equilíbrio e amarrou a corda em mim para nos prender juntos. Enquanto isso, Naden continuava a desviar das esferas e se aproximar do cubo. Fora jogar bombas, o cubo não fazia qualquer coisa para nos interceptar e nós conseguimos escalá-lo facilmente.

Esse treco… está ignorando a gente?

Isso significava que seu único alvo, ou a única coisa que estava interessada, era Madame Tiamat? Ou ele tinha confiança plena que ninguém fora Madame Tiamat conseguiria destruí-la? Independente disso, conseguimos nos aproximar o bastante, tanto que seria possível tocá-lo facilmente, o que nos permitiu observá-lo bem de perto.

Como eu suspeitava, um cubo com dez metros de lado.

A superfície parecia cinza de longe, mas era feita de camadas de pedra lustrosa tipo obsidiana cortada e haviam padrões geométricos em alto relevo no cubo. Era claramente artificial, mas tinha partes cobertas em musgo. Outras partes eu não conseguia dizer se eram novas ou velhas. Não havia sinais de qualquer tipo de propelente ou motor de jato, estava flutuando mesmo.

Hmm… eu ouvi uma voz, então esperava uma criatura ou algum tipo de veículo.

Independente de como eu olhasse, era só um cubo. Não era um veículo ou qualquer coisa do tipo.

Ainda, não havia como um cubo comum, sem meios de propulsão, flutuar alto assim no céu. Talvez, diferente do seu exterior simples, o interior daquela coisa era bem complexo.

Eu não sabia se era prova disso, mas o lado superior apresentava incontáveis buracos. A imagem daquela coisa cuspindo bombas em intervalos regulares era algo bem sistemático e mecânico.

Se era esse o caso, então talvez era um exemplo do que Genia falou de ultra tecnologia, tipo as jóias da Transmissão de Voz da Jóia, ou o Lunólito que os rumores diziam estar no Estado Papal Ortodoxo Lunariano.

— Olhando para superfície… não acho que seja impossível cortar isso — Aisha disse. — Se incomodam se eu tentar?

— … pode mirar num canto? Se essa coisa quebrar e cair, não há como dizer o que pode acontecer.

— Sim, senhor… hah!

Aisha balançou sua espada larga, atirando uma ventania afiada. Acertou em cheio um canto do cubo… ou deveria. Entretanto, o cubo não mostrou sinais de mudança.

Aisha balançou sua espada larga e falou: — Hmm… essa superfície é muito mais dura que aço.

Isso significava que ela conseguia cortar aço?

Aisha pegou uma faca do bolso e atirou no cubo. A faca voou reta, então um tinido agudo estranho ecoou e ela caiu.

— Olha. Não há nem um cortezinho na superfície.

— Isso significa que ela é muito dura?

— Não, significa que a faca nem acertou. Parece que foi defletida pouco antes de acertar a superfície também.

— Hmm… essa coisa tem um campo de força de algum tipo?

— Campo de força? O que é isso? — Aisha perguntou, parecendo confusa.

— É um tipo de barreira científica. Mesmo no meu mundo antigo, esse tipo de coisa só existia na ficção.

Era um tipo de habilidade sci-fi, mas eu sentia que poderia ter algo a ver com a ultra ciência, que ia além da compreensão humana.

Eu tinha uma ideia do que podíamos tentar.

— Naden, consegue acertar essa coisa com um choque?

— Tá, mas… tem certeza que quer que eu acerte essa coisa com tudo?

— Sim. Dê tudo que tem.

— Tá bom então… hah!

*Zap!* *Crackle!*

A juba de Naden se eriçou enquanto liberava a mãe de todos os raios no cubo.

O Relâmpago roxo rasgou o céu e assim que estava prestes a acertar o cubo, outro som indescritível surgiu, muito mais alto que antes. Era como se alguém aumentasse o som de unhas arranhando um quadro-negro, então o som mudou de escala. Era um barulho bem irritante.

Entretanto, apesar do barulho ser alto o bastante para doer os ouvidos, o cubo não foi afetado. Quão dura era essa coisa…?

— Não é por isso que essa coisa quer que Madame Tiamat quebre ela? — Naden perguntou.

— Sim, provavelmente…

Enquanto quebrava minha cabeça buscando uma solução, eu ouvi a voz de novo.

— Eu vou destruir. Para que você me destrua.

Eu ouvi claramente dessa vez. Era aguda demais para ser de um homem, sendo obviamente a voz de uma mulher, mas havia algo estranho. Agora que ouvi claramente, algo me chamou a atenção.

Essa voz…

Eu ouvi em algum lugar antes. Por algum motivo, tinha esse sentimento. Mas de onde?

Tentei vasculhar minhas memórias, mas o cubo não me deu tempo.

Tiamat… se isso não for o suficiente para você me destruir…

Houve um som vindo do fundo do cubo.

— Naden, para baixo!

— É para já!

Nós fomos em direção ao fundo do cubo, o qual se abriu como uma caixa. Algo parecido com uma lente de câmera saiu do fundo.

Essa… coisa… me dava um sentimento bem ruim.

— Eu realmente vou destruir tudo que é seu.

A lente saindo do fundo começou a emitir uma luz. De uma cor pálida, começou a ficar mais brilhante com o tempo.

Essa cena… eu já vi algo do tipo em filmes sci-fi antigos. O fundo do pires espacial enorme se abriu, se encheu cada vez mais de luz… e, então, a luz saiu e explodiu prédios e cidades abaixo dele.

Espera, Liscia e os outros estavam abaixo daquela coisa!

— Aisha, Naden, ataquem aquela parte debaixo!

— Tá… tá bom!

— É para já! Haaaaah!

Aisha liberou uma ventania de sua espada e Naden disparou raios. Entretanto, a despeito do barulho, aquelas coisas parecidas com lentes não sofreram um arranhão e continuavam a reunir luz.

Nesse ponto, eu só conseguia imaginar um futuro onde aquela luz era disparada em direção ao chão.

— Paraaaaaaaaa! — gritei, o mais alto que consegui.

— Se… senhor! — Aisha disse.

— Souma? — Naden vacilou.

Eu continuei gritando para o cubo: — Se você quer ser destruída, então caia em algum lugar, ou afunde no oceano ou quebre sozinha! Não envolva outras pessoas… não envolva minha família nas suas vontades auto-destrutivas, seu cubo estúpido!

— Ling… comp… detectada… vando funções.

Com isso, a luz parou de ser reunida repentinamente, e aquelas coisas parecidas com lentes saindo do fundo do cubo perderam seu brilho gradualmente. Com o tempo, a luz cessou e o cubo guardou as lentes dentro de si. Aquilo… parou o cubo mesmo?

Olhando melhor, o cubo parou de jogar aquelas esferas também.

— Você acha que ela parou? — Aisha perguntou.

— O que o Souma disse para parar ela?

Aisha e Naden estavam confusas. Como Naden estava dizendo, o timing com que essa coisa parou sugeria que ela ouviu meus gritos. Talvez entendeu minhas palavras? Parando para pensar…

Ling… comp… detectada… vando funções.

Tenho certeza que foi isso que o cubo disse. Houve um barulho atrapalhando, então não consegui entender tudo, mas será que ele disse “desativando funções”?

Se sim, a primeira metade, “Ling… comp… detectada”, me interessava. “Detectada” parecia bem direto, mas “ling, comp” significava… o que?!

Esse cubo parou porque eu gritei. Se essa coisa conseguiu entender minhas palavras e desativou suas funções como resultado, então a parte de “ling… comp…” foi em referência ao que eu disse.

Isso quer dizer…

— Linguagem compatível…

Linguagem compatível detectada. Desativando funções.

Foi isso que o cubo disse?

Uma linguagem compatível… mas a língua que eu falei era… japonês?!

Japonês era a chave…? Não, o cubo disse que era “linguagem compatível”, então pode ser que outras linguagens fora o japonês sirvam também. Pensando de forma mais abrangente, o cubo parou porque eu usei uma das línguas da Terra, ou porque eu usei uma língua de outro mundo?

Quando cheguei nessa conclusão, os fragmentos de várias memórias dentro de mim começaram a se conectar.

O motivo de Madame Tiamat ter me chamado de chave e me convidado para vir a Cordilheira do Dragão Estrela. Não foi porque eu era um herói, mas porque eu era japonês, ou porque eu era da Terra ou só de outro mundo?

A língua que usei… eu não sabia se era porque era  japonês, uma língua da Terra, ou ou uma língua de outro mundo mesmo. Mas, Madame Tiamat com certeza sabia que seria uma peça chave para parar esse cubo.

Pode ser que Madame Tiamat conheça um pouco sobre o seu mundo. Se ela estava certa que você conheceria a raça do ryuus, isso significa que ela devia estar certa de que o mundo de onde você veio teria um conceito do que seria um ryuu. — Foi o que a Hakuya me disse antes.

— Madame Tiamat… sabia sobre o mundo de onde eu vim? — murmurei.

Tive essa conversa com Hakuya há alguns dias.

Nós inferimos que Madame Tiamat deveria saber algo sobre meu mundo. Mas, eu estava mais certo disso agora. Madame Tiamat, o cubo e o mundo de onde eu vim.

Se havia uma conexão entre eles, isso significava que esse mundo e aquele estão conectados de alguma maneira, também? Em outras palavras…

Esse mundo, que eu pensava ser outro mundo, poderia não ser um de fato.

Aff… não sei de mais nada.

Havia um monte de ideias diferentes pipocando na minha cabeça, mas nenhuma passava de mera especulação.

Mesmo se eu quisesse afirmar algo, eu não tinha a informação necessária para tal.

Só havia uma coisa que eu sabia sobre esse mundo e era que eu ainda não sabia nada sobre ele. Assim que minha mente chegou em um estado extremo de confusão…

— Entendo… foi por isso que Tiamat…

O cubo começou a falar algo de novo.

— O fam… ainda… não… perdida.

Sua voz estava cortando. Era difícil de entender o que o cubo dizia dessa maneira, mas não parecia com raiva, ou triste. Só solitário, mas quase como se entoasse uma prece.

— … iliar… eu tenho… pedido.

— O fam… iliar? Ah, o familiar? Mas, o que seria esse pedido? — Eu perguntei ao cubo.

Talvez porque a coisa me entendia, o cubo começou a explicar.

— Por favor… ó familiar… antes de sua vi… a um fim… lhe imploro… avor… dê dias de paz para as… minhas crianças.

Porra! Estávamos finalmente tendo uma conversa, mas havia coisa demais que eu não entendia. Parecia que o cubo estava falando fluentemente, mas a estática era tão forte que eu não conseguia entender direito o que ele falava.

— Não consigo te entender quando você fala tanto! — Eu disse. — Me diga o que você quer da forma mais breve que conseguir!

O cubo respondeu de uma só vez.

— Vá para o norte.

Vá para o norte.

Com isso, o cubo sumiu.

— Su… sumiu… — murmurei.

Não voou para longe, ou qualquer coisa do tipo. Só sumiu em um instante. Provavelmente, ele se teletransportou, tipo Madame Tiamat.

Quando o cubo sumiu, a tempestade furiosa de antes se transformou em uma massa de nuvens que eventualmente se espalharam no céu. Eventualmente, percebi que estávamos debaixo do céu com um sol poente. O ar límpido e o vermelho do sol sumindo no horizonte quase me cegou com seu brilho.

— Parece que essa coisa toda foi um sonho — Aisha disse atordoada. Esse tipo de mudança abrupta fazia esse tipo de coisa.

— Mas, não foi um sonho, certo, Souma? — Naden perguntou. — O que aquela coisa disse no final?

Eu a respondi, tão atordoado quanto Aisha — … vá para o norte. Pelo que eu entendi.

— Norte? Por norte, isso significa…

— O Domínio do Lorde Demônio… eu acho?

Eu senti como se tivesse ganho muita informação desse incidente. Entretanto, criava mais perguntas do que resolvia. Sobre meu mundo, sobre mim, sobre a conexão do mundo de onde vim e este aqui…

A única coisa que eu conseguia dizer com certeza era que nenhuma das respostas apareceria tão cedo.

— Independentemente, a tempestade passou… — Eu disse. — Vamos voltar para os outros.

Naden assentiu. — Sim. Estou exausta.

A situação estava mais ou menos resolvida, mas nós não estávamos totalmente satisfeitos quando chegamos no chão.

 


 

Tradução: Worst

Revisão: CastroJr

 

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