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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 06 – Cap. 01 – O Que Você Ganha com os Brutamontes e Tesouras Depende de Como os Usa

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15º dia, 3º mês, 1.547º ano, Calendário Continental

Era uma pradaria extensa na parte noroeste do Reino de Friedônia.

Uma única estrada larga com uma excelente vista atravessava aquela pradaria e em ambos os lados dessa estrada havia árvores destruidoras de demônios da Floresta Protegida por Deus plantadas em intervalos regulares. Esta era uma das rodovias nacionais que haviam sido estabelecidas como parte da rede de transporte, se alguém seguisse por essa estrada poderia passar por caravanas mercantes protegidas por aventureiros ou trens de carga puxados por rinossauros.

Era um calmo dia de primavera; o céu estava claro. Havia uma carroça coberta puxada por dois cavalos que desciam a referida estrada, nela estavam as mercadorias de um mercador ambulante comum, mas os cavalos que a puxavam eram animais bastante magníficos.

Estávamos dentro daquela carroça coberta e eu estava conversando com o cara que estava correndo atrás do veículo.

— O que acha, Hal? — perguntei. — Como é correr por uma estrada que você mesmo construiu?

— Não vou negar que é gratificante, mas… quando é você que diz isso, fico um pouco irritado… — Halbert disse descontente, ainda correndo fora da carroça.

Atualmente, havia quatro de nós dentro da carroça coberta: Aisha, Kaede, Tomoe e eu.

Este era o grupo que viajava para a Cordilheira do Dragão Estrela a convite direto da Mãe Dragão.

No entanto, não sabíamos o motivo desse convite e apenas alguns dos meus subordinados mais próximos haviam sido notificados, então precisávamos viajar na surdina. Era por isso que eu estava usando minha habitual roupa de viajante do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças, a qual consistia em um chapéu de palha cônico e uma capa de chuva de viajante; Tomoe estava vestindo um manto com capuz de mago branco; e Aisha, Hal e Kaede estavam vestidos como aventureiros.

É claro que assim que chegássemos à Cordilheira do Dragão Estrela, pretendíamos vestir nossos uniformes formais que estavam guardados na carroça.

Aliás, o último membro do nosso grupo, Carla, tinha ido na frente para averiguar o estado das coisas na direção em que estávamos viajando. Como era útil ter um draconato que pudesse voar em momentos como este.

Aisha e eu estávamos relaxando dentro da carroça, Tomoe, por sua vez, estava no banco de motorista, com Kaede ensinando-a a conduzir o veículo. Como Tomoe e Kaede eram das raças de lobos e raposas místicas, as quais tinham aparência semelhante, quando se sentavam juntas no banco de motorista elas realmente pareciam irmãs, o que colocou um sorriso no meu rosto.

Hal também estava na carroça, pelo menos inicialmente, mas depois disse: “meu corpo vai ficar todo dormente se eu ficar aqui”, e saiu para começar a correr.

— Você estava passando por um árduo treinamento como um dracotropa, não é? — perguntei. — Não acha melhor aproveitar a chance para relaxar pelo menos por agora?

— Você é muito imprudente… — Hal me deu um olhar severo e um tanto chocado.

Uh… É, ele pode estar certo.

No momento, eu estava na carroça coberta descansando a cabeça no colo de Aisha. Meu chapéu estava no meu peito, e talvez eu estivesse sendo um pouco despreocupado demais. Virei minha cabeça para trás para perguntar uma coisa a Aisha, que estava acariciando minha cabeça com um olhar bobo em seu rosto.

— Aisha, você está bem? Eu não sou muito pesado?

Aisha voltou a si e balançou a cabeça com toda a força.

— Nenhum um pouco! Sou eu quem deveria te perguntar isso, já que tenho muito músculo e o meu colo pode ser um pouco desconfortável…

— Não, acho que tem o nível certo de elasticidade. Olha como o meu dedo afunda.

— Calma! Espere, isso faz cócegas!

Quando cutuquei sua coxa, Aisha se contorceu um pouco. Foi meio fofo.

— Oh, pelo amor… Não quero estar em um vagão com esse clima — disse Hal com uma expressão de “não aguento mais essa bobagem”.

Sim, se eu estivesse no lugar de Hal, provavelmente sentiria o mesmo. A Tomoe estava monopolizando a Kaede também.

— Mas, se eu não tivesse escolhido vocês dois para me acompanhar, ambos estariam a bordo do Hiryuu, treinando como de costume, certo? — perguntei. — Não é bom poder relaxar?

— Sim, mas… por que estamos nessa viagem relaxada, afinal? — Hal perguntou. — Eles nos encontrarão na fronteira, não é? Não poderíamos ter viajado até lá montados em um wyvern?

Como ele disse, alguém da Cordilheira do Dragão Estrela viria nos buscar em uma vila na fronteira noroeste do Reino de Friedônia. Assim que chegássemos lá, um dragão nos levaria para a Cordilheira do Dragão Estrela.

Se considerássemos apenas a eficiência, poderíamos ter ficado na capital até perto da hora de partir, e então viajar para a vila usando um wyvern, mas isso seria sem graça.

— Finalmente tirei umas férias longas — eu disse. — Seria uma pena arruiná-las apressando as coisas, não acha?

— Sério? Não acho que viajar seja algo para se divertir…

Essa era uma das diferenças entre a maneira como as pessoas neste mundo viam as coisas e a forma como uma pessoa moderna veria.

Neste mundo, onde havia criaturas selvagens e cruéis, e o possível aparecimento de monstros, não era possível ter uma viagem tranquila, mesmo dentro de seu próprio país.

Na história da Terra, apenas recentemente nos tornamos capazes de viajar com tanta facilidade. Mesmo no Período Edo, quando a ordem pública estava em um estado razoável, quando Matsu Bashou viajou, ele teve que aceitar o fato de que poderia não voltar vivo.

Pensar por esse lado me fez perceber mais uma vez quão incrível o Poncho era, ele viajou por tantos países diferentes e gastou muito dinheiro em comida, tudo para perseguir seu interesse por comida.

— Eu gosto de viajar — disse. — Ver paisagens desconhecidas faz o meu coração palpitar. Minha avó e o meu avô também gostavam, então muitas vezes me levavam com eles.

— Seu avô e sua avó fizeram isso senhor? — Aisha perguntou.

— Sim. Porém, por serem um casal de idosos, foram muitas viagens a templos, santuários e castelos.

Indo para Nara no outono.

Folhas vermelhas e biscoitos senbei.

Aqueles foram bons tempos.

Naquela época, mesmo viajando para as províncias vizinhas parecia que eu estava indo para algum lugar muito longe. Eu nunca teria imaginado que anos depois me encontraria viajando através de um outro mundo.

Enquanto estava relembrando essas boas memórias, Aisha disse:

— Parando para pensar, tem algo que tenho me perguntado… — ela parecia perplexa enquanto continuava. — Esta carroça não treme. Normalmente não poderíamos relaxar assim, sabe?

— Bem, pode parecer uma carroça coberta comum, mas foi Genia que a projetou — disse.

— Hmm, por que de repente você parece exausto?  — perguntou Aisha.

— Atualmente o trem rinossauro transporta principalmente carga, mas se quisermos que ele puxe vagões de passageiros, o tremor será um problema — expliquei.

— Agora que mencionou, quando fomos para a floresta dos elfos negros estava tremendo muito — Hal interrompeu, estremecendo.

Talvez ele estivesse se lembrando de como tinha sido aquela época. Estávamos indo para lá para ajudar na reconstrução após o desastre, então cada segundo contava. Foi por isso que fomos o mais rápido que pudemos, ignorando os tremores, e a maior parte dos membros do Exército Proibido que cavalgaram conosco sofreram enjoo como resultado.

— É por isso que pedi à Genia para desenvolver um mecanismo que reduzisse o tremor do veículo — expliquei. — Só que… a Genia sempre consegue superar as minhas expectativas de maneiras que eu nunca imaginaria.

Estava pensando em algo como uma mola helicoidal. Meus estudos foram focados na humanidade, não na engenharia, então não entendia a maneira certa de construí-la, mas dei à Genia, a Supercientista, uma imagem aproximada do que eu queria e esperava que ela pudesse desenvolver algo parecido. O que Genia desenvolveu estava além da minha imaginação.

— Eu nunca pensei que ela construiria materiais amortecedores de choque logo de cara… — murmurei.

— Amo-Amortecedores de cho… E agora? — perguntou Aisha.

— Eu mesmo não vi um, mas aparentemente há um tatu tão grande neste continente que você pode confundi-lo com um gliptodonte, certo? — disse.

— Eu não sei o que é um gliptodonte, mas você está falando do tatu gigante, não é? — Perguntou Aisha. — Eles vivem principalmente nas florestas e têm uma carapaça tão dura que até mesmo eu tenho dificuldade em quebrar.

— Espere, calma aí! Você consegue quebrá-la?! — Hal exclamou surpreso. — Dizem que é praticamente impossível quebrar a carapaça de um tatu com um ataque físico!

— Sério? — perguntou Aisha. — Eu acertei umas dez vezes, trocando de espadas grandes no processo, e consegui quebrá-las.

— …

Hal e eu ficamos sem palavras. Parecia que Genia não era a única fora da curva…— B-Bem, deixemos isso de lado — disse. — Então, sabíamos que o tatu gigante se defendia de ataques físicos com sua dura carapaça, mas Genia se questionou para onde estava indo o choque desses ataques. Não importa o quanto parecesse que não havia danos externos, ela pensou que o impacto poderia estar atingindo seus frágeis órgãos internos. Quando dissecou um para dar uma olhada, descobriu que os depósitos de gordura no interior de sua carapaça tinham poderosas características de absorção de choque.

Em outras palavras, o interior da carapaça tinha uma textura carnuda; mas, para colocar em termos que uma pessoa moderna entenderia, tinha diversas características que a tornava parecida com a borracha.

Pisei duas vezes no chão da carroça.

— Os eixos e as rodas desta carroça são feitos com uma forma processada dessa gordura encontrada em suas carapaças. É por isso que balança menos do que as outras carroças.

— Entendo… A Genia é incrível — disse Aisha. — Inventar algo assim tão facilmente.

Aisha parecia genuinamente impressionada, mas meus sentimentos sobre o assunto eram um pouco complicados.

Pode soar um pouco exigente, mas gostaria que ela criasse um material que fosse mais fácil de colocar para uso popular. A gordura do tatu gigante era preciosa, o que tornava essa carroça coberta cara de uma maneira que não combinava com a sua aparência. Se eu tentasse fazer um trem que não balançasse usando esse método, acabaríamos caçando excessivamente o tatu gigante.

Precisa ser mais barato para que a população em geral possa usá-lo… Pensei comigo mesmo.

No entanto, Genia era uma gênia nata e quando cria algo, não estava em sua personalidade pensar em maneiras de criar uma versão mais econômica para melhorar sua funcionalidade. Não havia como eu fazê-la mudar de ideia, então entreguei os materiais aos pesquisadores diligentes e pedi que procurassem por um material substituto que pudesse ser produzido em massa.

Quanto aos resultados, aparentemente havia uma espécie de bicho-da-seda cujos casulos tinham propriedades de absorção de choque semelhantes. Esses casulos poderiam ser produzidos em massa, então eu estava ansioso pelos futuros desenvolvimentos da pesquisa. Naturalmente, eu disse a eles o que sabia sobre as molas, e fiz com que pesquisassem isso também.

A verdade é que aqueles que apoiavam esse país não eram governantes como eu, ou gênios como Genia, mas aqueles pesquisadores sem nome. Era importante manter isso em mente.

Aconteceu enquanto eu estava descansando minha cabeça no colo de Aisha com os olhos fechados, perdido em pensamentos.

— Ei — comentou Hal. — Parece que a jovem senhorita Carla está de volta.

Ouvindo isso, me sentei e chamei Tomoe e Kaede que estavam no banco de motorista para que parassem a carroça.

Quando saí do veículo Carla estava no meio da aterrissagem. Não foi uma queda vertical; ela cortava o ar em um ângulo de pouso igual ao de um avião de passageiros. Provavelmente estava fazendo isso para garantir que ninguém visse o que estava abaixo do seu avental.

— Voltei do reconhecimento, Mestre — Carla relatou, ajeitando sua saia que tinha ficado um pouco amassada.

Parecia que ela tinha se acostumado a lidar com a minissaia da sua roupa de empregada.

Quando decidi que Carla me acompanharia, pensei que era um pouco demais fazê-la usar o uniforme de empregada durante a viagem e planejei deixá-la vestir a armadura que usou na guerra, mas Serina, a criada-chefe, disse: “achei que isso poderia acontecer, então preparei uma roupa de empregada para viajar.”, e com um olhar frio no rosto, ela a entregou.

Usei alguns dos materiais que foram oferecidos à família real como presentes, aqueles para os quais não havia outros usos para melhorar meus Pequenos Musashibos, e parecia que essa roupa de empregada também os usava. Era um produto superior, resistente a: lâminas, flechas, ácidos e calor; difícil de manchar e fácil de lavar.

De onde vem e até onde ela vai a paixão da nossa criada-chefe? Me perguntei.

Deixando isso de lado, elogiei Carla por seu trabalho.

— Obrigado pelo trabalho. O que descobriu?

— Não havia criaturas perigosas à frente… Mas… — Carla disse sem jeito, olhando para as asas em suas costas.

Olhei para ela, me perguntando o que estava acontecendo, quando notei dois pezinhos saindo debaixo de suas axilas. Carla se virou para o outro lado, revelando um garotinho humano que tinha cerca de cinco anos grudado em suas costas. O menino parecia assustado, agarrando-a com toda a sua força.

Carla, aparentemente preocupada, disse:

— Encontrei esse menino chorando sozinho nas montanhas e como não poderia deixá-lo sozinho, o trouxe junto comigo. Ele parece estar com medo de alguma coisa…

Carla deu de ombros como se dissesse que não entendia o motivo.

— Será que ele não está com medo porque você o trouxe aqui voando? — Perguntei.

Pelo que parecia, ela estava voando a uma altitude bem elevada, então o menino provavelmente estava se agarrando com força para não cair.

Os olhos de Carla se arregalaram ao perceber isso.

— Ah! V-Verdade. Eu tinha esquecido que humanos não voam.

— Oh, céus…

Quando a dei um olhar repreensivo, ela descaradamente desviou o olhar. Kaede e Tomoe falaram gentilmente com o menino e conseguiram convencê-lo a descer das costas de Carla. No entanto, quando a tensão foi aliviada e o menino chegou ao chão, começou a chorar.

Ele provavelmente era de uma vila próxima e se perdeu depois de vagar pelas montanhas. Tínhamos em mãos um menino cujo nome não sabíamos, nem onde morava e que continuava chorando.

Se eu fosse o cão policial da música “Inu no Omawari-san”, seria aqui que começaria a latir por não saber o que fazer e depois desistiria.

O menino parecia ter gostado de Carla, porque ainda estava agarrado ao seu lado. E quando fui fazer uma pergunta, vi que ele ainda estava em pânico.

— Mais alguma coisa a relatar?

— Hmm… AH! — Carla gritou. — Parando para pensar, também vi vários homens estranhos na montanha.

— Homens estranhos? — questionei.

— Sim. Eles pareciam ser bandidos perigosos. O fato de haver pessoas assim à espreita na área foi uma das razões pelas quais decidi trazer esse garoto comigo.

— Bandidos da montanha? — ponderei. — Não ouvi nenhum relato de bandidos aparecendo em nosso território…

Quando eu tinha acabado de assumir o trono, ainda havia relatos ocasionais de ladrões e bandidos da montanha. No entanto, com a nova rede de transporte, permitindo que as tropas se deslocassem rapidamente pelo país, parei de ouvir sobre incidentes os envolvendo. Os únicos “ladrões” que ouvi falar foram os que utilizaram esse nome para se referirem ao seu trabalho como aventureiros. As denúncias desse tipo sempre eram fiscalizadas imediatamente. Caso fosse encontrado um grupo armado, os militares seriam enviados para observar e se necessário, neutralizá-los

Foi assim que muitos grupos de bandidos foram derrotados ou deixaram o negócio por conta própria. Alguns deles realmente eram inofensivos, e para pessoas assim… Ah!

— Ei, Carla, você se lembra qual era a cor da roupa deles? — perguntei.

— Agora que você falou… todos eles estavam usando couraças laranja combinando.

— Sim, como imaginei… — disse, balançando a cabeça.

— Então tem alguma ideia de quem sejam?

— Ah, eu tenho mais do que uma ideia…

Fui eu quem formou a organização deles.

Viajamos por volta de trinta minutos depois disso. Quando trouxemos o menino para o sopé da montanha onde Carla disse ter visto os “bandidos”, os homens de couraça laranja saíram aos montes para nos cumprimentar. Mandei Carla na frente para explicá-los a situação.

Como ela havia dito, os homens certamente pareciam bandidos. Suas peles eram bronzeadas e morenas, seus rostos com grandes barbas sem fazer, eram um bando de brutamontes corpulentos. Pareciam perigosos o suficiente para que Aisha e Hal ficassem tensos para a batalha quando os viram (Tomoe e Kaede estavam esperando dentro da carroça coberta), mas os homens não mostraram nenhuma malícia ou sede de sangue.

Um homem que era maior que os outros deu um passo à frente.

— Você é o líder? Me disseram que levou uma criança sob custódia.

O homem abriu os braços em um gesto exagerado, sorrindo.

— Sim — disse. — Um membro do nosso grupo o acolheu quando o encontrou sozinho nas montanhas.

Seria um grande incômodo lidar com isso se nossas identidades fossem reveladas, então expliquei a situação a ele educadamente.

— Os parentes do menino vieram buscá-lo?

— Claro — disse o homem. — Ei, seus idiotas! Apressem-se e tragam os pais da criança aqui!

Um dos subordinados gritou:

— Sim, senhor!

E correu para buscá-los.

A maneira como eles falavam era idêntica à forma como um chefe de bandidos dava ordem aos seus capangas.

Não muito tempo depois, uma mulher parecida com uma estalajadeira de uma aldeia abriu caminho entre os homens e apareceu diante de nós. Aquela mulher, que parecia confusa enquanto caminhava pelo grupo de brutamontes, olhou suplicante para mim com o desespero estampado em seu rosto.

— O-O menino… é o meu filho, não é?! Ele vagou pelas montanhas sozinho e desde então não tive notícias dele!

Então era essa a mãe do menino? Ela deve ter ficado muito preocupada.

— Por favor, fique calma — disse. — Ele está seguro sem nenhum ferimento.

Pedi a Carla que trouxesse o menino. Quando ela o tirou da carroça, ele foi em direção a mulher no momento em que a viu, pulando em seus receptivos braços.

— Maaaaamããããããeeee!

A mulher o abraçou com força.

— Graças a deus… Honestamente, seu pestinha! Você me deixou louca de preocupação!

— Des…cul… pa…

— Estou tão feliz por você estar seguro…

O menino e a sua mãe se reuniram e se abraçaram. Enquanto olhávamos pelo canto dos olhos, o grandalhão falava comigo.

— Você realmente nos fez um favor, senhor. Nós nos separamos para procurar o garoto, mas não estávamos tendo sorte. Eu nem sabia mais o que fazer.

— Não, como eu disse antes, só o encontramos por coincidência.

— Ainda assim, tenho que agradecer. Eu sou o líder desse grupo, meu nome é Gonzales. Pelo jeito que está vestido, imagino que seja um comerciante, não é?

— Sim — disse. — Kazuma Souya do Cervo Prateado.

Causaria problemas se descobrissem que eu era o rei, então estava usando um pseudônimo que preparei de antemão.

— Hmm? — Gonzales grunhiu franzindo a testa. — Senhor… já nos encontramos em algum lugar antes?

— Você acha? É a minha primeira vez nessas redondezas…

— Será que é só a minha imaginação? Parece que já te vi em algum lugar…

— Bem, espero que se lembre do meu rosto, então — disse. — O Cervo Prateado sempre está aberto à negócios.

— Gahaha! Você não é um comerciante à toa, hein?

Gonzales pareceu gostar disso, porque me deu um tapa forte nas costas.

… Meio que doeu.

Depois de finalizar minha atuação me dirigi de volta aos meus companheiros. Foi quando Hal me perguntou:

— Você se importaria de explicar a situação agora? Quem são aqueles homens, afinal?

Parecem uma gangue de bandidos.

— Hã? O que você acabou de dizer?!

— Acalme-se, Hal — disse. — Existe todo tipo de bandido da montanha por aí, você sabe disso.

Havia bandidos da montanha que atacavam comerciantes e aldeões, roubando suas posses, sequestrando suas mulheres e crianças e até matando pessoas. Estes eram o que você chamaria de bandidos vilões.

No entanto, havia aqueles que ocupavam estradas na montanha, cobravam pedágio para os comerciantes passarem e em troca os protegiam. Estes eram bandidos relativamente respeitáveis.

Sempre que havia denúncias dos primeiros, eu simplesmente enviava os militares para dar cabo deles; mas para este último, seria uma pena perder pessoas tão talentosas.

De certa forma, eles conheciam a montanha como a palma da mão. Muitas vezes se instalavam na área, mantendo boas relações com aldeias vizinhas, e seria um desperdício jogar fora seu conhecimento e experiência. Então, foi isso o que fiz:

— Eu contratei aqueles bandidos da montanha e os fiz formar “equipes de resgate da montanha”.

— Equipes de resgate da montanha? — Hal repetiu.

— Quando alguém se perde nas montanhas, como aconteceu aqui, eles procuram pela pessoa. Também patrulham a montanha para ficarem de olho em qualquer acontecimento estranho e protegerem os viajantes nas estradas, como faziam antes. O governo paga seus salários. Eles cobram uma tarifa pela proteção, mas o dinheiro arrecadado vai para os cofres nacionais. Se for descoberto que estão desviando dinheiro, nós obviamente, os tratamos como bandidos normais.

— Nossa, você é um cara talentoso mesmo… — disse Hal, parecendo impressionado.

Vendo isso, tive que sorrir ironicamente para ele.

— Bem, eu sou o rei, afinal.

— Ah, sim, agora que mencionou, você é o rei. Esqueço disso às vezes.

— Sim, eu também.

Nós dois rimos juntos.

Logo em seguida, nos despedimos da mãe, da criança, da equipe de resgate da montanha e voltamos à estrada.

A cada reunião vem outra despedida, e temos outras reuniões para ir.

Que tipo de pessoas encontraríamos nessa viagem? De repente, fiquei ansioso para descobrir.

 


 

Tradução: Another

Revisão: Gabas

 

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