Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 05 – Cap. 04.3 – A Chegada da Santa

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Quando meu encontro com Mary terminou, já era tarde da noite.

Ao voltarmos para o escritório de assuntos governamentais, fomos recebidos por Roroa e Juna. Também vi Carla com as criadas no centro do cômodo.

— Bem-vindo de volta, querido… Espere, o que há de errado?! — gemeu Roroa.

— Hm, há algo de errado, Vossa Majestade? — indagou Juna.

No começo as duas estavam sorrindo, mas uma vez que viram meu rosto, instantaneamente assumiram olhares de preocupação.

Ha ha… Minha feição estava tão ruim assim? Podia muito bem estar.

Juna tocou seus dedos, macios e frios como peixinhos brancos, na minha testa.

— Você não parece estar com febre, mas… não está se sentindo bem? Gostaria de descansar um pouco?

— Ei, Irmãzona Cia! O que aconteceu com o querido?! — disparou Roroa, recorrendo a Liscia.

— Não me pergunte! Não faço ideia!

Eu disse:

— Ah… Está tudo bem, eu estou bem. — Levemente afastei a mão de Juna, então sentei na mesa do escritório de assuntos governamentais. Após isso: — Sinto muito. Liscia, Aisha, Juna, Roroa… poderiam vir aqui? — Então, as quatro olharam uma para a outra, e lentamente se aproximaram de mim. Quando chegaram perto o suficiente, abri meus braços e dei um grande abraço nas quatro.

— Eek?! — gritou Liscia.

— Minha nossa! — gemeu Aisha.

— Oof… — disse Juna.

— Espera! Querido?! — disparou Roroa.

Todas elas soltaram gritinhos estranhos de surpresa, mas ignorei isso e as abracei com força.

 

 

 

Para quem estivesse assistindo de lado, poderia parecer que estávamos formando uma rodinha; e não teria sido muito sexy, mas eu podia sentir o calor de todas as quatro. Isso me ajudou a finalmente me acalmar. Uma vez que tive um bom minuto inteiro disso, as liberei.

Liscia arrumou suas roupas, agora um pouco bagunçadas, e me perguntou, parecendo um pouco irritada enquanto o fazia:

— Nossa… Você vai nos dar alguma explicação sobre o que foi tudo isso, certo?

A preocupação por mim que pude ouvir escondida atrás da raiva em sua voz me deixou um pouco feliz.

— Sim, vou explicar.

— Souma, você ficou assim ao final da reunião, certo? Exatamente o que aconteceu? — perguntou Liscia.

— O tempo todo, havia algo sobre aquela garota, Mary, que parecia… estranho para mim — falei.

— Algo que parecia estranho? Nada do que ela fez me parecia suspeito. — Aisha inclinou a cabeça para o lado em confusão.

Neguei com a cabeça.

— É um pouco diferente do que você está pensando. A primeira vez que vi Mary, achei que ela era incrivelmente linda. Mas… ao mesmo tempo, senti que era de alguma forma estranha.

— Estranha? O que quer dizer com estranha? — perguntou Roroa.

— Eu deveria tê-la achado atraente, e ainda assim não podia vê-la dessa maneira. É assim que parecia.

— Hm… Ela me parecia uma garota fofa — disse Hakuya.

É… Provavelmente nenhuma outra pessoa teria notado. Notei por causa de quem eu era, e por causa disso, fui capaz de discernir a verdade por trás de tudo.

— Eu também não percebi no começo — falei. — Mas no momento em que pensei que ela era uma boneca, graças à sua falta de emoção… ou artificial, para ir um pouco mais longe… Percebi o que foi que me pareceu o tempo todo. Ela… parecia com alguém.

— Parecia com alguém? Quem?

Quando ela me perguntou isso, coloquei minha mão no ombro de Liscia.

— Com você, Liscia.

— Huh?! Como eu?!

— Sim. E com Aisha, e Roroa também.

— Huh? Ela parecia?

— Comigo também?

Aisha e Roroa se entreolharam depois de ouvir o que eu disse. Olhei para Hakuya.

— Hakuya, se você fosse descrever o rosto de Mary para aqueles de nós que não estavam lá, como o expressaria?

— Bem, deixe-me ver… ela tinha feições regulares, cabelo prateado, e estava preso em duas partes…?! — Hakuya parecia ter percebido, e arregalou os olhos.

Concordei com a cabeça.

— Aqui está como eu a descreveria. Suas feições regulares eram como as de Liscia. Seu cabelo prateado era como o que Aisha tem como um elfa negra, e seu penteado era como o de Roroa. Em outras palavras, o rosto de Mary era como uma composição dos rostos de Liscia, Aisha e Roroa.

— N-Nossos rostos?! — gritou Liscia.

É. A razão pela qual eu não tinha sido atraído por ela, apesar de ser tão jovem e bonita, era por causa da desconexão com minhas expectativas. Se um dia, do nada, Aisha de repente ganhasse traços faciais humanos, isso me surpreenderia, e se o cabelo de Liscia ou Roroa tivesse ficado prateado, seria natural para mim pensar que algo estava errado.

Aisha levantou a mão e disse:

— Calma, espera aí. Se ela tem uma mistura de todas as características de suas noivas, que parte dela você acha que teria saído de Juna? Pelo que vi, sua aparência também estava na média.

— Veja, é isso — falei. — Pelo que vi, Mary praticamente não tem nada em comum com Juna. Se eu tivesse que nomear algo, diria que aqueles olhos sensuais dela eram parecidos, mas isso é um pouco fraco no que diz respeito aos traços. Deve ter sido coincidência. Além disso… uma de vocês pode me dizer qual é a diferença entre Juna e Liscia, Aisha e Roroa?

— Sou a única candidata a rainha secundária — disse Juna. — Além disso, também sou… a única cujo noivado com você ainda não foi anunciado! — Juna bateu palmas ao descobrir.

Concordei com a cabeça.

— Meu noivado com as outras três já foi anunciado, mas ainda não conseguimos anunciar o de Juna por causa do trabalho dela como lorelei. Em outras palavras, não sabem que ela é minha noiva. Assim, quando pensamos em como Mary, que tem as características definidoras de todas as minhas noivas, exceto Juna, foi enviada para cá, combinado com o fato de que os espiões do Estado Papal Ortodoxo têm se tornado mais ativos na cidade castelo, podemos inferir que o espiões estavam coletando informações sobre como eram minhas noivas. Fizeram isso para criar uma mulher que eu gostaria, ou pelo menos não achar desagradável, e enviá-la para mim como uma santa.

— Souma, isso… — começou Liscia.

— Sim… Quando eu disse: “Do jeito que você diz isso, é quase como se fosse se casar comigo”, lembra do que Mary disse em resposta?

“Se Vossa Majestade Sagrada desejar, pode fazer com meu corpo o que quiser. Oferecerei meu corpo e meu coração a você como faço no serviço a Deus.” Mary disse isso sem hesitação.

Uma garota adaptada aos meus gostos foi enviada para mim, e essa garota disse: “Pode fazer com meu corpo o que quiser” e “Vou oferecer meu corpo e meu coração a você”. Então, como se pedissem uma compensação, tentaram fazer com que suas próprias demandas fossem cumpridas. Em outras palavras…

— Para o Estado Papal Ortodoxo, a santa é uma armadilha de mel preparada para atores estatais — falei.

— O que estão fazendo é o mesmo que os nobres tentando vender suas filhas para você… — disse Liscia, parecendo exasperada.

Honestamente, para um país governado por homens santos, apareceram com algumas ideias vulgares. Parecia que, como país, o Estado Papal Ortodoxo era um empreendimento muito humano.

— Uma vez que descobri o que sentia sobre ela… Perguntei a Mary sobre como ela foi escolhida para ser uma santa — falei. — Quando o fiz, ela gentilmente me deu uma explicação completa.

Foi-me dito que a santa havia sido escolhida entre as freiras da igreja central pelas revelações divinas contidas no Lunalith. A maioria dessas freiras eram originalmente órfãs, e haviam quase cinquenta delas. Muito provavelmente, o objetivo era manter um estoque diversificado de santas em potencial para quaisquer governantes que quisessem seduzir.

As freiras foram treinadas na igreja central e cresceram aprendendo as doutrinas da fé em um lugar separado do mundo secular para que se tornassem crentes obedientes. Então, se atingiam uma certa idade sem serem escolhidas como santas, eram enviadas às igrejas de cada região como bispas.

— Isso é… terrível — disse Aisha com repulsa clara. — Então realmente são como bonecas. É como se não tivessem vontade própria.

— Ora, ora, Irmãzona Ai — interviu Roroa —, não parece um negócio tão ruim para mim.

Aisha criticava o sistema, mas Roroa parecia ter uma opinião diferente.

— Não importa para que país você vá, não há nada mais difícil de administrar do que orfanatos adequados — disse Roroa. — Se não forem educadas quando tiverem idade suficiente para trabalhar, acabarão sendo usadas para mão de obra barata. É raro encontrar lugares como o nosso que ensinam a ler, escrever e calcular. Para as garotas que saem dos orfanatos… muitas vezes, se vender é a única coisa que podem fazer. Se estão sendo retiradas dessa situação, recebendo comida, roupas e abrigo na igreja, não acha que isso é uma sorte para elas?

— Mas estão sendo criadas para que possam ser oferecidas como oferendas a governantes estrangeiros, você percebe? — disparou Aisha em retorno.

— Não estou dizendo que gosto disso. Mas usar garotas para formar laços é algo que todas as casas, nobres, cavalheirescas ou maiores, fazem. Quero dizer… de certa forma, eu também me usei politicamente assim.

— Ah…

Quando Roroa apontou isso para ela, Aisha ficou sem palavras. É verdade, quando Roroa arranjou seu próprio casamento para proteger seu povo, pode-se dizer que estava fazendo uso de sua posição como mulher.

— Sinto muito… — Aisha se desculpou.

Roroa simplesmente disse:

— Não pense em nada. — Então acenou com a mão. — Além disso, nunca ouvi falar de várias santas. Em outras palavras, para todas as freiras, exceto esta garota Mary, isso não vai acontecer com elas. Mesmo para a santa, claro, chamá-la de oferenda faz parecer ruim, mas se um lorde colocar as mãos nela, estará pronta para se casar por dinheiro. Casei-me por motivos políticos e estou muito feliz agora, então cabe a ela decidir se estará ou não feliz com isso no final.

Roroa disse isso com firmeza. Ela era mesmo… uma garota forte.

— Concordo com a opinião de Roroa — falei. — Não gosto dos métodos deles, mas não é um sistema sobre o qual precisamos falar nada. Quer dizer, é uma questão de outro país.

— Bem… por que você parece tão arrasado, então? — perguntou Liscia, me olhando direto nos olhos.

Coloquei a mão na minha cabeça.

— O que me chocou… foi que Mary aceitou que ela era uma santa, e estava disposta a concordar sabendo exatamente o que isso significava.

 

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Quando a reunião estava terminando, perguntei a Mary sobre uma coisa que estava me incomodando.

— Madame Mary, você não tem dúvidas sobre ser tratada como uma santa? De repente sendo sobrecarregada com a dignidade de seu país, tendo que comparecer diante de um rei estrangeiro e ser esperado que diga a esse rei algo como: “Oferecerei meu corpo e meu coração a você.” É um fardo muito grande para uma pessoa suportar. Eu teria pensado que uma vida assim seria cruel demais para uma jovem comum.

Mary sorriu e disse:

— Pela vontade de Lady Lunaria, fui abençoada com a grande honra de me tornar uma santa. A santa é a face do Estado Papal Ortodoxo. Tendo recebido esse papel, em vez de viver para meus próprios sentimentos, quero cumprir com os deveres que me foram dados. Porque isso é o melhor para o país e, por sua vez, para todas as pessoas.

— Você abandonaria a si mesma pelo bem dos outros…? — perguntei.

— É meu dever natural como alguém que recebeu uma honra maior do que a maioria. Eu acho que, como rei, você entenderia isso, não é, senhor?

Fiquei em silêncio.

— Vivendo do jeito que os outros querem que você viva — disse ela. — Acredito que é uma maneira maravilhosa de viver e da qual posso me orgulhar. Para as pessoas que me reverenciam como uma santa, pretendo me entregar totalmente a servi-las.

Para as pessoas que a reverenciavam como uma santa… hein.

Ela deve ter acreditado com todo seu coração que viver do jeito que os outros queriam fosse algo do qual poderia se orgulhar. Quando vi o sorriso de Mary, as palavras de outra santa passaram pela minha mente.

“Posso ser uma imperatriz, mas ainda sou apenas um ser humano. Em vez de ser adorada como uma santa, quero continuar sendo uma pessoa e ser amada como pessoa.”

Por um lado, ser uma santa era algo para se orgulhar, e ela escolheu agir como uma santa.

Por outro, rejeitava ser santa e insistia em ser pessoa.

“Acho que, como rei, você entenderia isso, não é, senhor?” perguntou Mary.

 

Que caminho vou escolher…?

 

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— Houve um tempo… em que eu pensava da mesma forma que Mary — falei às minhas companheiras reunidas, como se estivesse confessando meus pecados na igreja. — Você lembra, certo, Carla? O que aconteceu durante a batalha contra as forças do principado?

— Aquela vez, você quer dizer…? — Carla, que estava parada no canto do cômodo, disse em um sussurro.

Eu estava me referindo ao tempo durante a guerra com Gaius VIII e os nobres corruptos, quando, para proteger meu coração da pressão sobre mim, me fechei e tentei me concentrar apenas em desempenhar o papel de rei. Se eu não tivesse feito isso, não teria sido capaz de suportar o peso de todas as vidas perdidas sob minhas ordens.

— Somos pessoas, então sofremos devido ao tamanho de nossas responsabilidades — falei. — Somos pessoas, então sofremos com as decisões que tomamos. Naquela época, quando fui forçado a uma guerra que não queria, mas que não tinha escolha a não ser lutar, pouco a pouco, sem perceber, comecei a agir como um sistema chamado “o rei”… como uma máquina. Porque se eu fosse uma máquina, não precisava sofrer, nem pensar e agonizar sobre as coisas.

— Souma… — Liscia tinha um olhar preocupado em seu rosto, mas lhe dei um sorriso torto e balancei a cabeça.

— Quando Carla me perguntou: “Você não tem medo de morrer?”, percebi o quão deturpado foi para mim estar pronto para aceitar morrer como rei. Graças a isso, consegui parar. Quando penso em como as coisas teriam acontecido se Carla não tivesse me questionado… eu estremeço. Poderia muito bem ter acabado como Mary. Só de lembrar, me sinto mal.

Quando pensei em como seria se uma versão minha que se tornou o sistema chamado rei estivesse agora na frente de Liscia e das outras… isso me assustou.

O eu que se tornou capaz de aceitar tudo por ser o rei poderia fazer Liscia e as outras felizes? Não, não poderia.

“Quero continuar sendo uma pessoa e ser amada como pessoa.”

 

É… Isso mesmo, Madame Maria, pensei.

Se eu não pudesse notar as lágrimas de Liscia e das outras, se não conseguisse fazer Liscia e as outras sorrirem, mesmo que isso significasse sofrer sob um fardo pesado e agonizar pelas decisões que tomei…

Eu não queria me tornar um mero sistema.

— Sim. Eu também. Prefiro ser uma pessoa.

— Souma? — perguntou Liscia. — Eek!

Desci da mesa, caminhei para o lado de Liscia e abracei seu corpo esbelto com força. Minha ação repentina deixou Aisha, Juna e Roroa todas pasmas.

— Eh?!

— Oh, pobre de mim.

— Uau, Irmãzona Cia, isso não é justo.

Com as três olhando para nós, Liscia ficou com um tom brilhante de vermelho, seus olhos vagando sem parar.

— H-Hm… Souma? Posso pedir para você me soltar? Isso é um pouco vergonhoso… Todo mundo está olhando…

Ela disse isso, mas a ignorei e continuei abraçando-a. Se ela realmente não gostasse, eu sabia que seria mais do que capaz de me afastar.

Segurei Liscia enquanto dizia para Hakuya:

— Não vou me tornar o rei sagrado. Também não vou deixar o Estado Papal Ortodoxo conseguir o que quer. Tenho uma política em mente que evita os esquemas do Estado Papal Ortodoxo, mas… provavelmente só servirá para ganhar tempo. Se vamos encontrar uma solução mais fundamental para o problema, todos os seguidores da Ortodoxia Lunariana no país serão um problema. Espero que isso possa enfraquecê-los, ou torná-los inofensivos…

— Espere, por que você está falando de coisas sérias enquanto me segura assim?! — exclamou Liscia.

— Hm… Nesse caso, deixe-me lidar com as contramedidas para isso — disse Hakuya. — Tenho algumas ideias próprias. Vou pegar Kagetora e alguns membros dos Gatos Pretos emprestados para meus propósitos.

— Você também, Hakuya! Por que está mantendo uma conversa normal?!

— Entendido — falei. — Vamos trocar ideias e trabalhar em nossos planos amanhã.

— Como desejar.

— Ignorada?! Estou sendo ignorada?!

— Obrigado, estarei contando com você. Pois bem…

Coçando minha bochecha, me virei para Aisha, Juna e Roroa.

— Desculpe, mas poderiam deixar Liscia e eu sozinhos esta noite?

— ?!

No momento em que entenderam o que aquelas palavras significavam, os olhos de Aisha, Juna e Roroa se arregalaram de surpresa. E quanto a Liscia, que já vinha protestando há algum tempo…

— Uh… Uh…

Parecia que ela não conseguia sequer formar palavras corretamente, e estava apenas abrindo e fechando a boca como um peixinho dourado. Liscia geralmente era tão digna, mas quando eu pensava: Ei, ela faz caretas assim também, era meio engraçado.

— Q-Querido, isso significa que vocês dois vão…

Roroa voltou a si e tentou obter algumas respostas de mim, mas Juna colocou a mão em seu ombro e a impediu.

— Roroa.

Então ela sussurrou algo para Roroa e Aisha antes de se virar e me fazer uma profunda reverência.

— Bem, Princesa, Vossa Majestade, vamos nos despedir de vocês agora.

Dito isso, Juna partiu silenciosamente.

— Erm… Boa noite, Vossa Majestade, Princesa — disse Aisha.

— Murgh… Irmãzona Cia! Diga-me como ele se saiu mais tarde, viu?

Aisha e Roroa seguiram Juna para fora do cômodo.

— Bem, até amanhã, então — disse Hakuya. — Descansem bem.

— E-Estarei de guarda do lado de fora… Por favor, tenha calma, Mestre…

Com Hakuya e Carla sendo os últimos a sair, Liscia e eu ficamos sozinhos ali.

Peguei Liscia, que estava congelada.

Ei, ela era bem leve. Tinha um pouco de músculo nela, mas, no geral, possuía uma figura esbelta, então a diferença de peso entre nós tornou mais fácil para eu levantá-la. Quando a sentei na cama de solteiro que estava no canto como sempre, Liscia finalmente voltou a si.

À luz das velas, sentamos lado a lado na cama, olhando nos olhos um do outro.

— H-Hm, Souma? Isso significa… o que eu acho que significa, certo? — perguntou ela com o rosto tão vermelho quanto beterraba.

Minhas bochechas também começaram a ficar quentes.

— Uh… Sim. Essa foi… mais ou menos a intenção…

— O-Oh, entendi…

— Não podemos…?

— Não! Não é que não podemos! Quer dizer, eu estava esperando por isso… — Liscia apressadamente balançou a cabeça. Suas palavras estavam sumindo e ficando mais fracas. — M-M-Mas por que agora, de repente? Você se segurou por tanto tempo.

— Oh… Isso, bem… Eu estava pensando que deveria esperar até que o reino ficasse mais estável, até que eu pudesse assumir a responsabilidade por isso, até que tivéssemos passado por todas as etapas, mas…

Ah, nossa, isso foi realmente embaraçoso! Cocei a nuca vigorosamente.

— Mas… Quando vi Mary, e pensei na pessoa que quero ser… Simplesmente não consegui mais segurar. Eu queria… agir em um impulso humano, e fazer com que você me aceitasse por isso.

— E-Entendo…

Isso, e as palavras de Maria, “Quero continuar sendo uma pessoa e ser amada como pessoa”, provavelmente também tiveram um efeito em mim.

Eu queria ser uma pessoa, e queria amar Liscia e as outras como pessoa.

Eu queria que Liscia e as outras me amassem como pessoa.

Senti isso com força, e não pude mais me conter.

Mas, bem, em um momento como este, eu não estava prestes a dizer a ela que as palavras de outra mulher tiveram um efeito tão profundo em mim.

— Hm, mas… tendo nossa primeira vez no escritório de assuntos governamentais, com certeza não é muito sexy — disse Liscia, tropeçando em suas palavras enquanto dobrava o top que havia tirado e o colocava de lado para que não amassasse.

Também tirei minha camisa, e puxei Liscia, que agora vestia nada além de sua calcinha branca, para perto de mim.

Era eu que estava tremendo, ou era ela…? Podia ser nós dois. Nenhum de nós estava acostumado com isso, e nos abraçamos sem jeito. Nós nos beijamos uma vez, e então…

— Bem, você quer levar isso para outro lugar? — sussurrei no ouvido de Liscia.

Quando o fiz, ela sorriu e balançou a cabeça silenciosamente.

— Não. Aqui está bom. Quero dizer, este é…

O lugar onde nos conhecemos, afinal.

 


 

Tradução: Sahad

Revisão: Lacerda

 

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