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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 05 – Cap. 02.5 – Intermissão 2: Investigando Certa Linha de Pesquisas

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O instituto de pesquisa nas antigas favelas de Parnam, a capital real do Reino da Friedônia.

O Centro de Treinamento de Ginger, que havia sido inaugurado com o patrocínio do Rei Souma como um meio de garantir pessoal talentoso e fazer com que a escravidão se tornasse uma coisa que existia apenas no nome, agora tinha muitos assuntos que poderiam ser estudados.

Com mais terras sendo doadas para a instalação, ela passou a ser chamada de Escola Profissional de Ginger. Enquanto mantinham o ensino fundamental, também estabeleceram escolas dedicadas a várias disciplinas especializadas. Se um campo de estudo obtivesse resultado, haveria escolas dedicadas a ele estabelecidas em outras cidades.

Já havia uma série de campos de estudo que se tornaram independentes  e escolas especializadas para eles estavam sendo construídas em outras cidades; mas as escolas de agricultura e medicina ainda estavam ali. Isso porque os professores adequados estavam presentes: o ministro da Agricultura e Silvicultura, Poncho Panacotta, além de médicos como Hilde Norg e Brad Coringa. Isso também mostrou que Souma, que sabia que historicamente a produção de alimentos e o conhecimento da medicina estavam diretamente ligados à manutenção e ao crescimento da população, atribuía grande importância a esses campos.

Agora, havia dois pares de homens e mulheres enfrentando um ao outro na soleira do portão principal da Escola Profissional de Ginger. O primeiro par consistia em um homem rechonchudo de quase trinta anos e uma beldade intelectual que era elegante em tudo, inclusive em sua aparência. O outro par consistia em um jovem cujo rosto era tão gentil na aparência que poderia ser confundido com uma garota, e uma bela garota-guaxinim que tinha um olhar firme  e marcante.

O estranho era que a mulher em cada um desses pares usava um uniforme clássico de criada com uma saia longa.

Os dois que estavam prestes a entrar no terreno da escola eram o ministro da  Silvicultura e Agricultura, Poncho Panacotta, e Serina, a criada do Castelo de Parnam e assistente pessoal da princesa Liscia.

Aqueles  que estavam cumprimentando-os na soleira eram Ginger Camille, o diretor da Escola Profissional de Ginger, e Sandria, que o servia como sua secretária e criada.

Poncho e Ginger sorriram e apertaram as mãos.

— Saudações, e obrigado por ter vindo, Sir Poncho.

— S-Sir Ginger, faz bem ao meu coração ver que você está com uma saúde tão boa, sim.

— Hm… Não há necessidade de ser tão formal. Você é mais velho do que eu e um ministro também.

Poncho gaguejou:

— É-É um hábito meu. Eu simplesmente não consigo me livrar disso, sim.

— Ele é um homem tímido. Por favor, desista — interrompeu Serina enquanto Poncho tentava se explicar sem jeito. — Honestamente… Considerando que ele salvou muitas pessoas deste país com seu conhecimento, eu gostaria que tivesse ganhado pelo menos um pouco mais de autoconfiança.

— Hm, e você é? — perguntou Ginger.

— Perdoe o atraso da minha apresentação. Eu sou Serina, a criada chefe do castelo real. — Ela fez uma reverência elegante.

— O-Obrigado por isso. Eu sou Ginger, o diretor desta escola.

Quando Serina curvou a cabeça para ele, Ginger entrou em pânico.

Vendo sua reação, Serina riu.

— Ora, Lorde Ginger, você não precisa ser tão formal ao se dirigir a uma mera criada como eu.

— I-Isso não é…

— Meu mestre tem uma queda por mulheres mais velhas e atraentes. —  Sandria entrou na conversa.

Ginger ficou perplexo com o que ela disse.

— San?! O que você está dizendo tão de repente?!

— Nada que não seja um fato, garanto-lhe. Quando você está na presença de Lady Hilde, fica sempre tão tenso… Oh, me perdoe, eu não tinha me apresentado ainda. — Sandria ergueu a bainha do vestido de avental e fez uma reverência. — Saudações. Eu sou a secretária, criada e escrava de estimação de Lorde Ginger, Sandria.

— Ei, você está me fazendo parecer muito ruim! Eu só te dei a tarefa de ser minha secretária; você começou a fazer o trabalho de criada por conta própria! Além disso, o que quer dizer com escrava de estimação?! — protestou Ginger, mas Sandria fingiu não ouvi-lo, curvando-se profundamente para Poncho.

— Você deve ser Lorde Poncho. Ouço sobre você de vez em quando. É graças ao senhor  que meus companheiros escravos não morreram de fome quando as coisas estavam ruins. Em nome de todos, gostaria de agradecer.

— N-Não! Você não precisa fazer isso, sim! — Poncho entrou em pânico quando Sandria fez uma reverência para ele.

Serina o observou com um olhar ligeiramente frio.

— Sir Poncho, mesmo que ela seja uma dessas “garotinhas” de quem você tanto gosta, por favor, não perca a cabeça com um pequeno elogio.

— E-Eu gostaria que você não colocasse rótulos estranhos em mim, sim!

— Oh? Mas não é verdade? Eu sei dessas coisas, entende? — Serina deu um sorriso, mas seus olhos não apresentavam a mesma expressão. — Anteriormente, havia aquele prato que você desenvolveu com Sua Majestade, o “sanduíche torrado”. Você só serviu o prato para Lady Tomoe, não foi? Sem se preocupar em me convidar.

— É por isso que você parece tão chateada ultimamente?!

Se alguém perguntasse quem era o maior comilão em todo o Castelo de Parnam, seria Aisha, é claro; mas Serina teria que ser a segunda colocada. Porém havia uma ligeira diferença na natureza de sua gula.

Ao contrário de Aisha, que comia qualquer coisa (principalmente doces), quanto mais, melhor… Serina não exigia quantidade, mas havia desenvolvido o gosto pela comida não-saudável e pela culinária de “baixo custo” que Souma e Poncho criaram.

Souma e Poncho preparavam muitos pratos diferentes. Para ser preciso, estavam recriando pratos que existiam no antigo mundo de Souma. Foram esses pratos, coisas como espaguete e pãezinhos de yakisoba (o tipo de coisas que não seriam vistas em um restaurante chique) que tomaram o coração de Serina.

A questão era que Serina vinha de uma família distinta que produziu muitas criadas e mordomos pela qual  passaram a servir a família real. Por causa disso, trabalharam para incutir gostos cultos nela desde tenra idade, para garantir que estivesse na melhor forma e não se envergonhasse na frente da realeza. Prestaram muita atenção à sua dieta, e sempre se esperou que ela comesse boa comida e usasse a etiqueta adequada. Claro, isso significava que ela nunca teve permissão para simplesmente sair e comprar comida de um carrinho e comê-la no local. Para Serina, tendo crescido em uma casa como aquela, os pratos de Souma e Poncho resultaram em um grande impacto.

Há um alimento básico em cima de outro alimento básico!

Quando Serina teve o primeiro contato com um pão de espaguete, aquela primeira mordida destruiu todas as noções estabelecidas que já tinha sobre comida. Como um prato tão vulgar poderia ser tão delicioso?

Desde então, Serina criou o hábito de seguir Poncho. Isso porque se ela estivesse ao seu lado, teria acesso a deliciosas amostras. Os pratos que Poncho fazia eram a única coisa, além de garotas bonitas, que chamavam a atenção de Serina. Razão pela qual, quando foi incapaz de experimentá-los, guardou rancor.

Percebendo seu desagrado, Poncho apressadamente tentou se explicar.

— E-Era apenas um prato experimental, então não havia o suficiente…

— Sabendo que você não está acostumado a sair em público, sob as ordens de Sua Majestade e da princesa, trabalhei com diligência e sinceridade para ajudá-lo — disse Serina friamente. — Ainda assim, você não me permitiu provar o prato. Será porque já sou uma mulher adulta?

 

 

 

— Quando voltarmos! Quando voltarmos, prometo que vou fazer um para você, sim! — exclamou  Poncho às pressas.

A expressão um tanto triste desapareceu do rosto de Serina.

— Isso é uma promessa — respondeu  ela, parecendo perfeitamente bem.

Ao que parece, tudo tinha sido uma atuação para fazê-lo concordar com isso. Os ombros de Poncho caíram.

Ginger não tinha certeza de como reagir enquanto observava a conversa, mas Sandria estava concordando.

— Posso ver que seu relacionamento tem muito em comum com o nosso.

— Oh? Mas meu mestre é a princesa Liscia — disse Serina.

— Não foi isso que eu quis dizer…

Quando Serina inclinou a cabeça para o lado interrogativamente, Sandria apenas sorriu, sem saber o que dizer. Essa conversa  deixou pontos de interrogação flutuando sobre as cabeças dos dois homens.

Com as formalidades resolvidas, Ginger levou Sandria, Poncho e Serina para um local fora da Escola Profissional de Ginger. Tinha  um prédio para estudar técnicas agrícolas lá, e se concentravam principalmente no estudo de plantações, compostagem  e criação seletiva. No entanto, não haviam campos nas dependências da escola para demonstrar os resultados. As antigas favelas ficavam próximas às muralhas da cidade, então essas áreas  foram plantadas do lado de fora. O prédio de pesquisa e os campos eram separados pelo muro da cidade, mas em termos de distância eram próximos, bem como fáceis de serem acessadas entre si

Assim que passaram pelo portão, Ginger conduziu Poncho e companhia para os campos de sua escola profissionalizante. Quando terminaram de cumprimentar os guardas que vigiavam a área, os quatro chegaram na frente de dois campos específicos. Nenhum deles possuía algo plantado, mas um parecia solo preto comum, enquanto o outro estava seco e rachado.

Com esses campos à sua frente, Ginger perguntou:

— O motivo da sua vinda aqui hoje é devido  a esta linha de pesquisa, certo, Sir Poncho?

— Sim — concordou Poncho. — Afinal, tanto Sua Majestade quanto eu temos grandes esperanças nessa linha de pesquisa.

Ginger balançou a cabeça se desculpando.

— Deixe-me dizer isso logo de cara… Não conseguimos alcançar os resultados desejados.

O campo de pesquisa em que Souma e Poncho tinham grandes esperanças era a investigação  sobre um dos “experimentos fracassados” da supercientista Genia Maxwell.

Na época em que o ex-rei governava o país, Genia desenvolveu pontas de flechas com sementes dentro delas, na esperança de que os locais das batalhas fossem cobertos de vegetação. Com o efeito da magia elemental de luz com que as flechas foram imbuídas, as sementes cresceram a uma velocidade alarmante e foi uma falha massiva que resultou em metade de seu prédio de pesquisa quase sendo engolfado por plantas. O resultado foi que Genia foi transferida para o Exército Proibido e, sua pesquisa, suspensa.

No entanto, depois que o trono mudou de mãos, Souma viu um uso prático para sua pesquisa e ordenou que Genia a retomasse. Ele não estava tão interessado na parte da ponta da flecha; mas com plantas que cresciam tão rápido que podiam engolir  um prédio, poderia fazer o deserto florescer, e tinha esperanças de que isso levaria a um aumento na taxa de produção de alimentos. Porém, a genial Genia já havia perdido todo o interesse pelo assunto, então Souma acabou ordenando que a Escola de Tecnologia Agrícola da Escola Profissionalizante de Ginger fizesse isso no lugar dela.

Mas… Ginger explicou que não foram capazes de produzir resultados.

— Certamente fomos capazes de fazer plantas de crescimento rápido. Essas plantas tinham duas qualidades especiais: crescimento e proliferação. Conseguimos eliminar apenas a proliferação, o que indica que a área não seria mais engolfada pela vegetação.

— Você foi capaz de controlá-los? Não é um sucesso, então? — perguntou Poncho, sem entender; Ginger no entanto  balançou a cabeça com um sorriso irônico.

— Estávamos realizando esta  pesquisa no intuito  de aumentar a produção de alimentos e fazer os desertos florescerem, mas… a partir dos resultados de nossa pesquisa, descobrimos que isso não ajudaria em nenhuma dessas coisas. O feitiço de Genia apenas acelera o crescimento das plantas. Sir Poncho, você sabe o que é necessário para as plantas crescerem?

Poncho pensou por um momento, depois respondeu:

— Solo fértil e água… bem como a luz do sol, sim.

Ginger concordou.

— Sim. Desses três, o sol não é problema. Com algum trabalho, a questão da água também pode ser resolvida. O problema é o solo fértil. Embora tenhamos acelerado o crescimento das plantas, a quantidade de água e nutrientes que requerem do solo não mudou. Madame Genia também devia saber disso, porque seu feitiço incluía uma função para absorver  água e nutrientes do solo.

Dito isto, Ginger apontou para o campo seco e rachado.

— É assim que o campo fica depois de colhermos nosso trigo de crescimento rápido.

— É quase como um deserto de areia, sim.

— Não importa o quanto possamos acelerar o crescimento das plantas, fertilizar o solo leva muito tempo — disse Ginger. — Com isso, as plantas absorvem  todos os nutrientes e água do solo, deixando-o seco e rachado assim. Nada vai crescer em um solo igual a esse.

— Não há como fornecer um suprimento constante de nutrientes ao solo? — perguntou Poncho.

— Eu duvido. Água, talvez. Mas fornecer fertilizantes continuamente a uma taxa que corresponda ao seu crescimento simplesmente não é realista. Quer dizer, temos um suprimento limitado de fertilizantes. Se o esgotarmos para aumentar a velocidade de crescimento, podemos não ver nenhum crescimento na produtividade.

— Bem… Isso não é bom — afirmou  Poncho.

Se as plantas que cresceram apodrecessem, devolveriam seus nutrientes ao solo, mas não podiam fazer isso com as colheitas que deveriam ser comidas. Afinal, não poderiam fazer com que as pessoas devolvessem todos os excrementos do que comeram para o campo.

— É por isso que determinamos que ele não é adequado para o cultivo de alimentos — disse Ginger. — Agora, quanto a fazer o deserto florescer, para começar, não há água lá, então é impossível. Mesmo que instalássemos aquedutos, a velocidade de crescimento das plantas apresentaria outro gargalo. Elas apodrecem rapidamente.

— Suponho que nem sempre podemos conseguir o que queremos, sim… — Poncho encolheu os ombros. Com as grandes esperanças que ele tinha para esta pesquisa, não pôde deixar de ficar desapontado por não ter havido resultados positivos.

Mas Ginger balançou a cabeça novamente.

— Não, não é como se não tivéssemos absolutamente nada para mostrar por todo o nosso trabalho. Olhe para o campo ao lado.

— Eu não estou vendo nada além de solo…

— Sim. A única coisa nele é o solo comum. Nós o transformamos em solo comum. — Ginger se abaixou e pegou um pouco da terra macia com as mãos. — Este solo foi trazido de uma masmorra habitada por muitos monstros mortos-vivos. Naturalmente, quando o trouxemos aqui pela primeira vez, estava contaminado pelo miasma que os monstros mortos-vivos liberam.

— V-Você disse miasma?! — gritou Poncho sem querer, a voz trêmula.

Apenas por existir, monstros mortos-vivos como dragões caveira e zumbis emitiam um miasma que era prejudicial às criaturas vivas. O miasma causava a disseminação de doenças e o apodrecimento das coisas, tornando impossível para as criaturas vivas viverem naquela área. Além disso, iria penetrar no solo e ficar lá por muito tempo. Por causa disso, as terras pela qual  um dragão caveira saía em fúria ou onde uma horda de zumbis aparecia se tornariam improdutivas, e as plantações não cresceriam por muito tempo.

No entanto, Ginger pegou um punhado daquele solo, que deveria ser perigoso, sem qualquer hesitação.

Poncho olhou atentamente para aquele solo.

— Este solo é… seguro?

— Sim. O miasma sumiu completamente.

— Como você fez isso, sim?

— Foi um uso aplicado daquelas plantas de crescimento rápido de que falamos anteriormente. Existem flores que florescem apenas em masmorras com muitos monstros do tipo morto-vivo.

Tendo dito isso, Ginger pediu a Sandria que fosse buscar uma única flor. Essa flor era roxo-avermelhada com manchas preto-esverdeadas; cores que gritavam “venenoso“. Não era o tipo de flor que alguém gostaria de receber em uma ocasião comemorativa, nem mesmo por acidente.

— Os aventureiros que vão nas masmorras as chamam de flores de miasma . Dizem que se essas flores estão crescendo em algum lugar, é a prova de que monstros mortos-vivos estão ativos por perto. É por isso que, quando encontram essas flores em uma masmorra, sabem que devem se prevenir contra o miasma.

— Hm, então há flores assim por aí — disse Poncho. — Eu nunca soube.

Poncho sabia muito sobre plantas comestíveis. Ele também sabia muito sobre plantas que eram semelhantes às comestíveis, mas que não eram comestíveis. Isso porque o conhecimento dele estava enraizado em seu apetite.

Era por isso que, quando se tratava de plantas como esta, que eram e pareciam descaradamente intragáveis, não tinha interesse nelas e não estava muito bem informado a respeito.

Ginger soltou uma risadinha.

— Essas flores de miasma, como seu nome pode sugerir, são nutridas pelo miasma. É por isso que crescem aglomeradas nas masmorras onde existem monstros mortos-vivos. Se usarmos o feitiço de Genia para acelerar o crescimento das plantas nessas flores de miasma e plantá-las em solo contaminado…

— Oh?! Entendi! Rapidamente sugam todo o miasma do chão! — Poncho bateu palmas.

Se o feitiço de aceleração do crescimento fosse usado em plantas normais, sugariam rapidamente os nutrientes do solo. No entanto, as flores de miasma apenas sugariam o miasma.

Ginger concordou.

— Portanto, só temos que colhê-las quando terminarem de crescer e descartá-las em um incinerador. Usam o miasma para seu crescimento, então, quando as queimamos, tudo o que resta são cinzas. Se fizermos duas rodadas disso, ele volta a ser esse tipo de solo comum.

— E-Essa é uma descoberta incrível! Com isso, podemos reduzir o efeito que os monstros mortos-vivos têm em nossos campos e colheitas, sim! — Poncho reagiu com entusiasmo.

Não apenas a pesquisa que ele tinha tantas esperanças não foi em vão, como também havia até uma aplicação útil para ela! Então, um pensamento ocorreu a Poncho.

Vamos pensar sobre isso… Quando me recrutou, Sua Majestade disse algo, sim. Que “nós decidiremos se algo é útil ou não”. Pode ser que ele queria dizer que não há muitas coisas neste mundo que são completamente inúteis. Gosto de como até eu, uma pessoa cujo único talento é comer… consegui ajudar um pouco este país…

Poncho conseguiu se sentir um pouco mais confiante sobre si mesmo.

Enquanto ele e Ginger tinham uma conversa animada como aquela, Serina e Sandria olhavam exasperadas a uma curta distância. Os dois homens nem olharam na direção delas, se divertindo trocando opiniões sobre as pesquisas. As duas criadas não tinham dúvidas de que haviam deixado de existir na mente deles.

Enquanto olhava para seu mestre, Sandria perguntou:

— Você acha que todos os cavalheiros são assim…?

— Pode ter certeza que sim — disse Serina. — Eu sempre vi a princesa observando Sua Majestade ansiosamente assim. Sinto que, quando Sua Majestade está se dedicando ao trabalho, ela deve achar reconfortante e frustrante observá-lo.

— Como é para você, Serina?

— Para mim?

— Você se sente ansiosa e impaciente agora?

— Hm? Minha amada é a princesa — declarou  Serina sem pestanejar. — É verdade que sou próxima de Sir Poncho, mas nunca me sentiria ansiosa e impaciente porque o vi conversando com alguém.

Sandria pensou por um momento e perguntou:

— Então, como se sentiria se Lorde Ginger fosse uma mulher? Se fosse uma mulher com quem Lorde Poncho estivesse se divertindo e conversando agora, ainda não se sentiria nem um pouco ansiosa com isso?

Tendo perguntado isso, ela olhou fixamente para Serina.

Em resposta à pergunta, Serina olhou para Poncho e Ginger. E se, neste exato momento, Poncho estivesse falando com uma mulher…?

Tendo ponderado a respeito da questão por um tempo, Serina finalmente abriu a boca para responder.

— Não importa com quem ele estivesse falando, eu não acho que pensaria algo disso.

— Tem certeza…?

— Sim… No entanto, se Sir Poncho deixasse essa pessoa fazer todos os seus testes de sabor… bem… eu não gostaria. Mesmo se fosse alguém como um membro de sua família, ou sua esposa, uma pessoa com quem seria perfeitamente natural que estivesse cozinhando… Eu poderia ficar chateada com isso. Agora, isso é estranho. Eu me pergunto, por que me sentiria assim?

A julgar por sua expressão, parecia que mesmo Serina não entendia seus próprios sentimentos. Sandria ficou um pouco surpresa, mas não perguntou mais nada.

A própria Serina não tinha certeza se suas palavras agora tinham saído apenas de sua gula. Ela colocou a mão sobre o peito, que estava cheio de emoções reprimidas.

Quando eu voltar para o castelo, terei que pedir a ele que me faça o sanduíche torrado que prometeu. Isso ajudará a dissipar esse estranho sentimento, tenho certeza.

Esses foram os pensamentos de Serina.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Lacerda

 

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