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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 05 – Cap. 02.2 – A Arma Secreta do Reino

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Com Castor vendado, entramos na gôndola de um wyvern, então viajamos uma hora ou mais, incluindo o tempo de transferência para um navio no meio do caminho.

Quando finalmente chegamos ao nosso destino, falei a Castor:

— Certo, agora você pode tirar a venda.

— Por que você parece tão arrogante? — resmungou Castor.

Mesmo enquanto resmungava sobre isso, ele tirou a venda. Quando o fez, viu-se no meio da floresta.

Os únicos ali eram Juna, Castor, Excel e eu, e a única coisa à vista era um monte de árvores.

— O que estamos fazendo em um lugar como este? — Castor parecia curioso, mas então de repente pareceu perceber algo e franziu a testa. Ele me perguntou: — Isso é… uma ilha ou algo assim?

— Oh…? Porque você pensaria isso?

— Posso sentir o cheiro de água salgada em todas as direções. Estamos perto do mar, certo? Afinal, pegamos um barco no meio da viagem.

— Perceptivo… — falei.

Mesmo estando com os olhos vendados o tempo todo, ele percebeu na mesma hora que estávamos cercados pelo mar. Isso foi impressionante. Pude ver que Excel o treinou bem.

Foi quando percebi que Juna estava pasma com o que estava vendo.

— Qual é o problema? — perguntei.

— Oh, não… É só que, no caminho para cá, vi um monte de coisas incríveis… — disse Juna, um pouco envergonhada, percebendo que a peguei com a guarda baixa.

Ohh… Pensando bem, nunca contei a ela sobre este lugar, contei? Afinal, eu estava deixando tudo nas mãos da Excel.

Vendo Juna assim, Castor parecia ainda mais desconfiado.

— O que seria este lugar?

— Hm? Bem, para colocar nos termos mais simples que posso… É a nossa arma secreta e um campo de testes para um tipo de tropa, talvez?

— Arma secreta? — repetiu Castor.

— É mais rápido apenas mostrar. Venha por aqui. — Comecei a andar e liderar o caminho para todos.

Depois de caminharmos um pouco, chegamos a uma clareira. Era um campo coberto de grama curta.

Não havia nada no alto, então o céu azul se espalhava sobre nossas cabeças. Quando olhei para o céu, havia cavaleiros wyvern voando em formação.

Apontei para aqueles cavaleiros wyvern.

— Castor, o que você pensa quando vê isso?

— São muito… rápidos, huh… — disse Castor, semicerrando os olhos como se estivesse brilhando. — Muito rápidos. Essa não é uma velocidade na qual os wyverns podem voar. Estão usando magia ou algo assim?

— Bem, quando se trata de magia… poderia dizer que estão usando, de certa forma, sim. Mas, se usassem magia para criar um vento de cauda, ​​acha que ainda poderiam voar em formação assim?

— Não, não seria possível. Se estivessem se acelerando com magia, estariam menos sincronizados.

Como Castor estava dizendo, as pessoas tinham vários níveis de habilidade quando se tratava de magia. Mesmo que usassem magia do mesmo tipo, o poder, o alcance e o custo dependiam da pessoa. É por isso que, mesmo se reuníssemos um monte de pessoas com a mesma habilidade de manipular o vento, provavelmente não seriam capazes de voar em formações organizadas como aquela enquanto aceleravam com magia. Então, essa velocidade não era proveniente de magia, mas sim de tecnologia.

— Quero que você olhe para a parte de trás das selas — falei.

— Há algo anexado lá — observou Castor, olhando para onde apontei. — São aqueles anéis?

Se olhasse de perto, sim, nas costas das selas dos cavaleiros wyvern havia dois anéis; um à esquerda e um à direita.

Respondi enquanto ainda olhava para o céu:

— O que você vê na parte de trás das selas é uma versão miniaturizada e leve do Pequeno Susumu Mark V. — (O dispositivo de propulsão Maxwelliana.) — Quando equipados com eles, os wyverns podem voar mais rápido e com maior alcance do que nunca.

 

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Aconteceu no dia em que Ludwin me levou para ver o laboratório da masmorra de Genia.

Eles me mostraram as invenções de Genia, como o Pequeno Susumu Mark V e Dramecha, e embora eu ainda tivesse algumas preocupações (especialmente sobre o que faria com o Dramecha) no meu caminho para casa, estava confiante de que encontrei a chave para trazer uma revolução a este país. Foi então que tive uma certa ideia.

— Ei, Genia… Este Pequeno Susumu Mark V pode ser produzido em massa? Além disso, poderia torná-lo menor e mais leve?

— Hm… — respondeu ela depois de pensar um pouco. — É realmente uma questão de saber se posso garantir uma fonte para um determinado metal especial, mas se isso puder ser providenciado, a produção em massa é possível. Agora, quanto à miniaturização e torná-la mais leve, percebe que a saída irá diminuir com isso, certo?

Metal, hein? Isso foi antes de absorvermos a Amidônia, então conseguir aquele metal teria sido difícil devido à escassez de recursos minerais no reino…

Genia inclinou a cabeça para o lado interrogativamente e perguntou:

— Para que você iria usá-los?

— Bem, eles sugam o ar e o sopram de volta, certo? Nesse caso, estava pensando que poderíamos fixá-los na barriga dos wyverns, ou talvez na parte de trás de suas selas.

— Oh?! Entendi! Eu não tinha pensado em usá-lo assim!

Havia três tipos de criaturas usadas de maneira semelhante aos aviões neste mundo: wyverns, que eram amplamente usados; grifos, que só o Império conseguiu criar; e os dragões da Cordilheira do Dragão Estrela. Se eu fosse atribuir a eles um grau de S, A, B ou C para sua velocidade de voo, manobra e autonomia de vôo, seria parecido a isto:

[Wyvern] Velocidade de Vôo: B, Capacidade de Manobra: C, Autonomia de Vôo: A

[Grifo] Velocidade de Vôo: A, Capacidade de Manobra: S, Autonomia de Vôo: C

[Dragão] Velocidade de Vôo: S, Capacidade de Manobra: A, Autonomia de Vôo: S

Bem, mais ou menos assim.

Se olhar para essas estatísticas, verá que os wyverns são como bombardeiros, capazes de voar longas distâncias, mas não fortes em luta; e grifos são como lutadores, incapazes de voar longas distâncias, mas fortes em luta. Os dragões eram fortes em todas as categorias, mas eram muito menos numerosos do que os outros dois e eram sencientes, então não podiam ser controlados. Aparentemente, havia um país ao norte que tinha um contrato com os dragões, mas eram uma exceção entre as exceções.

Em outras palavras, embora eu quisesse evitar isso a todo custo, se fôssemos para a guerra contra o Império, nossa cavalaria wyvern não seria páreo para a cavalaria grifo deles.

No entanto, se pudéssemos fazer uma versão miniaturizada e leve do dispositivo de propulsão de Genia e anexá-lo a eles, o que aconteceria? Não aumentaria tudo, exceto a capacidade de manobra? Se pudéssemos fazer isso:

[Wyvern (Com Propulsor)] Velocidade de Vôo: B (S), Capacidade de Manobra: C (C-), Autonomia de Vôo: A (S+)

Então, mesmo se não pudessem lutar contra a cavalaria grifo em combate corpo a corpo, poderiam ser capazes de competir usando um estilo de luta de bater e correr. Isso era o que eu estava pensando.

Dito isso, não fui capaz de garantir uma fonte daquele metal especial, então a ideia teve que ficar em espera por um tempo. No entanto, com Roroa conquistando e adquirindo a Amidônia, as coisas mudaram.

Embora a taxa de autossuficiência alimentar da Amidônia fosse baixa, produzia uma riqueza de recursos minerais valiosos além do ferro. E isso incluía o metal especial.

Com um suprimento estável do metal necessário, pedi mais uma vez a Genia para desenvolver uma versão miniaturizada do Pequeno Susumu Mark V com a qual os wyverns pudessem ser equipados.

 

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— E então, ela desenvolveu o Pequeno Susumu Mark V Leve — concluí.

O enorme Pequeno Susumu Mark V havia sido feito menor, mais leve e capaz de ser instalado na parte de trás da sela de um wyvern. A razão de haver dois anéis era que, com apenas um, atraía os cavaleiros que ficavam na frente dele. Para evitar isso, os anéis foram posicionados à esquerda e à direita. A propósito, quando não estavam em uso (quando o piloto queria se concentrar em curvas fechadas ou o wyvern estava batendo as asas), podiam ser fechados como conchas de molusco. Em contraste, quando o dispositivo estava em uso (para vôos de alta velocidade e longo alcance), o wyvern podia manter suas asas fixas na posição aberta, focando apenas na criação de sustentação.

Com a invenção do Pequeno Susumu Mark V Leve, os wyverns de nosso país eram, como eu esperava, capazes de superar os esquadrões de grifos do Império em tudo, exceto na capacidade de manobra.

Ao ouvir essa explicação, o ex-General da Força Aérea, Castor, ficou profundamente impressionado.

— É uma invenção incrível, sim, mas… você não poderia ter feito algo sobre esse nome?

Essa foi a única coisa que o desapontou. Eu poderia relevar.

— Pelo menos o registrei como o Dispositivo de Propulsão Maxwelliano Leve — falei.

— Sim, acho que é melhor.

Foi quando percebi que Juna estava com uma expressão sombria no rosto.

— Ei, o que há de errado Juna? — perguntei.

— Hm… você está planejando lutar contra o Império, senhor? — perguntou, preocupada.

Oh… Tendo ouvido minha explicação, talvez ela pensasse isso, hein. Era verdade, eu estava usando o Império como meu inimigo imaginário ao desenvolver armas. Afinal, sempre se deve estar preparado para um inimigo mais forte. Mas…

— Enquanto a Imperatriz Maria do Império Gran Caos permanecer fiel a seus ideais e permanecer firme, não acho que teremos problemas — falei. — Não tenho intenção de lutar contra o Império da forma que ele está agora.

— Não tem…?

— Não. Mas… ninguém sabe o que o futuro reserva. Não há garantia de que o Império manterá suas políticas atuais, e é possível que outro grande poder além do Império possa algum dia se levantar para nos enfrentar. Não quero ter uma visão ingênua das coisas e então ficar atrapalhado quando chegar a hora. É por isso que, em todos os momentos, preciso presumir o pior cenário possível.

Para isso, fazer coisas que eram como derrubar uma ponte de pedra e substituí-la usando as técnicas mais recentes era quase certo. Maquiavel disse que um príncipe sempre deve estar preparado para mudanças de sorte, afinal.

— Você está presumindo o pior cenário possível… Entendo — disse Juna, e então não falou mais nada sobre o assunto.

Eu tinha certeza de que ela ainda estava se sentindo desconfortável, mas no final, confiou em mim. Liscia e Aisha podiam ser da mesma forma às vezes. Roroa era a única que não se sentiria desconfortável e, na verdade, acabaria me ajudando.

Honestamente… elas eram boas demais para mim.

Castor perguntou:

— Anteriormente, você disse que este era um campo de testes para armas secretas e tipos de tropas, certo? Eu entendo a parte da arma, mas o que é isso sobre um tipo secreto de tropa?

— Se você quer saber sobre isso, precisaremos caminhar um pouco mais — respondi.

Comecei a andar, levando o grupo para nossa próxima parada. Enquanto avançávamos pelo campo aberto, a grama de repente parou de aparecer e o solo descoberto ficou exposto. Aquele local onde o barro vermelho foi colocado era como um campo de esportes. No entanto, não havia bases para o beisebol ou gols para o futebol. As únicas coisas que havia eram duas tendas para afastar a luz do sol e um lançador de flechas de repetição anti-aérea.

Dentro da tenda, a maga com orelhas de raposa que agora era a segunda em comando de Ludwin, Kaede Raposia, estava em uma conversa profunda com um bando de pessoas que pareciam pesquisadoras e engenheiras.

Quando nos aproximamos, Kaede nos notou.

— Ora, Vossa Majestade e a Duquesa Excel também. Bem-vindos — disse Kaede e nos cumprimentou com um sorriso.

— Muito tempo sem nos vermos — respondi. — Vocês estão bem?

— Sim. Hal e eu estamos indo bem. Oh? A princesa não está com você hoje?

— Sim… Esta senhora aqui é minha companheira de hoje — falei a ela em um sussurro, colocando minha mão na parte inferior das costas de Juna e dando-lhe um pequeno empurrão.

Juna deu um passo à frente e inclinou levemente a cabeça para Kaede.

— Prazer em conhecê-la. Sou Juna Doma, ex-tripulante da Marinha.

— Nossa! Você é a Prima Lorelei, não é?! Sou sua fã, sabe! Por favor, deixe-me apertar sua mão! — Kaede segurou a mão de Juna com as suas e sacudiu-a para cima e para baixo. — Eu nunca imaginei que você era da Marinha… Hein? Sua Majestade não acabou de dizer que você era sua companheira…?

Kaede piscou rapidamente e olhou para mim.

Eu havia dito que ela era minha companheira, pensando que não haveria problema se Kaede soubesse que estávamos noivos, mas foi um pouco embaraçoso ter que explicar com minhas próprias palavras. Quando olhei, Juna também tinha ficado um pouco vermelha.

— Hum, er, bem… É assim que é — falei por fim.

— Entendi… — disse Kaede. — Então é assim, hein?

Olhando para os nossos rostos, Kaede, garota inteligente que era, ligou os pontos na hora.

Abaixando um pouco a voz, ela perguntou:

— Como ainda não foi anunciado, presumo que ainda seja segredo, certo?

— Fico feliz que você entendeu rapidamente — sussurrei de volta. — Afinal, Juna é incrivelmente popular.

— Bem, isso é verdade. Acho que motins podem estourar se você anunciar agora, sabe. — Kaede estava totalmente séria.

Bem, eu sabia disso, e era por isso que estava tentando mudar a popularidade de Juna de uma ídolo para uma cantora infantil.

— Deixando isso de lado, gostaria de mostrar à Excel e aos outros o novo tipo de tropa — falei.

— Entendo. Nesse caso, estávamos prestes a fazer um exercício, sabe.

Com isso, Kaede começou a dar ordens aos engenheiros próximos. Ela os fez desenhar um círculo duplo no meio do campo de argila usando giz. Então usou sua magia do tipo terra (manipulação de gravidade) para mover o lançador de flechas de repetição anti-aérea para o centro do círculo. Quando Kaede terminou de configurar o lançador de flechas de repetição anti-aérea, voltou para onde estávamos.

— Uau! Está tudo configurado e pronto para funcionar.

— O que você está prestes a mostrar…? — perguntou Castor, e em resposta apontei para o céu.

— Se você olhar para cima, acho que logo ficará claro — expliquei.

— Para cima?

No céu, havia outra formação de wyverns voando. Até aquele ponto da descrição, era o mesmo que ele tinha visto antes, mas, desta vez, os wyverns estavam carregando algo em suas patas traseiras. (Os wyverns, ao contrário dos dragões e, como os pássaros, tinham asas em vez das patas dianteiras.) Quando a formação dos wyverns passou por cima de nossas cabeças, largaram ao mesmo tempo o que quer que estivessem carregando.

Essas incontáveis ​​coisas que foram lançadas estavam caindo em nossa direção em linha reta.

Quanto mais perto ficavam do solo, mais sua forma gradualmente se tornava aparente.

Eram pessoas. Inúmeras pessoas estavam caindo. Além do mais, podíamos dizer que todos carregavam armas.

Então, apenas fracamente, ouvimos seus gritos.

— Wahhhhhhhhhh!

Halbert estava lá, misturado com as pessoas gritando e caindo.

— E-Ei! Eles simplesmente jogaram um monte de gente! — gritou Castor, parecendo em pânico.

Se não soubesse o que estava acontecendo, essa era a resposta natural, eu acho.

— Está tudo bem — falei. — Apenas observe.

Quase no exato momento em que eu disse isso, paraquedas redondos brotaram das costas de todas as pessoas que caíam. De repente, sua velocidade de descida diminuiu. Os paraquedas floresceram no céu como flores brancas, quase como se estivéssemos assistindo a fogos de artifício à distância. Porém, se desaparecessem como fogos de artifício, Hal e os outros estariam ferrados.

Castor olhou para o esquadrão de paraquedistas, estupefato.

— O que exatamente… são aquelas coisas?

— O equipamento, você quer dizer? Ou o tipo de tropa? — perguntei.

— Ambos.

— O equipamento é chamado de paraquedas. Quando abertos, reduzem sua velocidade de queda, permitindo uma aterrissagem segura. Fui para a equipe de desenvolvimento e disse: “Ei, existe uma coisa assim”, e pedi que fizessem para mim. Agora, quanto ao tipo de tropa… São paraquedistas wyvern. Eu os chamo de dracotropas.

— Dracotropas? — perguntou Castor.

— São um tipo de tropa que cai do céu assim para surpreender o inimigo, joga a retaguarda inimiga no caos e toma as suas posições. Normalmente, são um tipo de tropa que precisaria de aviões para criar, mas temos wyverns aqui neste mundo. Decidi que as bases já haviam sido estabelecidas para desenvolvê-los, então arranjei para que isso fosse feito.

Quando eu estava pensando se poderia recriar os tipos de tropas que existiam em meu antigo mundo aqui, os paraquedistas foram os primeiros que me vieram à mente. Na Alemanha, eram chamados de Fallschirmjäger e eram usados desde a Segunda Guerra Mundial. Suas missões principais eram, como expliquei, emboscadas, causando caos e tomando posições. Muitos deles eram machões, e a 1ª Brigada Áerea do Japão tinha histórias sobre eles que fariam qualquer um pensar que saíram de algum mangá. (Exemplo: rasgar um fio de dois milímetros de espessura com as mãos nuas.)

Os primeiros paraquedistas do meu antigo mundo tinham seus equipamentos separados em contêineres separados, então se descessem em um lugar diferente, teriam que lutar com nada além de revólveres.

Mas este era um mundo de espada e feitiçaria, então se os nossos pudessem levar apenas uma arma especializada com eles, ainda poderiam lutar bem. Para Hal, se ele tivesse apenas uma lança, provavelmente, sozinho, causaria o caos total no acampamento inimigo. Dessa perspectiva, eram uma boa combinação para este mundo.

Castor olhou para mim com curiosidade.

— São dracotropas, mesmo que estejam saltando de wyverns?

— E-Ei, qual é o problema? Além disso, dracotropa soa mais legal do que wyvertropa, de qualquer maneira.

— Acho que sim…

Sim, a frieza era importante. Eles não precisavam necessariamente pular de dragões.

— Deixando isso de lado… eu tinha outro objetivo em organizar uma unidade de dracotropas — acrescentei.

— Hm? Ainda há algo mais?

— Assista e você verá. Certo, Kaede, faça.

— Sim senhor.

Quando dei o sinal, Kaede ergueu a mão direita. Então…

— Agora… Fogo! Sabe.

Quando Kaede baixou a mão, o lançador de flechas de repetição anti-aérea no centro do círculo duplo disparou todas as flechas de uma vez. As flechas com seu alcance e precisão aprimorados por magia foram arremessados ​​em direção a Hal e os outros. Para deixar claro, as pontas das flechas foram feitas com materiais que não iriam machucá-los, mesmo se fossem acertados, mas quando estavam voando tão rápido, iria doer muito.

— Vai se ferraaaaaaaaaar!

Hal soltou um grito de guerra quase sem igual ao derrubar as flechas com a lança que segurava. Os outros as abateram com espadas, bloquearam-nas com escudos enormes, desviaram-nas com broquéis[1], ou encontraram outras maneiras de se defender da chuva de projéteis.

Eventualmente, quando ele se aproximou do chão, Hal cobriu sua lança com fogo… ou não. Apenas a jogou direto no lançador de flechas de repetição anti-aérea.

Thunk!

A lança atingiu o lançador de flechas de repetição anti-aérea. Se Hal tivesse coberto sua lança em chamas, teria o perfurado e incendiado, silenciando-o completamente. Em outras palavras… a queda foi um sucesso.

— Cessar fogo!

Ao sinal de Kaede, o lançador de flechas de repetição anti-aérea parou. Hal e seus companheiros dracotropas pousaram no círculo duplo, um após o outro.

Enquanto os observava com o canto do olho, expliquei para Castor:

— Este é o outro uso para eles. São destruidores de lançadores de flechas de repetição anti-aérea.

A arma foi desenvolvido para neutralizar o considerável poder aéreo fornecido pela cavalaria wyvern, esquadrões de grifos e cavaleiros de dragão. O lançador de flechas de repetição anti-aérea tinha seu alcance e habilidade de rastreamento bastante aumentados por magia, tornando-o o inimigo natural de unidades voadoras como cavaleiros wyvern. Por causa disso, os atacantes não podiam usar seu poder aéreo para bombardear uma cidade repentinamente. Se queriam bombardear a cidade com seu poder aéreo, primeiro precisavam destruir estas defesas que estariam nas muralhas do castelo.

Graças a isso, teriam que lançar um cerco usando uma força terrestre como o Exército. Somente depois que o Exército tomasse as muralhas ou destruisse os lançadores de flechas de repetição anti-aérea usando armas de cerco, suas forças no ar poderiam realizar operações de bombardeio na cidade.

Dito isso, se a cidade estivesse sendo bombardeada, os defensores já teriam perdido. Aparentemente, era bom senso se renderem no momento em que o bombardeio aéreo se tornasse possível. Era por isso que, em batalhas de cerco, o trabalho da Força Aérea era realmente apenas derrubar a Força Aérea do outro lado para que não pudessem atacar o Exército.

Isso me fez pensar. Se houvesse uma maneira mais simples de atacar os lançadores de flechas de repetição anti-aérea, a Força Aérea poderia ser usada mais cedo, e isso poderia permitir a resolução rápida da batalha.

— Então, o que eu formulei como minha resposta a isso foram as dracotropas — expliquei. — Porque, como você viu enquanto observava Hal, as elites aparentemente podem cortar as flechas que vão voando em direção deles. As dracotropas são uma unidade especial que abre caminho através de uma tempestade de flechas para pousar onde os lançadores de flechas de repetição anti-aérea estão e neutralizá-los.

— Hahh… Hahh… V-Você faz isso parecer tão fácil… — Hal se aproximou e se juntou a nós, ofegante e parecendo exausto.

Deve ter sido um treino duro. Embora ainda fosse o segundo mês do ano, ele estava encharcado de suor. Ele cortou o paraquedas e talvez tenha se sentido com calor, porque ficou sem nada além de uma camiseta sem mangas.

Hal pegou um cantil com água de Kaede enquanto reclamava.

— Honestamente, você me joga do céu de novo, e de novo, e de novo.

— Vou apenas lembrar a você, existem precauções de segurança — falei. — Se você entrar na zona de perigo sem a abertura do paraquedas, os cavaleiros wyvern devem resgatá-lo.

— Esse não é o problema — disse Hal. — Ser jogado do céu é assustador. O vento ruge enquanto passa por seus ouvidos. Não sei quantas vezes pensei que ia morrer.

— Ohh. Sim… Eu nunca iria querer fazer isso.

— Eu também não estou fazendo porque quero! — gritou ele.

Enquanto eu estava brincando com Hal, Castor levantou uma questão.

— Para lançar dracotropas, você não precisa romper o poder aéreo do inimigo primeiro? Se a cavalaria wyvern está carregando dracotropas, não podem lutar tão bem, podem?

Hmm… Esse era o ex-General da Força Aérea. Ele percebeu um bom ponto.

— É por isso que reforçamos as habilidades dos wyverns com a Pequena Susumu Mark V Leve — falei. — Esta é uma inovação que abrange tanto as dracotropas, que pertencem ao Exército, quanto a cavalaria wyvern, que pertence à Força Aérea, ao mesmo tempo. Ainda não temos um sistema para produção em massa, então temos que priorizar onde serão implantados.

— Entendo… É uma melhoria que você pode realizar precisamente porque unificou todos sob a Força de Defesa Nacional — disse Castor com um gemido de admiração. Ele olhou para o céu, onde a cavalaria wyvern estava voando em formação, e murmurou tristemente: — Wyverns que voam mais rápido que grifos e mais longe que dragões, huh. Eu gostaria de poder montar em um. Nunca me senti mais frustrado por ser transferido para a Marinha do que neste momento…

— Castor? — chamei.

— Ha ha… É apenas o lamento de um pobre cão. Não ligue pra mim.

— É…? — perguntei.

Um pobre cão… hein?

Verdade, eu tinha ganho e Castor tinha perdido. Agora estávamos parados um ao lado do outro, olhando para o céu. Passava um sentimento estranho.

Excel observou nossa conversa com um sorriso irônico.

— Agora, vamos dar uma olhada a seguir — falei.

Depois de nos separarmos de Hal e Kaede, retornamos à planície que havíamos cruzado antes. Eu estava apontando para uma pequena montanha rochosa que era grande o suficiente para ser vista de onde estávamos.

— Aquela montanha rochosa é provavelmente a mais próxima. Vamos lá.

Liderei o caminho. Quando chegamos ao pé daquela montanha rochosa, os cavaleiros wyvern estavam pousando, acabando de terminar o treinamento. No sopé, havia a abertura para uma caverna grande o suficiente para que um rinoceronte pudesse passar facilmente. Os wyverns estavam entrando.

Vendo isso, Castor perguntou:

— É lá que ficam os estábulos de wyvern?

— Oh, ei. Você descobriu.

— Normalmente, wyverns constroem seus ninhos em cavernas rochosas como aquela — explicou ele. — Construímos instalações semelhantes na Cidade Dragão Vermelho. Em comparação com estábulos comuns, os wyverns podem relaxar mais facilmente em um lugar como este.

Ah, isso fazia sentido. Ele seria um especialista no assunto.

— Isso mesmo — falei. — Aquela caverna está conectada ao nível abaixo desta. Nesse nível, há cerca de cem ou mais estábulos pequenos que se ramificam para o lado da caverna principal. Temos wyverns vivendo neles. No entanto, há apenas cerca de vinte deles aqui no momento.

— Cem?! — gritou ele. — Isso é um décimo de todos os wyverns que tínhamos sob nosso comando quando eu era o comandante! Você precisa de tantos aqui nesta ilha?! Esta é uma base da linha de frente ou algo assim?!

Enquanto eu estava tranquilizando Castor, entramos na caverna. Fedia como uma fazenda por dentro. (Ou talvez um zoológico.) Estávamos fazendo o possível para ventilar o lugar, mas não havia como evitar.

— Então… o lugar lá embaixo que você queria me mostrar, é o alojamento dos wyverns? — perguntou Castor, carrancudo. Talvez todo o sigilo estivesse começando a irritá-lo.

— Não, é ainda mais abaixo — falei. — Vamos, por aqui.

À nossa frente havia uma porta feita pelo homem que estava claramente deslocada na caverna. Havia manivelas de cada lado e um guarda em posição de sentido próximo a cada manivela. Além da porta, havia uma pequena sala quadrada.

— Hm, senhor… Parece uma sala terrivelmente pequena — comentou Juna, um ponto de interrogação flutuando sobre sua cabeça.

Oh, certo. Também era a primeira vez de Juna, hein. Seria divertido ver sua reação.

— Certo, pessoal — falei. — Todos a bordo.

— A bordo? Isso é algum tipo de veículo?

— Não se preocupe com isso. — Virei para os soldados de cada lado. — Certo, para o nível inferior, por favor.

Eles bateram continência.

— Sim senhor! Ao seu comando!

Quando todos estavam dentro da salinha, os soldados falaram em um tubo de comunicação:

— Viajando do nível médio para o nível inferior. — Então, após as respostas de “Nível superior, entendido” e “Nível inferior, entendido”, começaram a girar as manivelas ao lado da porta. Quando o fizeram, o quartinho começou a descer lentamente.

— Eek! — gritou Juna.

A queda foi leve, mas repentina, e Juna perdeu o equilíbrio, encostando-se no meu peito para se apoiar. Quando a peguei, senti a proximidade de seu corpo macio e o cheiro de seu cabelo fez cócegas em meu nariz. Foi bom para mim.

— M-Me desculpe, senhor — disse Juna, corando.

— Ei, não estou reclamando — falei. — Você está bem?

— S-Sim… Este quartinho está indo para baixo?

— Sim — falei. — Você viu as manivelas perto da porta, certo? Ao girá-las, eles são capazes de subir ou descer esta sala.

Isso mesmo. Esta sala em forma de caixa era um elevador manual extremamente simples. A designer foi Genia Maxwell.

Eu (não sendo tão bom em ciências) não entendia muito bem o sistema, mas havia uma roldana com contrapeso no lado oposto do elevador, e isso de alguma forma os deixava subir e descer o elevador sem mais força do que para pedalar uma bicicleta.

A verdade é que ele foi originalmente projetado para ser instalado no laboratório da masmorra de Genia. Quando ela pensou nisso, no entanto, mesmo que o incômodo de subir e descer as escadas fosse removido, não iria querer sair com mais frequência, então o plano foi reconsiderado.

A equipe que enviei para organizar os projetos dele (foram armazenados tão aleatoriamente que despachei uma equipe de limpeza, liderada por Ludwin, é claro) havia encontrado os planos, então tentamos configurar um neste local como um teste. Era operado manualmente, não tão rápido, e exigia que um atendente de elevador estivesse disponível o tempo todo, mas se trabalhassem em turnos de uma hora, não era tão cansativo.

No momento, havia apenas três paradas, “Entrada da Caverna”, “Nível Inferior” e “Nível Superior”, então o único elevador precisava de apenas seis soldados para operar.

Sinceramente, só precisava de uma pessoa para operá-lo (duas, se estivessem em turnos), mas os militares falaram que, quando havia pedidos de vários níveis, causava confusão, então acabamos com um sistema de seis pessoas no qual os soldados anunciavam o que estavam fazendo antes de girar as manivelas.

Havia vários elevadores instalados. (Embora este na caverna fosse o único com três níveis.) Eu pretendia instalá-los no castelo também, em algum momento no futuro próximo. O palácio era um lugar grande, e dava muito trabalho subir e descer as escadas o tempo todo.

Quando dei a ela essa explicação, Juna por algum motivo soltou um suspiro sensual.

— Sinto que posso entender por que a princesa às vezes tem uma expressão de cansaço no rosto.

— Por que você está mencionando Liscia agora? — perguntei.

— Eu entendo que esta é uma máquina maravilhosa, mas quando você coloca na minha frente coisas que estão além da minha compreensão, uma após a outra, é difícil de acompanhar.

— Você realmente precisa pensar tão profundamente nisso? — perguntei. — Tenho certeza de que os caras aqui apenas pensam: “Ei, que coisa nova e conveniente de ter!”

— Não fale assim. — Juna ainda estava encostada no meu peito e mostrou um sorriso suave. — Mesmo que seja exaustivo… queremos entendê-lo.

— Isso é meio constrangedor… — admiti.

Enquanto conversávamos, chegamos ao nível inferior. As portas do elevador se abriram para um espaço amplo e aberto com teto alto.

Havia um grande número de máquinas, peças bizarras de aparatos experimentais e “algo” que parecia estar atualmente em construção. Era como a cena que eu tinha testemunhado antes no laboratório da masmorra de Genia.

Se havia uma diferença, era no número de pessoas. Aqui e ali, havia pessoas vestindo jalecos brancos que as faziam parecer pesquisadoras, bem como trabalhadoras da área de construção andando de um lado para o outro.

Expliquei este lugar aos três visitantes:

— É aqui que o departamento de pesquisa e desenvolvimento militar está atualmente baseado. Aquele equipamento de voo dos wyvern, o Pequeno Susumu Mark V Leve, também está sendo desenvolvido aqui.

— Você os está fazendo em uma ilha? Acho que seria um lugar inconveniente para montar uma oficina… — Castor apresentou o problema que estava vendo. Ele estava certo, é claro, mas havia uma razão para isso.

— Quando se trata de tecnologia militar, devemos nos preocupar com o vazamento de informações para outros países — expliquei. — Em um lugar como este, cercado pelo mar, podemos colocar limites sobre quem entra e o que é retirado. Isso é conveniente. Bem, ainda ficou apertado aqui, então estou pensando que eventualmente iremos nos mudar para um lugar maior.

Caminhando um pouco mais, uma pequena sala de vidro apareceu. Lá dentro, os pesquisadores estavam fazendo um teste operacional do Pequeno Susumu Mark V Leve.

Tecnicamente, o vidro era reforçado (não em termos dos materiais usados; era vidro que tinha sido reforçado com magia), então se algo terrível acontecesse, como o equipamento explodir ou um pesquisador ser sugado e expelido, não teria efeito em nada fora da sala. Ainda assim, isso não iria prevenir danos e vítimas dentro da sala, então eu esperava que os pesquisadores fossem cuidadosos em seu trabalho.

— Este é um arsenal e um instituto de pesquisa — falei. — Dito isso, muito do que estão fazendo agora é testar as invenções de Genia Maxwell.

A supercientista e inventora, Genia, era um gênio estereotipado. Uma vez que ela construía uma de suas criações, isso era o suficiente para satisfazê-la. Ela aparentemente não fez muita pesquisa sobre o assunto ou refinou-o depois disso. Preferiu dedicar tempo e energia para fazer outra coisa que desejava criar.

— Isso é… um desperdício terrível — disse Excel, inclinando a cabeça para o lado.

Sim, eu me sentia da mesma forma. Afinal, tínhamos conseguido usar seu Pequeno Susumu Mark V para criar a versão leve. Mas…

— Acho que é a maneira mais eficiente de a Genia trabalhar. É natural que as pessoas tenham seus próprios pontos fortes e fracos. Existem os tipos gênios como ela que têm ideias malucas e as exibem uma após a outra, mas também existem os tipos artesãos como os pesquisadores daqui, que se concentram em estudar uma coisa e alcançar resultados dessa forma. Quero elogiar os dois tipos igualmente.

— Heehee. — Excel soltou uma risadinha. — Acho que é uma maneira admirável de pensar, senhor.

Quando recebi um elogio tão sem reservas de uma importante vassala que, ao contrário de sua aparência de vinte e poucos anos, havia apoiado este país por quase quinhentos anos, isso mexeu um pouco comigo.

— Bem, não é como se fossêmos ver resultados valiosos de tudo aqui — admiti.

— Hm? Por que diz isso? — perguntou ela.

— Para explicar… Uh, foi por aqui, talvez?

— Por que você parece tão incerto?

— Eu vi as plantas deste lugar, mas é a minha primeira vez realmente vindo aqui — falei. — Era fácil ver onde tudo estava do nível superior, mas por dentro é uma espécie de baderna complicada.

Seguindo minha vaga memória das plantas, logo chegamos ao nosso destino. Era um campo de tiro cercado por muros e redes. Havia arcos encostados na parede e, por algum motivo, duas armaduras de couro configuradas como alvos. A distância era de apenas cerca de dez metros.

— Você ainda tem um campo de tiro? — perguntou Castor. — Mas com os alvos tão próximos, não será muito útil para o treinamento. — Ele pegou um dos arcos que estava encostado na parede.

— Isso seria porque não é para treinar. Veja bem — falei —, se querem treinar, podem treinar no nível superior.

— Acho que faz sentido…

— Em vez disso, este lugar é para testar arcos e flechas ou testar a durabilidade da armadura. — Explicando isso, entreguei uma flecha a Castor. — Castor. Como você está com o arco?

— Não tire sarro de mim. Posso não ser mais um, mas um general deve estar familiarizado com todas as artes marciais.

— Excelente — falei. — Apenas tente dar um tiro normal na armadura à sua direita.

— Eu só tenho que acertar, certo? Beleza.

Castor preparou seu arco, puxou a corda… e soltou. Com um som agudo, a flecha voou direto para a armadura, acertando o traje de couro. No entanto, apenas a ponta da flecha ficou cravado, e ela não perfurou.

Castor inclinou a cabeça questionadoramente.

— Aquela armadura de couro… Fizeram algo com ela?

— Sim — falei. — Há uma placa de ferro fina atrás dela. Certo, próximo. Desta vez, dispare como você faria em combate, infundindo magia na flecha.

— Certo…

Castor atirou novamente. Não houve diferença visual no que fez, mas desta vez a flecha perfurou a armadura de couro. Foi graças à magia que usou, sem dúvida. Isso demonstrou que, se estivesse encantada com um elemento, uma flecha poderia atravessar uma armadura com metal.

— Certo, próximo: atire no traje à sua esquerda usando outra flecha mágica — falei.

— Entendido.

Castor atirou novamente. Quando o fez, houve um estrondo e a flecha ricocheteou. A armadura de couro não ficou nem arranhada.

— Esse é um traje da armadura do Corpo de Blindagem Mágica do Império… ou uma pálida imitação dela — falei.

— Pálida imitação?

— Não temos a tecnologia para replicá-lo totalmente, ouvi dizer. Mas esta armadura também é reforçada com magia defensiva. Você viu isso negar a magia, e a flecha foi repelida, certo? Bem, essas flechas foram uma de nossas tentativas fracassadas de encontrar uma maneira de neutralizar uma armadura como esta. — Entreguei a Castor uma flecha com cabeça preta.

— O que é esta flecha? — perguntou ele.

— Eu chamo de flecha anti-magia. A cabeça é feita com minério amaldiçoado.

— Minério amaldiçoado?! — Castor olhou atentamente para a ponta da flecha.

O minério amaldiçoado era um minério que absorvia energia mágica. É preciso lembrar que Genia usou este minério como uma fonte de energia para seu Pequeno Susumu Mark V. Porque não podia usar magia quando ele estava por perto (ou melhor, a energia da magia era absorvida), e a magia era vista como a bênção dos deuses ou espíritos neste mundo, era chamado de minério amaldiçoado.

— Aprendemos que o minério amaldiçoado não nega a magia, apenas serve para absorver sua energia — expliquei. — Nesse caso, pensei que talvez pudesse absorver o poder mágico colocado em uma peça de equipamento usando magia de encantamento. Então, nós testamos e… eu estava certo.

— Isso é incrível, não é?! — disse Castor entusiasmado. — Se isso for verdade, não temos que nos preocupar com o Corpo de Blindagem Mágica!

Mas eu balancei minha cabeça.

— Eu já não disse a você? Foi uma tentativa fracassada. O minério amaldiçoado absorve mais do que apenas a magia do inimigo. Não podemos encantar coisas com magia elemental, ou reforçar nossas flechas.

— Ah! Então, isso significa…

— Experimente você mesmo e veja.

— Uh, claro. — Castor soltou uma das flechas anti-magia. Quando o fez, a flecha arranhou um pouco a superfície da armadura magicamente encantada, mas a ponta quebrou em pequenos pedaços quando acertou.

Enquanto Castor e os outros ainda estavam surpresos, encolhi os ombros.

— É como se estivéssemos de volta ao ponto de partida, acertando uma armadura comum com uma flecha comum. O minério amaldiçoado é muito frágil, por isso não é útil como uma ponta de flecha por si só. E se derretermos e colocarmos dentro de uma ponta de flecha de ferro, a quantidade diminuída de minério amaldiçoado enfraquece o efeito. Em contra partida, se aumentarmos a quantidade, a ponta da flecha fica muito grande e não funciona mais como uma flecha. Para ser franco, chegamos a um beco sem saída.

— É por isso que é um fracasso, huh…

— Isso mesmo.

Ainda assim, mesmo que não houvesse quase nada ganho com a tentativa, não foi um completo desperdício. Tínhamos feito um leve amassado naquela armadura encantada. Aquela armadura que estava coberta com fragmentos de minério amaldiçoado havia perdido seu encantamento. Se fosse atingido por uma bala, ou qualquer outra coisa que tivesse um alto nível de força penetrante, mesmo sem magia, seria possível penetrar naquela armadura.

Sim, ao desenvolver a flecha anti-magia, estive pensando em introduzir a arma de fogo, que não havia sido desenvolvida neste mundo porque não resultava em muita vantagem.

Quando soube da existência do minério amaldiçoado, pensei que seria possível atirar no Corpo de Blindagem Mágica. No entanto, o resultado foi o que demonstrei.

Um projétil comum seria desviado pelo encantamento. Se tentássemos usar minério amaldiçoado no projétil, ele se tornaria muito frágil para ser usado. Além disso, embora fosse comum achar o minério amaldiçoado no reino, ele tinha muitos usos, como o Pequeno Susumu, então não tínhamos tanto ao ponto em que pudéssemos desperdiçá-lo.

Além disso, quando usado em um projétil, o minério amaldiçoado poderia causar problemas posteriores. Se a terra ficasse cheia de projéteis que erraram o alvo, seria impossível usar magia ali por algum tempo. Neste mundo, onde a magia fazia parte da vida diária das pessoas, isso tornaria a terra inabitável.

Embora não fosse tão letal em termos de permanecer após a guerra e impactar negativamente as vidas dos civis, o minério amaldiçoado era tão ruim quanto as bombas coletivas[2] ou balas de urânio empobrecido. Por isso, era preciso ter cautela na forma como o utilizávamos e continuar a pesquisa.

— Então, assim, passam os dias aqui com sucessos e fracassos repetidos — concluí. — E mesmo que seja com apenas um passo de cada vez, estão nos levando para uma nova era.

— Você está cobrindo uma ampla gama de coisas aqui, hein… — observou Castor, parecendo meio impressionado e meio exasperado.

— Bem, embora algumas de nossas pesquisas sejam infrutíferas, tenho que tomar todas as medidas que posso como rei — falei.

— Como rei… Isso mesmo. Você realmente se tornou um rei agora… — murmurou Castor.

— Bem, sim. Então, agora, vamos subir?

— Ainda tem mais?

Tendo visto tanto, Castor parecia um pouco cansado de tudo, então eu disse:

— O próximo é o evento principal de hoje.

— Para cima, você disse? O quê, estamos escalando a montanha agora?

Resmunguei e balancei o dedo para Castor. (Isso era muito antiquado?)

— Ainda mais “acima” do que isso.

Voltando à superfície, embarcamos em uma gôndola de wyvern.

A gôndola subiu, deixando a superfície cada vez mais para trás.

Sem ter os olhos vendados desta vez, Castor me lançou um olhar desconfiado, como se dissesse: “O que você está me mostrando agora?” Mas assim que subimos de altitude e ele conseguiu ver o que havia abaixo de nós, gritou em estado de choque.

— Quê?! O que é isso?!

Abaixo de nós estava um único navio enorme flutuando no meio do mar aberto. A superfície do navio tinha solo compactado e havia uma montanha rochosa, floresta, planície relvada, campo de argila vermelha e muito mais. Visto de cima, parecia nada mais do que uma ilhota solitária nos mares distantes. Mas, embaixo do solo, era um pedaço grande de metal. Olhando de perto, a montanha rochosa era onde a ponte do navio estaria.

Isso mesmo. Até agora, não tínhamos estado em uma “ilha”. Estivemos naquele navio.

— Wyverns temem o mar — falei a Castor, que parecia sem palavras com a visão incrível. — Isso porque wyverns, sem o alcance de voo dos dragões, não podem cruzar o mar, certo? Para ser mais preciso, wyverns odeiam estar tão longe no mar ao ponto de não conseguirem ver terra. É por isso que faz parte do bom senso que você não pode empregar wyverns em batalhas navais, certo?

— C-Certo… — Castor assentiu.

 

 

 

Como os dragões podiam voar continuamente por distâncias incríveis, podiam cruzar o mar em um único vôo, e isso significava que não tinham razão para temê-lo. No entanto, wyverns, com seu menor alcance de vôo, perderiam a força no meio do caminho caso tentassem cruzar o mar. Por causa disso, temiam ir longe o suficiente para perder a terra de vista. Isso também se aplicava aos esquadrões de grifos do Império, que tinham um alcance de vôo ainda mais curto do que os wyverns. (Na verdade, tinham medo até de rios caso não conseguissem ver o outro lado.)

— Huh?! — gemeu Castor. — Agora que você mencionou, os wyverns estavam voando em formação antes, não estavam?! Não, até mesmo o wyvern carregando esta gôndola parece perfeitamente bem aqui no meio do mar!

Finalmente, Castor estava começando a entender a situação. No entanto, quanto mais ele percebia, mais seus olhos se abriam de surpresa. Seus lábios tremiam.

— Você… O que diabos você criou aqui…?

— Um navio que transporta poder aéreo através do mar e também atua como uma base — falei. — No meu mundo, um navio como este era chamado de porta-aviões, ou apenas portador.

Isso mesmo. Aquele navio em forma de ilha era análogo a um porta-aviões, com cavaleiros wyvern como um análogo aos aviões de combate. Quando vi que este mundo tinha wyverns e navios de aço, imaginei se eu poderia combinar os dois para criar um porta-aviões. Quando comecei a planejar, o primeiro problema que me foi apontado foi o medo que os wyverns tinham do mar.

— Foi então que tive a ideia — expliquei —, a ideia de tentar enganar os wyverns para que não tivessem medo do mar.

Recebi a dica de que precisava com o primeiro dos Trinta e Seis Estratagemas do meu mundo: “Engane o imperador para cruzar o oceano”. É sobre fazer sua estratégia parecer nada fora do comum, então agir enquanto a guarda do seu inimigo está baixa. O estratagema se baseava em um acontecimento quando, para colocar o imperador de Tang, que temia o mar, a bordo de um barco, seus lacaios empilharam terra em cima dele para fazer com que ficasse parecido com a terra. Eu pensei que talvez pudesse usar o mesmo truque em wyverns.

Primeiro, criei um navio gigante e coloquei solo sobre ele. Embora uma parte tenha sido deixada como terra, a maior parte foi coberta com grama ou árvores para criar planícies e florestas. A ponte foi coberta com concreto romano e pintada para disfarçar como uma montanha rochosa. Então, a fim de reduzir os níveis de estresse dos wyverns, seus estábulos e tudo abaixo do convés foi feito para parecer o interior de uma caverna.

Basicamente, eu estava tentando fazer os wyverns reconhecerem este portador como uma “ilha”.

O problema era como encontraria a propulsão para mover meu porta-aviões tipo ilha, mas isso foi resolvido graças ao Pequeno Susumu Mark V de Genia. Eles não eram visíveis do ar, mas haviam quatro Pequeno Susumu Mark V presos às laterais deste porta-aviões tipo ilha abaixo da linha da água. O motivo pelo qual a distribuição do modelo Leve não foi adiante foi porque priorizei a produção desses maiores.

Agora, quanto a este porta-aviões tipo ilha que tínhamos construído, ele ainda estava incompleto. Levou muito tempo para acostumar os wyverns ao porta-aviões. Nossas primeiras prioridades foram dar a ele as características mínimas exigidas de um navio, fazer com que o exterior parecesse uma ilha e focar em torná-lo apto para o mar. Em termos de propulsão, o plano era na verdade ter o dobro do número de Pequenos Susumu Mark V (com o número atual, só poderia andar lentamente), e a área atualmente sendo usada como um laboratório militar de pesquisa e desenvolvimento acabaria por ser usada para armazenamento de equipamentos e alojamentos da tripulação. (Estavam acampando em tendas no convés.)

Castor, que estava olhando para o cruzador semiacabado em transe, se virou para mim com os olhos cheios de descrença.

— Mas esta coisa é enorme… Há quanto tempo você está construindo isso?

— Hm? Se quer dizer quando comecei a reunir fundos e materiais, fiz isso logo após assumir o trono.

— O quê?! Antes de lutar contra mim e a Amidônia?!

— Fazia parte do meu plano de enriquecer o país e fortalecer os militares — falei. — Como um trunfo contra o Império.

Com os braços cruzados, recostei-me no sofá da gôndola.

— Afinal, naquela época eu não sabia no que o Império estava pensando. Estava trabalhando em um plano que me daria um trunfo quando tivéssemos que nos opor a eles. Contra o Império mais poderoso e mais populoso, não teríamos a menor chance de uma corrida armamentista terrestre. Achei que o caminho para a sobrevivência poderia estar na expansão de nosso poder aéreo ou marítimo, onde a tecnologia desempenha um papel muito maior. Bem… nessa fase, estava apenas alocando os fundos e os materiais. A construção só começou para valer após o fim da guerra contra a Amidônia.

Além disso, como eu estava avançando com o projeto da nova cidade ao mesmo tempo, não consegui reunir fundos ou recursos suficientes para o projeto. Se Roroa e Colbert não tivessem se juntado a nós, me dando uma fonte de financiamento, e se eu não tivesse sido capaz de garantir uma fonte de recursos anexando a Amidônia, a construção poderia ter começado ainda mais tarde.

Ainda assim, uma vez iniciada, a construção de navios neste mundo era rápida. Na verdade, eu também me senti assim ao implantar a rede de transporte e construindo a nova cidade, mas a construção neste mundo era extraordinariamente rápida.

Como tinham magia, não havia necessidade de grandes peças de equipamento de construção. Por exemplo, se tentar construir algo grande na Terra, primeiro precisa construir os guindastes e outros equipamentos que serão usados ​​na construção. Na pior das hipóteses, há até momentos em que pode precisar de equipamento para construir o equipamento necessário para construir o equipamento… e assim por diante.

No entanto, porque havia magos de terra que podiam manipular a gravidade neste mundo, esse equipamento não era necessário. Além disso, um mago de fogo experiente poderia lidar com fundição de metal e soldagem em um estalar de dedos. Neste mundo, com seu estranho equilíbrio de coisas que podiam e não podiam ser feitas, parecia que realmente demorava mais tempo para garantir os fundos e materiais do que qualquer outra coisa.

Levantei-me e fiquei na frente de Castor, que ainda estava boquiaberto com tudo.

— Bem, isso é o que tenho feito como rei, Castor — falei, olhando-o diretamente nos olhos. — Você se rebelou contra mim porque pensava que eu era um usurpador. Parece que suas dúvidas já foram esclarecidas pelas tentativas de Liscia e da Excel de dissuadi-lo, mas, no final, você ainda optou por se opor a mim, preparado para se martirizar por sua amizade com Georg Carmine. Então você perdeu e foi colocado sob a custódia de Excel.

Castor baixou os olhos.

— Você não precisa me dizer isso agora. Eu perdi… Isso é tudo que há para dizer.

— Não é isso que estou tentando dizer — falei. — No momento, estou mostrando meu poder como rei deste país.

— Você quer dizer aquele porta-aviões? — perguntou Castor.

Mas eu balancei minha cabeça.

— Não. O portador em si não é meu poder. Se há uma coisa de que posso me orgulhar como rei, é reunir camaradas talentosos, preparar um lugar para seus talentos brilharem e criar um país que poderia construir este porta-aviões. Quando você vê do que sou capaz, não parece adequado que me sirva?

Castor balançou a cabeça com um sorriso irônico.

— Você me derrotou completamente. Agora posso ver claramente… porque o Rei Albert deixou o país para você. Mas não estou apto para servi-lo.

— Posso entender que você me reconhece como o rei deste país? — perguntei.

— Hm? Sim, eu te reconheço. Você é um rei e tanto.

Ele me reconheceu como rei. Tendo arrancado essas palavras de Castor, finalmente tive certeza. Não senti nada da arrogância que tinha antes. Em sua derrota, e com algum polimento da Excel, cresceu como pessoa. Considerando isso… poderia confiar isso a ele.

Coloquei a mão no ombro de Castor, olhando-o diretamente nos olhos enquanto dizia:

— Castor, este porta-aviões é uma arma extremamente única. Embora seja um navio sob as ordens da Marinha, transporta as tropas da Força Aérea. Para operá-lo com eficiência, é necessário não apenas conhecimento de manuseio de um navio e de combate no mar, mas conhecimento e experiência para comandar a Força Aérea. Quero deixar este navio sob o comando de alguém com essas habilidades.

Castor arregalou os olhos.

— Huh?! Não… Você não pode estar dizendo…

Parecia que ele havia descoberto aonde eu queria chegar com isso. Ele era um homem que havia sido o ex-general da Força Aérea, mas agora havia treinado sob as ordens de Excel para aprender como controlar uma força naval.

Eu sorri quando perguntei:

— Tenho certeza que você continuou estudando, mesmo agora que está na Marinha, certo?

— Sim senhor! Excel socou tudo em mim!

Castor levantou-se da cadeira e ajoelhou-se, juntando as mãos à sua frente e abaixando a cabeça. Coloquei o chapéu de capitão que trouxera comigo na cabeça abaixada dele. Como o homem tinha chifres, foi feito especialmente com orifícios para eles.

— Bom — concluí. — Pois bem… Castor que não tem sobrenome! Eu o nomeio como o primeiro capitão deste porta-aviões!

— Sim senhor! Aceito humildemente, meu soberano!

Meu soberano… huh. Foi um pouco constrangedor ser chamado assim, mas era um sinal de que Castor realmente me aceitou como seu soberano, então eu estava mais do que feliz em aceitar.

Enquanto eu pensava nisso, Excel, que havia vigiado silenciosamente os procedimentos até aquele ponto, se manifestou.

— Heehee, que bom. Menos um fardo sobre meus ombros. — Então ela sorriu.

Eu já tinha dito que queria tornar Castor o capitão deste porta-aviões, antes que ela começasse a ensiná-lo.

 

 

 

— A propósito, senhor — continuou Excel. — Acho que este navio é um navio maravilhoso, mas não seria bom continuar a chamá-lo de “o porta-aviões” para sempre. Por que não lhe dá um nome agora?

— Hm? Oh… Você tem razão — falei. — Qual seria um bom nome?

— Vamos ver… acho que o nome de um lugar, ou do rei que o construiu, seriam as opções mais comuns. Como o Porta-Aviões Souma soa para você? Quando construir mais deles, pertencerão à classe Souma.

— Definitivamente não.

Eu não queria isso. Se colocasse meu próprio nome no navio que seria o centro de nossa marinha, isso me faria parecer presunçoso, e eu não queria isso. Além disso, se tivesse meu nome, diriam coisas como, “Souma partindo!” e “Souma retirando-se da linha de batalha!” e “Souma encalhado!”, certo?

De jeito nenhum que eu queria isso. Precisava propor um nome alternativo.

— Oh, ei, eu sei — falei. — Por que não dar o nome de um porta-aviões do meu mundo?

— Do mundo de Vossa Majestade?

Concordei. Se eu tivesse que dar um nome a ele, por que não usar um que existisse no meu mundo? Que fosse aquele que nunca desistiu diante da adversidade e que nunca desistiu de lutar. Ia carregar wyverns, então esse era o nome perfeito.

Olhei para o porta-aviões tipo ilha abaixo de nós e declarei:

— Eu, por meio desta, chamo este porta-aviões de Hiryuu[3]!

Tendo acabado de nomear Castor como capitão do Hiryuu, meu trabalho estava feito e voltamos para a Cidade Lagoon no Ducado Walter. Como o sol já estava se pondo quando chegamos, decidimos que passaríamos a noite na mansão dela.

Pelo menos em parte por ser uma cidade costeira, tivemos um jantar que fez amplo uso de comida do mar; e então Juna, Excel, Castor e eu conversamos enquanto tomávamos chá na sala de estar.

No meio daquela atmosfera relaxada, Excel de repente largou sua xícara de chá e perguntou:

— Agora que pensei nisso, senhor, você não tem planos para depois, tem?

Foi tão repentino que Juna inclinou a cabeça para o lado e olhou para ela com curiosidade.

— Avó?

Também fiquei confuso. O que ela poderia querer, assim de repente?

— Sim… — falei. — Quando eu voltar para o castelo, tenho certeza de que haverá trabalho para mim, mas não trouxe nada comigo.

— Entendo. Você tem tempo agora, então? — No momento em que ela disse isso, surgiu um brilho inquietante nos olhos de Excel.

Estremeci, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Senti arrepios, todos os meus instintos me avisando. Senti… o perigo? Quase pulei do sofá, quando…

Thump!

— Juna?!

Juna, que estava sentada ao meu lado, caiu para o lado. Ela estava caída sobre o braço do sofá, já adormecida.

Mesmo dormindo, ela com certeza é charmosa… Espera, não tenho tempo para pensar nisso! Olhei para Excel, que estava sorrindo, uma pequena garrafa na mão.

— Não precisa se preocupar. Ela só está tirando uma soneca.

— Drogas para dormir?! Você drogou sua própria neta?!

— Parecia que ela iria atrapalhar se estivesse acordada. — Excel colocou a mão na própria bochecha e soltou um suspiro.

Não, não, não, não! Ela estava dizendo: “Oh, nossa, ela me dá tanto trabalho”, mas o que tinha acabado de fazer com Juna foi muito desagradável!

— Não pude evitar — disse Excel. — Recebi um pedido do camareiro para lhe dar algumas aulas.

— De Marx?! Você não está falando sobre…

— O que você pode chamar de “educação sexual”. — Ela sorriu. — Como uma mulher mais velha, ele queria que eu lhe ensinasse algumas coisas, senhor.

— Você é mais do que apenas “mais velha”!

— Oh, querido, que rude. Meu corpo ainda está cheio de juventude.

— Mas não o seu coração! — gritei.

Excel se levantou de sua cadeira, lentamente se aproximando de mim.

— Criar um herdeiro é um assunto sério para o país. Especialmente considerando a escassez de membros da realeza. Mesmo que seus noivados já estejam essencialmente sendo vistos como casamentos, e mesmo que aqueles ao seu redor tenham encorajado você a se apressar e produzir um herdeiro, você ainda não colocou as mãos na princesa, ou Juna, ou Aisha. Não é de admirar que o camareiro esteja tão preocupado.

— N-Não… Eu queria esperar até que estivesse um pouco mais pronto…

— Isso nos deixa preocupados — disse Excel. — Pode ser perdoado como uma indiscrição juvenil, mas uma vez que vocês forem formalmente marido e mulher, se você for desajeitado e inepto quando “começar a trabalhar”, isso pode ter um efeito em seu relacionamento. Esse tipo de discórdia entre um casal real pode levar a conflitos futuros dentro de casa.

Excel se sentou nas costas do sofá, envolvendo o braço em volta do meu pescoço. O que foi isso?! Eu era como um cervo apanhado pelos faróis, incapaz de se mover!

— É por isso que o camareiro pediu a uma mulher experiente como eu para lhe dar uma orientação. Agora, senhor, vamos para o quarto. Até o amanhecer, estarei lhe dando lições completas sobre como lidar com uma mulher. Primeiro, vamos começar com algumas lições de sala de aula.

Lições?! Eu ia ter aulas de saúde e anatomia na minha idade?! Eu tinha me formado no ensino médio… Espere, acho que não entraram em tantos detalhes nas aulas de saúde e anatomia.

— Espere um momento! Você acabou de dizer “primeiro”?! — gritei.

— Heehee! Em qualquer campo de estudo, é melhor aprender com a prática, não acha? Se quiser, não me importaria de manter isso em segredo de Juna e das outras. Podemos considerar isso uma indiscrição de uma noite, e lhe darei algum treinamento prático.

Eu não quero isso, entendeu?! Eu gritei em minha mente.

Excel sorriu, colocando as mãos nos meus ombros e inclinando-se para olhar meu rosto. Sim, ela definitivamente estava se divertindo vendo minha reação.

Virei-me para Castor, que estava sentado ali bebendo chá como se nada estivesse acontecendo, em busca de ajuda.

— Castor! Você me reconheceu como seu soberano, certo? Seu soberano está em uma situação difícil! Me ajude, por favor!

— Eu realmente jurei lealdade a você, meu soberano — Castor largou o chá e disse com um olhar muito sério em seu rosto: — No entanto, não gostaria de nada mais do que ver o senhor a que me dediquei deixando para trás descendentes que irão prosperar. Não consigo impedir a Duquesa Excel. Só posso conter as lágrimas enquanto ignoro o pedido de ajuda de meu soberano.

— Você diz isso, mas simplesmente não quer se envolver nisso! — gritei.

Ele descaradamente desviou os olhos.

Eu acertei em cheio, não foi, seu idiota?!

— Agora, senhor, vamos? — Excel segurou firme a minha nuca e começou a me arrastar em direção à porta da sala.

Eu estava me preparando para correr, mas não consegui oferecer a menor resistência. Mesmo levando em consideração minha própria fraqueza, sua força era incrível. Onde aquele corpo esguio dela mantinha esse tipo de força?

— Não, espere, por favor, Excel, por favor — implorei.

— Sim, sim. Você pode simplesmente deixar tudo para esta jovem garota aqui. Vou te ensinar muito bem.

— Não, quero dizer… Tá, vou ver suas aulas! Apenas as aulas! Nenhuma dessas coisas práticas, entendido?! — gritei.

— Ora, ora, suponho que não há nada a fazer. Mas se quiser contato físico comigo, apenas diga, entendido?

— Como se eu fosse querer!

No final, fui submetido a longas aulas de Excel.

Ter que ver aulas de saúde e anatomia com Excel, que se parecia tanto com Juna, foi tão constrangedor que pensei que iria morrer.

[1] Escudos pequenos, redondos. Para uma compreensão melhor clique aqui.

[2] Uma bomba que libera uma série de projéteis para ferir ou danificar pessoas e veículos com o impacto.

[3] Clique aqui para saber mais.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão:

 

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