Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 05 – Cap. 01.2 – Vamos Fazer um Programa Educacional (a Estréia do Pratamem)

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— E, bem, foi assim que contratei nosso cara dos exercícios, Ivan Juniro… — comentei.

— Você achou outro cara estranho, entendo… — Liscia olhou para mim com exasperação.

Sim, essa era sua reação usual.

No salão, Ivan Juniro, o cara dos exercícios, ergueu os polegares para as crianças, mostrando seus dentes brancos perolados enquanto dizia: “Uma mente saudável reside em um corpo saudável. Venham, crianças! Treinem comigo para crescerem fortes, gentis e resistentes!”

Embora Ivan tenha dito isso, as crianças tiveram reações diferentes. Havia aquelas que estavam entusiasmadas com isso; crianças que foram intimidadas por sua paixão excessiva e levadas às lágrimas; crianças que ficaram com medo e se agarraram a Juna… e, a resposta esmagadoramente mais comum, crianças cujos pequenos cérebros não conseguiam processar o homem que tinha acabado de aparecer na frente delas e ficou ali olhando fixamente para ele.

Quando ela viu a situação no salão, Liscia me perguntou, preocupada:

— Espera aí, Souma, vai ficar tudo bem?

— Hm… Ele está um pouco rígido, eu acho? Talvez Ivan esteja se sentindo tenso?

— Isso deveria ser a hora dos exercícios, certo? — perguntou Liscia. — Eles não podem fazer isso assim, podem?

É verdade que não parecia que as crianças se exercitariam.

Na parte de exercícios dos programas educacionais para crianças em que eu estava me baseando, havia crianças que corriam e rolavam, atacavam o cara do exercício e geralmente faziam o que queriam. Mas…

— Acho que vai ficar tudo bem — falei. — Afinal, há um truque para isso.

— Um truque?

— Heheheh… Hahaha… Bwahahaha!

Em uma voz feminina, uma risada de três estágios ecoou pelo salão.

— Quem está aí?! — Ivan olhou em volta.

Quando ele o fez, as crianças gritaram: “Lá! Lá em cima!”, e apontaram para cima. Havia alguém no segundo andar, onde Ivan estivera antes.

— Fazer as crianças fortes, gentis e resistentes, você diz? — falou a mulher. — Não me faça rir! Nós, o Grupo Negro, que pretendemos dominar o mundo, nunca permitiremos isso!

Essas falas que cheiravam a diálogo expositivo1Diálogo expositivo: é toda vez que a exposição da cena ocorre durante um diálogo, e não durante uma narração; dois ou mais personagens trocando informações que são cruciais para a narrativa de uma história. foram ditas por uma mulher usando uma máscara que cobria a metade superior de seu rosto, um traje de maiô aberto no centro para expor seu decote, uma capa e ombreiras pontiagudas no estilo do final do século. Ela tinha dois chifres brotando de suas têmporas, asas de dragão em suas costas e uma cauda em forma de chicote crescendo em seu traseiro.

Ivan se virou para a mulher e gritou:

— Quem é você?!

— Sou a comandante malvada do Grupo Negro, Senhorita Dran — anunciou a mulher.

Liscia, que estava assistindo ao meu lado, ficou sem expressão por um momento, mas logo voltou a si, virou-se para mim e perguntou:

— Aquela é a… Carla, certo?

— Não. Ela é a comandante malvada, a Senhorita Dran.

— Hein…?

— Aquela é a comandante malvada, Senhorita Dran, entendeu? — falei.

— Ah, tudo bem… Você sabe que não vou simplesmente aceitar isso desse jeito!

Mesmo enquanto Liscia me estrangulava, a história estava continuando no salão.

A Senhorita Dran abriu suas asas para intimidar Ivan.

— Se você fizer as crianças ficarem mais fortes, isso pode atrapalhar o plano do Grupo Negro de conquistar o mundo. Vou detê-lo antes que isso aconteça, Ivan Juniro!

Com a roupa altamente reveladora, ela provavelmente estava tão envergonhada que o desespero assumiu o controle. Havia uma paixão real e acalorada na atuação da Senhorita Dran.

Cada vez que ela fazia uma de suas ações exageradas, certas partes dela balançavam. A qualidade do vídeo da Voz da Jóia não era tão boa, então não achei que os espectadores notariam, mas… honestamente, não tinha certeza de para onde devia olhar. Quer dizer, Liscia estava bem ali, me encarando.

— Não acha que a fantasia da Senhorita Dran é um pouco picante? — esbravejou ela.

— Serina tinha controle total do design — falei em minha defesa. — Devo mencionar, eu disse a ela para se conter porque este deveria ser um show infantil, mas… porque pedi a ela para ajudar com a produção do traje, não pude rejeitá-lo.

— Eu sabia… — Liscia soltou um suspiro. — Aliás, a própria Serina não teria sido uma comandante malvada melhor?

— Você poderia dizer isso na cara dela?

— Sem chances!

— Nem eu.

Enquanto conversávamos sobre isso, Ivan apontou o dedo na direção da Senhorita Dran.

— Dominação mundial?! Eu nunca vou deixar que isso aconteça!

— Hmph, você é corajoso, mas o que pode realmente fazer? Peguem ele, meus garotos!

Quando a Senhorita Dran deu a ordem, um bando de homens vestidos de preto apareceu e cercou Ivan. O ponto principal era que mantivessem uma pequena distância das crianças, para não parecer muito perigoso.

Ivan assumiu uma postura de combate, gritando:

— Cai dentro!

Com isso como deixa, os homens de preto se revezaram para atacar Ivan. Ele lutou contra todos eles, um a um.

Biff, bash, bam!

Havia um efeito sonoro exagerado toda vez que ele acertava um dos lacaios. Quando atingidos, eles saltariam pelo ar ou girariam para o chão e desabariam. Parecia impressionante, mas os sons eram da habilidade de Ivan, e eles sendo jogados para longe era tudo atuação, então não houve nenhum dano.

A propósito, as crianças foram divididas meio a meio entre aquelas que estavam com medo e aquelas cujos olhos brilhavam de excitação enquanto viam Ivan lutar. Afinal, os sons eram bem altos. Havia algo sendo feito para não tornar os efeitos tão chamativos.

As crianças que estavam assustadas naturalmente se amontoaram com Juna e Roroa, que lhes disseram: “Não se preocupem, vai ficar tudo bem” e “Esse cara vai bater neles, então não precisam se preocupar” para acalmá-los.

Eventualmente, Ivan terminou de derrotar todos os lacaios.

No entanto, a Senhorita Dran manteve seu sorriso confiante.

— Heh hehheh. Você não é ruim, Ivan Juniro. Bem, o que você fará sobre isso, então? Venha, monstro de caixa de papelão, Caixadan!

— Caaaaaixadan! Sou eu… — Com essas palavras, apareceu um monstro que parecia uma pessoa feita de caixas de papelão.

Embora tivesse olhos oblíquos feitos de papel em seu rosto… no geral, parecia meio lamentável. Sua silhueta dava a impressão de ter sido construída com blocos Le**, e havia um som que parecia giz arranhando a lousa toda vez que suas juntas se moviam.

Liscia olhou friamente para o Caixadan.

— Esse monstro não é um pouco de baixa qualidade em comparação com o resto?

— Tivemos paixão —falei. — O que faltou foi tempo e orçamento.

— É realmente um mundo cruel, hein…

Eu não poderia fazer um traje kigurumi em tamanho real sozinho. Se fosse encomendar de algum lugar, levaria tempo. Foi por isso que, desta vez, terminei aprovando aquele monstro totalmente desleixado. Era um lembrete de como as coisas devem ter sido difíceis para as pessoas que fizeram os monstros inimigos nos primeiros shows de tokusatsu.

Ainda assim, embora pudesse parecer meio insosso, o Caixadan era forte. Quando atacou Ivan, levantou o homem de 180 centímetros de altura e 90 quilos com a mesma facilidade de um surfista pegando uma prancha. Então, como um lutador exibindo sua força, o Caixadan girou onde estava, mantendo sua pose.

Essa força ridícula que desafiava sua aparência deixou Liscia pasma.

— Essa é uma força incrívelmente monstruosa. Ah! Será que a pessoa dentro é…

— Sim. É a Aisha.

— O que você está obrigando sua futura segunda rainha primária a fazer…? —gemeu ela.

— É um pouco tarde para dizer isso, sendo que Juna e Roroa já estão no programa. Você também quer entrar, Liscia? Se quiser, o papel de ajudante de Ivan ainda está livre.

— Sem. Chance.

Nesse ponto, Ivan começou a lutar.

— Droga, me solta!

— Eu sou o Caixadaaaan.

— Gwah!

Talvez as palavras de Ivan tenham chegado ao monstro, afinal o Caixadan acenou com a cabeça e o jogou com força contra uma parede que havia sido preparada exatamente para esse propósito. Quando ele bateu nela, destruiu a parede.

A propósito, ela era feita de materiais leves para facilitar que ele passasse através dela, então ele só ficou um pouco ferido. No entanto, Ivan agiu como se estivesse gravemente ferido, gemendo de dor.

— Urgh, que monstro poderoso…

— Caaaaaixadan, Dan, Dan! Sou eu. — Caixadan riu (?) triunfantemente.

Ivan se soltou da parede, tropeçando, depois se virou para as crianças e gritou:

— Se continuar assim, vamos perder. Todas vocês, boas crianças, emprestem-me seu poder!

Roroa e Juna explicaram às crianças o que ele queria dizer.

— Tudo bem, pessoal — disse Roroa. — Vão e girem os bastões brilhantes que demos a vocês. Gritem, “Você consegue!”

— Vamos todos enviar nosso poder ao Irmãozão Ivan — disse Juna a eles. — Um, dois…

— Você consegue!

A pedido das duas, as crianças começaram a usar os bastões brilhantes que eram do tamanho de um pedaço de giz para formar círculos.

Distribuímos esses bastões antes do início do programa. Eles brilhavam um pouco porque o musgo claro, que era usado nos postes de luz da cidade absorvia a luz e depois a liberava na escuridão, isso havia sido amassado neles.

Ivan continuou a agir como se estivesse com dor quando se virou para as crianças e gritou:

— Não é o suficiente! Ainda não! Gritem mais alto, conto com vocês!

As crianças sempre ficam animadas quando um adulto diz que estão contando com elas.

Desta vez, quando gritaram, saiu mais alto e mais sério do que o antes.

— Você consegueeee!

— Mais! Ainda mais alto!

— Você consegueeeeeeeeeeeeee!

As crianças gritaram até que suas vozes ficassem rouca, e no momento seguinte…

— Tudo certo! Definitivamente recebi a energia das crianças!

O corpo de Ivan foi envolvido por um raio de luz. Então, a voz dele ecoou de dentro da luz.

— Transformar!

Quando isso aconteceu, um conjunto de armadura metálica, braçadeiras e um elmo sallet2Elmo sallet: foi um tipo de capacete de guerra medieval que substituiu o bascinet no norte da Europa em meados do século XV. Ele protege a cabeça e o pescoço, porém, deixa o rosto desprotegido. Para mais detalhes e/ou imagens: google 😉 modificado com um visor de rosto inteiro apareceu voando do nada. Ivan ficou parado com os braços e as pernas bem abertos enquanto as peças “automaticamente” se colocavam sobre ele. Aquela cena legal de transformação fez as crianças aplaudirem.

Enquanto isso, naquele momento, eu estava atrás do palco usando minha habilidade Poltergeists Vivos para manipular o equipamento metálico. Sim, eu controlei o equipamento de Ivan com minha habilidade para fazer parecer que ele estava sendo equipado automaticamente. Porque, dessa distância, eu poderia fazer isso mesmo se eles não fossem bonecos.

Liscia estava me olhando com aquele quem-sabe-quantos olhares de exasperação que eu já tinha visto dela.

— Isso é um desperdício horrível da sua habilidade.

— Ei, um truque é um truque, mesmo que seja apenas um truque de festa — falei. — Agora, é hora de ir.

— Ei, espera, Souma?!

Assim que confirmei que o equipamento de Ivan estava totalmente equipado, fui para o lado da joia da Transmissão de Voz da Joia, certificando-me de não aparecer na transmissão. Enquanto isso, no salão, o clarão de luz diminuiu e o herói vestido com um equipamento metálico apareceu. Ivan fez a pose de transformação completa e gritou:

— Carregar! Pratamem!

Depois que ele disse seu nome, falei na joia para que apenas minha voz aparecesse na transmissão.

— Permita-me explicar. Quando Ivan Juniro, o cara dos exercícios, recebe energia das crianças, ele se transforma no herói metálico, Pratamem. — Apertei minhas mãos bem forte enquanto explicava.

Era um padrão do gênero ter a narração explicada após a transformação do herói. Mas eu não faria a coisa em que voltariam e olhariam para a cena do processo de transformação novamente.

Com meu papel concluído, voltei para o lado de Liscia. Ela parecia terrivelmente exausta.

— Não sei, está começando a parecer estúpido dizer alguma coisa…

— Tokusatsu faz muito mais o tipo de “Não pense, sinta” — expliquei. — Se você não pensar muito profundamente, apenas seguir o fluxo, não há nada mais divertido de assistir.

— Farei isso…

Pois bem, voltando a história para o salão, o Pratamem era forte.

Antes o Caixadan estava brincando com ele, mas agora ele despejava no monstro uma enxurrada de socos e chutes, mantendo-o na defensiva o tempo todo.

Forte. Você é forte, Pratamem, todos deviam estar pensando. As crianças também estavam agitadas.

— Caixa… Da… Dan… — Eventualmente, o Caixadan tropeçou e caiu de joelhos.

Agora era sua chance!

— Toma isso, Caixadan! Golpe Final: Chute do Trovão Poderoso!

Quando o Pratamem deu um chute voador, um raio correu ao longo da ponta de seu pé. Aquele chute infundido por um raio acertou o Caixadan.

Sei que continuo dizendo isso, mas o raio foi um produto de sua habilidade. Foi, na verdade, apenas um chute voador, então não machucou Aisha, a pessoa dentro do Caixadan.

No entanto, o Caixadan deu alguns passos para trás.

Deixando para trás um grito de “Ca… Caixadaaaaaan! Sou eu!”, explodiu espalhando peças em todas as direções.

Claro, tudo o que realmente aconteceu foi que ele se escondeu enquanto a habilidade de Ivan gerava o efeito de explosão.

Com o Caixadan derrotado, a Senhorita Dran, a comandante malvada que não teve muito o que fazer enquanto assistia a luta dos dois, bateu os pés em indignação, como se tivesse acabado de se lembrar do que deveria estar fazendo.

— Maldito seja, Pratamem! Vou poupá-lo desta vez! Quando eu voltar, é melhor estar pronto!

Com essas palavras de despedida, ela se virou e saiu correndo do set para um local onde os espectadores não poderiam vê-la.

Uma vez que a viu partir, o Pratamem tirou apenas seu capacete e estendeu o punho na direção que a Senhorita Dran tinha corrido.

— Você e sua organização maligna que está tramando para dominar o mundo, o Grupo Negro! Se quiser, venha! Vou esmagar suas ambições de novo e de novo!

Ivan declarou sua decisão e depois voltou para as crianças. Então, com um sorriso que parecia um pouco impetuoso e sufocante, gritou:

— Certo, pessoal! Vamos treinar com os Exercícios de Energia do Pratamem para não perdermos para os bandidos! Fiquem um pouco longe um do outro para não esbarrar em seus amigos!

Momentos depois, uma alegre melodia começou a tocar no salão, e Juna e Roroa apareceram no momento certo para separar as crianças. Então Juna começou a cantar junto com a música.

Se você quer crescer forte, faça seus Exercícios de Energia do Pratamem. ♪

— Agora, vamos começar exercitando a parte superior do corpo — disse o Pratamem. — Todos imitem um shoujou3Shoujou: acredito que ele esteja se referindo a um mito japonês/chinês que, apesar de ser um espeírito da água, lembra um orangotango por possuir face e cabelo vermelhos. Os carcteres em japonês e chinês podem ser lidos também como orangotango, daí, as onamatopéias abaixo como se fossem de macaco.!

Eek, eek, eek, ook. Eek, eek, eek, ook.

Somos shoujous. Eek, eek, eek, ook. 

Quando Ivan se movia no ritmo da música, as crianças o imitavam.

Essa rotina de exercícios envolvia imitar os vários animais deste mundo enquanto Juna cantava letras cômicas. Suas letras eram voltadas para crianças, mas os exercícios em si eram baseados na rádio calistenia4Rádio calistenia: é uma ginástica/alongamento de aquecimento realizada com música e orientação de programas de rádio. Eles são populares no Japão e em partes da China, Coréia do Norte e Taiwan., com a qual a maioria dos japoneses estaria familiarizada (a imitação do shoujou era um exercício de flexão lateral), então deveria ser um treino lógico.

— Você faz um monte de coisas ridículas… Mas isso é a cereja no topo do bolo — murmurou Liscia de repente enquanto observava os exercícios. — Este é um programa educacional, certo? Qual é o significado por trás do draminha antes deste exercício?

Não muito tempo atrás, aposto que ela teria perguntado: “Há algum significado nisso?”. Mas agora, Liscia perguntou: “Qual é o significado?” Era uma diferença de apenas algumas palavras, mas havia uma diferença sutil de nuance.

No primeiro, havia uma suposição de que provavelmente não havia significado para isso. Neste último, havia a confiança de que devia haver algum significado e que ela queria saber qual era. Eu podia sentir sua confiança nessa mudança sutil, e isso me deixou um pouco mais feliz.

— Claro que há um significado — falei. — Se chamarmos a atenção deles com o drama, mais pessoas assistirão. Os exercícios são bons para a saúde e o desenvolvimento das crianças. Estou ativamente tentando divulgá-los. Mas, mais do que tudo, o que eu quero espalhar é a palavra “herói”.

— A palavra “herói”?

Foi exatamente quando, no salão, a parte do interlúdio dos Exercícios de Energia do Pratamem começou.

Ivan se virou para as crianças e falou:

— Vocês estão indo muito bem! Bem, há algo que eu queria dizer a vocês. Para se tornar uma pessoa verdadeiramente forte, você precisa de mais do que apenas poder. Se esquecer de ser gentil, então será apenas um bruto!

Em seguida, ele se virou para a joia da Transmissão de Voz da Joia, ou seja, para os telespectadores, e falou:

— A verdade é que eu também gostaria de ser amigo do Grupo Negro. Se pudéssemos conversar sobre as coisas, talvez não precisássemos recorrer aos punhos. É por isso que, não importa contra quem estiver lutando, nunca desista de tentar entendê-los. O que você fará se eles ainda forem irracionais e violentos, quer saber? Isso mesmo! Para ter certeza de que pode proteger as pessoas próximas a você, faça seus Exercícios de Energia do Pratamem!

O interlúdio terminou no momento perfeito e Ivan começou a se exercitar junto com a música novamente.

Quando ela ouviu as palavras de Ivan, depois de fechar os olhos por um momento, Liscia falou:

— “Ser forte não é o bastante. Não se esqueça de também ser gentil. Nunca desista de se entenderem…” É isso que você queria transmitir.

Ela sussurrou as palavras novamente, como se refletisse sobre elas.

Balancei a cabeça silenciosamente.

— Quando você é pequeno, as palavras que os adultos dizem têm um jeito estranho de grudar em você, certo? Especialmente se vierem de um herói, essas palavras permanecerão em algum canto do seu coração, mesmo quando crescer. Como um bônus, quando dizemos essas coisas para as crianças, podemos contar com que seus responsáveis ​​também as ouçam.

Então abandonei a atitude alegre e brincalhona e adotei um tom mais sério.

— Agora estamos na calmaria, mas eventualmente todos os países terão que enfrentar o Domínio do Lorde Demônio. Essas palavras são algo que estou estabelecendo agora para evitar que se transforme em um problema extremo que não se resolverá até que um lado ou outro seja exterminado. Entre a habilidade de Tomoe e as informações que trocamos com o Império, aprendemos que não podemos agrupar todos no Domínio do Lorde Demônio. Se possível, antes que haja qualquer luta, gostaria de conversar com aqueles que parecem receptivos, como os kobolds que pouparam os lobos místicos.

— Certo…

— Sinto que, quando chegar a hora, o número de adultos que são fortes, gentis e dispostos a não desistir de entender o outro lado decidirá o destino deste país — falei. — Se a maioria deles puder apenas pensar em “exterminar os demônios”, estaremos indo direto para a guerra em grande escala. Quanto mais pessoas pensarem: “Deve haver demônios que podem nos entender”, mais dos outros caminhos seremos capazes de ver.

Quando eu falei isso, Liscia riu um pouco e depois me cutucou no ombro.

— Estou satisfeita com a explicação, mas… isso não é um pouco idealista para você?

— É um programa infantil, tá? Quero que as crianças tenham ideais. Você não? Quero dizer, quando as crianças são estranhamente realistas sobre as coisas, isso é simplesmente insuportável de ver.

— Suponho que você esteja certo…

— Além disso, é tarefa de um adulto olhar para a realidade para que as crianças possam continuar a falar sobre ideais.

Era o trabalho de um rei também. Enquanto procurava por um futuro melhor, tive que me preparar para a possibilidade de que um futuro sombrio também viesse. Para permanecer gentil, a força era uma necessidade absoluta. Eu precisava aumentar a força da nação, expandir nosso arsenal e preparar as coisas para que pudéssemos suportar uma guerra em grande escala, se fosse necessário. Para criar uma nação que fosse como uma grande árvore com suas raízes firmemente enterradas, uma que não tremesse mesmo quando a tempestade chegasse.

Enquanto pensava nisso, parecia que os exercícios haviam terminado. Ivan disse um “Muito bem!” e afagou a cabeça de uma criança próxima. A anfitriã, Juna, assumiu a partir daí.

— Vocês gostaram do programa que acabamos de trazer para vocês, Cantando Com A Irmãzona? Desta vez, estamos transmitindo de dentro do castelo, mas também estamos pensando em fazer transmissões ao vivo de teatros de todo o país no futuro. Quando o fizermos, estaremos procurando crianças para cantar e se exercitar conosco, então todos vocês, mamães e papais, tragam seus filhos para brincar conosco! Agora, até a próxima vez, agora, todos juntos…

Quando Juna deu o sinal, as crianças, Roroa, Ivan e o Pequeno Musashibo, que sutilmente voltou para o final, todos olharam para a câmera e acenaram.

— Tchau, tchau!

Com a voz de todos, a primeira transmissão educacional deste mundo chegou ao fim.

— Está tão quente… Quero morrer… — gemeu Pamille.

— Bom trabalho, Pamille — disse Juna a ela.

Pamille, que estivera dentro do Pequeno Musashibo, estava grogue de tanto calor. O traje kigurumi devia estar muito quente por dentro. Juna estava lá abanando-a.

Ao lado de Pamille estava Carla, segurando os joelhos e soluçando em posição fetal.

— Ter que ser transmitida com essa aparência… Estou tão envergonhada que poderia morrer.

Parecia que ter sido transmitida com aquela super roupa demasiadamente reveladora da Senhorita Dran a deixou em estado de choque.

Sim, eu meio que simpatizava… Serina poderia ser uma completa e total sádica.

— De quem foi a culpa? — disparou ela. — Sua, mestre?

— Você está se virando contra mim?! Essa fantasia foi decisão de Serina, viu?!

— Ahahaha… — Ela riu com uma voz estranha. — Bem, sabe, dizem que um superior é responsável pelas decisões que seus subordinados tomam, não éééééé?

Carla tinha um olhar como uma espécie de personagem yandere5Yandere: típica pessoa que começa demonstrando seu lado gentil e amoroso para seu par romântico, mas acabam se revelando como pessoas sociopatas capazes de violência por motivos de ciúme.. Eu estava preocupado em ser esmagado, ou triturado, ou esfaqueado, e esfaqueado de novo! (Eu estava com medo de até mesmo descrever o que estava imaginando.)

— Calma, Carla! — gritei. — Se você me matar, você também morrerá!

— Estou tão envergonhada que poderia simplesmente morrer… Vou levá-lo comigo…

Ah, merda, pensei. Esse olhar em seus olhos, ela está meio séria.

— Aisha, socorro! — gritei.

— Madame Carla! Estamos no castelo, no castelo! — gritou Aisha.

— Não me pare, Madame Aisha! — gritou Carla. — Se eu não o matar, não poderei morrer!

Enquanto Aisha a segurava presa, fiz uma retirada apressada.

Por que estavam recaindo sobre mim todas as críticas pelas tendências sádicas de Serina? Bem, era apenas Carla desabafando seu constrangimento desesperado como raiva, sem dúvidas.

Eu acho…

Agora, para ir direto ao ponto, Juntos Com a Irmãzona foi um sucesso.

Especialmente entre os adultos.

Sei que fiz isso tendo crianças como público-alvo, mas por algum motivo seus pais, responsáveis ​​e até mesmo adultos sem filhos foram ainda mais intensos sobre isso.

Para as mulheres, foi a adorabilidade do Pequeno Musashibo e o apelo ligeiramente impulsivo-mas-ainda-sensual de Ivan.

Para os homens, foi a frieza do primeiro herói tokusatsu que já viram, junto com a vilã sexy interpretada por Carla.

Bem, mesmo no Japão, às vezes havia mães que ficavam ainda mais viciadas em um programa do que seus filhos porque o assistiam pelos atores gostosos. Provavelmente foi algo assim.

Sendo esse o caso, no Reino da Friedônia, nos dias em que Juntos Com a Irmãzona estava passando, em vez de crianças implorando aos pais para irem assistir, era normal ver pais implorando aos filhos.

B-Bem, de qualquer forma, as crianças estavam vendo o programa, então estava tudo bem, mas recebi um olhar frio da Liscia quando ela descobriu a situação.

— “É o trabalho de um adulto olhar para a realidade”, ela diz.

— B-Bem, ei, o que há de errado em adultos tendo sonhos? — gaguejei.

Liscia olhou para mim em silêncio.

— Não, sério, como isso terminou assim…? — murmurei.

Senti como se o nível de bizarrice da Friedônia tivesse subido um pouco.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Sonny Nascimento

 

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