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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 04 – Cap. 07 – História Bônus: Começo de 1547, Calendário Continental

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— Pouco depois das 23:00, 32º dia, 12º mês, 1.546º ano, Calendário Continental — Quarto de Souma —

O projeto repentino que foi o “Primeiro Festival de Música de Fim de Ano de Friedonia-Kouhaku” teve, em parte por ter sido a primeira vez que foi realizado, poucos cantores e terminou às 19:00, apenas três horas depois de ter começado.

A limpeza estava terminada, e nós cinco, Liscia, Aisha, Juna, Roroa e eu, estávamos no meu quarto, relaxando no kotatsu. Ficamos acordados quase a noite toda na noite anterior ao projeto (embora tenhamos tirado alguns cochilos ao longo do dia), então, estavam todos tão cansados quanto era de se esperar.

Esse negócio de fim de ano tinha muito em comum com as vésperas de ano novo que vivi no meu antigo mundo.

Se eu tivesse apenas comido soba1Toshikoshi soba, “macarrão que cruza o ano”, é um prato de macarrão tradicional japonês comido em ōmisoka. Esse costume deixa de lado as adversidades do ano porque o macarrão de soba é facilmente cortado durante a refeição. de Ano Novo, teria sido perfeito… mas não tínhamos sido capazes de preparar o soba a tempo, então eu estava substituindo por yakissoba com molho. Yakissoba com molho de ano novo… Parecia de alguma forma estranho.

— Que issho? Mmph, tem um gosto muito bom — disse Aisha com um olhar vazio enquanto engolia um prato de yakissoba com molho. Ela havia passado os últimos dois dias inteiros mais ou menos fazendo nada além de trabalho pesado, mas por algum motivo ainda estava cheia de energia.

— Bem, você pensaria isso, não é, Aisha? — perguntei.

— Aisha, sabia que tem molho no seu rosto? — comentou Juna.

— Mmmph, muito obrigada, Madame Juna.

Juna estava limpando o rosto de Aisha com um guardanapo. Era bom ver as outras candidatas a rainha se dando tão bem, mas, de alguma forma, elas pareciam uma guarda e sua protegida.

Roroa, que estava assistindo, abriu a boca e falou para Liscia.

— Irmãzona Cia, comigo também!

— Por que eu deveria? — perguntou Liscia. — Você pode se limpar sozinha, não pode?

— Aww, que mal há nisso? Sua adorável irmãzinha está pedindo. ahh, eu só tive um irmão mais velho, então sempre quis uma irmã mais velha. Então, por favor, faça isso por mim, faça isso por mim!

— Nossa… eu também era filha única, então não sei como tratar uma irmã mais nova.

Mesmo ela tendo dito isso, Liscia limpou o rosto de Roroa. Apesar de todas as suas reclamações, Liscia era boa em cuidar dos outros. No entanto, era mais como uma mãe do que uma irmã mais velha.

— Faça isso até ver seu reflexo no meu rosto — disse Roroa.

— O seu rosto deveria ser um espelho ou algo assim?

 — Se for isso, Cia, a expressão que tenho agora é na verdade a sua!

 — Ei, não faça uma cara estranha quando diz isso! — Liscia acertou Roroa na cabeça. Elas estavam encenando uma perfeita comédia manzai.

Enquanto apreciava a atmosfera descontraída, tomei um gole de chá e soltei um suspiro profundo.

— Já faz um tempo que as coisas não pareciam tão relaxadas…

— Verdade — disse Liscia, respondendo ao pensamento que eu tinha deixado escapar sem querer. — Os dias e meses passaram muito rápido desde que você chegou. Tem sido um frenesi de atividades… Sinto que já chegamos tão longe durante esse tempo. Embora tenha sido um passeio bem selvagem. — Liscia olhou para longe.

Huh? E por acaso, isso seria minha culpa?

— V-Você acha? — falei. — Sinto que conseguimos recuperar o fôlego aqui e ali, sabe…

— Olha quem está falando — retrucou ela. — Por que você não tenta perguntar às outras como elas se sentem?

 Olhei para Aisha e Juna, e ambas descaradamente desviaram os olhares.

Certo, ela aparentemente estava certa…

Roroa estava acenando com a cabeça enquanto mantinha um olhar sábio.

— Sim, sim. Com certeza foi cansativo.

— Como é? — disparou Liscia em resposta. — Você só chegou na metade.

— Não, não, Irmãzona Cia. Esses dois ou três meses que estive ao lado do Querido foram mais agitados do que os mais de dez anos que passei vivendo na Amidônia. Tem sido agitado, sim, mas também muito gratificante.

— Ah, eu também me sinto assim — disse Juna. — Para mim, até meio ano atrás, eu era apenas uma lorelei em um café, o tipo de garota que você pode encontrar em qualquer lugar.

— Não, não, Juna — falei. — Não vá dizendo mentiras, por favor. Qual lorelei além de você é neta da Almirante da Marinha, bem como uma oficial comandante da marinha?

Quando eu apontei esse fato, Juna mostrou a língua provocativamente. Foi bem charmoso.

Ao nos ver assim, Liscia soltou um suspiro exasperado.

— Tudo o que estamos falando é sobre este ano, mas o ano que vem será igualmente movimentado, tenho certeza.

— Verdade — concordou Aisha. — Afinal, teremos a cerimônia de coroação de Sua Majestade no próximo ano.

De acordo com o que Aisha estava dizendo, no próximo outono faríamos minha coroação, que vinha sendo adiada. O fato de eu ter recebido um título real, mas ainda não ter sido coroado, era como ter a coroa, mas nunca tê-la colocado na cabeça. Era algo que provavelmente deveria ser feito o quanto antes, mas, bem, com os planos que estavam sendo feitos, era perfeitamente possível que isso fosse adiado de novo.

— Isso não é tudo — acrescentou Liscia, balançando a cabeça. — Esqueceu? Também temos nossa cerimônia de casamento, não temos? É ao mesmo tempo que a coroação.

Fiquei em silêncio.

Certo… Como fazer várias cerimônias importantes em sequência colocaria um fardo em nossas finanças, minha coroação seria realizada simultaneamente com meu casamento com Liscia e as outras garotas.

Além do mais, com a fusão dos dois eventos, a escala aumentou, e se adicionássemos que Roroa sempre amou um bom evento, íamos dar tudo de nós. Mas ainda estava tudo em fase de planejamento.

Ainda assim… Casamento, hein…, pensei.

— De alguma forma… isso ainda não parece real — murmurei.

— O que? — perguntou Liscia. — Na noite passada, foi você quem…

— Noite passada? Aconteceu alguma coisa? — Roroa se animou.

— N-Não aconteceu nada, está bem? — Liscia rapidamente se esquivou da pergunta.

Ela vinha tentando falar sobre a minha proposta, eu tinha certeza, mas tinha vergonha de falar sobre isso na frente de Roroa e das outras. Também foi um pouco embaraçoso para mim, então fiquei feliz em manter isso como nosso segredinho.

— Você… não quer se casar com a gente, Souma? — Liscia olhou diretamente nos meus olhos enquanto fazia a pergunta. A forma como ela disse isso, não parecia chateada, mas havia uma incerteza em seus olhos.

Isso não estava sendo justo…

— Claro que não é isso. Você sabe disso — falei. — É que no mundo de onde vim, um homem de vinte e poucos anos se casando era um absurdo. Nessa idade, muitos de nós ainda éramos estudantes.

— Sério? — disse Liscia. — Neste país, as garotas humanas são consideradas em idade de casar aos quinze anos, sabia? Bem, isso muda de raça para raça. Certo, Aisha?

— É verdade — disse Aisha. — Os elfos negros têm vida longa, então somos considerados em idade de casar por muito tempo. É só que, como temos uma vida longa, temos dificuldade em fazer filhos.

Ah… Bem, se as raças longevas fossem capazes de gerar bebês um atrás do outro, nós acabaríamos com um problema de superpopulação em pouco tempo, suponho. Havia uma tendência na Terra, de criaturas de vida mais longa também terem menos bebês, de forma que esse tipo de lei da natureza poderia ser inalterável.

— M-Mas, acho que devo ser capaz de ter pelo menos um durante sua vida, senhor! Vou trabalhar duro para isso! — disse Aisha, dilatando as narinas e cerrando os dois punhos com força.

— Não, não tenho certeza se preciso de uma declaração apaixonada sobre isso nesse momento… — murmurei.

— Tenha certeza de trabalhar duro para isso — sugeriu Liscia, com uma piscadela provocante. — Com todas nós, está bem?

— Urkh… E-Eu vou tentar.

Gong, gong.

De longe, pudemos ouvir o som de um sino. Se estávamos ouvindo isso, significava que agora era meia-noite e o ano novo havia chegado. Ouvindo o sino da capela anunciar o Ano Novo, me endireitei e inclinei a cabeça para as quatro.

— Liscia, Aisha, Juna, Roroa, Feliz Ano Novo.

— O que é isso, Souma? — perguntou Liscia. — Por que está sendo tão formal?

— Era o costume no mundo de onde eu vim. Vocês não fazem isso aqui?

— Não, não fazemos — disse Juna. — Aqui, o máximo que fazemos é brindar, dizendo “Ao novo ano!” Tenho certeza de que, no mercado, as pessoas estão se reunindo e fazendo uma baderna.

Segundo Juna, nessa época, havia uma fogueira gigante na praça. Eles montavam barracas ao redor dela, e os adultos bebiam, cantavam e se divertiam.

Como um evento de Ano Novo, hein? Isso poderia ser divertido à sua própria maneira.

— No próximo ano, talvez possamos deixar o Festival de Música de Fim de Ano de Kouhaku para outras pessoas e todos nós possamos ir participar das festividades — falei.

— Parece ótimo — concordou Roroa. — Se eu colocasse uma barraca de yakisoba, você acha que venderia?

— Nossa, Roroa, você é sempre tão rápida em pensar em dinheiro — disse Liscia. — Mas… isso também poderia ser bom.

Todas as outras pareciam estar entusiasmadas com a ideia, então, talvez eu a considerasse seriamente. Poderia ser difícil arranjar segurança, mas todos, exceto eu e Roroa, poderiam se defender em uma luta, então, senti que poderíamos resolver qualquer problema que acontecesse.

— Ano novo, hein… — murmurei para mim mesmo, apoiando os cotovelos no kotatsu e o rosto nas palmas das mãos. — Imagino que tipo de ano será…

— Um bom ano. Estou certa disso. — Quando olhei para cima, Liscia estava sorrindo suavemente para mim. — Não importa o que esteja esperando por nós, se todos aqui se unirem, podemos superar isso. Assim como você disse uma vez que protegeria sua família, aconteça o que acontecer, todos nós também queremos proteger esta família. — Ela fez uma pausa. — Quando eu digo “esta família”, isso inclui você, Souma.

Aisha, Juna e Roroa concordaram com a cabeça.

— Entendo… — falei. — Obrigado. Agora estou confiante nisso.

Este ano vai ser um bom ano.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Sonny Nascimento

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