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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 02 – Cap 01 – Um Sinal

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— No meio do 9º mês, 1.546º ano, Calendário Continental —

Em Elfrieden, onde as quatro estações eram especialmente distintas, mesmo em comparação com as outras nações continentais, o calor persistente do verão havia diminuído e agora era uma estação mais temperada. A época de abundantes colheitas, quando se esperava que a crise alimentar deste país fosse resolvida. Mesmo com a temporada pela frente, ainda havia um ar de desconforto pairando sobre o reino.

A fonte dessa inquietação residia na oposição entre o novo rei, Souma Kazuya, e os três duques.

Souma, que se dizia ter sido convocado de outro mundo como herói, teve seu potencial reconhecido pelo ex-rei, Albert Elfrieden, que então lhe cedeu o trono. Com o apoio da filha do ex-rei, Liscia, que ficou noiva de Souma, ele se mobilizou para enriquecer o estado e fortalecer os militares. Ele reuniu uma grande variedade de pessoas talentosas, resolveu a crise alimentar, montou uma rede de transporte e se envolveu na prevenção de desastres. Tudo pode ter sido um pouco esperado para alguém chamado de herói, mas seu reinado estável teve o apoio da população.

Os três duques, por outro lado, eram as três pessoas que controlavam as forças terrestres, aéreas e marítimas do reino.

General do Exército do Reino de Elfrieden, duque Georg Carmine, que era um homem-fera leão.

Almirante da Marinha do Reino de Elfrieden, Duquesa Excel Walter, que era uma serpente marinha.

General da Força Aérea do Reino de Elfrieden, Duque Castor Vargas.

Esses três protegiam o reino há muitos anos, mas ainda não eram leais ao novo rei, Souma, e haviam tomado suas forças e estavam se isolando em seus próprios territórios. Não estava claro quais eram as intenções de cada um, mas dos três duques, o General do Exército Carmine deu abrigo a nobres que estavam sendo investigados por Souma por corrupção, e ele estava assumindo uma postura claramente desafiadora.

O novo Rei Souma e o General do Exército Georg Carmine.

As pessoas acreditavam que era apenas uma questão de tempo até que os dois entrassem em conflito.

— Escute, Souma — disse Liscia. — Nas guerras deste mundo, é a coordenação entre as forças terrestres e aéreas que é importante.

Foi um dia em que, com as coisas ficando cada vez mais frias, dava para sentir que era outono. Neste dia, eu estava pedindo a Liscia que me ensinasse sobre as guerras deste mundo. Conforme o conflito inevitável com Georg, que estava abrigando nobres corruptos, e Amidônia, que estava manobrando pelas sombras, se aproximava, eu queria pelo menos ter uma noção de como seria o fluxo da batalha.

Claro, como um amador, eu não estaria comandando tropas. Quando a guerra começasse, provavelmente acabaria deixando o controle de minhas forças pessoais, o Exército Proibido, para o Capitão da Guarda Real, Ludwin. Mesmo assim, como rei e, portanto, aquele que tinha que decidir se devia ou não hostilizar, eu achava que deveria saber dessas coisas, e por isso pedi que Liscia me ensinasse.

Mesmo que fosse da realeza, ela se formou na Academia de Oficiais e tinha conhecimento suficiente em assuntos militares para que Ludwin até declarasse sobre ela: “Mesmo que não tenha experiência para liderar um grande exército, tem coragem e não teria problemas em liderar um exército menor.”

Honestamente, eu só queria um esboço de como seria uma escaramuça1Combate de menor importância. Breve luta durante investida militar ou entre pequenos grupos de soldados., então ela poderia ter mantido as coisas simples, mas Liscia era muito séria em relação a isso… Ela até preparou um quadro negro para desenhar diagramas enquanto explicava as coisas, transformando em uma palestra da escola de oficiais.

Liscia desenhou dois círculos no quadro, chamando de “Nosso Exército” e “Exército Inimigo”. Ela também escreveu as palavras “força terrestre” e “força aérea” em ambos os círculos.

Devo alertar sobre uma coisa. O que se entende por “força terrestre” ou “força aérea” aqui era diferente do que se esperaria na Terra. As guerras neste mundo ainda eram travadas por cavaleiros em armaduras, então se estivesse olhando apenas o estilo, era semelhante à Guerra dos Cem Anos. No entanto, neste mundo, havia magia e criaturas fantásticas como os wyverns.

Nas forças terrestres não havia apenas infantaria, cavalaria e arqueiros, havia também magos. E quanto à Força Aérea, não era composta de aviões de combate, mas sim por cavaleiros wyvern, que lutavam nas costas de grandes lagartos voadores. Por causa disso, o fluxo da batalha naturalmente acabava sendo diferente do da Terra.

— Não estou familiarizada com batalhas navais, então isso só vai cobrir as batalhas terrestres, beleza? — disse Liscia. — Primeiro, em uma batalha de campo, as forças aéreas e terrestres de ambos os campos começarão a lutar praticamente ao mesmo tempo.

Liscia primeiro puxou flechas das duas forças terrestres e as fez colidir uma com a outra.

— A batalha entre as forças terrestres é ortodoxa. Começa com fogo de longo alcance de arqueiros e magos e, logo depois, quando a formação inimiga se quebra, a infantaria avança e empurra. Cavaleiros e cavalaria procuram aberturas, atacando em pequenos números para interromper a formação do inimigo, ou concentrando-se em grandes números para atacar o inimigo, seguido pela infantaria, a fim de separar a unidade inimiga. Chamamos a primeira tática de “cortar” e a última de “quebrar”. Isso é provavelmente muito semelhante às batalhas em seu mundo, certo?

— Bem, nós não lançamos feitiços, mas fora isso, eu acho que é a mesma coisa… — falei.

De alguma forma, isso trouxe memórias de assistir as cenas de batalha na série dramática Taiga2Taiga drama (大河ドラマ Taiga dorama, literalmente Grande Corrente Dramática) é uma “novela” de época de longa duração do canal estatal japonês NHK. As histórias tratam de (história do Japão: samurais, shoguns, e demais características da cultura). Iniciando em 1963 em preto-e-branco Hana no Shōgai, estrelando o ator kabuki Onoe Shōroku e Takarazuka, a rede contratou produtores, diretores, escritores, e diretores de música, além de muitos atores de séries..

Tudo começou com uma troca de tiros usando o fuzil matchlock3Foi o primeiro mecanismo desenvolvido para o disparo de armas de fogo, que até então eram disparadas manualmente com a introdução de uma brasa ou pavio em um orifício na culatra da arma e arco e flecha. Então, quando os soldados de infantaria ashigaru receberam a ordem de atacar, eles avançaram através dos tiros, mesmo quando eram abatidos, para alcançar o inimigo. Como era difícil usar armas de longo alcance para lidar com os inimigos, uma vez que eles tinham permissão para se aproximar, os defensores enviariam sua própria unidade de soldados ashigaru, e a partir daí as duas unidades de ashigaru os atacariam. Como este mundo não desenvolveu armas de fogo, pode ser mais fácil pensar na magia como um substituto para os matchlocks.

Em seguida, Liscia cruzou flechas das duas forças aéreas, fazendo com que elas se chocassem uma com a outra.

— E, ao mesmo tempo em que as duas forças terrestres colidem, as forças aéreas também se chocam. Se eles podem tomar o espaço aéreo sobre o campo de batalha, a cavalaria wyvern pode voar em altitudes que as flechas não podem alcançar para lançar barris de pólvora (uma espécie de bomba).

— Isso é… brutal — falei

Era como… O medo e a dor que vinham de levar um soco, sem nenhuma maneira de contra-atacar.

— Nesse caso, a chave para a vitória ou derrota na batalha é mantida pela Força Aérea? — perguntei.

— Na verdade não — respondeu ela. — A batalha entre as forças aéreas quase nunca decide o resultado de uma batalha.

— Huh? Mas, agora mesmo, disse que se você pode ganhar o controle do ar, pode atacar sem que haja nenhuma maneira de revidarem…

— Sim, eu disse. É precisamente por isso que o objetivo principal da batalha aérea não é ganhar o controle do ar, mas evitar que o outro lado ganhe o controle.

Em seguida, Liscia escreveu “1.000” ao lado da força aérea de nosso exército e “500” ao lado do inimigo.

— Os cavaleiros Wyvern são apenas uma pequena fração de todo o exército. No Reino de Elfrieden, existem 1.000 cavaleiros, e no Principado da Amidônia, cerca de 500. Agora, ouvindo isso, você pode pensar em uma luta direta, nosso lado venceria, mas o inimigo sabe que estão em desvantagem numérica. Eles não vão tentar ir ativamente para a ofensiva: vão ficar apenas na defesa. Se tentarmos forçar o ataque, sofreremos perdas maiores. Leva muito tempo para treinar um único cavaleiro wyvern, então não queremos sofrer essas perdas.

— Ah, acho que agora tenho uma noção. Basicamente, em uma batalha de campo, a função da força aérea é proteger o ar até que a batalha entre as duas forças terrestres seja decidida, certo?

— Você entendeu. Bem, se nossa força aérea é consideravelmente mais poderosa do que a do outro país, há momentos em que as coisas podem ser decididas apenas pelo combate aéreo.

Liscia voltou-se para o mapa do continente no quadro-negro e apontou para o grande país na extremidade oeste, o Império Gran Caos. Em seguida, ela apontou para a Cordilheira do Dragão Estrela no centro e para o Reino dos Cavaleiros Dragão Nothung4Nothung, ou Gram, é o nome da espada que Siegfried usou, na mitologia nórdica, para matar um dragão. no norte.

— O Império Gran Caos tem unidades da força aérea que são organizadas não em torno de wyverns, mas outro tipo de montaria chamado grifo.

— Quando você diz Grifos… eles tem cabeça de águia e um corpo que é como um leão com asas, certo?

— Sim — disse ela. — Eles não podem voar por tanto tempo quanto os wyverns, mas podem fazer curvas fechadas no ar e sobrepujar os wyverns em uma luta. Além disso, o Império também tem um grande número de wyverns. Isso os torna perigosos.

Pelo que eu estava ouvindo, wyverns eram como bombardeiros, enquanto grifos eram como lutadores. Ambos tinham pontos fortes e fracos dependendo de como eram usados, mas quando se tratava de uma batalha, os lutadores, que podiam fazer curvas mais fechadas, seriam os mais fortes dos dois. Enquanto eu estava sentado lá satisfeito com minha própria explicação, Liscia continuou.

— Em seguida, a Cordilheira do Dragão Estrela e o Reino dos Cavaleiros do Dragão Nothung têm dragões.

— Agora que você mencionou… acho que ouvi falar deles quando encontramos os ossos do dragão na piscina de sedimentação — falei.

Os dragões tinham um grau de poder mágico incomparavelmente maior do que os wyverns, eles eram inteligentes, entendiam a língua humana e, aparentemente, podiam até assumir a forma humana. Embora não se enquadrassem na classificação de humanidade, tinham um pacto de não agressão mútua com a humanidade e construíram um país próprio na Cordilheira do Dragão Estrela. Em termos de aparência, enquanto os wyverns tinham asas no lugar das patas dianteiras, como os pterossauros, os dragões tinham asas, mas também patas dianteiras e traseiras, parecendo mais com a concepção ocidental de dragões na Terra.

— Ao norte da Montanha do Dragão Estrela, no Reino dos Cavaleiros do Dragão Nothung, tem cavaleiros dragão que formaram contratos com dragões da Cordilheira do Dragão Estrela — disse Liscia. — Um cavaleiro dragão possui um dragão como parceiro e, em troca de ajudá-los a produzir descendentes, o dragão lhes empresta sua força no campo de batalha. Basicamente, se casam com os dragões.

— Hmm… Posso pensar neles como uma versão atualizada da cavalaria wyvern? — perguntei.

— São semelhantes, mas os cavaleiros dragão são uma ordem de magnitude mais poderosa. Quando um dragão e seu cavaleiro se tornam marido e mulher, eles estão em perfeita sincronia um com o outro. Mesmo 1.000 soldados da força terrestre não seriam páreo para eles. Ouvi dizer que uma vez até conseguiram impedir uma invasão do Império quando ele estava no auge, mesmo com as unidades de grifos do Império.

— Bem… eles definitivamente têm a força aérea mais forte — falei.

Então eles vão para as batalhas como um casal fazendo uma corrida de três pernas… Não, no caso deles, acho que seria uma corrida de cinco pernas.

A propósito, dragonatos, como o General Castor Vargas da Força Aérea, eram uma raça nascida da união entre aqueles dragões e seus cavaleiros. Quando uma criança nasce de um dragão e um cavaleiro, pode ser um dragão, pode pertencer à raça do cavaleiro ou pode ser um dragonato. Não havia como prever qual seria. Era totalmente aleatório. Por outro lado, um dragão não pode nascer de um dragonato. E se um dragonato se casasse com alguém de outra raça, havia uma chance de 50-50 de um dragonato ser o resultado, então eram bastante numerosos.

— Espere, hein? Por que começamos a falar sobre isso de novo? — perguntei.

— Porque estávamos falando sobre como é difícil para a cavalaria wyvern ser o fator decisivo na batalha, lembra? — Liscia olhou para mim, chocada.

Ah, certo, certo, era isso.

Em seguida, Liscia fez um desenho de um castelo no quadro-negro.

— Essa é uma tendência que se torna especialmente aparente nas batalhas de castelos. À primeira vista, você pode pensar que a Força Aérea poderia voar sobre as muralhas do castelo, atacando diretamente o castelo e a cidade, mas na verdade é impossível.

— Por quê? — perguntei.

— Porque existem o que você poderia chamar de assassinos de força aérea, lançadores de flechas de repetição anti-aéreos, instalados nas paredes do castelo.

De acordo com Liscia, praticamente desde o momento em que os cavaleiros wyvern vieram a este mundo pela primeira vez, havia pesquisas sobre contramedidas contra eles. Isso porque, se pudessem voar sobre as muralhas como quisessem, seria uma ameaça à segurança do estado.

Para combater a cavalaria wyvern, o lançador de flechas de repetição anti-aérea foi inventado.

Dentro de uma grande caixa retangular, havia pequenos compartimentos, como um favo de mel, e em cada um deles havia uma flecha grossa em forma de estaca. As flechas tinham sua distância de vôo estendida pelos feitiços anexados, e também rastreavam qualquer coisa se movendo no ar. O lançador de flecha de repetição anti-aérea pode disparar dezenas dessas flechas simultaneamente.

Se qualquer cavaleiro wyvern fosse descuidado e chegasse muito perto da muralha, as flechas disparadas pelos lançadores de flechas de repetição anti-aéreas os atacariam como mísseis teleguiados.

— Por isso, para bombardear uma cidade, é necessário primeiro atacar as muralhas do castelo a partir do solo e destruir os lançadores de flechas — explicou Liscia. — Até chegar nesse ponto, o trabalho da força aérea é apenas proteger o ar acima da força terrestre.

— Entendi… as batalhas de castelo são como um impasse de três vias — falei.

As forças terrestres eram derrotadas pelas forças aéreas, as forças aéreas eram derrotadas por lançadores de flechas e os atiradores de flechas eram derrotados por forças terrestres. Por causa dessas forças e fraquezas inter-relacionadas que Liscia disse que a coordenação entre as forças aéreas e terrestres era importante. Basicamente…

— Deixando a Marinha de lado por enquanto, na situação atual, onde não temos uma força terrestre ou aérea, se o Principado da Amidônia invadisse, não teríamos como lidar com eles, hein?

Liscia ficou em silêncio.

Este reino tinha uma força de mais ou menos 100.000 tropas.

Para quebrar isso, o exército pessoal do rei, o Exército Proibido, tinha mais de 40.000.

40.000 no exército, liderado pelo Duque Georg Carmine.

10.000 na marinha, liderados pela Duquesa Excel Walter.

1.000 na força aérea, liderados pelo Duque Castor Vargas.

Primeiro, quando se tratava do exército pessoal do rei, o Exército Proibido, na realidade apenas cerca de 10.000 dessas tropas podia ser mobilizada. Publicamente, dizia-se que o Exército Proibido tinha mais de 40.000 homens, mas esses números incluíam mercenários despachados pelo estado mercenário, Zem, bem como as forças pessoais de nobres não vinculadas ao exército, marinha ou força aérea.

Destes, eu já havia rescindido nosso contrato com os mercenários zemenses. Isso foi em parte para economizar despesas e em parte por causa do conselho de Maquiavel contra mercenários confiantes. Além disso, embora as coisas pudessem ser diferentes em uma batalha contra a Amidônia, no conflito que se aproximava entre eu e os três duques, muitos entre a nobreza seriam aliados em tempos bons. Se realmente fosse à guerra contra os três duques, não seria capaz de contar com o uso de suas forças pessoais.

Como tal, o número de tropas que eu poderia mandar seria de apenas 10.000 ou mais, composto pela guarda real e as forças que eu controlava diretamente.

Meu exército controlado era quase todo composto de infantaria (800 membros da guarda real eram cavalaria pesada), mas como eu havia recentemente os colocado para trabalhar em projetos de infraestrutura, todos também tinham as habilidades necessárias para serem engenheiros de combate. Além disso, em minhas forças pessoais, havia também 500 magos da terra como Kaede.

Agora, quanto aos três duques, se eu fosse dar um resumo rápido, é assim que parecia:

Primeiro, havia 10.000 na Marinha. A maioria era a tripulação de navios de guerra, cruzadores, contratorpedeiros ou torpedeiros. Havia apenas cerca de 2.000 fuzileiros navais que poderiam desembarcar e lutar. Então, mesmo que tivéssemos que lutar contra eles, porque seria em terra, eles não eram uma grande ameaça.

No entanto, sua almirante, a duquesa Excel Walter, justificava a cautela.

Ela era uma mulher incrível, possuindo não apenas sabedoria e coragem, mas também habilidade política. Ouvi dizer que ela superou a crise alimentar que atingiu todo o reino usando seu próprio plano independente. Se eu fizesse dela uma inimiga, ela provavelmente surgiria com maneiras surpreendentes de tirar vantagem de minhas fraquezas, mesmo de fora do campo de batalha. Pessoalmente, dos três duques, ela era a que eu menos queria fazer de inimiga.

Em contraste, a Força Aérea tinha um líder que seria fácil de controlar e soldados que seriam perigosos de lutar.

Cada um de seus soldados geralmente vinha com um wyvern, e havia cerca de 1.000 desta cavalaria wyvern. Os cavaleiros Wyvern eram tão fortes quanto Liscia havia explicado antes. Com o Exército Proibido tendo apenas alguns wyverns usados para retransmitir mensagens, seria difícil lutar contra eles.

O General Castor Vargas da Força Aérea era um dragonato, e não era exagero dizer que era um guerreiro incomparável. Além disso, sendo um dragonato, mesmo sem um wyvern, poderia voar usando suas próprias asas. Ele tinha sangue quente, era impulsivo e não gostava de usar qualquer tipo de truque mesquinho. Embora suas ações fossem fáceis de ler, tinha a tendência de colocar suas crenças acima de seus próprios interesses, então se eu tentasse persuadi-lo com base no que era a seu favor… era o menos provável de ir contra.

Finalmente, ficamos com os 40.000 nas forças terrestres, mas tanto o general quanto suas tropas seriam problemáticos.

Embora o simples número de soldados que eles tinham já fosse impressionante, seu equipamento e qualidade em geral eram como uma versão atualizada do que eu vi no Exército Proibido e em minhas forças controladas diretamente. Além da infantaria e da cavalaria, havia também uma unidade de arma de cerco, e o poder de fogo fornecido por seus magos de fogo estaria em outro nível. Era realmente um exército construído para desempenhar o papel principal em uma guerra.

O homem que liderava esse corpo de exército, o General Georg Carmine, era um comandante feroz e veterano em muitas batalhas.

Embora sua habilidade marcial não fosse menor que a de Castor, ele não confiava apenas nisso. Era o raro guerreiro capaz de tomar decisões sensatas baseadas em experiências anteriores. Honestamente, eu não queria fazer dele um inimigo mais do que a Duquesa Walter, mas… Não parecia que ele tinha qualquer intenção de recuar. Ele havia abrigado os nobres que eu estava investigando por corrupção e estava claramente se posicionando para um confronto.

Pelo que me foi dito pelo pai de Hal, Glaive Magna, havia muitos nobres e cavaleiros na facção do exército que deixaram o Duque Carmine por causa de dúvidas sobre a posição que ele estava tomando, mas suas forças foram reforçadas pelos soldados pessoais dos nobres corruptos que estava abrigando tão bem quanto os mercenários Zemeses que havia contratado, então não houve mudança real nos números.

40.000 no exército vs 10.000 no Exército Proibido.

Se combatido, o inimigo teria quatro vezes o nosso número.

— Quatro vezes o nosso número… Esses são os números em que Sun Tzu diria para fugir ou evitar a batalha — falei.

— Sun Tzu? — perguntou Liscia.

— Um estrategista militar do meu antigo mundo.

O nome Sun Tzu se refere a Sun Wu (ele escreveu A Arte da Guerra), que serviu ao rei de Wu durante o período de primavera e outono da história chinesa, ou a seu descendente, Sun Pin (ele escreveu A Arte da Guerra de Sun Pin), que serviu ao rei Wei de Qi durante o período dos Reinos Combatentes. Ambos foram excelentes estrategistas, e A Arte da Guerra e A Arte da Guerra de Sun Pin são ambos excelentes livros sobre estratégia militar.

Quando expliquei isso a ela, Liscia olhou para mim com um ar de dúvida.

— Souma, você era um estudante, não é? Você lia livros sobre estratégia militar?

— Sim, porque eu gostava de história — falei. — Era interessante.

Eu gostava especialmente de ler Registros do Historiador, Romance dos Três Reinos e livros sobre o Período dos Reinos Combatentes no Japão. Como um desdobramento disso, eu tinha lido A Arte da Guerra e A Arte da Guerra de Sun Pin porque ambos Sun Tzus aparecem como personagens em Registros do Historiador.

Se os ler, eles são realmente muito interessantes. Como Maquiavel, viveram em tempos turbulentos e em seu trabalho aceitaram que “os humanos são assim” e discutiram a melhor forma de lidar com as guerras sem fim.

Ambos ficaram famosos durante a guerra, mas isso não quer dizer que fossem homens belicosos. Ambos falavam contra o recurso fácil à guerra. Sun Wu disse: “Romper a resistência do inimigo sem lutar é o melhor” (no “Ataque Estratégico” de Sun Wu) e ao dar conselho ao Rei Wei, Sun Pin disse: “A guerra não é um lugar para alegria” (em “Encontrando Rei Wei” de Sun Pin).

No entanto, em um mundo caótico, essas banalidades nem sempre seriam suficientes. Se não defendesse, não atacasse, o resultado seria a morte de pessoas.

Ambos Sun Tzus entenderam isso. Sun Pin disse: “Até os grandes governantes das lendas queriam governar pela moral, mas não podiam fazer isso. Por isso tiveram que subjugar reis maus por meio da guerra.”

É importante separar os ideais da realidade e fazer as coisas que, realisticamente, você deve fazer.

— Mesmo se eu não quiser fazer isso, tenho que fazer — falei. — Porque agora eu sou o rei.

— Huh?! Souma…! — Liscia começou a dizer.

Alguém bateu à porta.

— Entre — gritei, e minha cunhada adotiva, Tomoe, colocou a cabeça para fora da sombra da porta.

— Irmãozão Souma, Hakuya está chamando por você — disse ela.

Parecia que Tomoe havia sido enviada por meu primeiro-ministro, Hakuya, para vir me chamar.

— Hakuya é? — perguntei. — Entendi. Pois bem, Liscia, por favor, me explique o resto da próxima vez.

Depois de fazer esse pedido a Liscia, saí da sala para ir ver Hakuya.

— Hmm… aconteceu alguma coisa, Irmãzona? — perguntou Tomoe.

Enquanto eu olhava vagamente para a porta que Souma havia deixado, minha irmã adotiva falou, parecendo preocupada.

Isso não é bom, pensei. Eu não posso ficar preocupando uma garotinha…

— É que… uma coisa me incomodou… — falei.

— Algo te incomodou? — Tomoe inclinou a cabeça para o lado interrogativamente. Ela parecia adorável do jeito que o fez, o que ajudou a me acalmar um pouco.

— Souma disse “Porque agora eu sou o rei”…

— Irmaozão Souma é o rei deste país, sabe né? — disse ela.

— Bem, sim, mas…

Mas… não pensei que o Souma que eu conhecia até então diria aquelas palavras.

Até recentemente, ele dizia coisas como “Estou apenas segurando a coroa temporariamente” ou “Assim que terminar de reconstruir este reino, vou devolvê-lo a você, Liscia”. Como eu pensava, participar do esforço de socorro na Floresta Protegida por Deus pode ter causado uma mudança no coração de Souma. Claro, eu queria que Souma fosse o rei, e se ele tivesse percebido sua posição, deveria ter sido uma coisa boa, mas…

Mas, eu não sei… Por alguma razão, há uma inquietação em meu coração.

Eu não conseguia colocar isso muito bem em palavras. Houve uma espécie de premonição rastejando em meu peito. Parecia que Souma estava lentamente se transformando em alguém que ele não era.

— Irmãzona? O Irmaozão Souma é estranho? — Tomoe estava me olhando mais uma vez preocupada.

Parecia que eu estava com uma expressão estranha no rosto. Afaguei a cabeça de Tomoe.

— Vai ficar tudo bem. Souma não está sozinho. Afinal, ele tem todos nós com ele.

— Sim, ele tem! — O rabinho de loba de Tomoe abanava energicamente.

Sim, isso mesmo… Não importa o que o futuro reserva…

Vou caminhar ao seu lado até o fim, Souma…

 


 

Tradução: Rlc

 

Revisão: PcWolf

 


 

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