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Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 6 – Cap. 06 – A Pequena Bruxa Elaina

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A história até agora.

Meu nome é Elaina. Sou a Bruxa Cinzenta. Quando era apenas adolescente, ganhei o título de bruxa: o posto de maior prestígio entre os usuários de magia. Então parti em uma jornada para encantar o mundo inteiro.

Mas as dificuldades são uma parte inevitável da jornada. Uma coisa ou outra aconteceu e antes que eu percebesse, meu corpo encolheu e minha mente regrediu para cerca de dez anos!

— Waah… não tem como continuar minha jornada assim…

Aparentemente, minhas habilidades mágicas também regrediram; meu corpo imaturo não conseguia acompanhar os níveis de magia que eu costumava comandar. Ainda podia lançar feitiços, mas não muito bem. Meu título de bruxa não me cairia muito bem agora.

Por outro lado, eu tinha ficado cerca de trinta por cento mais bonita, então também senti que tudo de alguma forma iria dar certo.

Como eu ainda poderia usar um pouco de magia, apenas ajustei as roupas que estava usando para o tamanho infantil. Suponho que devo ter sido uma menina de dez anos muito talentosa, afinal. Bom para mim.

— …

Bem, eu não chamaria nada disso de “bom”…

Ainda aceitando esse desenvolvimento absolutamente surpreendente, examinei meus arredores.

Eu estava em um quarto de hotel. Meus pertences pessoais estavam empilhados em um canto. Pela janela, pude ver uma cidade parada sob um manto de neve. Felizmente, embora meu corpo tenha regredido, minhas memórias do que aconteceu até o dia anterior estavam claras em minha mente.

Então, o que diabos aconteceu?

Deixe-me explicar tudo.

 

 

Cheguei a essa cidade em um dia de inverno. Os beirais dos edifícios de tijolo vermelho escuro foram pintados de branco imaculado. A neve tinha caído recentemente, mas agora não haviam nuvens no céu brilhante. No entanto, apesar do tempo claro, muito pouco do calor do sol parecia alcançar a avenida bem alinhada por onde estava caminhando.

Estava usando meu manto preto e chapéu triangular, um lenço enrolado em meu pescoço e meias grossas, mas o frio implacável encontrou seu caminho por cada abertura e roçou meu corpo com seu vento gelado.

— Tão frio…

Mesmo com as mãos enfiadas nos bolsos, lá estava eu, olhando para o chão, tentando me proteger do frio. Se eu não tivesse travado a mandíbula para manter meus dentes juntos, eles teriam começado a bater. Vou acrescentar que estava tremendo como um cervo recém-nascido.

As pessoas desta cidade pareciam estar acostumadas com esse tipo de frio. Homens e mulheres vestidos com muito mais leveza do que eu dirigiam barracas na beira da estrada ou apreciavam suas compras enquanto caminhavam calmamente pela rua, sem se intimidar com o tempo gelado.

— Com licença. Você aí, mocinha. Há algo que você gostaria de mudar em si mesma, não é?

Aparentemente, algumas pessoas se sentiam tão confortáveis ​​que decidiram que deveriam exercer seu comércio ali mesmo, na rua. A voz que me chamou de repente veio de uma garota que estava sentada em uma caixa de madeira na esquina.

Ela estava usando um chapéu redondo e chato que parecia macio e fofo, e pendurado na parte inferior do chapéu havia lindas ondas de cabelo dourado. Sua roupa era linda. Ela estava vestida com um manto preto desenhado como um elegante vestido gótico. Por cima de suas roupas lindas, sua voz era elegante e refinada, então era abundantemente claro que era filha de uma família respeitável.

Mas…

— Eu que devia te chamar de mocinha…

Ela parecia ter provavelmente apenas cerca de dez anos de idade.

— Hmph! Vou pedir para você não me desprezar! Um dia vou me tornar uma grande bruxa… para sua informação, sou uma novata extremamente promissora! E não vou deixar esta pequena cidade miserável me segurar! Agora, você vai me mostrar um pouco de respeito! — insistiu ela sem fôlego.

E aqui estou eu, esperando que pudesse me hospedar em um hotel e ter uma noite de sono logo. Por que sou um ímã para esses esquisitos?

— Tá, tá, o que você quis dizer quando perguntou se havia algo que eu gostaria de poder mudar? Não me sinto particularmente infeliz com nada na minha vida. — Tentei levar a conversa adiante. — Além disso, já vou dizendo, não estou aceitando solicitações religiosas.

— Não se preocupe! Não sou evangelista! Na verdade, desenvolvi recentemente um novo e incrível medicamento. Que é… isso! Ta-da! — A garota fez um efeito sonoro misterioso com a boca enquanto puxava algo para cima e para fora da caixa em que estava sentada. Era um frasco com um líquido transparente dentro. — Vamos ver… experimente este medicamento. Se você beber, seu corpo irá, tipo, bam! E vai ser tudo: uau! Incrível, certo?!

Suas descrições eram terrivelmente vagas, não me diziam nada.

— De qualquer forma, se você beber isso, terá um efeito maravilhooooso!

— Um efeito maravilhoooooso, você diz?

Não tenho ideia do que isso significa.

— Recomendo especialmente para pessoas como você.

— Olha aqui, o que você quer dizer com “pessoas como eu”?

Quando perguntei, a menina deu um sorriso enorme e, depois de colocar as mãos no próprio peito, falou cheia de confiança:

— Seus seios vão ficar grandões!

O próprio peito da garota era como um penhasco íngreme.

— Isso é mentira, não é?

— Não é mentira! Estou falando sério sobre isso. Se você beber, eles realmente ficarão maiores! — Ela agitou os braços freneticamente. — Acrediiiitee em miiim!!!

O líquido no frasco começou a borbulhar. Nesse ponto, qualquer desejo de beber o conteúdo já havia desaparecido completamente.

— De jeito nenhum. Definitivamente não vou beber isso. É definitivamente uma droga experimental, não é?

— Você está errada! É uma descoberta notável que levei meio ano para desenvolver!

— Uma droga extremamente suspeita, você disse? Certo, bem, adeus. — Depois de cimentar ainda mais minha decisão de não beber o líquido estranho sob nenhuma circunstância, me virei e fui embora.

— Espere, sua idiooota! — A garota correu atrás de mim, gritando algumas palavras que não entendi muito bem. — Você definitivamente não vai se arrepender de beber! Você deve beber! Beba… aah!

Foi quando ouvi um som terrível de esmagamento, junto com o grito da garota.

Entendi o que aconteceu atrás de mim antes mesmo de me virar…

Ugh… Minha criação… está…

O solo nevado estava ficando encharcado com o conteúdo do frasco quebrado. Uma pequena poça estava se formando na estrada.

A descoberta notável da garota teve seu fim prematuro em um instante. Ela estava sentada desanimada no chão, chorando.

— Hm… você está bem? — Toquei a garota no ombro.

Ela deixou escapar um soluço:

— Hic… eu trabalhei tanto para fazer isso…

— Ah… lamento por isso.

— Passei por tantas dificuldades… — Ela cobriu elegantemente os olhos com as duas mãos, mas eu podia imaginar que, por baixo daquelas mãos, provavelmente lágrimas estavam sendo derramadas.

— Hm, e os reservas…? — perguntei, e a garota balançou a cabeça lentamente.

Por que você não fez nenhum extra?

— Não há nenhum reserva, mas… tenho alguns outros medicamentos… — Completamente desanimada, a garota se levantou e caminhou com passos cambaleantes até a caixa. Ela abriu a tampa. — Ah, mas todos eles são fracassos. São apenas lixo… mesmo se você bebesse qualquer um desses, não teriam qualquer efeito… me pergunto se eu deveria parar com esse negócio de beira de estrada…

— …

Era como se a garota confiante que eu tinha visto momentos atrás tivesse se despedaçado junto com seu remédio especial. Agora ela parecia totalmente miserável, chorando enquanto puxava frasco após frasco inútil de sua caixa.

Honestamente, eu não suportava assistir. Se alguém perguntasse, não acho que poderia dizer que foi minha culpa, mas era um fato inevitável que me encontrar foi o começo para ela perder sua preciosa descoberta, ou seja lá o que fosse.

— Qual é o medicamento mais normal que você tem em um desses frascos?

Por fim, decidi tomar uma de suas poções.

— Este aqui — disse ela, enquanto estendia um pequeno frasco para mim.

— O que isso faz?

— Faz você se sentir como se tivesse ficado mais alta.

— …

— Você vai aceitar? Custa uma moeda de prata.

— Tudo bem, só um pouco.

Sentindo-me como se tivesse que beber a poção, peguei o frasco dela. Então abri a tampa e coloquei apenas uma pequena quantidade em minha boca.

— E aí…?

— De alguma forma, sinto como se tivesse crescido um pouco…

— …

— …

Foi difícil descrever meus sentimentos quando finalmente entreguei a ela uma peça de ouro para o remédio (dei a ela um extra como um pedido de desculpas) e deixei a garota para trás.

 

 

Depois desse encontro, caminhei pela cidade por um tempo e depois me dirigi ao escritório principal do governo.

— Oh, você é a Bruxa Cinzenta? Estive esperando por você. — Um funcionário do governo me recebeu cordialmente. — Venha, por aqui, por favor…

Na sala de recepção que me mostraram, havia dois sofás, um de frente para o outro, e o calor que irradiava da lareira crepitante no canto da sala envolvia meu corpo gelado em um calor agradável. Depois de tirar o casaco, sentei-me no sofá.

O oficial falou enquanto se sentava à minha frente:

— Acredito que você já tenha ouvido a história da filial da Associação Unida de Magia, mas… estamos solicitando sua ajuda para lidar com uma certa maga que vive nesta cidade.

Como bruxa e viajante, frequentemente aceito missões. Desta vez, quando estava me preparando para partir para meu próximo destino, recebi um pedido da Associação Unida de Magia que dizia: Uma maga na próxima cidade está se comportando mal e agindo de forma bastante violenta. Queremos que você faça algo a respeito.

Eu nem mesmo pertenço à Associação Unida de Magia, mas, infelizmente, não havia membros magos nas proximidades. E ainda por cima, a situação era urgente, então aconteceu que a organização me chamou pessoalmente.

Eu estava basicamente sem dinheiro, então a recompensa substancial foi o suficiente para que aceitasse o trabalho.

Essa foi a razão pela qual visitei esta cidade.

— Oh, nós realmente estamos com um problemão aqui, sabe. Essa maga é um incômodo! Ela está totalmente fora de controle! Nós simplesmente não sabemos o que fazer com ela…

Em seguida, o funcionário me deu um resumo simples da situação.

A noviça Priscilla era jovem, tinha apenas cerca de dez anos, mas possuía um talento excepcional. Como maga, era o equivalente a um suposto gênio.

No entanto, nunca havia canalizado esse talento em uma direção apropriada.

As poções que fazia sempre possuíam algumas qualidades peculiares, por exemplo.

Em um caso, houve uma poção estranha que fez de repente brotar orelhas de gato em quem a bebeu. Em outra ocasião, uma poção curiosa por algum motivo fez a vítima perder o afeto por todos, exceto pelas meninas de dez anos. Houve também uma poção terrível que transformou a vítima em um porco. Eloquente e hábil na arte de enganar, dizia-se que ela enganava cidadãos inocentes para que bebessem suas estranhas misturas à beira da estrada e roubava o dinheiro deles.

No entanto, como as vítimas costumavam ser objeto de transformações estranhas e não naturais, às vezes era difícil relatar seus infortúnios às autoridades e, mesmo quando tentavam denunciá-la, era difícil saber o que fazer com suas reclamações. Até uma recente explosão de casos, a maioria deles tinha passado despercebido pelo radar.

Entendo, então ela engana suas vítimas e ainda por cima as silencia, enquanto continua a enganar as pessoas. Bastante calculista…

Mas, espera, ele disse uma maga de dez anos?

Uma garota vendendo remédios na beira da estrada?

— Então, como é essa garota, Priscilla?

Em resposta, o funcionário disse:

— Vamos ver… eu acredito… — Então olhou para o espaço como se estivesse tentando se lembrar, antes de me responder. — Ela é uma menina loira, que usa um robe que parece um vestido gótico e um chapéu fofo. Ah, e sua maneira de falar é estranhamente madura.

— Ah, é mesmo…?

Já vi alguém com essa aparência em algum lugar, não vi…?

Poderia até dizer que sinto que vi alguém com essa descrição há menos de uma hora…

— Algo de errado? Srta. Bruxa Cinzenta, você não parece bem…

— Não é nada…

O funcionário público estava com uma expressão intrigada, mas continuou:

— De qualquer forma, Priscilla continua a fazer suas poções questionáveis ​​e está causando problemas para os cidadãos. Se não lidarmos com ela rapidamente, o custo dos danos só vai disparar.

— …

Fiquei em silêncio. Depois de inclinar a cabeça educadamente para mim, o oficial pediu:

— Gostaria de confiar a você que orquestrasse rapidamente a captura de Priscilla. Não podemos permitir o sofrimento contínuo das pessoas inocentes.

Acho que há uma chance de eu ter consumido uma daquelas poções estranhas.

A garota que conheci certamente parece ser bem semelhante à descrição da aparência de Priscilla, e ela estava atuando…

Embora parecesse uma criança bastante desajeitada…

Existe a possibilidade de que seja uma coincidência; uma semelhança passageira entre dois estranhos.

— Ah, certo, certo — continuou o oficial —, a propósito, Priscilla propositalmente finge ser uma criança desajeitada, lamentável e burra a fim de deixar os adultos de guarda baixa, então habilmente cria situações para induzi-los a beber suas poções. Por favor, seja cuidadosa.

— …

— Além disso, quando ela diz às pessoas que uma de suas poções é um fracasso, geralmente tem alguns efeitos colaterais estranhos, então você precisa ter cuidado com isso também.

— …

Ah.

Sério?

— Srta. Bruxa Cinzenta, por favor, aceitaria este trabalho?

O funcionário público curvou-se para mim mais uma vez.

Não era uma questão de aceitar ou não aceitar.

— Claro. Deixe comigo. Vou resolver isso para você de uma vez.

Estava claro que, se eu não aceitasse o trabalho, isso significaria todo tipo de coisas horríveis para mim.

— Oh! Que palavras promissoras para ouvir!

Do ponto de vista do oficial, acho que eu provavelmente parecia uma bruxa incrível, cheia de desejo de ver a justiça sendo feita.

Mas, na verdade, sou apenas uma bruxa idiota, desajeitada e lamentável que está em pânico porque bebeu descuidadamente uma poção suspeita.

Oh ho ho ho…

Não tenho motivo para rir, tenho…?

 

 

Eventualmente, depois que terminei a conversa com o oficial, corri de volta ao lugar onde havia encontrado (a garota que eu suspeitava ser) Priscila. Mas ela já havia desaparecido, como se visse através dos meus movimentos, e tudo o que restou foi um arranhão onde a caixa estava.

Não havia ninguém lá e depois disso fiquei vagando ansiosamente pela cidade, tentando seguir os rastros da garota. Mas se fosse possível encontrá-la com tão pouco esforço, as pessoas desta cidade não teriam tantos problemas, não é? Não a encontrei de jeito nenhum. Não mesmo.

Procurei até o pôr do sol, ficando cada vez mais desesperada, mas não consegui encontrar nenhuma pista de para onde ela havia fugido.

Todas as minhas buscas foram em vão.

No entanto, no final das contas, mesmo depois de caminhar pela cidade, nenhum efeito da droga que eu havia engolido havia se materializado.

Será que aquele que ela me fez beber era só um fracasso normal?

Não estou tendo nenhum efeito colateral estranho… Na verdade, será que a garota que encontrei era apenas uma pessoa diferente que por acaso se parecia com Priscilla o tempo todo?

Na verdade, continuei meio convencida de minhas dúvidas sobre a identidade da garota que encontrara naquela tarde até adormecer no meu quarto de hotel.

Então, quando acordei na manhã seguinte, havia me transformado em uma criança.

— Era ela mesma, não era?!

Ah, droga!

Com este e outros sentimentos infantis apropriados à idade, entreguei meu eu (de dez anos) à frustração e voltei para a cama.

— Isso significa que o efeito colateral da droga que faz você se sentir mais alto é o de encolher? Mas que coisa?!

O efeito colateral não supera completamente o efeito da droga principal? Recomendo fortemente revisar o nome e chamar de poção de encolhimento. Embora eu nunca engoliria algo com esse nome, exceto sob pena de morte.

Mas não havia como exagerar o quão lamentável era que eu tivesse sido enganada tão facilmente.

Além disso, mesmo nessa situação desesperadora, tive mais um problema muito sério.

Eu não tinha dinheiro.

— Poderei ficar neste hotel por apenas mais três dias?

Quando comparei a quantia de dinheiro que sobrou na minha carteira e as taxas do hotel e fiz os cálculos em minha cabecinha, levando em conta os custos da comida e outras despesas, meus fundos restantes durariam três dias. Depois disso, seria jogada para fora sob um céu frio, ainda presa no corpo de uma criança. Eu estaria arruinada.

Parece que estou sempre enfrentando uma escassez de dinheiro como esta, mas como uma viajante, entre custos de comida e dinheiro para pagar pedágios e roupas para climas diferentes e bens de consumo do dia a dia, não importa quanto dinheiro eu tenha, nunca é o suficiente. Não importa que tipo de golpe execute para obter um lucro enorme, o dinheiro desaparece tão rapidamente quanto neve derretida. É assim que as coisas são. Passei a sentir que a vida é uma luta sem fim.

Haah…

Depois de deixar escapar um longo suspiro, olhei da minha cama para o teto. Por enquanto, adiaria minha busca por Priscilla. Teria que começar com uma maneira de ganhar dinheiro…

 

 

Sob um céu frio de inverno, vestida com um vestido vermelho barato e um capuz da mesma cor, estava uma menina solitária.

— Fósforos… Ninguém precisa de fósforos…?

Era uma garotinha vendedora de fósforos.

Ela estendia os fósforos que tirou de sua cesta para as pessoas que caminhavam pela rua verem e perguntava com uma voz frágil:

— Você não precisa de fósforos…?

Mas o coração das pessoas estava tão frio quanto o inverno, e elas observavam os esforços da menina com olhos frios. Não havia nenhum sinal de que o número de fósforos em sua cesta diminuiria.

— Fósforos… Ninguém precisa… aah!

A garota continuava oferecendo seus fósforos quando deu de cara com um homem que passava na direção oposta e caiu na neve. Lágrimas brotaram dos olhos da garota enquanto ela pegava cuidadosamente os fósforos que haviam caído no chão, um por um.

— Heh. É sua própria culpa por vender tolices como fósforos em um lugar como este — disparou o homem que esbarrou na garota. — Bem, acho que vou pegar um.

Então o homem pegou uma caixa de fósforos da cesta nas mãos da garota. Que pessoa arrogante ele era.

— Uh, hm… eles estão à venda…

— Huh? Você vai tentar tirar meu dinheiro depois de esbarrar em mim? Me dê um de graça!

— M-Mas…

Mas a resistência da garota foi inútil e o homem agarrou uma caixa inteira de fósforos e saiu correndo.

Que menina lamentável ela era.

A propósito, aquela garotinha lamentável, quem diabos ela poderia ser?

Isso mesmo, era eu.

— Fósforos… Ninguém precisa de fósforos…?

Agindo como uma garotinha lamentável, eu estava tentando exatamente a mesma técnica para ganhar dinheiro que uma certa maga de dez anos em algum lugar havia usado. Era um negócio totalmente horrível.

— Ah… hm… fósforos… — continuei estendendo fósforos para os transeuntes. E continuei sendo ignorada.

Ainda não tinha vendido nenhum deles. Eu tinha uma quantidade embaraçosa de meu estoque de fósforos restando, que tinha estocado em um armazém geral próximo.

Se eu pudesse vender tudo isso, poderia acumular uma fortuna esplêndida, mas…

— Hmm… Fósforos, hein? Não tenho muito interesse em fósforos, mas você está com pouco dinheiro?

Em um desenvolvimento raro, um homem se aproximou de mim, parecendo curioso. Um momento como este poderia ser minha chance, então tentei agir o mais doce possível.

— É isso mesmo… eu… não tenho onde morar… Se eu não vender todos os meus fósforos, ficarei sem-teto… — respondi, agindo de forma estranha e envergonhada.

Lembrei-me de lançar um olhar melancólico de vez em quando. Jovens saudáveis ​​que desejam proteger garotinhas fracas (como eu, por exemplo) são alvos fáceis.

A partir daí, as coisas aconteceram como sempre.

— Huh… é mesmo…? Tempos difíceis… Se você quiser, que tal eu comprar um desses fósforos?

— S-Sério?! Muito obrigada! Isso me deixa muito feliz!

— Enfim, quanto custa?

— Uma peça de ouro cada.

— Tudo bem, tudo be… Huh?! Uma peça de ouro…? Isso é para uma caixa de fósforos, certo?

— Uma peça de ouro cada.

— Não está um pouco caro?

— Acredito que não.

— O quê, há algo errado com você?

— Acredito que não.

— …

O jovem tinha um rosto abertamente enojado. Estava sendo cobrado um preço absurdo por uma caixa de fósforos e isso enfraqueceu totalmente seu entusiasmo por fazer a compra. Enquanto eu observava, ele até começou a colocar a carteira, que estava prestes a puxar, de volta ao bolso.

 

 

 

 Contudo.

— E-Ei! Senhorita!

Aconteceu no momento certo. O cara arrogante que roubou fósforos de mim voltou.

Ele parecia bastante confuso e estava segurando uma caixa de fósforos no alto para eu ver.

— E-Estes! Quanto custam? Por favor, deixe-me comprar!

— Uma peça de ouro cada.

— Excelente! Vou levar dez!

O velho generoso tirou dez moedas de ouro na hora e deu para mim. Em troca, coloquei uma caixa com dez fósforos em sua mão.

— Obrigado novamente pelo negócio.

Depois de se curvar para mim, ele saiu correndo, murmurando para si mesmo:

— He he he… esses fósforos são incríveis…! Revolucionários…

Eu estava andando por aí vendendo fósforos, mas nunca disse uma única palavra sobre eles serem fósforos comuns.

Afinal, não tenho como vender fósforos simples por uma moeda de ouro cada, certo?

— Esses fósforos… Eles têm algum tipo de truque especial neles ou algo assim?

O jovem olhou para mim, com a carteira na mão.

Então, sorri amplamente e respondi a ele com uma pergunta.

— Que tal comprar um e descobrir por si mesmo?

 

 

A noviça Priscila estava trabalhando diligentemente em seu duvidoso comércio na cidade, assim como no dia anterior.

— Você aí, há algo que você queira mudar sobre você?

É assim que ela chamava os transeuntes, antes de vender-lhes remédios de efeitos surpreendentes – com isso quero dizer remédios questionáveis ​​coroados com nomes promissores.

— Esse remédio aqui é incrível! Inegavelmente, pode curar a obesidade! Que tal isso? Quer comprar agora?

Priscilla ergueu um frasco para mostrar a um homem gordinho que havia parado na frente dela.

Ela jogava poções diante dos olhos das pessoas para provocar seus complexos e aspirações, e a maioria das pessoas estendia a mão para tomá-las. Ela podia fazer mulheres com peitos pequenos beberem uma poção, dizendo que isso faria seus peitos maiores. Ela poderia fazer com que pessoas baixas bebessem uma poção, dizendo que as tornaria mais altas. Sussurrarava para pessoas pobres até mesmo sobre uma poção que as tornaria ricas.

Com tais tentações, foi capaz de parar as pessoas em seu caminho. Entre os clientes que pararam, cerca de metade comprou uma poção na hora, bebeu e seguiu seu caminho.

A metade restante hesitou ou ficou desconfiada o suficiente para se virar para ir embora, mas… quando o faziam, assim como no dia anterior, Priscilla fingiria ser uma garotinha lamentável e os enganaria para que bebessem uma poção de qualquer maneira.

Ela sempre enganava as pessoas e roubava seu dinheiro. Era um negócio duvidoso.

— Não, estou bem. Tenho isso, sabe. He he he…

No entanto, o homem gordo diante dela nem mesmo olhou para o pequeno frasco. Ele apenas riscou um fósforo, ergueu-o e sorriu.

A pequena chama tremeluziu e oscilou incerta. Parecia apenas um fósforo comum. No entanto, o homem deve ter sido capaz de ver algo diferente.

— He he he… este deve ser o paraíso… — Ele se virou e começou a se afastar, deixando Priscilla meditando a respeito de suas palavras incompreensíveis.

— …? Esse cara era um pouco estranho…

Priscilla encolheu os ombros e chamou um cliente diferente.

Contudo…

— Ah, não preciso de nenhum remédio. Afinal, tenho isso… Ha ha ha ha… — Uma mulher passou, olhando para a chama de um fósforo.

— Oh… sinto-me jovem de novo… Isso é o melhor… — Um velho com as costas curvadas ignorou Priscilla e continuou o seu caminho.

— He he he… tão maravilhoso… — Ela já podia dizer que não havia sentido em falar com um homem que passou babando.

O que diabos aconteceu?

Os negócios de Priscilla repentinamente pararam de dar frutos.

Tch… parece que alguém está ficando no meu caminho, hein…? Estão jogando um jogo imprudente…!

Priscilla estava tremendo de raiva. Ficou imediatamente claro para ela que algum idiota havia pisado em seu território. Alguém estava bagunçando seus negócios. Ou seja, quem estava vendendo esses fósforos estava atrás de briga.

— Vou esmagá-los!

Priscilla disparou pela estrada, seguindo as pessoas segurando fósforos.

Ela precisava de dinheiro – muito dinheiro – para realizar seus objetivos. Não podia permitir nenhuma interferência.

Priscilla viu uma multidão que se formava na esquina da avenida principal. As pessoas estavam fervilhando, gritando:

— Fósforos! Quero fósforos!

Diante da multidão estava a figura de uma garota solitária, sorrindo docemente enquanto tentava manter a multidão sob controle.

— Sim, sim. Por favor, formem uma fila!

Se houvesse alguma dúvida sobre a origem desses fósforos suspeitos, ela foi rapidamente resolvida.

— Gah… Quem é aquela garotinha?!

Priscilla, com os olhos semicerrados de ódio, olhava para uma jovem de cerca de dez anos, mas quanto a quem ela poderia ser, Priscilla não podia nem arriscar um palpite.

Ela tinha cabelo cinza que descia até os ombros. Tinha olhos cor lápis-lazúli. O vestido que ela usava era a vestimenta tradicional transmitida ao povo da região, mas Priscilla nunca tinha visto uma garota assim antes.

— … — Enquanto olhava para ela, Priscilla de repente compreendeu: — A bruxa de ontem…?

No dia anterior, havia enganado uma bruxa para que bebesse uma poção de regressão de idade, chamando-a de um medicamento criado para fazê-la se sentir mais alta. Portanto, não a assustou ver a bruxa do dia anterior agora nesta forma. Na verdade, parecia combinar com ela.

Contudo…

— A bruxa de ontem era aquela que foi enviada pela Associação Unida de Magia… então, que mérito poderia haver em fazer algo assim…?

Priscilla soube que o governo da cidade convocou alguém de uma organização chamada Associação Unida de Magia para lidar com ela. E esse alguém, a pessoa que havia sido enviada atrás de Priscilla, era uma bruxa: uma pessoa que alcançou o título mágico mais alto, ao qual todos os outros magos aspiravam. Uma pessoa acima de todas as outras.

Ela nunca poderia ter imaginado que alguém como uma bruxa enganaria as pessoas e as roubaria. Será que uma pessoa com tal status poderia realmente conduzir um negócio tão horrível?

Não, isso é impensável… Priscilla balançou a cabeça. Não tem como essas bruxas horríveis existirem, não é?

Então, que mérito poderia haver em fazer algo assim? O que ela poderia estar esperando alcançar rebaixando-se assim?

— …! Não me diga…! — Só então, Priscilla percebeu o verdadeiro motivo da bruxa. — Ela está tentando interferir indiretamente com o meu negócio. Ela pretende me levar à falência! Que desagradável que esse truque é!

Foi assim que Priscilla interpretou a jovem bruxa que vendia fósforos. Sua observação afastou completa e totalmente qualquer consideração sobre seus próprios truques desagradáveis.

Ela só podia ver isso como uma provocação, como se a outra garota estivesse zombando dela, dizendo: “Eu não sofri nenhum efeito colateral da sua poção, viu?”

— Você vai ter o que deseja…! Se você está procurando uma briga, então vou te dar uma…! — Priscilla, com raiva, apertou os dentes. Ela provavelmente parecia terrivelmente suspeita, ali de pé fumegante na esquina da rua, mas, felizmente, a multidão de adultos que pulavam em torno da jovem era muito mais densa, então Priscilla não atraiu qualquer atenção.

 

 

Os fósforos que criei mostravam às pessoas as visões selvagens que mais queriam ver.

Na verdade, eram apenas fósforos comuns sobre os quais apliquei um pequeno feitiço. Mas venderam melhor do que eu esperava.

Assim como os fósforos normais, uma vez acesos, era apenas uma questão de instantes até que se apagassem.

— Também quero um pouco! Vou comprar dez!

— Eu também!

— Ei! Não compre todos!

— Você não vai me vender alguns?!

— Ahh! Quero ver mais visões! Por favor!

Minha barraca de fósforos atraía multidões dia após dia. Foi ótimo. Era dinheiro fácil. Até comecei a sentir que não me importava muito com o que aconteceria com Priscilla.

— Sim, sim. Todos serão servidos na sua vez. Por favor, em fila, tá?

Passei os dias inteiros arrecadando dinheiro fácil.

Quem poderia imaginar que eu seria capaz de comprar fósforos por tão pouco e vendê-los por tanto?

Realmente achei um bom negócio, hein…?

Me parabenizei pelo meu recente sucesso financeiro.

O que me lembra que, até vários dias atrás, estava muito preocupada em mostrar que poderia resolver rapidamente o problema de Priscilla, não estava?

Em minha busca pelo lucro fácil, havia esquecido tudo sobre meu negócio original nesta cidade. No terceiro dia da minha empresa de venda de fósforos, recebi um lembrete.

— Sua desgraçada! Você entende onde você está?! Você está no território da Srta. Priscilla!

Um único homem forte de repente abriu caminho no meio da multidão. Seus olhos estavam furiosos e ele usava roupas finas mesmo no meio do inverno, como se estivesse expondo a pele com o único propósito de mostrar o excesso de músculos. O homem parecia um grande arruaceiro.

— O quê? — Agi como uma menina lamentável que não sabia de nada. — Território da Srta. Priscilla… é isso? Sinto muito… Não sei nada sobre isso… Estava pensando em fazer todos felizes…

Normalmente, quando eu falava com essa voz chorosa, as coisas seguiam mais ou menos sozinhas. Afinal, eu parecia mesmo uma menina de dez anos.

Escondendo o rosto em um esforço para disfarçar minha disposição atrevida, comecei em um show exagerado fungando e soluçando.

Contudo…

— Não adianta chorar! Este é o território da senhorita Priscilla! Apresse-se e saia daqui!

O homem musculoso apenas gritou e protestou.

Enquanto eu olhava para ele pelas brechas entre meus dedos, o homem ficava se repetindo, resmungando: “Srta. Priscila, Srta. Priscila, a Srta. Priscila é incrível…”

Ora, ora, o que é isso?

— Será que você tomou alguma poção da Priscilla…?

— Se quer dizer o medicamento que uma menina estava vendendo na beira da estrada, então sim, eu tomei. Aparentemente, ele aumenta a massa muscular. Viva a Senhorita Priscilla!

— …

Ele provavelmente foi enganado para beber uma poção que o transformou no fantoche dela. Era óbvio que ela o havia enviado para me tirar do jogo. A garota estava atrás de mim.

Entendo, entendo.

— Se você não começar a se mexer, tenho algumas ideias interessantes, entendeu? Compreende? Com esses meus músculos, vou…

— Certo.

Já que esse cara irritante ainda estava de alguma forma flexionando na frente do meu rosto, risquei um fósforo e o segurei para o homem musculoso ver.

— Eu vou te… socar… — O homem musculoso olhou para a chama. — Oh, eu posso ver… O que são esses fósforos…?! Posso ver… um mundo tão maravilhoso…!

Mesmo ele tendo tomado uma das poções de Priscilla, minha magia parecia não ser menos eficaz.

O homem musculoso diante de mim ficou encantado com a visão.

— Um mundo cheio de músculos… posso ver…

Para mim isso parece uma amostra grátis do inferno…

De qualquer forma, depois de vencer o idiota enviado por Priscilla, voltei ao meu negócio de fósforos.

Com certeza é fácil…

 

 

— Qual o significado disso…?! — Priscilla engasgou ao observar o homem musculoso ser enredado em um instante. A poção o colocou sob seu controle. Ele deveria ter usado seus músculos massivos para pulverizar aqueles fósforos, pensou.

Ela estava convencida de que seu arruaceiro teria um cérebro muito pequeno para ser afetado pela magia dos fósforos.

— Tch… — Priscilla foi furiosamente morder suas unhas. — Bem, está tudo bem… tenho outros sob o meu comando!

Priscilla se virou, o desespero estampado em seu rosto.

— Ouçam, todos vocês! Eu quero que vocês lidem com aquela garota!

Então ela gritou em voz alta, apesar do fato de que tinha se escondido nas sombras. No momento, não estava preocupada com pequenos detalhes como revelar sua posição para a bruxa.

— Como quiser… Senhorita Priscilla. — Um homem esguio de óculos esperava por Priscilla.

— He he he… Então, podemos derrubar essa menina, né? — Isto veio de um jovem com um sorriso assustador.

— Oh ho ho ho… Talvez eu dê o meu máximo, pelo menos uma vez… — Uma mulher fixou seu olhar cativante na bruxa.

Isso mesmo.

Esses eram os Quatro Grandes de Priscilla.

Eles eram os melhores dos melhores, que Priscilla reuniu nos últimos dias. Cada um deles sozinho era (por autoavaliação) muito mais forte do que qualquer mago. Em suma, o grupo era bastante deficitário no que tange à inteligência.

Eles eram chamados de Quatro Grandes, mas agora havia apenas três deles. O homem musculoso era o quarto.

Ele também era o mais forte.

— …

— …

— …

O moral dos três restantes despencou vertiginosamente. Foi tão ruim que Priscilla podia ouvi-los reclamando sobre querer ir para casa.

— Ei, agora! Apressem-se e vão! Mooovam-se!

Priscilla estava apontando para a bruxa e cuspindo maldições.

— Espere, mas Srta. Priscilla…

— He he he… receio que não posso.

— Estou com medo…

Mesmo que eles estivessem sob o controle de Priscilla, não era como se ela tivesse apagado completamente os seus sentidos de autopreservação.

— Grrr… — De que adiantava todos os esforços especiais que Priscilla tinha feito para escravizá-los se esse era o resultado? — Tudo bem, entendo… Nesse caso, tomem essas poções.

Priscilla mexeu em sua caixa e tirou três frascos de remédio, que entregou a cada lacaio.

Era uma droga que aumentaria as habilidades físicas de quem tomasse.

— Oh… isso é…!

— Incrível…!

— Ahh… posso sentir o poder…!

Em suma, estavam se dopando.

— Oh ho ho ho… enquanto eu tiver isso, tudo ficará bem! Agora, vamos!

E então, com sua confiança restaurada, os Quatro Grandes (apenas três deles) marcharam com bravura imprudente para derrubar uma menina de dez anos.

 

 

Uma espécie de grupo estranho de três se aproximou, então mostrei a cada um deles a chama de um fósforo.

— Huh? Sério? Ela… gosta de mim…? Espere, na verdade, eu também… — O homem magro de óculos pareceu ter a visão de uma garota confessando seu amor por ele.

Ora, ora, que saudável.

— He he he… Tão fraco… Os humanos são todos tão patéticos… Cada um… — Este jovem parecia estar envolvido em algum tipo de fantasia adolescente de poder.

Isso é… bem, tá…

— Pare! Vocês não devem lutar por mim…! — A bela mulher parecia estar tendo uma visão de muitos homens competindo por sua atenção.

Uau, apesar de sua aparência, ela é realmente muito inocente…

Bem, esses três provavelmente também estavam trabalhando para Priscilla, mas eu rapidamente os coloquei sob meu controle.

No total, demorou menos de cinco segundos.

 

 

— Ugh… parece que qualquer um pode ser afetado por esses fósforos, desde que sejam humanos…

Ao sacrificar todos os seus lacaios, Priscilla aprendeu uma dura lição.

No entanto, enviar seus Quatro Grandes, começando com o homem musculoso, não era toda a extensão de sua estratégia. Vários dias inteiros se passaram desde que ela descobriu pela primeira vez a bruxa rejuvenescida interferindo em seus negócios.

Ela não era o tipo de garota que desperdiçaria esse tempo.

— Oh ho ho ho… Eu teria preferido evitar sujar as mãos se pudesse, mas… não há como contornar isso agora…

Ela puxou um novo frasco de remédio e soltou uma risada ousada.

Aquela bruxa da Associação Unida de Magia está apenas atrapalhando os negócios. Ela não é ninguém de quem eu precise ter medo. Pensei que poderia encantar alguns lacaios para me livrar dela rapidamente, mas ela não vai desistir. Agora não tenho escolha a não ser usar um método mais… enérgico!

— Acabou para você… bruxa!

Priscilla abriu o frasco dramaticamente.

E soltou a besta.

 

 

Menos de uma hora depois de enfeitiçar as quatro pessoas estranhas com meus fósforos, Priscilla enviou outro assassino.

— Ah-choo!

Assim que coloquei os olhos na criatura, espirrei.

Priscilla parecia ter percebido que meus fósforos eram eficazes na maioria dos humanos e desistiu de mandar gente para se livrar de mim. Esta nova criatura que apareceu diante de mim não parecia estar nem um pouco interessada em fósforos.

— Mraaaaaaaaaaaaaoooooow!

Era um gato.

Mas era um gato tão enorme que tive de esticar o pescoço para olhar para ele.

Fungando pelo nariz que coçava, fiquei imóvel, em transe.

— O que é essa besta?!

— É horrível!

— Fujam! Corram!

— Essa coisa vai nos comer vivos!

Como esperado, todas as pessoas dopadas pelos fósforos ao meu redor voltaram aos seus sentidos com o aparecimento do monstro, e a multidão que se formou na estrada se espalhou em um instante.

Oh não, meu dinheiro fácil…

— Oh ho ho ho ho! Bem feito para você, bruxa! É assim que você encontra o seu fim!

Priscilla estava lá, regozijando-se ruidosamente nas sombras de um beco distante.

— Ah-choo!

Por um breve momento, pensei em ir direto até ela e proporcioná-la uma experiência dolorosa, mas lá estava o enorme gato, bem na minha frente, bloqueando o caminho.

— É tarde demais para chorar! Você faria bem em se arrepender de sua interferência em meu negócio!

É claro que sou terrivelmente alérgica a gatos e a presença desse enorme espécime estava fazendo meus olhos arderem e meu nariz coçar sem parar. Essa era a razão pela qual eu estava chorando.

Certamente não era por medo.

Mais importante, era verdade que os fósforos não afetavam os animais? Honestamente, enfrentar um oponente tão temível teria sido difícil, mesmo se eu não estivesse presa no corpo de uma criança de dez anos com a proficiência mágica digna disso. Decidi que era melhor evitar uma batalha, então…

— Certo!

Acendi um fósforo e segurei a chama para o gato ver.

— Mrooow…

Funcionou.

Realmente funcionou.

— Huh, de jeito nenhum… Está funcionando…?

Uma voz chocada ecoou de algum lugar distante.

Quando joguei o fósforo para longe de mim, o enorme gato soltou outro “Mrooow” e perseguiu a pequena chama.

Não seria exagero dizer que o combate já tinha sido encerrado.

— Grrrrrr…

Conforme eu avançava passo a passo em sua direção, Priscilla se afastou, parecendo assustada e irritada. O comportamento da garota foi um pouco estranho, pois mesmo em seu retiro, ela ainda manteve uma atitude confiante.

Mantendo-a em suspense, avancei em sua direção muito lentamente.

— Então, o que você fará? Vai se render? Vai lutar? Claro, não me importo com nenhuma das opções, sabe? De qualquer forma, o resultado será o mesmo.

Priscilla recuou firmemente para longe de mim, descendo o beco estreito. Ela estava gradualmente, bem aos poucos, sendo colocada contra a parede. Ela não tinha mais opções.

— Então. O que você vai fazer?

Inclinei minha cabeça questionadoramente mais uma vez.

— Tch… — Finalmente empurrada contra a parede, Priscilla ainda não parecia inclinada a se render. — I-Isso deve ser uma piada…! Vou me tornar uma grande bruxa no futuro! Não posso encontrar meu fim em um lugar como este!

Então ela puxou uma varinha do bolso da camisa.

— Oh? Desculpe, o que você disse? — No momento em que Priscilla tentou usar sua varinha, eu a lancei voando de suas mãos.

Aos dez anos, eu não era capaz de lançar feitiços complicados, mas mandar a varinha do oponente voando era outra questão. Era o meu movimento preferido.

— …

— …

A varinha de Priscilla caiu no chão fazendo barulho.

Mas ela não era de desistir assim.

— H-Humph! Conjurar feitiços nem é meu forte, de qualquer maneira!

Com a voz um pouco vacilante, ela tirou um pequeno frasco do mesmo bolso da camisa. Ela parecia estar me dizendo que sua área de especialização era em poções.

— Sinta o gostinho disso!

Ela jogou o frasco antes que eu pudesse jogá-lo longe com minha varinha.

— Ah-ah, você realmente acha que vai funcionar?

Atirar em algo no ar é coisa simples.

Acertei o frasco com uma explosão de magia no ar, e ele caiu no meio da estrada e se espatifou.

— …

Fiquei em posição de sentido, esperando vários segundos para que ela fizesse um movimento. Ela realmente parecia que estava prestes a chorar, olhando para o frasco quebrado. Então jogou outro pequeno frasco em mim, acompanhado por mais um grito desesperado.

— E-Experimente este também!

Derrubei com facilidade.

— …

— Pegue isso! E isso!

Ela continuou jogando frasco após frasco em mim, mas mesmo apesar da minha aparência de dez anos de idade, eu ainda possuía uma habilidade mágica considerável. Não estava prestes a receber um golpe direto de um ataque como aquele.

Os destroços de quem sabe quantos frasquinhos se acumulavam no chão.

Cada vez que ela jogava um, sua expressão ficava mais sombria.

— Hm… eu… não tenho nenhuma… arma sobrando, mas…

Priscilla tremia como um filhote de cervo em um canto do beco.

— Ah, então você não precisa.

Ela foi finalmente derrotada.

Comecei a diminuir a distância entre nós novamente.

— Hmm…? Minhas armas estão todas… — Tremendo de medo, Priscilla parecia ainda menor do que quando a conheci.

— Suas armas? O que tem elas? — Sorrindo o mais amplamente possível, continuei a me aproximar dela. — A propósito, tenho que perguntar, para minha própria curiosidade… O que você esperava realizar fazendo poções mágicas suspeitas e vendendo-as por um preço alto em uma cidade atrasada como esta?

— Hm… Huh? Isso é… bem… — A espirituosa garota de antes não estava em lugar nenhum. Ela agora dava a impressão de ser uma presa acuada. — Hm… eu… eu queria me tornar uma bruxa… então só…

— Não consigo entender o que você está dizendo, poderia falar um pouco mais claramente?

— Eep!

Os ombros de Priscilla sacudiram de surpresa. Tremendo violentamente onde havia afundado no chão, ela disse:

— Hm… Esta é uma cidade rural, então eu queria ganhar dinheiro para partir para a cidade e estudar magia.

— Uhum. Um objetivo esplêndido.

— E-Então você vai me perdoar, c-certo…?

— Não, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Fico grata por não ter se empolgado. Mas agora que tenho a oportunidade…

— Também precisamos ter uma conversa diferente sobre meu corpo encolher. A poção que você me enganou para beber, exatamente quanto tempo até o efeito passar?

— Cerca de uma semana…

— E não há como consertar um pouco mais rápido?

— Você reverteria imediatamente se usasse o antídoto, mas…

— E onde está o antídoto?

— Na minha casa…

— Uhum.

O que significa que posso voltar ao normal agora mesmo.

Boas notícias. Porque, claro, eu não poderia continuar viajando assim. Só estava pensando que gostaria de voltar ao normal logo.

Já causei muitos problemas nesta cidade e também não é fácil administrar um negócio quando você parece ter dez anos de idade…

— Então tá bom, pode me fazer voltar ao normal?

Sorri para a garota.

— Huh? — Priscilla pareceu não entender algo a respeito do meu sorriso, porque seu rosto se iluminou de repente depois que ela olhou para mim por um momento. — Ora, ora…! Então, talvez, depois de voltar ao normal, você possa esquecer o que eu fiz?

Ela olhou para mim, falando bobagem.

Do que você está falando?

— Você sabe que não tem como isso acontecer. — Ainda sorrindo, continuei: — Mas também não sou uma bruxa má, então posso te dar o privilégio de escolher. Você prefere ter uma visão dolorosa ou assustadora antes de me fazer voltar ao normal? Qual você prefere?

E então…

Os gritos de uma maga de dez anos ecoaram por todos os cantos da cidade naquele dia.

 

 

— E isso é basicamente o resumo do que aconteceu.

Depois de tomar o antídoto e voltar à minha forma normal, entreguei Priscilla às autoridades e dei-lhes um relatório simples resumindo os detalhes do incidente.

— É mesmo…? — O funcionário do governo acenou com a cabeça depois de terminar de ler o relatório. — Então, ela fez essas coisas só porque queria ganhar dinheiro…?

Balancei a cabeça bruscamente.

— Bem, dito de outra forma, ela não poderia inventar nenhuma outra maneira de ganhar dinheiro. Se você estiver interessado, acho que ela está planejando deixar a cidade assim que tiver os fundos.

— Hmm… — O oficial acenou com a cabeça em compreensão. — Ah, pensando bem… — disse ele —, por vários dias, desde o dia que você chegou até ontem, uma garotinha estava vendendo fósforos pela cidade… Você não saberia de nada sobre isso?

— Eu não.

— É mesmo…? Aparentemente, esses fósforos tinham algum tipo de feitiço estranho lançado sobre eles… Os cidadãos estavam todos ficando dopados com esses fósforos, mas… você não saberia nada sobre isso?

— Não sei nadica de nada.

— Além disso, ontem, houve um relato de um gato enorme aparecendo na cidade…

— Nunca nem vi.

— Não, suponho que não… Estamos conduzindo nossa própria busca pela besta, mas não encontramos nada, sabe…

Naturalmente, Priscilla também tinha um antídoto que transformou o monstro de volta em sua forma original de gato doméstico. Então, neste ponto, não acho que iriam encontrar, não importa por quanto tempo procurassem.

Gemendo baixinho, o funcionário do governo baixou os olhos para o relatório que eu fiz.

 — Senhorita Bruxa… Você realmente planeja enviar este relatório para a Associação?

— Isso está ruim?

— Não, não está ruim, mas…

Ele confundiu o final de sua frase e soltou outro gemido baixo.

O relatório que eu planejava enviar à Associação Unida de Magia chegou a uma conclusão com esta declaração:

A maga Priscila causou um incidente dessa natureza, pois não recebeu uma educação mágica adequada. Não pode haver dúvida de que se ela estudar magia com um professor adequado, no futuro provavelmente se tornará uma bruxa promissora. Consequentemente, julgo que nenhuma punição ou penalidade é necessária neste momento.

Em outras palavras, não havia necessidade de jogá-la em uma cela ou sentenciá-la a qualquer tipo de punição. Ou talvez deva dizer que, quando se tratava de punir, eu já o havia feito pessoalmente. A única coisa que restou aos adultos era dar-lhe uma boa repreensão.

Por enquanto, Priscilla só sabia magia o suficiente para preparar suas poções questionáveis. Mas ainda tinha apenas dez anos. Ainda havia tempo.

Ela tinha muito o que aprender, não apenas sobre magia, mas também sobre o mundo.

— Ela simplesmente ainda não entende o que é ser uma bruxa, ou usar feitiços mágicos. De qualquer forma, imagino que ela planeja partir em breve.

Ela parecia ter adquirido muito dinheiro e provavelmente queria partir imediatamente. E, além disso…

— Sentenciar uma menina de dez anos a uma punição severa não mancharia a reputação de honra de sua cidade? — perguntei. — Você pode punir a garota, uma maga rara descoberta aqui, em uma cidade do interior como esta, ou pode ganhar sua gratidão duradoura negligenciando este pequeno incidente, para que no futuro, quando ela finalmente se tornar uma bruxa, ela retornar para servir as pessoas daqui. Qual opção você acha que é melhor?

 

 

Depois disso, Priscilla foi severamente repreendida pelo funcionário do governo da cidade.

O oficial continuou a falar sem parar, pregando os males da execução de golpes, expondo as virtudes de um salário honesto, contando inúmeras histórias sobre o sofrimento que ela havia causado a muitas pessoas ao continuar a vender suas poções suspeitas e mostrando-lhe a montanha de reclamações e relatórios de denúncias recebidas.

Do ponto de vista de um estranho, era uma repreensão comum.

Priscilla era apenas uma criança comum sendo repreendida por algo ruim que havia feito.

Finalmente, depois de o funcionário ter lhe dado um sermão por quase uma hora, ele encerrou o assunto, dizendo:

— Bem, já chega de conversa. Você deve ter cuidado de agora em diante.

Não houve punição e nenhuma penalidade. Tudo acabou com uma simples bronca.

— Hm…?

Priscilla parecia estar esperando algo mais.

— Então não há… mais nada…?

Mas o oficial apenas balançou a cabeça.

— Você não precisa se preocupar com o dinheiro — disse ele casualmente. — Tomei a liberdade de providenciar o pagamento de indenizações às suas vítimas.

— Huh?

— Quero dizer, o dinheiro que planejávamos pagar à bruxa que encomendamos está sendo reaproveitado para esse fim, já que… — O funcionário do governo encolheu os ombros como se estivesse farto de todo o assunto — pediram-me para redirecionar a totalidade do dinheiro da recompensa para reparações.

Em outras palavras, a bruxa devia ter feito o trabalho pela bondade de seu coração.

O oficial parecia estar dizendo a Priscilla que ela estava perdoada, já que esse era seu primeiro delito.

— …

Mas se pensar bem, a bruxa deve ter ganho muito dinheiro graças ao seu esquema sujo de venda de fósforos, então desistir da recompensa não parece grande coisa.

— Oh, também tenho um presente da bruxa para você. — O oficial do governo entregou um grande pacote a Priscilla. — Na verdade, fui instruído a dar isso a você depois que ela tivesse deixado a cidade, mas… Bem, isso é excitante, então vou entregar logo.

Priscilla aceitou o pacote com hesitação, imaginando com medo que tipo de presente aquela bruxa horrível deixaria. Cautelosamente, preocupada que pudesse explodir ou algo assim, lentamente abriu o pacote.

— …?

Mas era outro anticlímax.

Tudo o que havia dentro era um livro comum.

— Aparentemente, ela é uma bruxa que viaja por todos os cantos e já esteve em quase todos os lugares importantes desta região. Neste livro, coletou todos os tipos de informações úteis para quando você for estudar magia no mundo exterior. Ela disse para fazer um bom uso.

Priscilla folheou o livro, sem prestar atenção às palavras do oficial.

Dentro havia mapas das regiões vizinhas. Diretrizes para viajar sozinha. Detalhes e explicações sobre os países que a bruxa já havia visitado, e notas detalhadas sobre como recebiam os magos, bem como se tinham escolas onde se pudesse estudar magia.

Parecia um presente de despedida feito sob medida para Priscilla.

Escrita no final do livro estava apenas uma linha.

Desejo do fundo do meu coração que um dia você se torne uma bruxa esplêndida.

Foi assim que ela encerrou o livro.

 

 

Quando a cortina caiu sobre aquele incidente agitado, me despedi da cidade.

Vim originalmente para esta cidade para fazer um trabalho, então não havia necessidade de ficar muito tempo. Bem, digo que vim para fazer um trabalho, mas na verdade não fiz nada tão substancial.

No final, passei a andar por aí vendendo fósforos encantados. Algumas outras coisas aconteceram. Fui transformada em uma criança de dez anos por uma poção esquisita e lutei contra uma garotinha estranha enquanto estava no meu estado de dez anos. Mas tudo isso ficou para trás. Honestamente, não parecia algo digno de nota.

— Srta. Elaina!

É por isso que fiquei bastante surpresa ao ouvir alguém me chamando assim. Não me lembrava de ninguém me idolatrando como “Srta. Elaina” ou algo assim.

— Senhorita Elaina! Por favor, espere!

A próxima coisa que percebi foi uma mão agarrada com força ao meu braço.

— O que é isso…?

Quando me virei, lá estava Priscilla, seus olhos brilhando.

— Senhorita Elaina! Não, minha querida irmãzona! — Por algum motivo, Priscilla estava se dirigindo a mim de maneira diferente. — Muito obrigada pelo livro!

— Livro…? Hm… não, não foi nada. Apenas um símbolo.

Que estranho… Eu tinha certeza que disse: “Entendeu? Dê este livro a ela depois que eu sair, certo? Certifique-se disso! Certifique-se de dar a ela depois que eu deixar a cidade, entendido?” Até repeti o pedido para ter certeza, mas…

Aquele funcionário do governo devia ter algo entupindo seus ouvidos…

— Este livro que você me deixou, irmãzona, se tornará uma valiosa herança de família! — Priscilla parecia inocente, sorrindo sem parar. — Até agora, não havia ninguém por perto que pudesse entender meus sonhos… Esta é a primeira vez que recebo algo tão maravilhoso!

— Uh, claro. Estou feliz que você gostou…

— Além disso, também sempre desejei ser igual a você, irmãzona! Uma bruxa forte, gentil, legal, desprezível e podre!

— Você está… tirando sarro de mim…?

— Quando crescer, vou me tornar uma bruxa exatamente como você, irmãzona!

— Você não prefere se tornar uma adulta respeitável? Enfim, meu nome não é “irmãzona”, sabe…

— Bem, não se preocupe com os detalhes, irmãzona! — Não parecia provável que Priscilla alterasse seu plano. Ainda sorrindo, ela inclinou a cabeça e perguntou: — Mais importante, irmãzona, você vai deixar a cidade agora, não é?

— Bem, eu realmente não tenho mais negócios aqui, então…

— Nesse caso, pegue isso!

Priscilla colocou um pequeno frasco na minha mão.

Lá dentro, um líquido transparente estava espirrando.

Olhei para ela.

— Hmm, o que é isso…?

— Essa é a poção incrível que fiz você beber irmãzona!

— Uh, não preciso de nada incrível.

— Por favor, beba e pense em mim, tá…?

As bochechas de Priscilla ficaram vermelhas de repente.

— Não consigo pensar em uma situação em que eu usaria isso…

— Oh ho ho ho… — Priscilla olhou para mim com olhos amorosos que desmentiam sua tenra idade. — Algum dia, quando eu crescer, vou ir te ver, irmãzona… E aí, você pode beber essa poção e teremos a mesma idade, viu…? Então podemos passar muito tempo juntas!

— Eu… não preciso disso…

 

 

 

— A propósito, fiz algumas melhorias na versão anterior da poção. Ajustei para que você regredisse um ano para cada gole que tomar! Isso significa que se tomar dez goles, ficará dez anos mais jovem! Você pode flertar com moços de todas as idades! Quando nos encontrarmos novamente, podemos até mesmo voltar à idade que tínhamos quando nos conhecemos! Vai ser tão nostálgico!

— Sinto que você vai ser presa assim que sair de casa…

— Por favor, leve isso como um presente!

— Eu recusarei educadamente.

— Não se contenha! Por favor, vá em frente!

— Não estou me segurando, estou desconfiada!

— Poxa, você fica tão fofa quando está envergonhada! Mas está tudo bem! Mesmo se você a desperdiçar, quando nos encontrarmos novamente, prepararei a mesma poção e a induzirei a bebê-la, queira você ou não!

Era como se ela estivesse tentando me convencer de que a resistência era inútil.

Suspirei e coloquei a poção na minha bolsa.

— Tudo bem, eu levo… — Parecia que ela não iria me deixar ir se eu não o fizesse.

Priscilla me olhou com seriedade, os olhos brilhando, então coloquei a mão em sua cabeça. Esfreguei seu chapéu fofo e ela cantarolou baixinho com um grande sorriso no rosto.

— Bem, hm… tenho certeza que você enfrentará muitas provações a partir de agora, mas… faça o seu melhor, tá bom?

E então acenei um adeus e me despedi.

Continuei andando, com Priscila ao meu encalço por algum tempo, acenando para mim sem parar e gritando: “Irmãzonaaaa!”

A cidade, onde os beirais dos prédios de tijolo vermelho escuro estavam perfeitamente alinhados, estava, como sempre, pintada de um branco deslumbrante. A neve já havia começado a derreter e, sob o céu sem nuvens, com um brilho intenso, começou a parecer um sorvete.

Estava tão frio quanto sempre.

Eu estava vagamente pensando em visitar um lugar quente da próxima vez.

— Adeus, irmãzonaaaa!

Resolver um pedido direto da Associação Unida de Magia era coisa simples, mas parecia ter havido algumas consequências imprevistas.

Retornei à minha jornada, esperando que, ao contrário das poções questionáveis ​​de Priscilla, meu tempo lá fosse livre de efeitos colaterais.

 


 

Tradução: Nero

Revisão: Sonny Nascimento

 

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