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Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 3 – Cap. 13 – O Cortador em Série

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Na época em que eu visitava o país em questão, em qualquer calçada, em qualquer loja, sempre que duas ou mais pessoas se encontravam, fofocavam sobre o Cortador em Série, tão casualmente como se estivessem discutindo o clima.

— Você já viu aquele Cortador em Série?

— Não, mas sei que já tirou a vida de cinco mulheres.

— Sim, eu o vi. O vi claramente, com os meus próprios olhos. Era noite de lua cheia. Um homem de aparência aterrorizante…

— Não, o culpado é uma mulher. Eu a vi.

— O que você disse? Eu também a vi. Mas o Cortador em Série não é homem nem mulher; é as duas coisas!

— Nossa, o culpado não é uma boneca?

— Isso é assustador! Ai, que assustador! Alguém nesta cidade atacou cinco mulheres, certo? Nenhum lugar do lado de fora é seguro! Vou me trancar dentro da minha casa!

Era esse o cenário.

A cidade estava em alvoroço e todos os moradores que andavam pela estrada, que foi pintada para parecer com tijolos vermelhos, tremiam de medo. Mantendo o ouvido atento enquanto caminhava pela avenida vermelha brilhante, ouvi dizer que uma garota havia sido atacada durante a manhã. Os habitantes da cidade pareciam consumidos pelo medo.

Por outro lado, os forasteiros pareciam bastante calmos.

— Uau, isso parece brutal.

Quem era aquela bruxa, mastigando um pedaço de pão enquanto caminhava sem se importar com o mundo?

Isso mesmo. Euzinha.

Todas essas coisas assustadoras eram problemas de outra pessoa. E, pelo visto, essa pessoa era uma bruxa enviada pela Associação de Magia para investigar o caso sério do Cortador em Série.

Ela era uma mulher adulta com longos cabelos dourados esvoaçantes que brilhavam suavemente como poeira estelar. Usava um robe branco e um chapéu preto pontudo, além de dois broches, um em forma de estrela e o outro de lua.

— Bom, que saco… Parece que cada uma dessas pessoas tem sua própria versão sem graça da história.

Como pode imaginar, a investigação dela não estava correndo bem.

Talvez por estar muito irritada, estava segurando um cachimbo na mão, soltando uma fumaça branca. O cachimbo era de estilo oriental, longo e fino, e saía de sua boca junto com um cheiro desagradável.

A cidade não me parecia o tipo de lugar perigoso onde um assassino de rua pudesse aparecer. Eu provavelmente deveria passar apenas uma noite antes de partir. Além disso, que fedor horrível é esse? Ah sim, esta visita será curta.

— Hmm…? Ei, você. Tem um segundo?

Assim que comecei a me afastar com pressa, alguém pegou no meu ombro por trás, e o fedor terrível de erva-de-fumo me envolveu.

Ugh, odeio esse cheiro. Não posso deixar de fazer uma careta de nojo.

Revoltada, me virei, abanando a fumaça branca para longe com a minha mão, e a bruxa da Associação de Magia estava olhando para mim.

— Você vive aqui?

— Sou uma viajante.

— Hmm… Sabe alguma coisa sobre os incidentes que têm acontecido nos últimos tempos?

— Está falando sobre o Cortador em Série? Sei alguma coisa. Bem, sei ao menos tudo o que acabei escutando enquanto as pessoas ficam contando umas para as outras. Infelizmente, isso é tudo que eu sei.

Quando respondi dessa forma, a bruxa me lançou um olhar entediado.

— É uma pena… Bem, se você encontrar alguma informação, me avise. Fui convocada para fornecer informações sobre o Cortador em Série na assembleia. Estou contando com você.

— Não acho que vou conseguir alguma coisa, mas tá bom.

— Por que você está apertando o nariz…?

— Não se preocupe com isso. — Eu bufei.

A bruxa me lançou um olhar duvidoso e tirou um pequeno pedaço de papel do bolso da camisa.

— Me chamo Sheila. Sou da Associação de Magia.

No pedaço de papel que ela abruptamente me apresentou estavam as palavras que havia acabado de dizer um momento antes, junto com o apelido de Bruxa da Meia-Noite.

— Me chamo Elaina. Elaina, a Bruxa Cinzenta. Mas acho que nunca mais nos encontraremos.

Imaginando que estaria bem, aceitei o cartão.

Não pude deixar de sentir que andar por uma cidade que devia ser atormentada por um Cortador em Série era coisa de suicida, então, após aquilo, decidi procurar uma pousada e alugar um quarto o quanto antes.

Como todas as casas e estradas da cidade eram pintadas como tijolos vermelhos, procurar uma pousada era um saco. Além disso, eu não poderia ir a lugar nenhum sem atrair muita atenção indesejada – presumivelmente porque eu estava vestida como uma bruxa, e aquela Bruxa da Meia-Noite, Sheila, causou uma má impressão no povo da cidade enquanto vasculhava por informações sobre o assassino.

— …

Ser bruxa era limitante. Achei isso incômodo, então tirei meu broche e saí pela cidade como uma maga comum.

Não importava por onde eu andava, o cenário era quase exatamente o mesmo. Havia algo impressionante quanto à uniformidade, mas eu estava em uma missão e logo me cansei disso.

Continuei caminhando e, no meio da cidade, vi todos os tipos de lojas. Havia uma livraria, uma cafeteria e lojas de bonecas. As bonecas eram aparentemente uma especialidade local, então havia muitas lojas de bonecas, uma ao lado da outra.

Oh-ho, bem, se for a especialidade local, talvez eu compre uma como souvenir, pensei ao entrar em uma das lojas.

— Heh-heh-heh… bem-vinda. As bonecas da minha loja são fantásticas, mas isso não é tudo! Há muito tempo, as importei de outro país, e por isso são raras. Elas são vintage. Veja, olhe para esta, esta pequena é especialmente incrível… Veja, a qualidade do cabelo é muito realista e de alta qualidade, certo? E tem um cheiro ótimo. Quer dar uma cheirada?

— Um, sinto muito, parece que entrei na loja errada.

Saí na mesma hora.

A atmosfera rudimentar era um pouco demais para mim.

Após isso, não demorei muito para encontrar uma pousada. O prédio era feito com tijolos vermelhos não melhores do que os outros, e entrei direto pela porta, paguei por uma noite de estadia e me tranquei no meu quarto.

Eu também posso ter ficado um pouco preocupada com o Cortador em Série, então fiz questão de trancar a porta e até mesmo fechar a janela.

— Aqui também há uma…

Claro. Era a especialidade local. Uma boneca estava sentada na mesa de cabeceira. Estava usando um vestido extravagante, com a aparência de uma garotinha com cabelos negros. Sua boca sorria sutilmente e seus olhos fitavam o quarto desgastado pelo tempo. Era meio estranho.

— …

Eu não conseguia relaxar com a coisa parada ali, então peguei a boneca e a joguei no armário.

— Bem, hoje acho que vou direto para a cama.

Depois disso, tomei banho, me empanturrei de pão no jantar, deitei na cama olhando um livro e matei o tempo até tarde da noite.

— …

Quando não se tem nada para fazer, a sonolência chega rapidinho.

Antes que eu percebesse, caí em um sono profundo.

Ficou de manhã.

— Então caí no sono, hein…?

Meu livro estava caído em cima de mim. O coloquei na mesa de cabeceira e me sentei.

O clima do lado de fora da minha janela estava claro e uma luz suave iluminou a paisagem urbana tingida de vermelho, enquanto uma brisa suave agitava a minha cortina e fluía ao redor do meu corpo.

Fechei os olhos por um momento para aproveitar a brisa agradável.

— Hmm…?

Como assim?

Hã? Eu abri a janela?

Hmm-hmmmm…?

Eu fiz isso?

Infelizmente, minha memória de antes de adormecer na noite anterior estava bem confusa. Eu nem tinha certeza de quando havia adormecido. Também não me lembrava do quanto havia lido do meu livro.

Sendo quem eu sou, poderia ter aberto a janela sem nem perceber.

Mas que descuidada.

— Ah, que seja.

O fato de ainda estar viva significava que, no mínimo, não tinha sido vítima do Cortador em Série.

A verdade é que, embora eu seja uma bruxa, não teria chance se alguém me atacasse durante o sono. Fiquei um tanto segura de que nada havia acontecido, embora tivesse deixado a janela aberta.

Entretanto…

— Algo parece meio estranho…

Meu corpo parecia estranhamente leve ou como se não houvesse peso o suficiente. Tive uma breve sensação de desconforto.

Entretanto, não sei o que poderia ser.

— Ah, que seja.

No final, deixei a sensação de desconforto passar e, com olhos sonolentos, tirei a escova de dente da bolsa e fui para o banheiro.

Pois bem, o que devo fazer hoje?, pensei enquanto caminhava.

— …

Porém…

Quando vi meu reflexo no espelho, ainda meio adormecida, despertei na mesma hora.

Vi algo inacreditável.

A fonte do meu desconforto e falta de peso.

— Eh… o que… é isso?

Deixei minha escova de dentes cair na pia e toquei no meu cabelo com os dedos trêmulos.

Meu cabelo, que deveria ser liso, brilhante, cinzento e batendo na cintura, tinha sido cortado.

Era só uma sombra da sua antiga forma.

Meu cabelo sumiu.

Enquanto eu dormia, meu cabelo comprido foi cortado bem curto.

— Quem fez isso…?

Então de repente me lembrei.

Os rumores circulando pela cidade no dia anterior.

O Cortador em Série.

Ele tirou a vida de cinco mulheres.

Vidas de mulheres.

Aliás, as pessoas não dizem que o cabelo de uma mulher é a vida dela?

— Como você já deve ter deduzido, não há dúvida de que foi obra do mesmo Cortador em Série. Uma garota foi repentinamente cortada no caminho de volta de uma viagem de compras. Outra foi atacada enquanto estava em uma cafeteria. No seu caso, parece que você foi atacada enquanto dormia.

Vamos falar sobre o que aconteceu depois que meu cabelo foi destroçado.

Primeiro, fui para a recepção do hotel com as pernas trêmulas, ainda de pijama. Depois de explicar a situação para a moça da recepção, entreguei o cartão que me foi dado pela Bruxa da Meia-Noite, Sheila, e pedi à mulher da recepção que a trouxesse ao local. O choque do desaparecimento do meu precioso cabelo foi muito forte, e não tive vontade de sair. A atendente parecia hesitante, então tive que usar algumas moedas de ouro.

Depois disso, deitei de bruços na cama e fiquei amuada, esperando a chegada de Sheila.

Ela, que chegou correndo, riu de mim pelo nariz.

— E pensar que alguém que se diz bruxa seria vítima de um pequeno Cortador em Séri… hah!

— … — Não tive energia para responder, então apenas olhei para ela de cima da cama.

Sheila encolheu os ombros, como se o meu olhar de reprovação não a perturbasse em nada, e disse:

— Bem, por enquanto, vou dar uma olhada na cena do crime. — Enquanto colocava um par de luvas.

— O que devo fazer?

— Apenas sente-se e fique quietinha.

— …

Se não houver nada que eu precise fazer, não farei nada.

De onde estava na cama, observei o que Sheila estava fazendo.

Com movimentos experientes, ela revirou todos os móveis do quarto. Sacudiu cada uma das coisas, das prateleiras, da mesa e do armário e até mesmo o vaso de flores. Claro, a cama não foi exceção. O lugar foi literalmente virado de cabeça para baixo, e eu, que naquele momento havia me tornado um enfeite, fui jogada no chão sem qualquer cerimônia.

— Hmm… nada de suspeito aqui.

— Acho que a coisa mais suspeita em todo este quarto é você, Sheila — falei do chão.

— Não sou suspeita. Isto é uma investigação; estou investigando. — Ela estava olhando para mim. — A propósito, você viu algo suspeito? Ou há algo no quarto que mudou desde ontem?

— Está quase tudo diferente.

Porque foi tudo colocado de cabeça para baixo…

— Posso dispensar as suas tentativas de fazer piada.

— Isso não vai me impedir.

Por outro lado, pude realmente dar uma boa olhada no estado do quarto enquanto estava deitado no chão e, do meu novo ponto de vista, de repente percebi algo.

— Ah… A boneca sumiu.

— Boneca?

Balancei a cabeça e apontei para o armário.

— Ontem, coloquei uma boneca que estava na mesinha de cabeceira dentro do armário, mas ela não está mais lá.

— Uhum… entendo. — Sabiamente acenando para si mesma, Sheila murmurou: — Assim como pensei…

— Assim como você pensou o quê?

— Cada incidente compartilha um ponto em comum. Todas as garotas tiveram o cabelo cortado, mas nunca foram realmente machucadas. Ontem, dei uma volta para recolher os depoimentos das vítimas, e me sinto confiante em dizer que todos os incidentes de corte foram realizados pelo mesmo perpetrador.

— Por quem?

Sheila foi decisiva ao responder a minha pergunta.

— A boneca.

— …

— O criminoso provavelmente animou a boneca com magia ou algo do tipo e mandou ela cortar o cabelo das garotas. É por isso que ontem fiquei procurando pistas sobre o verdadeiro culpado, mas… Bem, não fiz progresso algum.

De acordo com as pessoas da cidade, o culpado era um homem terrível… ou mulher… ou ambos. Descobrir a verdade em uma cidade tão cheia de especulações gritantes devia ser particularmente difícil.

— Bem, então, nesse caso, o que você sabe até agora?

— Eu ouvi as vítimas. Acho que já disse isso, mas graças ao testemunho delas, a essa altura, descobri de onde vêm as bonecas.

— Uhum.

Entendo, entendo.

— Nesse caso, vamos descobrir a origem das bonecas. Vou fazer se arrependerem até no inferno por cortar o meu cabelo. — Pulei e fiquei de pé. Fiquei repentinamente ansiosa para partir, transbordando de excitação e sede de sangue.

— Ei, espera, acalme-se um pouco. Quando alguém estiver falando, ouça até o final.

— O que foi? Você já decapitou o criminoso?

— Não se precipite… — Sheila deixou um suspiro pesado escapar. — Não é isso. Descobri de onde vêm as bonecas, mas é uma situação um pouco irritante.

— Problemas?

Eu tinha tirado meu pijama e colocado meu robe de sempre, e depois de olhar para o meu peito, Sheila disse:

— Neste país, bonecas raras parecem ser compradas e vendidas em leilões feitos por trás dos panos. Claro, isso só vale para os itens com histórias bastante… duvidosas, não para os produtos legítimos. Portanto, tanto os compradores quanto os vendedores usam pseudônimos.

Por que ela está olhando para o meu peito enquanto fala?

— …

Mas eu meio que entendi o que Sheila estava tentando me dizer. Para escapar de seu olhar, terminei de me vestir rapidamente e perguntei:

— Você quer dizer que as bonecas que as vítimas possuíam foram todas compradas lá?

Ela assentiu com a cabeça. E estava mais uma vez olhando para o meu peito.

— A propósito, a velha dona da loja parece ser uma colecionadora e tanto. A ameacei antes e a forcei a cuspir algumas informações, e com certeza, o modus operandi foi o mesmo em todas as outras cenas de crime.

Sheila começou a remexer em sua bolsa.

— Ah, aqui está — disse ela, e sacou uma boneca. Era muito parecida com a que estava sentada na minha mesa de cabeceira no dia anterior, uma bonequinha loira. — Ameacei a dona da loja de novo, e esta é a boneca que peguei. Pelo visto, foi produzida pelo mesmo fabricante de bonecas que as das vítimas.

— Parece bastante comum, embora tenha um ar assustador, como se pudesse começar a se mover a qualquer momento.

Com um olhar orgulhoso, Sheila agarrou a boneca pela nuca e a balançou para frente e para trás.

— Parece normal, hein? Olhe de perto. Isso parece ter sido feito com bastante esmero.

— Hmm…?

Conforme as instruções, aproximei meu rosto do da boneca. Enquanto aquilo balançava, seus olhos focaram em mim, e seu sorriso ficou assustador.

Eu e a boneca ficamos nos encarando por um tempo.

— Ah! — Eu percebi. — É o cabelo?

Ela assentiu com a cabeça.

— Exatamente. Esta boneca tem cabelo humano na cabeça. É por isso que parece tão luxuosa.

— …

— É provável que tenha sido feito com cabelo das vítimas do Cortador em Série.

— Entendo.

Bem, ele certamente é bem feito.

— Bom, essa é a situação. É por isso que estão sendo negociadas em leilões por trás dos panos ou algo assim. — Ainda balançando a boneca para frente e para trás, Sheila continuou: — A propósito, parece que estão realizando um desses leilões hoje.

— Eh?

— Quer ir comigo?

Em vez de responder, coloquei meu robe, puxei meu chapéu preto pontudo para baixo e juntei minhas coisas.

Um dos meus hábitos era balançar o meu cabelo com um gesto esvoaçante após prender ele na minha roupa, mas após ele ser recém-cortado ficava acima da gola.

Nunca vou perdoar esse fabricante de bonecas.

— Bem, então que tal, vamos?

Sheila acenou com a cabeça e saí do quarto com ela.

— A propósito, por que você estava olhando para o meu peito agora há pouco?

— Hmm? Um… bem, eu estava pensando que é meio pequeno.

— …

— …

— Além disso, se vamos a uma casa de leilões escondida, tire o robe e o chapéu. Se você se destacar, há uma boa chance de estragar o nosso disfarce.

— …

Nunca vou perdoar a Bruxa da Meia-Noite.

Aparentemente, poderíamos entrar na casa de leilões pelos fundos de uma loja que ficava no distante final de um beco do outro lado da cidade. Estava tudo “por trás” dos bastidores.

Havia três condições para entrar no leilão secreto.

A primeira era manter sua identidade em segredo.

Ou seja, enquanto estivesse na casa de leilões, era apenas um cliente, nem mais nem menos.

Consequentemente, usei apenas minha camisa e saia, adotando um visual bem simples, e Sheila por algum motivo usou um vestido. Nosso disfarce seria destruído se parecêssemos conspícuas ou algo assim.

A segunda condição era usar uma máscara.

Pelo visto, era necessário ocultar a identidade colocando uma máscara que cobrisse os olhos. Porque essas eram coisas secretas.

— Mas se escondermos apenas os nossos olhos, você pode facilmente dizer quem é todo mundo…

— Não diga isso. Para algo assim, o ambiente é importante. Quando você coloca uma máscara, sente que está escapando de algo errado, certo?

— Não, está muito claro que quando participamos de um leilão secreto estamos fazendo algo errado.

O que você quer dizer?

— Bem, de qualquer maneira, vamos entrar.

Nos escondendo por trás de máscaras e fantasias, entramos na casa de leilões.

Aliás, a terceira condição para a admissão era o pagamento da taxa de entrada.

A casa de leilões era subterrânea, mas era limpa e bem decorada. Na verdade, era tão extravagante que poderia chamar até de ornamentada.

Lustres pendiam de um teto adornado com pinturas enigmáticas, lançando luz dourada sobre os assentos alinhados logo abaixo, que eram cobertos por lençóis vermelhos. Parecia menos com uma casa de leilões e mais com uma verdadeira casa de ópera.

— Aparentemente, este lugar costumava ser uma casa de ópera.

— Ah.

Certo, então era uma casa de ópera adequada. Há muito tempo, teria acolhido multidões vestidas com o esplendor apropriado, reunidas para mergulhar nessa nobre forma de arte, mas agora…

— Heh-heh-heh… hoje vou comprar uma daquelas bonecas… heh-heh…

— Eu definitivamente comprarei, definitivamente comprarei, definitivamente comprarei!

— Estou economizando todo o meu dinheiro só para hoje… Não vou para casa até conseguir.

— …

Como devo dizer? Com seus olhos injetados de sangue, a multidão decadente era totalmente inadequada para a decoração opulenta.

Enquanto eu bebia em meio ao ambiente bizarro, chegamos aos nossos assentos. Ao meu lado, Sheila estava brincando com a placa numerada que recebera e soltou um suspiro.

— Cada um deles está desesperado.

— Me pergunto por que ficam tão preocupados por algumas bonecas estúpidas.

— Eu realmente não sei, mas talvez haja algum apelo para o tipo de mercadoria ilícita que você não pode só comprar em locais públicos.

— Huh…

Eu realmente não entendo a obsessão.

Ficamos esperando por mais alguns minutos na sala lotada e barulhenta. Por fim, um único homem apareceu no palco.

— Muito bem, todo mundo, obrigado pela paciência! Hoje, como sempre, temos alguns produtos incríveis, cortesia de nossos talentosos artesãos! Vocês todos os querem? Eu disse: Vocês os querem? É claro que querem!

O salão inteiro explodiu em frenesi à instigação descarada do homem. A multidão devia estar prestes a explodir.

De qualquer forma, ninguém teria saído de seu caminho para ir ao leilão se não quisesse as bonecas, certo? Claro que não.

O homem no palco passou algum tempo dando alguns avisos e explicou as regras simples que seriam usadas durante o leilão:

Levante seu cartaz numerado, diga um preço, e a pessoa que oferecer o preço mais alto terá o lance vencedor. Não ofereça o que você não pode pagar. Não ofereça mais do que o seu orçamento permite.

Et cetera, et cetera…

Isso era realmente muito óbvio.

— Bem, então vamos nos apressar e começar! Aqui está o nosso primeiro item!

Em seguida, a tão esperada boneca fez sua aparição no palco.

Era uma boneca do sexo feminino.

Em tamanho real.

— Ah, então é isso que querem dizer com mercadoria irregular.

— Entendo.

Ela parecia ser muito popular, visto que um enorme número de cartazes foi erguido ao redor do salão. A competição foi extremamente intensa, mas no final de uma luta feroz, um senhor de aparência rica saiu vitorioso, oferecendo uma soma bem impressionante.

— Todas as bonecas são assim?

— Não, eu não acho que sejam. Se as informações que obtive forem verdadeiras, tenho certeza de que as bonecas que procuramos podem ser adquiridas aqui.

Pelo que pude ver, porém, a segunda boneca sendo levada ao palco também era uma em tamanho real, assim como a terceira.

Exatamente qual é o negócio deste leilão?

— …

Eu estava ficando gradualmente irritada com a tagarelice ao meu redor, mas o que aconteceu depois disso atraiu minha atenção ao palco.

— Muito bem, pessoal, obrigado por esperarem! Aqui está! A próxima! É um item de demonstração!

Era uma boneca de tamanho totalmente normal, que, se olhasse de perto, era comparável à do quarto no qual eu havia ficado.

Se olhasse bem de perto, veria que estava vestida com o mesmo tipo de vestido espalhafatoso daquela.

Resumindo…

— É isso?

— Com certeza. — Balancei a cabeça. — Mas o que diabos fizeram com aquilo…? Estão procurando briga?

— Fique calma.

— …

Essas bonecas com certeza eram bem costuradas.

— Olhem para ela! Em busca do realismo, as mechas desta boneca foram feitas com cabelo humano! — gritou o homem no palco, um tanto entusiasmado. — Mas são cabelos cinzentos! Uma cor bastante rara, é um cabelo lindo com um brilho requintado!

Pois bem, quem diabos você acha que é a dona desse cabelo raro?

Eu, provavelmente… Não, tenho quase certeza.

O público ficou em alvoroço com o novo item. Vozes frenéticas irromperam aqui e ali, a tal ponto que os gritos e guinchos de alegria ficaram indistinguíveis.

O que diabos está acontecendo aqui? Aquele é o meu cabelo!

— Estão realmente adorando isso. Eu condeno todos à morte.

— Vamos, acalme-se — Sheila confiantemente me tranquilizou. — Esses clientes não sabem o método de produção. Não são os responsáveis.

Ainda assim…

— Além do mais, esta boneca é obra do Cortador em Série, que é o assunto da cidade! O que acham disso? Incrível, não é?! — O homem no palco estava mais uma vez provocando o público.

Sheila balançou os ombros descuidadamente.

— Bem, caramba, você pode esquecer o que eu acabei de dizer.

Parece que isso poderia se tornar problemático.

— A propósito, Sheila. Já sabemos que a boneca foi feita pelo Cortador em Série, então o que você está planejando fazer quanto a isso?

— Isso deveria ser óbvio. Vou ganhar o leilão e localizar o culpado.

— Ah.

Enquanto eu balançava a cabeça, o leilão começou.

O homem no palco bateu com seu martelo de madeira.

— Agora, vamos começar a leiloar em uma peça de ouro.

Cartazes numerados foram erguidos por todo o salão e vozes encheram o ar.

Duas peças de ouro, três peças, cinco, sete, nove, dez, doze, quatorze, quinze!

A quantia oferecida pela boneca feita com o cabelo que me foi roubado alcançou valores ridículos. A inflação subiu. O preço disparou.

— Parece que vai ser difícil vencer, não é?

— Parece que sim…

O número de moedas de ouro logo passou de vinte e, conforme estava se aproximando dos trinta, meus níveis de estresse também estavam chegando ao limite.

Algo estalou dentro de mim. Por causa do cabelo que me faltava.

Então me levantei.

— Sheila. Tive uma ideia que será muito mais rápida do que vencer um leilão.

— Vinte e nove peças de ouro! Mais alguma oferta? Nenhuma? Bem, então, vendido por vinte e nove…

Não, não.

Não vou deixar você se safar com isso.

— Yahh! — Antes que o leiloeiro pudesse bater o seu martelo, disparei um feixe de luz da minha varinha e explodi o objeto de madeira. Ele voou da mão do homem, girando e girando no ar, até pousar no palco.

— Hã? Mas o que é… waaaaahhh!

Enquanto eu fazia isso, também atingi o leiloeiro.

Ele estava no meio do caminho, sabe.

Meus passos ecoaram dramaticamente pelo salão, que agora estava em alvoroço com esse acontecimento inesperado. Ao me aproximar do palco, percebi que a atenção de todos estava voltada para mim.

Mas o que diabos acabou de acontecer?

Ei, olhe aquele cabelo. É da mesma cor que o da boneca.

Será que ela poderia ser… sabe?

Isso é ruim, hein…?

Todos sussurravam.

— Todos vocês sabem quem colocou essas bonecas à venda? Sabem onde essa pessoa conseguiu o cabelo dela? — Enquanto caminhava em direção ao palco, falei solenemente para ninguém em particular. — Não, tenho certeza que todos vocês sabem. Essas bonecas foram feitas pelo Cortador em Série, e aquele cabelo é propriedade das vítimas.

E um pouco é meu.

— Entenderam? Suponho que todos vocês pensaram que, como só compram as bonecas, não compartilham de nenhuma responsabilidade. No momento em que fazem suas compras, porém, são igualmente culpados. Não, vocês são culpados a partir do momento em que pisam neste lugar. Todos vocês merecem a morte.

Pisei no palco fazendo um estalo.

— Acho que é provável que o culpado esteja entre nós. Uma vez que o criminoso se esforçou tanto para fazer bonecas tão incríveis e está orgulhoso de seu trabalho ao ponto de colocá-lo em um leilão, tenho certeza de que sente uma satisfação doentia ao ver o preço que suas bonecas podem alcançar.

Com isso, agarrei a boneca pelo pescoço e a segurei no ar.

— No entanto, há muitas pessoas aqui. Ora, deve haver pelo menos cem de vocês. Procurar pelo culpado seria muito entediante, então tentei ter uma ideia melhor. Eu precisava de um plano.

“Mas, embora tenha pensado muito arduamente, não consegui encontrar uma solução concreta. Não, isso não é muito preciso. Para ser sincera, no meio do caminho eu desisti de resolver isso.

“Claro, pode ser apenas uma pessoa que faz as bonecas, mas todos neste salão são igualmente culpados. O fabricante de bonecas que descaradamente vendeu produtos feitos com o cabelo roubado é culpado, mas vocês todos são igualmente culpados por tentar comprá-las, apesar de saberem de sua origem distorcida.”

E então…

— É por isso que estou com muita raiva. Quero acabar com minha raiva, então decidi fazer algo para ceifar a vida de cada pessoa aqui. Por exemplo, algo assim.

Crunch.

Quebrei o pescoço da boneca.

— E assim.

Rrrip.

Arranquei todo o cabelo da boneca.

— E inclusive… assim!

Crash.

Desmembrei a boneca e a joguei no chão.

— Bem, então, quem é o primeiro no bloco de desmembramento? Quem seria melhor? Algum voluntário? Oh-ho-ho!

Minha voz ecoou pelo lugar, fazendo-me perceber que o salão, que era maior do que eu pensava, estava em completo silêncio. Esperei um pouco e mais um pouquinho, mas ninguém disse nenhuma palavra.

Suponho que estejam pensando que vou deixar isso de lado se ficarem quietos. Não me subestimem.

— Hyah!

Pisoteei a boneca desmembrada, esmagando-a lentamente sob o meu calcanhar.

— Então o criminoso fica em silêncio, hein? Que pena. Nesse caso, acho que vou lidar com vocês, um por um, começando da direita, assim…

— Que coisa terrível você fez!

Uma voz surgiu de algum lugar do salão. Era uma mulher.

— Essa boneca é minha, sabe! Você sabia? É um item vintage. Não é algo que você possa tratar de uma forma rude dessas!

A mulher estava extremamente zangada. Com passos largos, ela forçou seu caminho até a frente do salão e subiu no palco.

— Hã? Já nos vimos em algum outro lugar?

Seu rosto parecia familiar.

— Ontem, você entrou na minha loja e, desde então, tenho pensado no seu cabelo e em mais nada.

— …

Me lembrei.

Era a dona da loja de bonecas sombria.

— Seu cabelo é incrivelmente lindo e raro. É tão incrível que, contra meu melhor julgamento, passei a cobiçar ele. Você ficou brava?

— …

Eu intencionalmente pisei ainda mais na boneca que estava no chão.

— Pela deusa! Você fica incrível mesmo quando está com raiva! — A velha se contorceu como uma donzela apaixonada.

— Diga-me, por que está transplantando o cabelo das pessoas nas bonecas?

— Isso não é óbvio? É porque quero espalhar a beleza para um público maior! Quando enxerto o cabelo das pessoas em bonecas, sabe, as bonecas realmente ganham vida. No começo eu usava meu próprio cabelo, mas olha só, ele era insuficiente. Antes que eu percebesse, comecei a usar o cabelo de outras pessoas. Eu controlo minhas bonecas de longe e as uso para cortar os cabelos das garotas. Os olhares em seus rostos quando descobrem que perderam seus longos cabelos, imagens de raiva e desespero… também são celestiais! Achei tudo tão gratificante que não aguentei! Ah, é tão, mas tão incrível!

— Uh, claro.

Eu me afastei.

Me afastei bastante.

Que pena que meu cabelo foi cortado para satisfazer tal perversão.

— Bem, então, o que você vai fazer, senhorita? Vai ceder à sua raiva e me desafiar? É bom saber que sou uma bruxa! Entendeu? É a classificação mais alta entre os usuários de magia. Você não tem chance de me vencer. Me pergunto, mesmo assim vai se render à sua raiva e lutar comigo?

— …

Um, eu também sou uma bruxa. Ela provavelmente está me confundindo com uma maga comum porque eu não estava usando meu broche quando visitei a sua loja.

— Ora, ora, ora, ora. O que você vai fazer? Mostre-me mais desse lindo rosto zangado!

Ela começou a ficar toda agitada.

Depois de abandonar o menor sinal de simpatia por ela, eu só tinha uma coisa a dizer:

— Este é o fim da linha para você.

No momento em que terminei de falar, uma gaiola do tamanho exato para uma pessoa caiu de cima, prendendo a mulher, enquanto algemas com correntes passavam em volta dos dedos, prendendo suas mãos, impedindo-a de segurar sua varinha.

Tudo aconteceu em um instante. A mulher que estava gracejando no palco se tornou uma criminosa enjaulada.

— Ei, obrigada pela sua ajuda, Elaina.

A voz de Sheila ressoou de algum lugar do salão, acompanhada por espirais de fumaça branca, que desapareceram após um anúncio que lembrava a todos que “É proibido fumar dentro do prédio.”

A gaiola era um feitiço lançado por ela.

— Hein…? — A mulher, atônita, com os olhos arregalados, bateu nas barras mágicas com as palmas das mãos abertas. — O que você está fazendo? O que é isso? Você deve estar com raiva, certo? Você fica feliz se acabar assim? Fique mais brava!

— …

Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que ela estava falando. Quer dizer, eu não entendia a vontade de fazer bonecas com cabelo humano, mas essa obsessão de querer ver garotas ficarem bravas de alguma forma fazia ainda menos sentido.

Só pode ser algum motivo nojento, certo?

Honestamente, não entendo esse tipo de gente.

Dei o meu melhor para sorrir e falei uma coisa.

— Estou com mais raiva do que nunca, e é exatamente por isso que vou fazer algo que você com certeza odiará ainda mais.

Permita-me contar o resto da história de forma curta e simples.

O caso terminou sem mais incidentes.

Recuperei meu cabelo e rapidamente o consertei com um feitiço, devolvendo-o ao seu brilho usual, liso, longo e lustroso.

Bem-vindos ao lar, meus preciosos fios.

Então, pegamos a criminosa. Aparentemente, ela controlava as bonecas com magia remota. Deveria ter sido capaz de controlar a boneca no palco também, mas depois que eu a rasguei em pedaços, parecia que não tinha alternativa a não ser aparecer pessoalmente.

Sob a supervisão de Sheila, a prisioneira foi enviada para fora do país, para uma filial da Associação de Magia.

Parecem ter as punições apropriadas por lá.

— Minha recomendação é a pena de morte.

Sheila, que estava na escolta da criminosa, fez uma careta diante das minhas palavras.

— Sinto muito por informar, mas esta senhora só cortou o cabelo das pessoas. Não acho que a sua punição será tão severa. De forma alguma vão sentenciá-la à morte.

— Isso não é o bastante. Uma pena de morte, por favor.

— Não diga coisas estúpidas. Estúpida.

— Ela deve pagar por seus crimes contra o meu cabelo. Portanto, a pena de morte é o mais apropriado.

— Mas seu cabelo já voltou ao normal, não voltou?

— Então acho que terei que cortá-lo novamente.

— Por que você faria uma coisa dessas…?

Bem, e quanto à minha raiva justa por uma criminosa deplorável?

Mesmo quando Sheila e eu estávamos terminando nossa conversa, a culpada em questão estava babando e rindo consigo mesma, “Heh-heh-heh…” e “Que bom…” e assim por diante.

Esta lunática não sente o menor remorso, não é?

Eu teria preferido socá-la até virar polpa com as minhas próprias mãos, mas, como parecia que ela poderia gostar ainda mais disso, fiquei sem saber o que fazer.

Hmmm…

— Você está fazendo uma cara meio estranha. — Sheila deu de ombros. — Bem, pode relaxar. Provavelmente existe uma punição ainda mais severa do que a pena de morte esperando no lugar para onde estou a levando.

— O que você quer dizer?

— Quem sabe?

Esquivando-se da pergunta com um sorriso ambíguo, Sheila usou sua magia para levantar a gaiola e subiu em sua vassoura.

— Então tá bom. Estou indo. Estou com pressa.

— É mesmo?

— Vamos nos encontrar novamente, Bruxa Cinzenta.

Ela era uma bruxa da Associação de Magia. Eu era uma bruxa viajante.

Realmente não acho que vou vê-la novamente, mas que seja.

— Vamos nos encontrar novamente, Bruxa da Meia-Noite.

Dei o meu melhor para sorrir.

O resto da história foi o seguinte:

A Bruxa da Meia-Noite, Sheila, tomou seu tempo voando sobre a pradaria com uma enorme gaiola suspensa no cabo de sua vassoura. Ela prosseguiu em direção ao país mais próximo com uma filial da Associação de Magia.

A Associação de Magia possui escritórios ao redor de todo o mundo. No dia seguinte à resolução do assunto do Cortador em Série, Sheila entrou em uma filial, apresentou seu relatório sobre o incidente e a autora do crime, e recebeu uma quantia considerável.

É assim que a solução de problemas de bruxas viajantes ganha vida.

— Ah! Me perguntei quem era. Se não é a minha professora!

A propósito, existem muitas, muitas bruxas e magos que vagam pelo mundo resolvendo os problemas das pessoas. A aprendiz de Sheila era uma delas.

— Ah, é você. O que está fazendo aqui?

— Acabei de chegar. Tive alguns problemas com dinheiro, então pensei em arranjar um serviço. — O cabelo preto da aprendiz de Sheila balançava suavemente enquanto ela se maravilhava com a enorme jaula ao lado de sua professora. — Você poderia me deixar ficar com esse serviço…?

— Você é idiota? Acabei de terminar ele.

— É por isso que eu quero pegar!

— …

Sheila deixou um suspiro exasperado escapar.

— O que essa pessoa fez? Seus olhos estão brilhando de um jeito estranho.

A mulher dentro da jaula estava animada para fazer sua estreia em um novo cenário.

— Ah… que fofa! — disse ela. — Seu rosto zangado é ainda mais adorável, sem dúvida! — Felizmente, suas palavras nunca chegaram aos ouvidos da aluna.

— Ah, ela? Ah, umm… — Sheila hesitou um pouco sobre dizer ou não. — A verdade é que esta mulher é o Cortador em Série que andava por aí cortando o cabelo das pessoas.

— Uau.

— Seus métodos eram bastante diabólicos e ela foi astuta o suficiente para cortar o cabelo de uma bruxa viajante. E então a capturei, e agora vou colocá-la sob custódia nesta filial.

— Huh, ela cortou o cabelo de uma bruxa viajante?

— Sim… — Sheila sorriu significativamente. — Era uma bruxa com um lindo cabelo cinzento.

— Você disse que era uma bruxa viajante com um lindo cabelo cinzento? Hmm…

— E ela estava usando o mesmo chapéu preto e pontudo que você.

— O mesmo chapéu preto e pontudo, é? Hmmm.

— E o mesmo colar.

— Heh-heh… é mesmo? Hmm… Entendo.

Enquanto conversavam, Sheila notou o sorriso de sua aluna gradualmente assumindo um tom assustador.

Ao mesmo tempo, ela também ouviu uma voz esperançosa saindo da gaiola ao seu lado.

— Eu realmente não sei do que você está falando, mas sei que está com raiva!

Ainda sorrindo de orelha a orelha, sua aluna disse:

— Você poderia fazer a gentileza de me contar os detalhes?

A propósito, o nome da aluna era Saya.

Encontrar Saya ensinou à Cortadora em Série que, neste mundo, existem coisas que podem fazer até mesmo a raiva e a tristeza de garotas que tiveram seus cabelos cortados parecerem nada.

 


 

Tradução: Taipan

 

Revisão: Kana

 


 

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