Dark?

Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime

Todos os capítulos em Bruxa Errante, a Jornada de Elaina
A+ A-

 

Verdadeira Toca do Crime e da Maldade

 

Os funcionários estavam inquietos sobre a mesa que não tinha pedido nada mais do que dois cafés. Isso porquê café era um código para drogas narcóticas e as duas pessoas comprando eram nada menos que duas magas.

— Se nós a servimos drogas, com certeza seremos presos… Isso é mau… — Empregado de Meio Período “A” lamentou.

— Estamos acabados… Vou mudar de carreira… — Empregado de Meio Período “B” se desesperou.

— Não percam a cabeça, rapazes. — O gerente preparou dois cafés comuns. — Estão prontos? Por agora, levem esses cafés como se estivesse tudo bem, depois voltem.

— I-Irmãozão! — Os empregados de meio período “A” e “B” fizeram caras azedas. — Mas se entregarmos a elas um café comum, vão gritar com a gente dizendo: “Isso não foi o que pedimos! Nos dê algumas drogas!”.

— Não se preocupem. Em primeiro lugar, acredito que aquelas duas não estejam aqui por conta da Associação Unida da Magia. Não acham também? Tenho certeza que é só nossa imaginação. Certo. Aquelas duas são apenas clientes normais.

Como o gerente havia dito, Sharon e Yuuri eram apenas pessoas normais com nenhuma conexão com a Associação Unida da Magia, mas suas mãos ainda tremiam enquanto despejava o café e o líquido preto derramou dos copos, interrompendo sua tentativa de parecer confiante.

— T-tudo bem… agora, alguém vá lá e entregue o café delas…

Os dois copos de café estavam prontos, cheio até quase transbordarem.

Ambos os empregados de meio período “A” e “B” pensaram que seria melhor não carregar tais copos perigosos.

Foi quando aconteceu.

— Espere um minuto, irmãozão. — empregado de meio período “C” apareceu de repente. — Não deveríamos misturar um pouco de veneno no café delas?

Como disse, o empregado de meio período “C” derramou um pouco de veneno em pó nos copos e misturou. Este era um tipo de veneno próprio para injeções. Ele havia feito tão rápido que ninguém teve a chance de impedi-lo.

— Você…! — O gerente encarou “C”, boquiaberto. — O que pensa que está fazendo?! Esse veneno é coisa séria… Pode matá-las!

— É café. O aroma é forte então elas provavelmente nem vão perceber.

— Esse não é o problema!

— Bom, se elas notarem, eu assumo a responsabilidade, Sr. Gerente.

— Você é algum tipo de demônio?

Ignorando a bronca do gerente, empregado de meio período “C” pegou a bandeja dele e disse:

— Certo, estou pegando isso aqui. — E se dirigiu à sala privada onde Sharon e Yuuri esperavam.

Heh-heh-heh… Eu não tenho nada contra vocês duas, mas… odeio magos, então… vocês podem me fazer um favor e morrer!

O empregado de meio período “C” desprezava bruxas do fundo de seu coração.

Ele nem sempre foi assim, é claro. Na verdade, ele tinha sido um cara normal cujo coração acelerava ao avistar uma garota com o manto de bruxa. Todo homem gosta de uma garota de manto, afinal. Antes, quando morava em uma cidade diferente, tinha ficado caidinho por uma bruxa viajante de cabelo cinzento. Sendo um garoto saudável, ele a chamou para um encontro diversas vezes.

— Hmm, então, eu estava me perguntando, se você, tem um namorado, ou algo assim? Se você quiser, eu posso…

— Impossível. — Ela tinha rejeitado ele normalmente na primeira vez.

— Sem chance. — Na segunda vez, cuspiu enquanto o rejeitava.

— Você sabe o que é um espelho? — Na terceira vez, disse a ele indiretamente que eles não combinavam.

— …… — Da quarta vez em diante, ela o olhava silenciosamente como se fosse um pedaço de lixo.

— Dá para você parar com isso? — Perto da décima vez, ele quase acabou morto.

Desde então, ele abrigou um ódio profundo contra magos.

A maioria das pessoas chamaria de ressentimento injustificável.

— Desculpe pela demora. Aqui está seu café.

E então empregado de meio período “C” carregou dois copos transbordando de café até a sala privada.

Agora vocês podem cair mortas! Suas magas malignas!

Ele colocou os copos na frente das garotas com um baque.

O veneno que o empregado de meio período “C” tinha misturado no café tinha um cheiro bem forte. O odor do veneno misturado com o rico aroma do café produziram um fedor ainda mais nauseante.

O cheiro pesado penetrou a pequena sala.

— Obrigad–bleeeeeeeeehhh! — Yuuri inalou apenas uma pequena porção do cheiro e vomitou imediatamente.

— Bleeeeeeehh! — Sharon vomitou em simpatia, graças ao seu nervosismo severo.

Empregado de meio período “C” voltou com uma expressão que dizia que tinha concluído o trabalho.

— Irmãozão, eu consegui.

— Mas elas ainda não beberam nada…

 

Novo Restaurante Temático Peculiar

 

— De qualquer forma! Você está me escutando? Eu vim aqui hoje a trabalho, entendeu? Essa é uma investigação secreta! Estou disfarçada! Então seria muito ruim se alguém percebesse que sou da Associação Unida da Magia. Por favor, seja cuidadosa — Saya insistiu mal humorada.

Na sua frente, Amnesia acenou com a cabeça agradavelmente e rindo consigo mesma.

— Sim, sim, eu sei, uma investigação secreta, sim. Desculpe-me.

Ela está me olhando como se eu fosse uma criança… Saya pensou consigo mesma. Só estou fazendo meu trabalho o mais sério que posso, então por que tenho que ser tratada assim?

A razão para isto passou completamente despercebida por Saya.

— …Senhorita?

O que também passou completamente despercebido por Saya foi o fato de que a garçonete havia aparecido repentinamente na sala privada delas apesar de não terem pedido por nada ainda.

— …… — Em pé em frente à mesa, a garçonete olhou em volta, então silenciosamente deslizou saquinhos nas mãos de cada uma. — …É o que pediram.

— Hmm, o que é isto…? — Os saquinhos tinham uma aparência suspeita.

— Ora, ora, que clientes suspeitas vocês são. — A garçonete deu um risinho, fazendo o cabelo de Saya arrepiar. — Você veio à nossa loja porque queria isso… certo? Ou então… você tem outro motivo para vir até aqui?

— ……

Saya abriu o saquinho e começou a tremer. Dentro estava um tipo de pó.

 

 

 

Huh? Eu pensei que este lugar estava fingindo ser uma cafeteria normal, mas… isso não é meio óbvio? Digo, é como se nem estivessem tentando esconder.

Saya estava, é claro, segurando açúcar comum. Como parte da apresentação, os funcionários da cafeteria entregavam açúcar para os clientes como se estivesse conduzindo algum tipo de tráfico pelos bastidores.

— Sim, isto e… leve isso aqui também… — Depois do açúcar, a garçonete colocou diversos pedaços de doce na mesa com um movimento suspeito.

— Hmm, o que é isso…?

— Heh-heh-heh… isso é… uma coisinha especial, sabe… feito bem aqui nesta loja. Você pode fazer o que quiser com ele. Consumi-lo aqui ou levar para casa e vender por um preço alto… heh-heh-heh…

Isso com certeza são drogas!

Era, na verdade, doce normal.

— Relaxe e aproveite…

A garçonete deixou a sala privada com uma expressão satisfeita.

Amnesia encarou o cardápio, parecendo um pouco cabisbaixa.

— …Perdemos nossa chance de fazer nosso pedido, hein?

— Vá em frente e escolha alguma comida. — Saya disse, a surpresa de seu rosto mudava rapidamente para determinação. — Tenho trabalho a fazer.

Ela colocou sua cabeça para fora da sala privada e olhou ao redor na loja.

Tinha algo de estranho com essa cafeteria. Da mesa ao lado, ela conseguia ouvir uma conversa se desenrolar. “Oh, você é realmente malvado!” (Era apenas alguém pagando a conta.) E em uma mesa mais longe, duas pessoas estavam tendo uma discussão: “E então… Bora matar qual destes aqui?” “Esse aqui.” (Era alguém decidindo qual comida pedir.)

Deixe-me ver… Este lugar não deveria estar tentando se passar por uma cafeteria comum? Saya perguntou a si mesma. Isso não é nada do que eu esperava…

De repente, um grito veio dos fundos da loja.

 

Verdadeira Toca do Crime e da Maldade

 

— Heh-heh-heh…

— Hoh-hoh-hoh…

Sharon e Yuuri se encaravam de lados opostos na mesa, cada uma rindo um pouco demais, como se ambas pensassem em algum tipo de plot sinistro.

Elas estavam chorando enquanto riam, limpando a mesa que estava coberta em seu próprio vômito.

— Isso é ruim… eles são barra pesada…

Assistindo-as à distância, o gerente tremia de medo.

— O que faremos, chefe? Matamos elas?

Do outro lado, empregado de meio período “C” ainda estava querendo brigar.

— Heh-heh-heh…

Os cafés que acabaram de nos servir estava definitivamente envenenado, não é? Não tenho dúvidas quanto a isso… Eles devem ter descoberto o porquê estou aqui… Waaaah… Quero ir para casa…

Sharon estava entrando em pânico mesmo enquanto ria.

— Hoh-hoh-hoh…

……………………………………………………………………Eu vomitei de novo.

Por outro lado, Yuuri estava se sentindo desanimada.

As duas fizeram uma pausa depois de limpar o próprio vômito, e então…

— Com licença, garçom?

— Garçom, aqui, por favor.

…elas chamaram os funcionários.

Elas tinham se humilhado além da redenção, mas Sharon soou o sino de chamada repetidamente, tentando parecer o mais composta possível, enquanto Yuuri gritava em escárnio:

— Se apresse e venha aqui!

Empregado de meio período “C” apareceu imediatamente.

— O que posso fazer por vocês, senhoritas?

— Não precisamos de mais do que você nos deu antes. Se apresse e nos mostre a coisa boa. — Yuuri falou com um estalar de dedos. Ela ainda estava pensando que esta toca do crime era, na verdade, um restaurante temático.

Incrível… que atitude confiante…! Preciso aprender com ela…

Sharon, com o dedo ainda no botão de chamada, olhava para Yuuri com inveja. Não importava o quão longe viajasse, ela ainda era uma garota comum que sentia o coração bater mais forte quando estava por perto de usuários de magia.

— Como elas estavam? — O gerente perguntou ao empregado de meio período “C” em silêncio assim que o mesmo retornou aos fundos da loja. Ele já tinha perdido completamente todo o ar de autoridade que talvez já tenha tido.

— Pediram-me para trazer a “coisa boa”.

— Elas vão nos arruinar… Estão planejando conseguir provas de que vendemos drogas para que possam acabar com a gente…

— O que devemos fazer?

— Por enquanto, vamos nos fazer de desentendidos e dar a elas um pouco de café normal desta vez.

O empregado de meio período “C” rapidamente preparou dois cafés normais e retornou às garotas na sala privada.

Porém, quando colocou os cafés na mesa, ambas soltaram um suspiro exagerado.

— Ei, cara. Você está zoando com a minha cara? — Sharon exigiu. — Realmente espera que eu acredite que isto é tudo que sua cafeteria tem a oferecer? — Ela estava com uma expressão triunfante, obviamente se deixando levar consigo mesma de novo.  — Nos traga o treco que estão fazendo nos fundos. Quer que eu te exploda com um feitiço? Hã? É isso que você quer? Aff.

Yuuri só esperava não vomitar novamente.

No fim, elas mandaram os dois cafés de volta sem nem mesmo tocar neles.

— Irmãozão, isso não é bom.

Empregado de meio período “C” desistiu. Ser atormentado por aquela bruxa uma vez o levou a perceber que se render era o primeiro passo para a iluminação.

— Certo, então vamos fugir.

Percebendo que se o empregado de meio período “C” admitiu ser impossível, então realmente deveria ser, o gerente estava pronto para desistir da cafeteria. Então os criminosos que comandavam esta toca da maldade se prepararam para escapar, antes que fossem descobertos por Sharon e Yuuri.

 

Novo Restaurante Temático Peculiar

 

— Como assim você não tem dinheiro nenhum? Hã?

— P-Por favor, me perdoe…!

Quando Saya espiou fora da sala privada para dar uma olhada no interior da loja, viu uma discussão se desenrolar numa mesa afastada. Um funcionário masculino tinha agarrado um cliente pelo colarinho e estava o encarando severamente.

— Ei, amigo, ninguém compra drogas na minha cafeteria sem pagar!

— M-mas… o preço subiu tanto, e eu…

— Não me venha com desculpas!

O homem socou a mesa.

— Eeek!

O cliente se tremeu ainda mais.

Era óbvio que este valentão estava feliz em enfrentar alguém mais fraco. Toda a cafeteria ficou em silêncio diante do espetáculo. A maioria das portas das salas privadas estavam abertas e a maioria dos clientes estava assistindo o que acontecia.

— Que horrível…

É claro, Saya estava assistindo também.

— Minha nossa…

Amnesia fazia o mesmo.

Mas os dois homens atraindo toda a atenção agiam como se ninguém os estivesse observando e continuavam a gritar e se encolher.

Ninguém moveu um músculo para salvar o homem sendo atacado e nem para parar o homem que o atacava.

Todos assistindo apenas murmuravam para si mesmos, contentes em permanecer como meros espectadores.

— Se não pode pagar com dinheiro, então não tem outro jeito. — O funcionário puxou o braço do cliente e disse: — A única saída é fazer você pagar com o seu corpo.

— M-Meu corpo?

— Você vai me vender seus órgãos.

— …! — O cliente tremeu de medo. — E-Espera, por favor! Isso não! Qualquer coisa, menos iss…

— Chega de reclamar! Venha, se apresse!

O funcionário, arrastando o cliente relutante atrás dele, começou a caminhar para os fundos da loja, mas assim como antes, ninguém o impediu e, da mesma forma, ninguém ajudou o outro homem.

Não era de se admirar, pois, tanto quanto qualquer um ouvindo poderia dizer, o homem que estava sendo arrastado só estava recebendo o que merecia e não havia nenhuma boa razão para que qualquer um deles arriscasse o pescoço por ele.

Bom, na verdade…

— Pare aí mesmo!

Alguém bloqueava o caminho com os braços bem estendidos. Vestindo um manto preto e um chapéu triangular, com seus cabelos da cor do carvão, ela era uma bruxa e uma viajante. E…

— Meu nome é Saya e trabalho para a Associação Unida da Magia. Eu vi a coisa toda. Solte este cliente imediatamente!

Ela aprontou sua varinha.

Seja por ter perdido a paciência após ninguém ajudar, ou porque sentiu incendiar em si um senso de justiça para parar o mal à sua frente, não havia hesitação em seu olhar.

— …… — Por um momento, o funcionário pareceu bastante confuso e então disse:
— O que você quer dizer…? Está tentando resgatar este homem?

— Eu não acho que é legal intimidar alguém mais fraco! — Saya assentiu rispidamente.

— ……

— ……

O funcionário deu a ela um olhar incrédulo.

Na verdade, o cliente também.

— Minha nossa.

Amnesia, por outro lado, estava mastigando um pedaço de doce distraidamente, assistindo de longe enquanto sua colega de mesa, Saya, metia o nariz nos assuntos de outra pessoa.

— Hmm, senhorita… — Esse foi o momento exato em que uma garçonete apareceu ao lado de Amnesia. — O que exatamente aquela jovem está fazendo?

Amnesia não tinha certeza de como responder a isso. Afinal, ela acabou de conhecer Saya.

— Não tenho certeza, mas acho que ela provavelmente quer parar aquela briga? — Amnesia respondeu rapidamente.

— Mas essa é uma das nossas apresentações regulares…

Essa cafeteria pagava membros de uma trupe de teatro próxima para atuar em cenas de atividades criminosas perigosas, para que os clientes tivessem uma experiência mais emocionante. Isso tudo fazia parte da temática do restaurante.

É claro que, no roteiro original, um ator que fazia o papel de um nobre espectador deveria intervir. Essa foi a razão pela qual nenhum dos outros clientes interveio, mas a partir do momento em que Saya entrou, ele não tinha mais nada para fazer e estava parado desajeitadamente ao lado da garçonete.

— Isso com certeza não está indo como planejado… — Ele comentou.

— Ah, sério? — Amnesia soltou o sabre que estava prestes a desembainhar. Se a garçonete não tivesse falado, ela teria ido apoiar Saya.

— Senhorita, aquela outra garota… está bem…? — A garçonete olhou para Amnesia. — Digo… ela parece uma maga e nossa loja seria responsável caso ela machuque algum dos atores…

— Hmm…

A garçonete parecia se preocupar com a possibilidade de Saya fazer algo imprudente.

— Ela provavelmente não está bem. Na verdade, ela é o tipo de idiota que poderia começar a soltar feitiços num lugar assim pensando equivocadamente que estamos em grave perigo. Além disso, a conheci faz pouco tempo, mas… — Amnesia olhou para Saya novamente e disse: — Ela, com certeza, parece do tipo que leva as coisas bem à sério.

— Graah!

Logo que Amnesia disse isso, Saya lançou um feitiço no ator fingindo ser um criminoso. Felizmente, errou o homem em questão e, no lugar, abriu um enorme buraco na parede da cafeteria.

— Errei!

— Como pensei, ela é mesmo inacreditavelmente burra…

 

Verdadeira Toca do Crime e da Maldade

 

Baaam!

Yuuri e Sharon estavam no meio de uma discussão do quão demorado era o serviço quando o som de uma explosão ecoou pela cafeteria.

— Hã? O que aconteceu? — Yuuri correu para fora da sala privada e olhou pela loja.

— Waaah! — Sharon fugiu da sala privada, convencida de que os gangsters trabalhando nessa cafeteria tinham finalmente lançado um ataque para lidar com elas.

— ……

— ……

Quando as duas emergiram da sala, o estado da cafeteria tinha mudado completamente. Madeira e tijolos estavam espalhados por todo o lugar. Entulho das cadeiras e mesas estavam empilhados por toda parte também. Parecia que algo tinha socado um enorme buraco na parede e pisoteado o lugar.

— O que aconteceu…?

— Waaah!

As duas garotas podiam ver os corpos dos funcionários do restaurante espalhados em volta do buraco na parede. Todos presos debaixo de uma pedra e seus gemidos preenchiam a cafeteria destruída.

Yuuri não tinha certeza do que tinha acabado de presenciar, mas finalmente percebeu que havia algo acontecendo. Ela tocou no ombro do gerente, que estava deitado por perto.

— Hmm, você está bem?

— Guh…hah… — O gerente da cafeteria estava obviamente com o pé na cova.

— …Você está bem? — Era óbvio que o homem não estava nada bem, mas por agora, Yuuri repetiu sua pergunta.

— Feh…você, huh…? — O gerente falou para Yuuri com a voz tremendo. — B-Bela… jogada…

— Hã?

Do que este cara está falando?

— E pensar que… você sabia que tentaríamos fugir e colocou seus associados do lado de fora da loja…guh…você estava brincando conosco este tempo todo…

— Eu, hmm, realmente não sei do que você está falando.

Isso tudo é… parte de uma peça?

— Fah… Eu sabia que não seriamos páreos…para usuários de magia…ah…

— Sério, não faço ideia do que está dizendo.

— Vá em frente, pode nos prender… — O gerente estendeu as mãos. — Estamos acabados…

Yuuri olhou para Sharon, perplexa.

O que diabos eu deveria fazer aqui?

Sharon encarou de volta. Ela parecia impressionada e com medo.

— Então é por isso que você estava tão confiante, hein? Mas derrotar um inimigo mesmo quando eles estão tentando fugir… isso é bem brutal…

Foi nesse momento que Yuuri, que ainda tinha certeza de ter ido a um restaurante temático, estava começando a ter a impressão de que ela e Sharon estavam com ideias diferentes.

— Mas estou te dizendo, ainda não entendi do que qualquer um de vocês está falando… — Ela disse

— Hã? Tudo isso não era parte do seu plano? — Sharon inclinou sua cabeça em confusão.

— Hã? Meu plano…?

Plano de quê?

— Hmm?

— Hmm?

Ambas inclinaram a cabeça de um jeito encantador e encararam uma a outra por um momento ou dois.

Finalmente, Sharon disse

— Bom, que seja. — E desistiu de pensar sobre o assunto — Por enquanto, vamos prender esse pessoal. Se fizermos isso, teremos acabado por aqui.

— Prender eles…? Este lugar não é só uma cafeteria temática? Não acho que temos motivo para prendê-los.

Não deveríamos buscar ajuda médica ao invés disso?

— Hã? Do que está falando? Eles são só bandidos medíocres.

— O quê?

— É, veja, esses caras pertencem a uma gangue. Estavam vendendo drogas nos fundos o tempo todo.

— …Então não é um restaurante temático?

— Restaurante temático? — Sharon inclinou a cabeça. — É na porta ao lado.

Ela apontou pelo buraco aberto na parede.

— ……

— Sério? — Yuuri disse depois de um momento de silêncio.

Só então percebeu que havia ido a cafeteria errada.

Depois disso, Sharon e Yuuri trabalharam juntas para prender os criminosos. Elas aceitaram uma recompensa modesta da cidade e cada uma retornou a suas viagens mais uma vez.

Um tempo depois, Sharon refletiu nos eventos do dia.

— Bom, é isso o que acontece com qualquer empresa criminosa que tente se meter comigo!

Era por dizer coisas como essa com frequência que ela se envolvia em incidentes problemáticos com frequência. A garota nunca aprendia. Esta era Sharon.

Yuuri também refletiu em tudo que havia ocorrido.

— Eu cheguei a pensar que algo estranho estava acontecendo, sabe. Digo, os caras que comandavam a cafeteria não me impediram de entrar nem nada.

Talvez finalmente tenha chegado o dia em que ela percebeu que vomitar toda vez que tomava café não era, de fato, uma coisa normal de se fazer.

 

Novo Restaurante Temático Peculiar

 

Saya foi repreendida pelo dono da cafeteria do qual tinha demolido a parede. Ela protestou, dizendo que não fazia sentido uma cafeteria que fingia ser uma fachada para o crime organizado abrir as portas ao lado de uma cafeteria de fachada verdadeira. Isso não era uma pegadinha ou algo assim?

Porém, infelizmente, ninguém estava disposto a escutar suas desculpas e o dono da cafeteria estava genuinamente irritado com ela.

— Olha, você… Todo mundo entendeu o que estava acontecendo, certo? Era óbvio que era tudo uma encenação. Não é nossa culpa que um lugar como aquele possa existir de verdade, ou é? Sério, você está se escutando?

No fim, Saya tinha ficado furiosa gratuitamente. Ela estava presa consertando a parede. O dono da cafeteria a fez trabalhar lavando a louça na cozinha para que pagasse sua dívida.

Como ela acabou lavando a louça? E onde estava a verdadeira empresa criminosa? Saya lavou e lavou e ainda não entendeu muita coisa.

— Descanso difícil, hein?

— …..

O que ela menos entendia de tudo era o porquê Amnesia, a garota com quem dividiu uma mesa, também estava presa lavando a louça com ela.

— …Hmm, o que você está fazendo?

— Hmm? — Amnesia respondeu Saya com um sorriso. — Eu estava sentada com você, então pensei que deveria ajudar com a louça, dado um senso de responsabilidade coletiva.

— …… — Saya não sabia como responder a isso. — Fui eu quem destruí a cafeteria, então é minha responsabilidade. Você não precisa me ajudar, sabe?

— Mas pensei em interferir e te parar. — Amnesia disse com naturalidade. — Eu sabia que esta cafeteria era um daqueles restaurantes temáticos, mas não sabia que tinham apresentações daquele jeito. Aquilo foi um pouco inesperado, huh? Não é de se espantar que você ficou confusa.

— Eu sei, né?! É totalmente confuso!! — Saya estufou as bochechas. — Essa cafeteria não tem sentido nenhum! Meu Deus do céu! — zangou-se enquanto continuava a lavar a louça.

— ……

Um momento depois, Saya olhou para Amnesia, que estava murmurando uma melodia enquanto lavava ao seu lado.

Ela deve ter se sentido mal por Saya ter que levar toda a responsabilidade sozinha e se ofereceu para ajudar.

— …Amnesia. — Saya virou seu rosto para o outro lado e, enquanto continuava a lavar, disse: — Obrigada.

— Está tudo bem, tudo bem. — Era claro que Amnesia estava sorrindo ao lado de Saya. — Tenho certeza que a bruxa que me ajudou, faria o mesmo nessa situação

— ……

A bruxa que tinha ajudado Amnesia.

— Se não estou enganada, ela era uma bruxa com o cabelo cinzento, não era?

— Sim, era. Cabelo cinzento e olhos lápis-lazúli, vestindo um manto preto e um chapéu triangular.

— Huh. Ela parece uma conhecida minha.

— Uma bruxa conhecida sua… Se não estou enganada, você quer dizer aquela que você se apaixonou?

— Correto.

— Aquela que provavelmente está apaixonada por você?

— Correto.

— ……

— ……

— O que faríamos se elas fossem a mesma pessoa? Oh-hoh-hoh…

— Verdade, o que faríamos? Heh-heh-heh

Um estranho ar de tensão tomou conta da cozinha.

Depois de lavar a louça até o sol se pôr, Saya e Amnesia tomaram caminhos separados, ainda rindo de maneira suspeita entre elas.

No dia seguinte.

Saya foi chamada para a filial da Associação Unida da Magia da Cidade Mercante de Triones. Esperando lá por ela estava sua instrutora, a Bruxa da Meia Noite, Sheila.

Sheila tinha uma expressão triunfante, fumando seu cachimbo em frente ao pôster da Campanha de Erradicação das Empresas Criminosas do dia anterior.

Saya, na verdade, tinha perguntado a outro membro da Associação de Magia sobre Sheila ter sido escolhida para ser o rosto do pôster da campanha. E enquanto Sheila tinha certeza que era por ser uma poderosa e experiente bruxa, acabou que o verdadeiro motivo por ela ter sido escolhida era porque se parecia com o tipo de pessoa que gerenciaria uma empresa criminosa.

O oficial proibiu Saya de falar sobre isso, porque se isso chegasse aos ouvidos de Sheila, ela não levaria numa boa.

Quando Sheila percebeu Saya, que havia chegado atrasada, disse “E aí” e soltou uma nuvem de fumaça

— Olá.

— Como foi ontem com a empresa criminosa?

Saya não tinha certeza de como responder à pergunta.

— Eu lavei a louça deles.

— O quê…?

 


 

Tradução: Vinnyel

Revisão: NERO_SL

 

💖 Agradecimentos 💖

Agradecemos a todos que leram diretamente aqui no site da Tsun e em especial nossos apoiadores:

 

  • deciotartuci
  • Bamumi
  • Kovacevic
  • Abemilton Filho
  • Asta~
  • Caio Celestino
  • CarlPool
  • EuMesmo
  • Jão gay
  • kicksl
  • MackTron
  • MaltataxD
  • Matheusfss
  • Pride
  • Rillead
  • Silas
  • MarceloSwH
  • Niceasta
  • subaco
  • Otávio Chiappina
  • Nightwolf

 

📃 Outras Informações 📃

Apoie a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia as obras diretamente em nosso site.

Acessem nosso Discord, receberemos vocês de braços abertos.

Que tal conhecer um pouco mais da staff da Tsun? Clique aqui e tenha acesso às informações da equipe!

 

 

Tags: read novel Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime, novel Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime, read Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime online, Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime chapter, Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime high quality, Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 04.2 – Bem-vinda à Toca do Crime light novel, ,

Comentários

Vol. 08 – Cap. 04.2