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Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 07 – Cap. 05 – Vila das Beldades

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Visitei aquela vila um tempo atrás.

Tinha acabado de começar minhas viagens e estava voando pela floresta em minha vassoura quando me deparei com ela.

Minhas memórias daquela época são confusas. Honestamente, não me lembro exatamente em que região ou em que tipo de lugar aquela vila estava localizada. A paisagem do ambiente que a cercava era muito comum; não havia nada além de floresta.

No entanto, entre todas as minhas memórias nebulosas, há uma coisa única sobre aquela vila, uma única coisa que me lembro com bastante clareza.

É o seu nome.

Era chamada de…

a Vila das Beldades.

 

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— Bem-vinda à Vila das Beldades!

De pé, ao lado de um portão de aparência barata em uma cerca de aparência barata, estava uma linda garota. Ela era provavelmente cerca de um ou dois anos mais nova do que eu. Este lugar chamava a si mesmo de Vila das Beldades, então imaginei que os moradores deveriam estar bem confiantes e, com certeza, aquela garota era a própria definição de beleza.

Se eu fosse uma jovem ingênua, provavelmente teria ficado estupefata, incapaz de sequer olhá-la nos olhos.

— Olá — respondi com uma leve reverência.

— Você é uma viajante? — A bela guarda do portão sorriu e inclinou a cabeça. — Damos boas-vindas a viajantes do sexo feminino. Por favor, entre!

A guarda puxou minha mão, insistindo que eu entrasse e, para minha surpresa, fui puxada direto para a vila.

Uh.

Mas.

— Hum… o que é a Vila das Beldades? O que isso significa?

Olhei para a guarda enquanto ela me puxava pela mão.

— Hmm? — Ela continuou saltitando com pequenos passos animados enquanto se virava para mim. — Todo mundo que já visitou esta vila a chamou assim, então nossa anciã atual disse que deveríamos ir em frente e tornar esse nosso nome oficial. Foi assim que passamos a ser chamados de Vila das Beldades — explicou ela.

Bem, isso é uma demonstração de vaidade excessivamente alta. Eles não têm vergonha de dizer isso? Não, eles escolheram esse nome porque não se envergonham dele, não é mesmo?

Caminhando atrás da garota animada, olhei em volta para o interior da vila.

Era uma pequena vila, com casas de madeira aqui e ali.

Todas elas, sem exceção, pareciam velhas, em ruínas e desertas. Suponho que esta vila deve estar aqui desde a antiguidade.

— ……

De pé, entre as casas silenciosas, estavam os aldeões, olhando para nós com olhos curiosos. Havia mulheres jovens lavrando os campos, carregando cestas cheias de legumes nas costas, descansando à sombra das árvores; conversando e relaxando na beira da estrada.

Não deveria ter muitas pessoas ali e, pelo que pude ver, todas eram mulheres jovens e bonitas. Essas jovens de tenra idade, sem um única exceção, tinham rostos lindos.

Entendo. Esta certamente parece ser uma Vila de Beldades.

— A propósito, senhorita viajante, qual é o seu nome?

— Eu sou Elaina.

— Entendi. Elaina, não é? Esta é a primeira vez que uma viajante tão bonita quanto nós vem até aqui! Já sinto uma grande conexão com você!

— Huh…

A guarda animada ainda estava puxando minha mão.

— Como viajante, deve saber muitas coisas sobre o mundo exterior, certo? Por favor, conte-nos uma ou duas histórias!

— Huh…

— Ah, esta é a casa da anciã da vila.

E então, a guarda parou no local. Era um pouco tarde para isso, mas me perguntava se ela realmente era adequada para ser uma guarda. Ela havia deixado o portão aberto. Embora não pudesse imaginar muitas pessoas entrando tão a fundo na floresta de qualquer maneira.

A casa que ela havia apontado como sendo aquela pertencente à anciã da vila, parecia tão velha quanto todas as outras. Mesmo que, supostamente, esteja no comando por aqui, ela realmente não parecia estar vivendo no colo do luxo.

— Meu Deus, uma viajante?

Com um timing perfeito, uma única mulher emergiu da casa da anciã da vila.

— Esta pessoa é a nossa anciã. O que acha? Ela é uma beleza, não é? Por alguma razão, a guarda falou com orgulho. Esta mulher não era exceção; era uma bela jovem. Ela poderia ser a anciã da vila, mas isso aparentemente não significava que era realmente mais velha do que as outras. Não nesta vila.

— Olá. É raro ver uma bela viajante, oh-hoh-hoh! — Enquanto soltava uma risada sofisticada, a anciã da vila estendeu a mão para mim.

Este estava se tornando um lugar muito estranho. Olhei para a anciã da vila enquanto pegava sua mão.

— Existem apenas mulheres nesta vila…? — Perguntei, embora pudesse adivinhar a resposta pelo fato desta ser chamada de Vila das Beldades.

Até agora, todos que tinha visto, sem exceção, eram mulheres. Certamente me pareceu estranho ter uma proporção tão distorcida entre os sexos.

— É como você diz. — No entanto, a anciã da vila assentiu, como se fosse algo natural. — Como pode ver, esta é a Vila das Beldades. Apenas mulheres jovens e bonitas têm permissão para viver aqui.

Com certeza parecia haver apenas jovens beldades, ou garotas com potencial para serem bonitas quando crescessem.

— Bem, então como a vila se mantém?

Era uma pergunta direta. Sem a ajuda dos homens, parecia que a vila teria dificuldade em se sustentar. Afinal, elas não seriam capazes de ter filhos. A população continuaria decaindo.

Não era difícil imaginar que a Vila das Beldades acabaria se transformando na Vila das Velhotas e, por fim, na Vila dos Ossos.

— Ah! O que é isso? uma garota nova?

Nesse momento, uma voz veio de dentro da casa da anciã da vila, e um jovem de aparência animada apareceu por trás da porta. — Hoh-hoh, o que temos aqui…? — Ele voltou seu olhar para mim, como se estivesse me avaliando.

Quem é esse homem, essa epítome da grosseria?

— E quem poderia ser ele? — Perguntei.

Algum tipo de reprodutor vivo, talvez?

Sorrindo radiante enquanto olhava para o homem, a anciã da vila disse: — Ele é o único homem da vila.

Ela o apresentou claramente.

O único homem.

Entendo, então esta é uma situação de harém?

Isso não significa…?

— Então, os homens vivem aqui, afinal?

Queria saber exatamente o que ela queria dizer ao me informar que apenas mulheres jovens e bonitas tinham permissão para morar aqui.

Fiz minha pergunta e, após uma pausa constrangedora, a anciã da vila respondeu: — Hmm? Ah… ele não está exatamente morando aqui.

Ela sorriu levemente e olhou para o homem mais uma vez. O olhar em seus olhos era de alguma forma cativante e ardente. Ela parecia um lobo perseguindo sua presa.

Uma mulher na caça, hein…?

— Bem, a verdade é que eu costumava ser um viajante também, e perambulava por todos os tipos de terras, mas este lugar… bem, acho que você poderia chamar de paraíso. Realmente, deveriam chamá-la de Vila dos Sonhos dos Homens.

— Huh…

Eu tinha sido convidada para a casa da anciã da vila e estava ouvindo todos os tipos de histórias do homem.

Aparentemente, este homem já havia percorrido o mundo como um viajante, mas, um dia, recebeu um convite de uma garota nativa desta vila. “Venha visitar a nossa vila! Só mulheres moram lá!” Ela acrescentou a essa doce tentação: “Se vier, poderá desfrutar da companhia de quantas mulheres da vila quiser”.

Ele me disse que, no início, também havia pensado que tinha de ser uma piada e que suspeitava que a garota estava fazendo algum tipo de golpe inteligente. Essas coisas acontecem, afinal. E, pensando racionalmente, não havia como uma vila tão perfeita existir, certo?

Mas existia. Que surpresa.

— Aparentemente, as meninas por aqui nunca saem da vila até que estejam crescidas. E, como resultado, elas nunca conhecem nenhum homem. Então, fui o escolhido para libertar essas pobres mulheres do tormento da solidão.

O homem bufou. — Minha vida aqui é ótima. Todos os dias vou e volto entre muitas casas e me divirto com muitas mulheres – embora nunca faria nada com as mais jovens, obviamente. Entretanto, se há uma desvantagem em tudo isso, é que minha dieta e exercícios são estritamente controlados, mas faço bastante atividade física à noite, então isso não é realmente um problema.

— Hum, me desculpe, mas há algum hotel ou pousada nesta vila?

— Ei, eu estava no meio de uma história…

— Desculpe, eu parei de ouvir.

— Oh. Que garota má.

— Então, há algum lugar que eu possa ficar?

Se não houvesse um, eu estaria pronta para tomar meu rumo.

Mas…

— Bem, não há pousadas, mas tenho certeza que podemos encontrar um lugar para se hospedar. Você está com sorte!

A pessoa generosa, que colocou a mão no meu ombro e fez essa sugestão, não era outra senão a anciã da vila.

Ela virou seu sorriso radiante para mim e disse: — Amanhã, nossa vila vai realizar um festival da colheita, então, hoje à noite, todos os adultos vão se reunir na minha casa para se preparar. Todo mundo provavelmente acabará dormindo aqui de qualquer maneira, então presumo que todas as casas da vila ficarão praticamente vazias.

— Um festival da colheita…?

— Sim. Nós os fazemos regularmente. Amanhã marcará meio ano desde que ele veio até nós.

— Ah… tanto tempo já passou? Que pensamento solitário… — O homem não tentou esconder sua careta.

O que diabos ele quer dizer com isso?

Curiosa, inclinei minha cabeça e a anciã da vila gentilmente me respondeu.

— Nossa vila tem certas regras sobre quanto tempo os homens podem ficar. Depois de um homem viver conosco por meio ano, ele deve se despedir. Esse é o nosso costume.

O homem deu de ombros. — Gostaria de poder ficar um pouco mais… Ah, que costume incômodo.

A anciã da vila sorriu ironicamente para ele. — Bom luto — murmurou ela antes de se voltar para mim. — Bem, de qualquer forma, é tradição em nossa vila realizar uma cerimônia de despedida durante o festival da colheita.

— O que vocês fazem no festival da colheita?

— Todos nós comemos juntos.

Ela contou nos dedos.

— Comemos saladas saborosas, pão, biscoitos, bolo e carne de carneiro.

— Então, é apenas um jantar normal?

Embora o menu seja bastante excêntrico. Doces, saladas e carne de carneiro? Que combinação estranha.

— Você se juntará a nós?

— Vou pensar no caso.

Foi assim que lhe respondi, mas já tinha decidido partir na manhã seguinte.

Por alguma razão, esta vila fez eu me sentir desconfortável.

— O que é isso? Você não tem onde ficar? Minha nossa! Bem, acho que não tem jeito. Pode ficar na minha casa!

Quando saí da casa da anciã da vila, a guarda do portão veio me cumprimentar com um descontraído — Yoo-hoo!

Aparentemente, ela estava sentada do lado de fora esperando o tempo todo e agora estava acenando e batendo a poeira de seu traseiro.

— Existe alguma razão pela qual você não entrou na casa da anciã da vila?

— Hmm, bem, estou trabalhando agora. As pessoas ficariam bravas se eu tomasse chá na casa da anciã.

— Você parece estar agindo com bastante liberdade, considerando que está no meio do expediente.

— Ah, qual é, Elaina! Não é como se muitas pessoas viessem para um vilarejo tão no meio da floresta.

— Acho que talvez você devesse refletir um pouco sobre suas próprias palavras.

— Bem, deixando isso de lado, o que me diz? Vai ficar na minha casa?

— …… — Nesse ponto, não queria me dar ao trabalho de perguntar a alguém que nunca tinha conhecido antes, então estava realmente muito grata pelo convite dela, mas… — Claro, se seus pais disserem que está tudo bem.

— Ah, tudo bem, então. Minha mãe já se foi há muito tempo.

— ……

Não acho que isso é algo que as pessoas deveriam dizer com um sorriso.

— Bem, e o seu pai?

— Nunca o conheci.

— Isso não soa nada bem…

Se a vila substituía seu único residente do sexo masculino a cada seis meses, não era surpresa que nunca tivesse visto o rosto de seu pai.

Mas isso não é meio triste?

— Bem, seria difícil para mim sentir falta de um pai que nunca conheci, você não acha?

Parece que meus medos eram infundados.

— E minha mãe deixou a vila quando eu era muito pequena, mas todas aqui são como uma grande família, então não estava realmente sozinha nem nada.

Ela começou a andar devagar e sem rumo, me contando tudo com um tom de voz distante. Ela não parecia incomodada em compartilhar nenhuma dessas informações pessoais.

— Todo mundo nesta vila é igual. Nossas tradições estão no centro de nossas vidas. Não sabemos nada do mundo exterior, mas isso é certamente uma coisa boa! — Ela riu.

Não tinha como eu entender a mente de uma garota que pensava assim.

Depois disso, nós duas passeamos pela vila.

Não tinha muito o que fazer e havia tempo demais para não fazer nada, então queria matar algumas horas.

— Lamento dizer que nossa vila realmente não tem nenhum lugar interessante para mostrar…

Com um sorriso de desculpas, a jovem guarda liderou o caminho e, com certeza, não havia nada que valesse a pena mencionar.

— De qualquer forma, aqui está o berçário. — Ela apontou para uma casa comum. — As meninas ficam aqui por vários anos após nascerem e aprendem as tradições e costumes da vila.

— Uhum.

Balancei a cabeça vagamente.

— E aqui está a granja. — O próximo lugar que visitamos foi uma pequena, porém longa casa. — É aqui que criamos galinhas e pegamos seus ovos.

— Entendi.

Apenas seus ovos? Então, em outras palavras…

— Vocês não usam a carne delas?

— Carne? — Quando perguntou, a guarda estava com uma expressão muito intrigada. — As pessoas comem a carne de galinhas em outras partes do mundo…?

— Um… sim. É comido com bastante regularidade…

— Oh, que selvagem! — A garota parecia horrorizada. — Mesmo que elas sejam tão fofas?! — A guarda gemeu e se contorceu.

Ok, bem, posso entender como uma pessoa de uma cultura distinta pode ver as galinhas de forma diferente, mas… fofas? Sério?

Se eu tivesse que escolher um, acho que diria que os carneiros são mais fofos, mas ainda assim…

O passeio continuou.

— Este é o arsenal.

— Por que vocês tem um arsenal em sua vila?

— Bem, precisamos de armas para dominar e abater os carneiros, não é?

Entendo, então, em outras palavras, está cheio de utensílios de cozinha.

— E aqui é a casa de fazenda!

— Entendo. Posso dizer pela aparência que é uma casa de fazenda comum. — Atrás da casa ficavam os campos.

— Minha última tarefa para hoje é pegar um pouco de trigo daqui.

Ela parecia terrivelmente orgulhosa de si mesma por algum motivo, mas não teria valido a pena baixar sua bola, seria apenas problemático, então deixei por isso mesmo.

— E aqui é a minha casa!

— Ah, então estávamos apenas caminhando para a sua casa, é isso?

— Bem, já é noite!

No final, passamos o dia inteiro olhando os arredores da vila.

Enquanto estávamos aproveitando nosso tempo com a turnê, as outras mulheres estavam silenciosamente começando os preparativos para o festival da colheita. Olhando para o outro lado da vila, pude ver que havia muitas mulheres indo para a casa da anciã.

Por exemplo, havia mulheres carregando sacos de trigo, e outras segurando legumes e frutas recém-colhidas, e outras ainda segurando grandes facas de cozinha. Elas estavam carregando todo tipo de coisa, e cada uma delas parecia bem animada por estar se preparando para o festival da colheita.

Todas pareciam alegres, como garotas indo encontrar seus namorados.

— Vamos, Elaina! Deixe as adultas com seus negócios. Faremos uma festa, só nós duas! O que me diz?

Assim como quando me levou para a vila, a jovem guarda estava puxando minha manga e me levou direto para sua casa.

E foi assim que eu vim para ficar na casa dela.

— Ah… deve ser legal. Aposto que todas estão se preparando para o festival da colheita agora.

Enquanto ela resmungava sobre isso, a guarda trouxe o jantar: um simples pão. Era isso. Um jantar que só tinha pão. Que modesto…

Mastigando meu pão, olhei pela janela. De longe, pude ver luzes acesas na casa da chefe da vila.

— O que elas fazem para se preparar? — Perguntei, mastigando.

— Hmm, preparam tudo para cozinhar.

— O que há para fazer?

— Bem, dá muito trabalho fazer uma refeição saborosa, certo?

Sim, eu já sei disso…

Mas não consigo imaginar que assar biscoitos, pão e bolo exija que uma vila cheia de mulheres se reúna no dia anterior para “preparar tudo”.

— Os preparativos para o prato principal são especialmente exigentes. Isso é o que a chefe da vila diz. — A guarda do portão continuou: — Ela diz que preparar o carneiro leva tempo. É um carneiro adulto e pode ser violento. Se fosse um cordeiro, poderia ser facilmente dominado.

Neste ponto, estava começando a me sentir um pouco desconfortável.

Tinha certeza de que estava passeando pela vila com a jovem guarda a tarde toda e mesmo assim…

Esta vila realmente cria carneiros?

Esqueça carneiros adultos, não tinha visto nem um único cordeiro.

Tenho certeza de que devo ter perdido eles…

— Me diga mais, que tipo de coisas precisam ser feitas exatamente? — Perguntei, jogando fora a primeira pergunta que me veio à mente.

— Huh? Bem, primeiro elas o imobilizam…

— E eu já estou entediada.

A chave deve ser o que vem depois disso. A parte onde elas pegam a carne, talvez? Será que realmente dá muito trabalho? Quero dizer, se é preciso que uma vila inteira trabalhe em conjunto durante a noite toda, deve ser bem intenso.

— A anciã da vila está muito entusiasmada com este festival da colheita, sabe?! — A jovem guarda parecia gostar de conversar e ela continuou enquanto mastigava o pão. — Porque quando o festival acabar, ela terá que sair da vila.

— Oh? Por quê?

— Hmm… — A jovem guarda parecia estar pensando por um momento, então disse: — Porque esse é o costume. Uma vez que a anciã da vila realiza um festival de colheita, ela deixa a vila logo depois. Ela sai e, depois de um tempo, uma nova pessoa toma seu lugar.

Entendo. Então, essa é a razão pela qual a anciã da vila é tão jovem?

Estava começando a juntar as peças, mas ainda havia muita coisa que não se encaixava.

— Não entendo o propósito por trás de mudar as anciãs da vila com tanta frequência… — disse, inclinando minha cabeça curiosamente.

— Bem, se não fizermos isso, não conseguiremos um novo carneiro.

— ……?

Não conseguirão um carneiro…?

Tive a sensação de que estávamos conversando sobre uma parte fundamental dessa conversa.

— O trabalho da anciã da vila é organizar uma bela festa da colheita e encontrar um novo carneiro. Então, amanhã, nossa atual anciã da vila, assim como todas aquelas antes dela, deixará a vila por um tempo após o término do festival, a fim de encontrar um novo carneiro para criarmos.

Por alguma razão, essas palavras me gelaram até os ossos.

Foi nesse ponto que finalmente consegui identificar o que havia de errado com essa vila aparentemente alegre.

— Uma vez que ela encontra um carneiro de aparência deliciosa fora da vila, ela o traz de volta para cá e a nova anciã da vila se encarrega de criá-lo. E se algum cordeirinho nasce na vila, nós o cozinhamos. E regularmente realizamos festivais de colheita onde comemos o carneiro.

Finalmente me dei conta.

Muuuuuuito tarde, mas finalmente me dei conta.

Carneiro.

Uma vila só com mulheres. Apenas um homem. Carneiro. Criando-o. Carne. Restrições alimentares. Restrições de exercícios. Festivais da colheita.

……

Estava sem palavras, pasma com a realidade repulsiva de tudo isso. Os olhos da jovem guarda brilharam enquanto ela falava. — Então, sabe… acho que elas vão servir um carneiro muito delicioso no festival da colheita de amanhã. Quero dizer, a anciã da vila passou muito tempo criando aquele carneiro.

No fim, não esperei pela manhã. Saí da vila imediatamente. Naquela mesma noite.

Fugi, para ser honesta.

Para longe da terrível verdade.

É uma memória que não gosto de recordar. Se possível, eu a enterraria por toda a eternidade. Por isso não mencionei antes.

Tenho certeza de que para as mulheres daquela vila, sua casa é tudo para elas, e não sabem nada do mundo exterior.

No entanto, mesmo que procurasse por toda parte, não acho que poderia encontrar um costume tão depravado em nenhum outro lugar. E espero, do fundo do meu coração, que eu esteja certa.

— ……

Estava em um lugar distante daquela vila, andando sozinha pela cidade, quando a memória voltou.

— Ah, senhorita! Quer experimentar um churrasco?

Enquanto eu caminhava, alguém me chamou de uma barraca de rua. Atrás de uma floresta de espetos de carne enegrecidos, estava uma única velha, olhando diretamente para mim, com um sorriso particularmente otimista.

— Que tal? Hmm?

A velha estendeu um espeto em minha direção.

Pensando bem, também não me lembro de ter visto nenhuma velha naquela vila.

— Que tipo de carne é essa…? — Perguntei.

A mulher sorriu sugestivamente.

— É de carneiro.

 

 


 

Tradução: Nero

Revisão: Another

 

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