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Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 01 – Cap. 08 – Na Estrada: O Conto de Dois Homens que Brigaram por Uma Garota

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A chuva fez a fragrância de flores flutuar pela floresta. A grama e as árvores cintilavam à luz do sol que se filtrava pela cobertura verde. Uma linda garota passou voando em sua vassoura, indo até seu destino.

Em seu peito estava um broche em formato de estrela. Do chapéu pontudo, que segurava com uma das mãos enquanto voava, até o robe preto que cobria seu corpo, parecia uma bruxa. Quem poderia ser?

Isso mesmo. Euzinha.

Eu estava voando na minha vassoura, rumo ao país mais próximo daquele que saí há alguns dias – aquele dividido entre as culturas oriental e ocidental. Pelo que tinha ouvido, o país à frente era muito, muito simples. Apenas um lugar comum, cheio de pessoas ligeiramente mais musculosas do que a média. Agora, o que há de normal nisso, já não sei.

Bem, se eles são parecidos com um certo indivíduo que conheci, cujos músculos substituíram seu cérebro, suponho que sejam felizes, mas… Provavelmente ficarei apenas um dia e depois irei embora.

Esses pensamentos vagaram pela minha mente enquanto eu olhava para a paisagem passando sem parar.

Para ser sincera, eu não tinha nada para fazer. É por isso que meus ouvidos se animaram quando ouvi um ruído distante na floresta silenciosa.

— Certo, vamos repassar as regras mais uma vez. Nós dois vamos dar uma volta na estrada da floresta, e a primeira pessoa a voltar a este lugar será o namorado dela. Entendido?

— S-sim. Sem problemas para mim.

— Sem trapaça, certo…?

— N-naturalmente. E-eu nunca faria algo assim.

— Imagino…

Um homem tinha uma voz animada e enérgica, enquanto a do outro parecia pesada e abafada. Parece que eles vão apostar uma corrida. Isso pode ser interessante, pensei, quando ouvi outra voz.

— Hã? Quer dizer que tenho que esperar aqui sozinha? Isso é chaaaaaaato!

A voz doce e manhosa de uma jovem ecoou claramente pelo ar, me pegando de surpresa. Meu foco mudou de meus próprios pensamentos de volta para o mundo exterior, e fiquei surpresa de novo quando me vi fazendo contato visual com ela.

— Parece que hoje é meu dia de sorte — murmurou a linda garota de cabelo preto.

Ugh…

 

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Parecia errado voar depois de fazer contato visual, então pousei. Infelizmente, esse foi meu primeiro erro. Quando cheguei mais perto da garota de cabelo preto, ela me agarrou e me puxou para baixo.

— Kyah! Tão bonitinha! Eh, esse broche é algo que só as bruxas podem usar, não é? Uau! Isso significa que você é uma bruxa, né?

— Hmm, sim.

— Que incrível! Você é tão fofa, mas também é uma bruxa?! Isso é tão legal!

— Uh, obrigada…

— Então você pode fazer magia, não é? Quero dizer, você estava voando em uma vassoura! Uau!

— Claro, sim…

— A propósito, você tem um momento, tipo, agora?

— Não, hmm…

— Yippee! Agora eu tenho alguém com quem esperar!

— Hmm… — Só um segundo! Escute o que estou dizendo!

A garota praticamente me arrastou até onde os dois caras estavam parados, o tempo todo me chamando de “fofa” e me circulando sem parar. Os dois caras me olharam de cima a baixo.

— Você vai esperar com uma bruxa, hein? Bem, acho que não teremos que nos preocupar se você for atacada por um urso ou algo do tipo. Bom, muito bom — disse o homem bonito.

— S-sim. É um alívio. Nossa — disse o homem gordo, respirando pesado.

Sussurrei para a garota ao meu lado:

— O que está acontecendo aqui?

— Como assim? — perguntou ela, confusa. — Foi mal, ainda não expliquei, expliquei? Esses dois estão brigando por mim.

Não, não é isso. Pude ouvir quando estava chegando. Não é isso que estou perguntando.

— Esses dois estão brigando por você, não é? — falei baixinho para que os dois homens não pudessem me ouvir.

— Sim…? — Eu podia ouvir a pergunta silenciosa em seu tom: Isso é estranho?

Sentindo um turbilhão repentino e muito complicado de emoções, dei uma segunda olhada nos dois homens. O homem formoso deu um largo sorriso, tão brilhante que até seus dentes brilharam. E ao lado deste homem imaculado, o gordo estava encharcado de suor. Ele parecia fedorento. Um verdadeiro trabalhador.

Apesar do abismo enorme entre suas aparências externas, a garota os fazia competir entre si. Ela é uma idiota? Não tenho certeza do que ela está pensando. Mas talvez o homem gordo tenha algum tipo de talento oculto. Ou será que o eloquente tem uma personalidade muito ruim?

Infelizmente, meu interesse foi despertado.

— Entendo, entendo. Pois bem, assumirei a responsabilidade de protegê-la.

O que quer que estivesse acontecendo, passei a fazer parte.

— Pronto, vai!

Quando bati palmas, os dois saíram correndo ao mesmo tempo.

— Raaah! O coração dela é meu! — O Senhor Perfeito começou com entusiasmo.

— Ngh, ufa… hah, hah. — O Senhor Gordinho ficou exausto no momento em que começaram a correr.

Hã? Que estranho. Eu esperava que o Senhor Gordinho já fosse libertar seu incrível poder oculto.

Depois que os dois desapareceram de vista, me virei para questionar a garota.

— Por que você os está fazendo competir?

— Hmm? — Ela falou enquanto tomava um gole de água, despreocupada. E apontou para a garrafa de água. — Quem você acha que pegou essa água para mim?

— Você mesma?

Ela balançou a cabeça.

— O Gorducho comprou para mim. Ele não cuida da aparência, mas vive atento às pequenas coisas, sabe.

— Gorducho? — Ela deve estar se referindo ao Senhor Gordinho. Esse é um apelido muito… direto. Mas não está errado.

— A propósito, tem para você também.

— Por que tem para mim…? — Fiquei confusa. Mas eu só estava de passagem.

— Ele me entregou um pouco antes do início da corrida. Parece que trouxe uma de reserva, então vou dar para você. — Ela empurrou a garrafa em minhas mãos.

Não estou com muita sede, mas vou aceitar mesmo assim. A água dentro da garrafa cintilava, refletindo a luz do sol. Mas agora eu entendo. Ele realmente é atento. Quem pensaria que teria uma garrafa de água até para mim?

— Então você ficou encantada com o coração e a alma do cara gordo, e a aparência e maneiras do cara elegante, é isso? Que belo problema para se ter. — Mas não estou com ciúme.

A garota riu secamente.

— Eu realmente não gosto do Gorducho, sabe? — Ela logo descartou minhas suposições.

Ahn…?

— Do que está falando?

Eu tinha certeza que ela estava colocando eles um contra o outro porque não conseguia se decidir.

— Fwah. — A garota terminou de beber toda a água da garrafa e me respondeu alegremente: — Só passei algum tempo com o Gorducho porque não tinha nada melhor para fazer.

— …

— Mas ele é inútil. Ele achou que essa garrafinha de água seria o suficiente? Ainda estou com sede. — Ela jogou a garrafa vazia na floresta.

Claro, em meus pensamentos não fui muito gentil com o gordinho e não estava orgulhosa disso, mas naquele exato momento, um único desejo encheu meu coração. Enviei um apelo ao universo:

Deixe esta mulher receber o castigo divino.

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E cara, deu certo.

Aconteceu vários minutos depois que a garota jogou a garrafa vazia na floresta. Percebi que ela bocejou dramaticamente de repente e continuou se inclinando, até cair para trás com um baque surdo.

Felizmente, a vegetação rasteira era uma boa almofada, então ela não bateu a cabeça com muita força.

A repreendi por dentro, e então comecei a entrar em pânico e me perguntar se ela estava morta por ter caído tão de repente. Mas quando cheguei mais perto, pude ouvir um som distinto de ronco.

E foi assim que me encontrei relaxando com a cabeça de uma garota no meu colo à sombra das árvores.

— Wheeh… músculos, tantos músculos…

A atitude dessa garota é horrível, e a maneira como ela dorme é igualmente horrível. Que visões do inferno ela deve ter para não ter nada além de músculos?

Perdi vários minutos olhando para seu rosto coberto de baba e ouvindo sua terrível conversa durante o sono. Então, uma única silhueta apareceu à distância. Quem será? Bem, não tem necessidade de se perguntar, o primeiro a retornar obviamente será…

— Ah… — Pisquei algumas vezes e olhei de novo para a silhueta correndo em minha direção. Mas não importava quantas vezes eu verificava, a pessoa que se aproximava de nós era ele.

Era o Senhor Gordinho.

Era o Gorducho.

Como…?

Bufando, coberto de suor e gordura, ele finalmente nos alcançou com um sorriso triunfante.

— Heh, hah… eu consegui, eu ganhei… heh…

Ah, fui idiota por ter sentido simpatia. Quando ele olhou em volta e confirmou que o Senhor Perfeito ainda não havia retornado, sua expressão foi extremamente revoltante.

A frase “fisicamente impossível” passou pela minha cabeça. Sim, isso é fisicamente impossível.

Mas onde estava o Senhor Perfeito? Meu olhar seguiu o rastro de suor do Senhor Gordinho e me levou à resposta quando vi uma silhueta se aproximando com tremenda velocidade.

— É o Senhor Perfeito.

Quando ele viu o Senhor Gordinho zombando, o Senhor Perfeito começou a chorar. Se tivesse apenas ele, ou se tivesse uma linda garota esperando por ele no destino, a cena de um homem de terno correndo em lágrimas poderia ter sido uma bela cena, mas como a pessoa à sua frente era um homem gordo, a cena foi extremamente surreal.

O homem alcançou a linha de chegada e imediatamente começou a lamentar.

— Droga… Por quê, por quê…?! Por que tirei um cochilo no meio da corrida?!

Um cochilo? Você é idiota?

O conto de fadas da tartaruga e da lebre passou subitamente pela minha cabeça. Pelo que me lembro, a história acabou com a lebre descuidada que tirou um cochilo e a tartaruga que continuou dando tudo e venceu no final. Era uma história emocionante que deixava o leitor frustrado e xingando a lebre.

Isso era uma repetição daquela fábula?

— Você não foi descuidado?

Enxugando o brilho de suor e lágrimas que cobriam seu rosto, o Senhor Perfeito respondeu:

— Não… Eu fiquei com sono no meio da corrida e desmaiei, e quando acordei, estava deitado. — Ele deu de ombros.

Hmm. Isso é o que eu acho que é? Me perguntei.

O Senhor Perfeito devia ter pensado a mesma coisa. Ele balançou um dedo para apontar para o Senhor Gordinho e gritou:

— Você colocou drogas naquela água para me deixar com sono, não foi?!

Sim, é isso. Na verdade, tinha mais uma pessoa que bebeu a água que ele forneceu e estava dormindo profundamente no meu colo.

O Senhor Gordinho deu de ombros para o Senhor Perfeito em uma dramática demonstração de desprezo.

— Heh, hah… Você tem alguma prova? — Por alguma razão, foi incrivelmente irritante para mim, ele de repente decidiu ficar tagarela depois que a corrida acabou.

Mas parece que ele cavou sua própria cova. Tomando cuidado para não acordá-la, retirei a cabeça da garota adormecida do meu colo e me levantei.

— Se você quer uma prova, aqui… — Assim que as palavras deixaram minha boca e empurrei a garrafa para ele, percebi que já estava vazia. Claro, não tinha nenhuma prova lá.

Tive um mau pressentimento sobre isso, então tinha jogado a água fora.

Que erro.

Enquanto eu estava lá, sem jeito, o humor do Senhor Gordinho pareceu melhorar ainda mais.

— Viu?! Você não tem nenhuma prova! Tudo bem, ela é minha! Hee-hee!

— Ugh…

— Ugh…

Infelizmente, não tinha como provar que ele fez algo errado… Espere, não. Não tinha mais uma coisa?

Larguei a garrafa e peguei a garota adormecida.

— Espere um minuto. Aqui a prova.

— Hee… Seja sensata. Ela certamente ficou cansada e acabou tirando um cochilo.

 — Não, ela dormiu depois de beber a água que você trouxe.

 — Onde está a sua prova? Isso é tudo que tem a dizer? Estou esperando.

— …

Aah, ele me deixa irritada…!

Bem, a garota não era uma boa pessoa, com certeza, mas ele conseguiu superá-la. Ele era genuinamente mau. Eu deveria explodi-lo com magia.

Ah, sei exatamente o que fazer…

Eu podia ter perdido a calma, mas o Senhor Gordinho era irritante e, além disso, ele que tinha começado.

Fiquei furiosa.

Peguei minha varinha…

— Espere aí.

Uma voz soou – uma que eu podia ou não ter ouvido antes.

Quando olhei para cima, o gigante do outro dia estava parado ali, imponente. Flanqueando-o estavam dois homens idênticos que diferiam apenas na cor de suas roupas.

Eh? O que temos aqui?

Desta vez (e apenas desta vez) realmente senti como se fossem meus salvadores.

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— Olá mais uma vez. — Curvei-me rapidamente para os três que apareceram, e o grandalhão flexionou os músculos faciais… Quero dizer, ele sorriu.

— Já faz um tempo, Madame Bruxa.

— De fato, sim, Musculoso.

Era o homem incrivelmente musculoso que conheci vários dias antes. Eu não sabia seu nome verdadeiro, mas não acho que ele realmente se importasse. Era uma pessoa estranha cujo coração saltava de excitação ao som da própria palavra músculo.

Ele estufou o peito.

— Mm, isso mesmo. Eu sou um homem musculoso.

Parece que o crânio dele também está cheio de músculos.

— É bom ver vocês dois de novo também. — Fiz uma reverência para os dois homens em pé de cada lado do Musculoso.

— Bom te ver.

— É, olá de novo.

Parecia que os dois haviam ganho mais massa muscular. Eles tentaram me enganar, mas ao ver seus novos físicos vigorosos, senti um pouco de pena.

— Irmão, sua pele não está um pouco bronzeada?

— Digo o mesmo para você.

— Ha-ha-ha.

— Ha-ha-ha.

Eh, parem já…

Eles pareciam estar vivendo uma vida de treinos. Ignorei os dois enquanto eles começavam uma conversa trivial e calmamente expliquei os detalhes da situação para o Musculoso.

Musculoso ficou lívido.

— Oh-ho, então o gordo fedorento é o culpado, não é? Hmm?

— D-de jeito nenhum! Eu n-n-não fiz nada! Ganhei de forma justa!

— Não minta. — O Musculoso o agarrou pelo colarinho.

— Reeee! — O Senhor Gordinho soltou um gemido que mais parecia um grito. — E-eu não estou mentindo!

— Bem, suponho que terei que questioná-lo até acreditar na sua história.

— P-pare com isso. Você está sendo injusto. Você só pensa que um cara feio como eu não consegue arrumar uma namorada, e está rindo de mim na sua cabeça! Mas lutei muito e venci. Essa é a verdade! Por que você não pode simplesmente acreditar em mim?! — Partículas de saliva voaram de sua boca enquanto ele falava.

Isso pareceu perturbar o Musculoso ainda mais e, acredite em mim, eu percebi.

Nesse ritmo, o covarde Senhor Gordinho estaria pedindo por uma execução pública.

Por mim tudo bem.

— Hmm… — Eu estava assistindo distraidamente enquanto o Musculoso pegava o Senhor Gordinho no ar quando ouvi uma voz atrás de mim. Talvez fosse porque o cara nojento estava fazendo barulho, ou talvez porque ela finalmente tivesse dormido o suficiente, mas a garota abriu os olhos no momento perfeito.

— Você é tão barulhento… — Arrumando o cabelo preto levemente despenteado, ela se endireitou vagarosamente, examinou os arredores e perguntou: — Ah, quem ganhou?

Houve um breve silêncio. Eventualmente, contei o resultado.

— Ah sim. O Gorducho venceu.

A resposta da garota foi simples. Depois de olhar para o céu por um momento, ela respondeu despreocupadamente:

— Ah, tudo bem. Não vou sair com ele mesmo. — Franca e impiedosa.

Tudo congelou. O Gorducho congelou e tombou como um peixe morto; o Senhor Perfeito ficou todo confuso; os dois irmãos estavam, como sempre, dando um discurso animado sobre exercícios; e apenas um dos homens respondeu.

Era o Musculoso.

— O que está fazendo aqui?

Hein…?

— Ah, irmãozão. O que te traz aqui?

Irmãozão…?

— Você não foi sequestrada por um grupo de homens musculosos?

— Ah, eram meus namorados. Eu estava namorando todos eles ao mesmo tempo.

O que você quer dizer com namorados, no plural?

— Entendi. E agora?

— Eu estava procurando um novo namorado.

— Você encontrou?

— Sem sorte. Os músculos deles são todos fracos — disse ela, olhando para o Senhor Perfeito.

Eu coloquei a mão no ombro do Senhor Perfeito. Seu rosto estava sem cor e ele ainda chorava.

— Hmm, esta é a irmãzinha de quem você me falou? — perguntei, só para ter certeza.

O Musculoso assentiu.

— Sim, é ela.

— …

Mas que diabos?

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Tendo encontrado sua irmãzinha, finalmente, o Musculoso voltou para sua cidade natal com sua irmã e seu novo namorado, onde todos viveram felizes para sempre.

Hã? Quem era seu novo namorado, você pergunta? Ora, era o Senhor Perfeito.

— E-espere, por favor! Tenho trabalhado muito para obter a aprovação do seu irmão, então você não pode me deixar ir com você? — Enxugando as lágrimas enquanto ele avançava, sua figura galante era um espetáculo. Não importa o que ele fizesse, era perfeito.

Os irmãos musculosos se entreolharam.

— Hmm, então você quer fortalecer os seus músculos. Entendo. — Musculoso acenou com a cabeça em compreensão, então bocejou desinteressadamente e deixou sua irmã tomar a decisão final.

O que ele vê nessa garota? Bem, dizem que o amor é cego, então tenho certeza que ele vai abrir os olhos e seu coração vai se acalmar. Embora quando isso acontecer, provavelmente estará completamente musculoso.

Acenei enquanto os três iam embora, então ouvi um gemido estranho atrás de mim. Ah, eu esqueci do outro cara.

Quando me virei, o Senhor Gordinho estava rolando desajeitadamente no chão.

Ele não me inspira exatamente a consolá-lo, então vamos deixá-lo aí.

— Ei, irmãozão, o que você acha daquele porco?

— Não tem músculos suficientes, ei… Ah, ei, espere um minuto. Nosso mentor muscular não está aqui.

— Você está certo. Ele não está aqui, está?

— Não me diga que ele nos deixou aqui?

— O que nós faremos?

— Ahhh!

Os dois irmãos mágicos finalmente terminaram sua discussão de treino. Eles olharam em volta, confusos com o que havia acontecido, então eu generosamente expliquei para eles. Blá, blá, blá, blá.

— O quê?! Nesse caso, nosso mentor muscular já completou sua jornada.

— O que isso significa para nós? Esta é uma situação realmente grave.

— Bem, é isso — falei. — Milagrosamente, ele alcançou seu objetivo final. — Tenho certeza de que aqueles três vão voltar para sua cidade natal e viver uma vida musculosa. Mas isso não é da minha conta, certo? — Agora que foram liberados da tutela do Musculoso, vocês dois vão retornar em uma turnê como mágicos?

Os dois pareceram confusos com a sugestão.

— Mágicos?

— Mágicos?

Não me diga.

— Quando eu conheci vocês dois, vocês eram mágicos, não eram? Esqueceram de como costumavam enganar as pessoas para tirar o dinheiro delas?

— Ah…

— Ah…

— Isso mesmo… Éramos mágicos…

— Gah… eu tinha esquecido porque nossas vidas giraram em torno de malhar por tanto tempo…

Os músculos são uma força a ser reconhecida. Bem, os dois já passaram por muita coisa.

Eles se lembraram de quem costumavam ser, e o trio continuou como uma trupe de ilusionistas viajantes. E todos eles viveram felizes para sempre.

— …

Isso mesmo. Como você deve ter adivinhado, o terceiro homem era o Senhor Gordinho.

— Por que você não vem conosco?

— Isso, você está na mesma sintonia que nós. Você definitivamente será um bom mágico.

Os dois colocaram a mão nos ombros caídos do Senhor Gordinho e fizeram a sugestão com muito cuidado. Por sua vez, o Senhor Gordinho apenas gemia, coberto de ranho e sem a menor ideia do que estava acontecendo. Que feio.

Mas os dois irmãos pareciam entender.

— Ah, está tudo bem. Não se preocupe. Ensinaremos tudo o que você precisa saber.

— No momento em que te vi, percebi que você tinha um dom natural. Venha conosco.

Finalmente, o Senhor Gordinho assentiu rigidamente.

E assim, o trio de mágicos iniciou sua jornada. Chamando-se Irmãos e o Barril, só para evitar o problema de combinar seus nomes, aqueles homens logo construíram uma guilda de circo que circundaria o globo.

Ou talvez não. Não sei o que aconteceu de verdade.

Afinal, essa história não era da minha conta.

 


 

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