— Por favor… Não me deixe sozinha… Pina…
As duas linhas que escorriam pelo rosto de Silica se transformaram em gotas, pingando em seguida nas duas grandes penas sobre o chão e se espalhando em milhares de centelhas.
As penas azul-claras eram tudo o que restara de sua única amiga, parceira e familiar1Familiar é um espírito ou criatura mística que acompanha um mago.: Pina. Alguns minutos antes, Pina morrera para proteger Silica. Depois de receber um golpe mortal da arma do monstro, ela soltou um grito melancólico e então se estilhaçou como gelo. Deixou para trás apenas a longa pena de sua cauda, que balançava alegremente toda vez que seu nome era chamado…
***
Silica é uma das raras Beast Tamers de Aincrad. Ou melhor, era. Afinal, sua familiar, o símbolo de um tamer, já não existe mais.
Beast Tamer não é uma classe ou uma skill criada pelo sistema, mas um nome dado pelos usuários.
Durante uma batalha, em raras ocasiões, um monstro geralmente agressivo pode mostrar interesse em um jogador. Se não perder essa oportunidade e dar algo de comer para a criatura, ele pode ter sucesso em domá-lo e, assim, torná-lo seu familiar, um valioso aliado que pode ser útil em várias situações. Com um misto de admiração e inveja, esses jogadores sortudos são chamados de Beast Tamers.
É claro que nem todos os monstros podem se tornar familiares. Apenas uma pequena parte deles, os de pequeno porte, oferecem essa possibilidade. Ninguém sabe ao certo o que ativa esse evento, mas uma coisa é certa: ele não ocorre se o jogador matar muitas criaturas do mesmo tipo.
Pensando bem, essa é uma condição muito rigorosa. Se, por exemplo, alguém quiser um familiar e procurar monstros repetidamente, estes, que normalmente são agressivos, atacariam o jogador e ele não teria escolha a não ser lutar. Em outras palavras, se alguém quisesse se tornar um Beast Tamer, essa pessoa teria que se encontrar com um monstro várias e várias vezes e, caso o evento não fosse ativado, teria que fugir em todas as ocasiões. É difícil até imaginar o tamanho da complexidade disso.
Pode-se dizer que Silica teve muita sorte.
Sem nenhum conhecimento prévio sobre o assunto, ela entrou em alguma floresta, em um andar aleatório, e o primeiro monstro que encontrou se aproximou dela sem atacá-la. Ela então ofereceu algumas castanhas que comprara por impulso no dia anterior e coincidiu de ser a comida predileta da criatura.
O nome da espécie era Feathered Litte Dragon. Seu corpo inteiro era coberto por penas azul-claras super macias, e a criatura tinha outras duas grandes penas no lugar da cauda. O pequeno dragão era um monstro bem raro de ser encontrado. Silica foi aparentemente a primeira a domar um deles e, quando voltou com o dragão empoleirado no ombro para sua casa em Frieven, a capital do 8° andar, ela se tornou o assunto do momento. A partir do dia seguinte, dezenas de jogadores tentaram domar Feathered Little Dragons usando as informações de Silica como base, mas não se soube de mais ninguém que tenha obtido êxito.
Silica deu o nome de “Pina” para o pequeno dragão, o mesmo do gato que ela possuía no mundo real.
Monstros familiares não eram muito fortes quando se tratava de combate direto e Pina não fugia à regra, mas em compensação dispunham de algumas habilidades especiais. Por exemplo, eram capazes de escanear a área e alertar seus donos sobre a aproximação de outros monstros, recuperar um pouco do HP do jogador, entre outros. Tudo isso era bastante útil e facilitava muito na hora da caça diária, mas o que mais alegrava Silica eram a tranquilidade e o calor que a existência de Pina lhe dava.
O programa de IA de um familiar não é da melhor qualidade. Eles obviamente não são capazes de falar e só conseguem entender uma quantidade limitada de comandos. Mas para Silica, que acabou presa neste mundo de SAO com apenas doze anos de idade e estava prestes a ser esmagada pela insegurança e solidão, Pina lhe deu uma salvação impossível de ser expressa em palavras. Não é exagero dizer que só depois de encontrar essa parceira que sua “aventura” — ou melhor, sua “vida” neste mundo — se iniciou de verdade.
Um ano depois, as duas acumularam bastante experiência juntas e Silica evoluiu nas suas habilidades com a adaga. Ela se tornou famosa entre os jogadores de nível intermediário, conhecida entre eles como uma jogadora de alto nível.
É claro que o nível dela não chegava nem perto dos guerreiros que lutavam nas linhas de frente, mas, de certa forma, as poucas centenas de jogadores dos mais de sete mil que se comprometeram a concluir o jogo eram seres mais raros que os próprios Beast Tamers. Era muito difícil ver um deles em pessoa, então se tornar famoso entre os jogadores intermediários, que compunham a maior parte da população do jogo, era praticamente o mesmo que virar uma celebridade.
Jogadoras do sexo feminino eram raras e, somada à sua pouca idade, não demorou para que “Silica, a Mestre dos Dragões” se tornasse popular e ganhasse inúmeros fãs. Ela recebia incontáveis convites para fazer parte de guildas e parties que procuravam jogadores famosos. Foi inevitável que uma garota de treze anos deixasse tudo isso subir um pouco à cabeça. No fim, seu orgulho fez com que cometesse um erro irreparável, do qual não poderia voltar atrás, não importava o quanto se arrependesse.
Tudo começou com uma discussão boba.
Silica estava em uma floresta no 33° andar, conhecida como A Floresta dos Errantes, com uma party que a havia convidado há duas semanas. É claro que a essa altura a vanguarda se encontrava bem mais acima, no 55° andar, e aquele piso no qual o grupo se encontrava já havia sido concluído. Os jogadores mais fortes não tinham outro interesse além de concluir as áreas de labirinto, então sub-dungeons como a Floresta dos Errantes eram locais populares entre jogadores de nível intermediário.
Como a party de seis pessoas da qual Silica fazia parte era composta por membros habilidosos, eles estavam lutando com empenho desde a manhã e haviam encontrado vários baús de tesouro, além de juntar bastantes itens e col. Quando as cores do pôr do sol começaram a envolver o cenário e a quantidade de poções de cura diminuiu, eles resolveram encerrar a aventura e ir em direção à área onde se localizavam as habitações do andar. Outra jogadora, uma garota esbelta que usava uma lança comprida, disse para Silica, talvez na tentativa de ganhar vantagem:
— Quando voltarmos, vamos dividir os itens por igual, mas como esse seu lagarto pode te curar, você não precisa de cristais de cura, né?
Silica, ofendida, retrucou imediatamente:
— E você, que nem vai pra frente e fica só enrolando lá atrás, acho que também não precisa de nenhum cristal.
A partir daí a discussão ficou cada vez mais acalorada e até os esforços do líder — um usuário de espada e escudo — para acalmar as duas foram em vão. Por fim, após deixar o sangue subir à cabeça, Silica disse
— Eu não preciso de nenhum item. Nunca mais vou me juntar a vocês. Tem um montão de grupos por aí que me querem!
Ela ignorou inclusive o pedido do líder para acompanhá-los pelo menos até saírem da floresta e chegarem à cidade. Ela se separou dos outros cinco membros e se embrenhou por uma pequena trilha, pisando forte, sem rumo.
Mesmo sozinha, já havia completado cerca de 70% da skill de adaga. Além disso, tinha Pina a seu lado, então os monstros do 33° andar não seriam um grande problema. Ela conseguiria atravessar a floresta e chegar até uma área segura sem nenhum incidente, isso se não tivesse se perdido no caminho.
O lugar não se chamava Floresta dos Errantes por acaso.
A mata fechada, composta de árvores de grande porte enfileiradas, era dividida em centenas de áreas, como em um tabuleiro. Era configurada de tal forma que um minuto após colocar os pés em uma dessas zonas, ela era aleatoriamente conectada a outras. Para sair da floresta, era preciso atravessar cada região em menos de um minuto ou se guiar com um mapa caríssimo vendido em uma das lojas da cidade, que mostrava, de acordo com seu avanço, a quais outras das quarenta mil áreas sua localização atual estava conectada.
O único que possuía esse mapa era o líder usuário de escudo e espada, e a floresta era configurada de tal forma que, se um cristal de teleporte fosse usado, em vez de ser enviado para uma cidade próxima, o jogador ia parar em um local aleatório da mata. Restava a Silica tentar atravessar cada área rapidamente. No entanto, correr pelas trilhas tortuosas e desviar das raízes das árvores gigantes se mostrou um desafio muito maior do que o esperado.
Ela estava seguindo em direção ao norte, mas o tempo de um minuto acabou passando bem antes que pudesse deixar a área onde se encontrava. Por isso, acabou sendo transportada para áreas desconhecidas várias e várias vezes. Não demorou muito para que Silica estivesse prestes a desmaiar de exaustão. À medida que as cores do crepúsculo ficavam cada vez mais profundas, sua ansiedade aumentava, uma vez que suas chances de escapar também ficavam cada vez menores.
Por fim, Silica desistiu de correr e começou a andar, na esperança de ser levada por acaso para uma área perto da saída da floresta. Mas a sorte não estava a seu lado. Enquanto caminhava aos tropeços, monstros apareciam um atrás do outro, sem descanso. Conforme a noite caía, ela mal conseguia ver onde pisava. Apesar da ajuda de Pina e da vantagem por estar em um nível mais alto, Silica não conseguia sair ilesa de todas as lutas. Logo, havia usado não só todas as poções, mas também os cristais que guardava para emergências.
Como se sentisse a insegurança de Silica, Pina, empoleirada em seu ombro, ronronou e esfregou a cabeça contra o rosto de sua dona. Enquanto fazia carinho no longo pescoço da companheira, Silica pensou na sua atitude precipitada e no orgulho que a levou àquela situação.
— Deus, me desculpe — murmurou enquanto caminhava. — Nunca mais vou achar que sou especial. Por favor, me leve pra saída da floresta.
Enquanto rezava, Silica colocou os pés em uma área que cintilava como uma miragem. Depois de um momento, sentiu algo parecido com uma vertigem, e o cenário que se abriu diante de seus olhos era a mesma floresta profunda que havia visto até então. Não era possível sequer ver os campos por trás das árvores, tomados pela escuridão.
Quando voltou a caminhar, ainda desanimada, Pina ergueu a cabeça e deu um grito agudo. Era um aviso. Silica imediatamente sacou sua adaga e a apontou na direção indicada por Pina.
Alguns segundos depois, ouviu-se um grunhido baixo vindo de trás de uma grande árvore coberta de musgo. Quando Silica focou o olhar, um cursor amarelo apareceu. Não havia apenas um, mas alguns deles. Dois, talvez. Não… Três. O nome do monstro era Drunk Ape, um dos mais fortes encontrados na Floresta dos Errantes. Silica mordeu o lábio.
Mesmo assim…
Em termos de nível, eles não eram tão perigosos.
Normalmente, os jogadores de nível intermediário como Silica tinham uma margem de segurança alta em relação aos monstros. Isso queria dizer que, mesmo sozinha, cercada por cinco deles e sem nenhum item de cura, ela conseguiria vencer sem problemas.
A razão por trás disso era que, diferente dos jogadores das linhas de frente, que tinham como objetivo concluir o jogo, os jogadores de nível intermediário saíam em aventuras por outras razões. A primeira era ganhar dinheiro para sobreviver, a segunda, conseguir XP, os pontos de experiência, a fim de se manter no mesmo nível e, por fim, simplesmente matar o tédio. Entretanto, não valia a pena arriscar a vida por nenhuma delas. Na verdade, havia mais de mil jogadores na Cidade do Início que se recusavam a aumentar a probabilidade de morrer, por menor que fosse.
Mas era preciso uma fonte de renda estável para poder comer e ter um lugar para dormir. Além disso, todo jogador de MMORPG tinha essa característica quase doentia de se sentir inseguro se não estivesse pelo menos em um nível intermediário. Por essa razão, após um ano e meio do início do jogo, a maior parte dos jogadores se aventurava pelos campos com uma grande vantagem de nível.
Portanto, mesmo três Drunk Apes, conhecidos como os monstros mais fortes do 35° andar, não deveriam ser um desafio para Silica, a Mestre dos Dragões.
Silica ergueu a adaga, forçando sua mente a se concentrar. Pina também saiu de seu ombro e flutuou, preparando-se para lutar.
As criaturas que saíram de trás das árvores eram antropóides cobertos por uma pelagem vermelho-escura. Eles carregavam um bastão velho na mão direita e, na mão esquerda, algo parecido com uma cabaça com um vaso amarrado a ela.
Enquanto os antropóides erguiam os bastões e mostravam as presas com um rugido, Silica saltou em direção ao que estava mais à frente para dar o primeiro golpe. Ela o acertou em cheio e conseguiu tirar uma boa parte do HP do oponente usando “Rapid Bite”, uma skill de investida de nível intermediário para adagas, e então executou uma série de combos em alta velocidade, uma das maiores vantagens desse tipo de arma.
Drunk Apes usavam ataques de clava de baixo nível que, apesar do imenso poder de cada golpe, careciam muito em velocidade e em combos múltiplos. Silica lançou inúmeras investidas contra o Drunk Ape e então recuou rapidamente, apenas para avançar de novo. Depois de repetir essa sequência algumas vezes, o HP do Drunk Ape foi bastante reduzido em um curto período. De vez em quando, Pina usava um ataque parecido com um sopro de bolhas para confundir o inimigo.
Mas quando ela estava prestes a lançar sua quarta skill, “Fad Edge”, e matar o primeiro monstro…
Um novo oponente surgiu de trás dele, trocando de lugar com o primeiro Ape depois de um curto intervalo. Silica não teve outra escolha senão mudar o alvo para o segundo monstro. O primeiro monstro recuou, inclinou a cabaça na mão esquerda e…
Silica ficou chocada ao olhar para a barra de HP do primeiro macaco. Ela estava sendo preenchida em uma velocidade impressionante. Parecia que a cabaça continha algum tipo de líquido de cura.
Ela havia enfrentado Drunk Apes no passado, no 35° andar, mas naquela ocasião foram apenas dois e ela os eliminou antes que tivessem chance de trocar de lugar. Ela não sabia da existência dessa habilidade. Silica cerrou os dentes e se concentrou no segundo macaco.
Mas, assim que ela reduziu a barra de HP dele para a zona vermelha e recuou para lançar seu último ataque, outro macaco trocou de lugar com ele. Era o terceiro Drunk Ape. Naquele momento, o primeiro monstro havia recuperado quase todo o HP.
Se a situação continuasse daquele jeito, a luta nunca chegaria ao fim. Ela sentiu o gosto da ansiedade se espalhando pela boca.
Em primeiro lugar, Silica praticamente não tinha experiência em combate solo. Mesmo que tivesse uma grande vantagem de nível, era apenas uma questão de número. Sua habilidade como jogadora era um assunto completamente diferente. A ansiedade da jogadora começou a aumentar e se transformar em confusão, levando-a a cometer erros, o que abriu uma brecha para um contra-ataque do inimigo.
Quando conseguiu reduzir a barra de HP do terceiro Drunk Ape pela metade, ela tentou reunir vários combos de ataques sequenciais e acabou perdendo o timing certo. O macaco não deixou a chance escapar e contra-atacou, desferindo um golpe crítico.
O bastão era apenas um pedaço de tronco com acabamento grosseiro, mas o dano básico de seu peso, combinado com a força do Drunk Ape, fez com que o HP de Silica fosse reduzido em cerca de um terço. Um calafrio percorreu sua espinha.
O fato de suas poções de cura estarem quase no fim a deixou ainda mais nervosa. O sopro de Pina recuperou cerca de 10% de seu HP, mas não era uma habilidade que ela poderia usar sempre. Se fosse atingida por aquele ataque mais três vezes… morreria.
Morte. Silica congelou assim que a ideia passou pela sua cabeça. O braço não se erguia. As pernas não se moviam.
Até então Silica havia experimentado muita emoção nas batalhas que havia participado, mas nenhuma delas apresentara um risco real. Ela nunca pensara que a morte estaria à espreita.
O monstro deu um rugido e ergueu novamente o bastão, enquanto Silica permanecia paralisada, percebendo pela primeira vez o que significava lutar contra monstros em SAO. Aquilo era contraditório. SAO era um jogo, mas não era brincadeira.
Com um grito ensurdecedor, o monstro cortou o ar com o bastão, visando atacar Silica, que permanecia parada como uma árvore. Sem conseguir aguentar o impacto do golpe, ela caiu no chão. Seu HP foi bastante reduzido e entrou no nível amarelo.
Ela não conseguia pensar em mais nada. Fugir? Usar um cristal de teleporte? Ela ainda tinha escolhas, mas apenas ficou observando o bastão enquanto o macaco o brandia pela terceira vez.
A arma grosseira emitiu uma luz vermelha. Quando Silica estava prestes a fechar os olhos por reflexo…
Uma pequena figura pulou no espaço entre ela e o bastão. Um som pesado e arrepiante ecoou. Acompanhadas por um efeito de luz, penas se dispersaram ao mesmo tempo que a barra de HP, já bastante reduzida, desapareceu completamente.
Caída no chão, Pina ergueu o pescoço e encarou Silica com seus grandes olhos azulados. Ela soltou um grunhido baixo e se dissipou em inúmeros polígonos brilhantes. Uma longa pena de sua cauda caiu, flutuando no ar como se dançasse.
Dentro de Silica, algo se partiu com um estrondo. A linha invisível que atava seu corpo se dissipou. Antes que pudesse sentir tristeza, foi inundada pela raiva. Raiva de si mesma por ter entrado em pânico e ficado paralisada depois de um mero ataque. Raiva da sua tolice, por ter sido arrogante a ponto de achar que conseguiria atravessar a floresta sozinha após perder a cabeça em uma discussão boba.
Silica deu um passo para trás em um movimento ágil e desviou da investida do monstro em sua direção. Ela então avançou com um grito. A adaga em sua mão direita se tornou um clarão enquanto desferia inúmeros golpes no inimigo.
Ela nem tentou desviar do ataque do macaco que trocou de lugar com o companheiro depois que o HP dele diminuiu. Em vez disso, ela o bloqueou com o braço esquerdo. Seu HP sofreu danos, mas não na mesma proporção de um ataque direto. Mas ela ignorou o fato e foi atrás do terceiro macaco, o que havia matado Pina.
Silica usou sua pequena estatura como vantagem e avançou direto contra o símio, enterrando a adaga no peito dele com toda a força. Junto com o efeito chamativo de um golpe crítico, o HP do inimigo desapareceu. Primeiro, um urro. Logo em seguida, o som da criatura se estilhaçando.
Em meio aos fragmentos que se dispersavam no ar, Silica se virou e, sem dizer uma palavra, avançou em direção ao novo alvo. Sua barra de HP estava na zona vermelha de perigo, mas ela já não se importava. Apenas via o inimigo que deveria matar, como se ele preenchesse por completo seu campo de visão.
Ela havia se esquecido até mesmo do medo da morte e estava prestes a se lançar em um ataque inconsequente debaixo do bastão que vinha em sua direção.
Um borrão de luz branca ceifou as costas dos dois Drunk Apes que estavam parados lado a lado.
Em um instante, os corpos dos macacos se partiram em dois e, acompanhados de gritos e sons de fragmentação, eles se estilhaçaram e desapareceram.
Enquanto estava parada, atônita, Silica viu a figura de um jogador atrás da nuvem de fragmentos. Seu cabelo era preto e ele vestia um casaco da mesma cor. Não era muito alto, mas emanava uma forte presença. Ela sentiu um medo instintivo e deu um passo para trás. Seus olhares se encontraram.
Mas os olhos dele eram calmos e profundos como a treva noturna. Com um tinido, o jovem guardou a espada de mão única na bainha presa em suas costas e finalmente abriu a boca:
— Desculpe. Não pude salvar sua amiga…
As forças se esvaíram do corpo de Silica assim que ouviu aquelas palavras. Ela não conseguia parar as lágrimas que escorriam por suas bochechas. Sequer percebeu a adaga escapando de suas mãos. No instante em que viu as penas azul-claras caídas no chão, despencou de joelhos diante delas.
Ao mesmo tempo em que sua raiva começou a desaparecer, um sentimento enorme e incontrolável de tristeza e perda brotaram em seu peito. Eles tomavam a forma de lágrimas, que rolavam incessantemente pelo seu rosto.
Familiares não eram programados para bloquear ataques, não fazia parte de seu comportamento. Pina se jogou diante do golpe por vontade própria, o que poderia ser considerado como o resultado de seu amor por Silica, com quem havia convivido no último ano.
Enquanto chorava, Silica colocou as duas mãos no chão e murmurou:
— Por favor… Não me deixe sozinha… Pina…
A pena azul-clara, no entanto, não lhe deu resposta alguma.
Tradução: Axios
Revisão: Alice
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