— O-o quê…?
Seus olhos giraram e todas as cores se misturaram. Ela também sentiu que iria vomitar. Mais uma rotação e Rem poderia ter feito isso. Felizmente, pouco antes disso acontecer, sua visão voltou ao normal.
Entretanto, não conseguiu ficar de pé e caiu de joelhos. Algo parecia errado. Tentando suportar a náusea, a elfa abriu os olhos e, ao fazê-lo, viu algo que a deixou boquiaberta. O que estava abaixo dela não era o penhasco em que estava há apenas um segundo, mas um brilhante piso de pedra polida. Em pânico, Rem deu uma olhada ao redor, apenas para se encontrar dentro de um edifício. Uma sombria mansão feita toda de pedras e mal iluminada. A sala em que estava era um amplo salão de entrada com um teto alto.
— Quando eu cheguei aqui…? E como…?
— Rem…?
Ainda confusa a respeito do que aconteceu, Rem ouviu a voz de alguém meio adormecida a chamando. A voz pertencia a Alferez, que estava deitada no chão. A carruagem estava longe de ser vista, assim como Amita. Pelo visto, apenas as duas foram transportadas para este local. Rem correu para a garota e a segurou nos braços. Embora seu cio parecesse ter diminuído, ser transportada para um local desconhecido a deixou bem assustada. Com as mãos trêmulas, agarrou os braços da elfa e não os soltou.
— Está tudo bem. Estou aqui com você…
Rem estava tão ansiosa quanto ela. Mesmo assim, ela se forçou a agir com coragem e agarrou os ombros da garota. Ao fazer isso, Alferez empurrou seu corpo contra o dela, e logo depois parou de tremer. Parecia que tinha conseguido se acalmar. Com esse problema fora do caminho, era hora de descobrir onde diabos estavam.
— T-tem alguém aqui?!
— Você não deve fazer barulho na casa dos outros.
Assim que Rem fez a pergunta, ela foi respondida. No topo da enorme escada do salão central estava uma silhueta pequena, pertencente a uma velha senhora, um pouquinho corcunda, e um robe bem esfarrapado. Com uma bengala curva na mão, ela desceu.
— Esta é uma combinação bastante incomum. Uma meio-elfa e uma humana.
Cabelo branco e seco aparecia sob o capuz da mulher. Com base em sua aparência, fazia sentido presumir que fosse uma bruxa. Embora o súbito aparecimento de uma pessoa tão misteriosa tivesse colocado Rem em guarda, ela rapidamente percebeu de quem se tratava.
— Será que… Você é a Galina do Monte Kedros?! Sabe, nós duas estamos…
A velha franziu a testa, talvez irritada com a pressa da elfa.
— Sim, estou ciente. Eu lhe ouvi, e é por isso que te trouxe para cá. Minha nossa, quanto barulho fizeram no meu jardim…
Esta parecia ser mesmo a bruxa que estavam procurando. Entretanto, isso nem era a coisa mais confusa para Rem. Pelo que ela sabia, a mansão ficava no meio da montanha, muito longe de onde elas estavam. E, mesmo assim, a mulher aparentemente não só escutou a sua conversa com Amita, como até mesmo a considerou barulhenta.
— Droga, mas que ouvidos afiados…
— Eu ouvi isso!
De novo. Ela tinha ouvido Rem sussurrando para si mesma. Seja por magia ou pelo que for, a audição da mulher era realmente excelente.
— Sei porque vocês duas estão aqui. Tem a ver com a princesa que vira gata, não é?
— S-sim! Por favor, eu te imploro! Por favor, remova a maldição dela!
Rem não tinha nenhum plano, nenhum truque na manga. Com os braços ao redor de Alferez, ainda sentada no chão, fez a única coisa que podia: implorar.
— Isso é impossível — respondeu friamente a bruxa.
— Por quê?! Para começar, não foi você quem a amaldiçoou?!
— Embora isso seja verdade, me pediram para fazer isso de uma forma que nem eu mesma pudesse quebrá-la. Espero que não leve para o lado pessoal.
— “Pediram”…?
Certo. Esta era a primeira pergunta que Rem queria fazer quando encontrasse a bruxa; por que ela a amaldiçoou?
— Keh keh keh. Ah, esses olhos. São os de quem não entende nada. Muito bem, a expressão tola em seu rosto me conquistou. Permita-me explicar as coisas — disse a velha senhora sacudindo a bengala. Ao fazer isso, um banco apareceu próximo à parede. Ela acenou para as garotas se sentarem, antes de preparar outro sofá de frente para elas. Embora perplexa com a magia acontecendo logo à sua frente, Rem rapidamente se sentou, assim como Alferez. Ela parecia muito exausta e logo deitou a cabeça no colo da elfa.
A bruxa esperou que se arrumassem de forma confortável, então se curvou contra a bengala e soltou uma risadinha.
— Pois bem, por onde começar… Talvez pelos seus pais, meio-elfa?
— Tudo o que sei sobre elas é que eram uma humana e outra elfa, ambas mulheres… Não me contaram nada além disso.
Exatamente. Ela nunca tinha parado para pensar sobre a sua mãe humana. Embora às vezes achasse difícil acreditar que tinha nascido de duas mulheres, suas circunstâncias foram cheias de infortúnios para que tivesse tempo para perceber a verdade.
— Ela é… A mãe de Alferez?
— De fato. Não sei exatamente como elas entraram em contato, se a humana se perdeu na floresta ou se a elfa foi curiosa demais e resolveu brincar pela aldeia humana, mas isso não importa. O que importa é que essas duas pessoas de raças diferentes se conheceram e se apaixonaram.
A velha senhora mostrou os dentes e soltou risadinhas, claramente tirando sarro da história de amor entre as duas mulheres. Embora isso deixasse Rem furiosa, ela queria ouvir o resto e decidiu se conter.
— Pois bem, eis que surge o problema. A humana e a elfa eram ambas mulheres. Em circunstâncias normais, seria impossível que tivessem um filho. Então, como exatamente você e a princesa nasceram?
— Com… as artes élficas secretas?
Isso era o que sua tia disse a Rem. Entretanto, ela não tinha total certeza de quais eram. Essa resposta pareceu ser muito divertida, pois a velha senhora teve uma crise de risos antes de conseguir responder.
— Minha nossa… A consideração que os elfos têm por eles mesmos não conhece limites… Estavam mesmo planejando manter tudo em segredo de você? Que piada. É impossível não rir!
Rem não estava rindo. Em vez disso, inflou as bochechas e olhou para a mulher logo adiante. Entretanto, por se tratar de uma bruxa, a raiva da jovem obviamente teve efeito nulo.
— Meio-elfa. Há uma árvore chamada “árvore da origem” na sua aldeia, correto?
Como ela sabia disso? Mesmo na terra dos elfos, a aldeia de Rem não era nada além de uma pequena cidade rural. Apesar do nome grandioso, a árvore de origem devia ser algo que apenas os habitantes locais conheciam. Então, como a velha senhora sabia sobre isso?
— Atrás daquela árvore, há uma entrada. Uma entrada escondida para uma fonte, onde reside o poder de um deus.
— Fonte… deus?
— De fato. Diz-se que ela tem o poder de realizar qualquer desejo.
Foi a primeira vez que Rem ouviu sobre isso. Ela não sabia o que dizer. A árvore que foi forçada a guardar escondia um segredo?
— Ouvi dizer que, originalmente, apenas os mais velhos sabiam disso. Entretanto, como acabou se tornando uma lenda entre as bruxas, alguns elfos comuns também acabaram escutando os rumores. O segredo, destinado a ser para sempre guardado, vazou e… Tenho certeza que você consegue descobrir o que aconteceu a seguir.
Mais uma vez, a senhora soltou uma risadinha.
— Em outras palavras, minhas mães usaram o poder da fonte para engravidar…
— Existem alguns procedimentos adicionais que precisaram ter feito primeiro, pelo que ouvi, mas sim, é isso. A jovem elfa levou uma humana até a fonte secreta do seu povo. As duas mulheres não só se apaixonaram, como também quebraram um tabu e tiveram crianças. E o que aconteceu depois… Hihihi! Você provavelmente já sabe.
Ela sabia. Duas mulheres afogadas em amor. Além disso, uma delas – a humana – era uma princesa. Foram separadas para nunca mais poderem se encontrar.
— A elfa deu à luz a você, e a humana, à princesa. Em outras palavras, gêmeas nascidas de mães diferentes. O rei humano e os anciãos élficos ficaram naturalmente indignados, e foi feita uma promessa de nunca deixar os dois pares de mães e filhas entrarem em contato. E era para ter acabado assim, mas não acabou.
Rem por fim entendeu por que não tinha permissão para deixar a aldeia. Mas, isso era realmente tudo? Tinham feito tudo isso só porque não queriam que ela conhecesse Alferez? Uma expressão de suspeita surgiu em seu rosto, fazendo a velha bruxa rir alegremente quando a viu.
— Os anciãos da sua aldeia me pediram ajuda. Pediram para tornar o corpo da princesa humana em um que nunca permitiria um casamento!
— Por quê?! Minha mãe não quebrou as regras da mesma forma que a de Alferez?
— Sendo elfos, talvez pensassem que a mulher humana tinha corrompido a sua querida criança. Ou pode ter sido um ato de vingança por saber sobre a fonte secreta. O motivo, de qualquer forma, pouco importa. Quando descobriu, a Rainha ficou furiosa, e com uma série de rumores, alguns verdadeiros e outros falsos, conseguiu convencer seu povo a temer e odiar os elfos.
— E acreditaram nela?!
Foi isso que causou o afastamento entre humanos e elfos, a razão por trás do infortúnio que Rem passou? Cheia de tristeza, ela se aproximou da mulher.
— Elfos e humanos nunca interagiram muito, ao menos não em público. Sem ninguém no mundo humano para acabar com esses rumores, eles se espalharam como fogo na floresta. Só precisou de cerca de duas décadas.
— Sem chances…
Rem se aproximou ainda mais, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.
— Você entende, não é? Aquelas jovens quebrando as regras por puro capricho foi o que levou as duas raças a se detestarem. E o pecado ficou para vocês carregarem. A princesa vira gata, e quanto a você, meio-elfa… como planeja pagar por tudo? Diga, estou muito interessada em escutar.
A bruxa soltou uma risadinha.
— Talvez uma cachorra — riu ela —, ou quem sabe uma lagarta.
A jovem elfa, entretanto, não estava escutando.
— Por capricho…? A mãe… me teve por puro capricho?
Não, isso não poderia ser possível. Sua mãe parecia sempre solitária quando falava sobre a mãe humana de Rem, mas também parecia feliz. Seu sorriso ficava calmo e suave, não era o de uma pecadora.
Isso mesmo… As duas não estavam só brincando por aí. Elas se amavam de verdade.
Era por essa razão que desejaram ter crianças ao ponto de quebrar as regras. Provavelmente sabiam que os poderes superiores logo as separariam, e queriam criar uma prova do seu amor antes disso. Rem entendia muito bem esse sentimento, de forma até mesmo dolorosa. Nesse momento, amava Alferez.
E, ainda assim, uma completa estranha zombava dos seus sentimentos. Só pensar nisso a deixou furiosa. Ela cerrou os punhos com força, e apesar de saber praticamente nada, sentiu um genuíno ódio pela velha senhora que acabara de conhecer.
— Meow… Rem…
Só então, como se tivesse sentido a sede de sangue da elfa, Alferez soltou um gemidinho.
Certo. Não é hora de perder a paciência. Preciso salvar a Al…!
A elfa abriu os punhos cerrados e acariciou os cabelos da garota deitada em seu colo, tanto para acalmá-la quanto para se acalmar. Ela então se virou para a bruxa e perguntou sobre o atual estado da princesa.
— Al… Digo, Alferez, está se transformando cada vez mais… Isso é porque…?
— Não. Não faz parte da maldição que lancei. Você pensou que não se importaria mesmo que ela fosse uma gata, correto? Isso é tudo que posso dizer.
— Então… em algum momento ela vai se transformar permanentemente em uma gata…?
— Como eu já falei, não sei. Entretanto, a julgar pela forma como ela está, isso parece plausível.
— Sem chances… Isso… Não pode ser…
Rem estava começando a entrar em desespero. Se a maldição estava avançando, mas a pessoa que lançou disse que não poderia quebrá-la, então o que deveria fazer?
Encontrei a bruxa, mas isso não serviu para nada. Tudo o que fiz foi saber sobre o segredo meu e de Al…
Essa informação também era muito importante, é claro, e se ela não estivesse na situação em que se encontrava, provavelmente teria ficado muito mais chocada. Entretanto, a prioridade é salvar Alferez. Poderiam se preocupar com a coisa de serem gêmeas em outro momento.
— Não existe nenhuma cura?
Com a garota em seus braços, Rem fez a pergunta pela última vez. Porém, a velha não respondeu, e em vez disso, se levantou e soltou um suspiro, como se tivesse perdido o interesse em tudo.
— Não peça apenas explicações dos outros, mas pense um pouco por si mesma. Pois bem, agora está na hora do meu cochilo. As convidadas se importariam em se retirar?
— E-espera! Eu ainda não terminei de falar com vo…
Antes que ela pudesse terminar, a bruxa balançou a sua bengala. Ao fazer isso, o corpo da elfa ergueu-se no ar e o mesmo redemoinho de antes voltou a aparecer.
— Nãão! Isso não!
E, de novo, ela sentiu que iria vomitar. E isso não era tudo, desta vez estava demorando mais do que da outra. Ela agarrou Alferez com o máximo de força que pôde, tentando suportar, até que seu traseiro de repente bateu no chão.
— Ai!
Com o peso de duas pessoas sobre a sua bunda, a elfa sentiu uma dor aguda e seus olhos lacrimejaram. Isso foi a gota d’água, e Rem explodiu em um acesso de raiva.
— Qual é o problema daquela vovozinha?! Se ela não consegue quebrar a maldição, então viemos até aqui à toa!
Ainda sentada, ela descontroladamente balançou os braços e pernas. Esta série de coisas inacreditáveis e imperdoáveis levou a garota a perder o controle.
— Além disso, não foi ela quem lançou a maldição?! Querer ter crianças com alguém que ama é mesmo um crime tão grande assim?!
— Crianças…?
A meio-gata Alferez ergueu os olhos para a elfa, que continuava gritando. Igualzinho a uma criança que acabava de acordar, ela esfregou os olhos. Ver seu olhar inocente fez Rem voltar à realidade, e ela finalmente decidiu dar uma olhada ao redor para descobrir onde tinham pousado.
— Estamos dentro de um prédio…? Não… Estamos dentro da carruagem!
Ela rapidamente pegou seu arco do chão. Se tivessem retornado ao pé da montanha, fazia sentido presumir que Amita estaria à espreita. Não fazia sentido agir com cautela depois de ter gritado tanto, mas, ainda assim, só para o caso, Rem colocou só metade da cabeça para fora enquanto olhava nos arredores.
— Ela não está aqui. Espera… Onde estamos?
O cenário ao redor delas era diferente se comparado com aquele de antes de serem transportadas para a mansão. Havia árvores por todos os lados, mas, ao contrário do Monte Kedros, estas estavam cobertas por folhas verdes e exuberantes. Quando Rem saltou da carruagem para verificar onde estavam, percebeu algo sob seus pés e acabou ficando pasma.
— Essas pedras… Espera, essa não é a estrada que leva à mansão da Al?!
Eles estavam em casa. As duas garotas – assim como a carruagem – viajaram uma enorme distância em apenas um instante. A força da velha realmente era algo para se temer. Com uma magia tão poderosa assim nas pontas dos dedos, transformar uma garota em gata não devia ser nada.
Bem, que seja. Se estivessem mesmo em casa, isso era tudo que importava. Rem manejou a carruagem ao longo da estrada e, pouco depois, a mansão de que tanto sentia falta apareceu diante dela. O quintal parecia um pouco mais bagunçado do que da última vez que viu, mas ela não se importou. Tudo o que a elfa queria fazer agora era ir para o quarto e descansar um pouco.
— Isso sim foi alguma coisa. Consegue acreditar, Al? Somos irmãs!
Alferez simplesmente olhou para ela com uma expressão confusa no rosto. Era impossível dizer o quanto ela era capaz de entender. A elfa estava falando como se fosse uma criança, ou ao menos era como Rem pensava que uma falaria; era difícil de saber, já que não tinha experiência lidando com elas.
De qualquer forma, ela agarrou a garota nos braços, saltou da carruagem e a carregou para dentro. Estavam, por fim, de volta.
— Lar, doce lar!
Com as orelhas de gata balançando, Alferez saiu em busca de um quarto adequado, e a elfa fez o mesmo. Embora tivessem fugido com pressa por causa do ataque de Amita, todos os quartos estavam relativamente limpos graças ao tempo que Rem passou trabalhando como criada limpando o lugar.
— Hoje vamos ficar neste quarto.
Ter um incontável número de quartos igualmente luxuosos para escolher encheu Rem de nostalgia. Ela colocou Alferez na cama, mas quando estava prestes a se deitar ao lado dela, a garota puxou sua camisa.
— Ei, Rem… “Crianças”…? — perguntou lentamente enquanto olhava nos olhos da elfa. Sua cabeça estava ligeiramente inclinada para o lado, como a de uma criança fazendo uma pergunta. Rem também se deitou na cama, de frente para Alferez.
— Eu estava falando sobre como nossas mães nos tiveram. Todo mundo ficou muito bravo com elas.
— Huh? Não entendi…
Alferez franziu a testa. A abordagem indireta da elfa não parecia ser do seu agrado. Mesmo assim, Rem envolveu a garota confusa em um abraço apertado.
— Você não precisa entender. Duas amantes atormentadas por todos ao redor não é algo que valha a pena compreender.
Elas não eram apenas de raças diferentes, mas também eram ambas mulheres. A reação que deveriam ter enfrentado provavelmente fora muito maior do que Rem poderia imaginar. E, mesmo assim, ela e Alferez deram um passo além, já que também eram irmãs. Tentar fazer com que alguém aprove seu relacionamento seria extremamente difícil, senão impossível.
— Apesar de tudo, aquelas duas se amaram e fizeram de tudo para ficarem juntas. Tiveram até crianças…
Com sentimentos tão fortes quanto aqueles por trás do seu nascimento, Rem não queria ninguém os negando. E, ainda assim, do jeito que estava, a elfa estava impotente. Ela não podia fazer nada a respeito da maldição de Alferez. O futuro parecia sombrio, e enquanto o desespero preenchia o seu corpo, inconscientemente apertou a garota com ainda mais força.
— Crianças…? Eu também quero crianças… Com a Rem…
— Huh?!
Rem foi pega de surpresa pela frase estranha que foi sussurrada ao seu ouvido. Ela olhou para Alferez, buscando uma explicação, mas a única resposta que obteve foi um sorriso cheio de inocência. De repente, porém, as orelhas de gata da garota ficaram tensas, e ela pressionou os lábios nos da elfa.
— Meow… Rem… Vamos fazer um bebê…
— E-espera! Al! Você ao menos sabe o que está falan… Hyaah?!
Ainda a beijando, Alferez empurrou Rem contra a cama e lambeu seu pescoço e orelhas igual a uma gatinha. Embora a elfa soubesse que não era hora para isso, a ansiedade e frustração que sentia fazia com que fugir de tudo, rumo a um mundo de prazer, parecesse uma opção bastante atrativa. Conforme as mãos da garota tocavam ainda mais o seu corpo, tornou-se impossível resistir à tentação.
— Ah… Mhh…
Rem gemeu e, antes que percebesse, sua mão moveu-se até a bochecha de Alferez, implorando por um beijo. Com um sorriso no rosto, a princesa-gata obedeceu. Embora suas capacidades mentais possam estar mais fracas, isso não significava que havia perdido as memórias. A garota moveu a língua na boca da elfa com confiança, esfregando-a contra a dela. Ela mirou em todos os seus lugares favoritos e, um momento depois, Rem ficou com vontade de transar.
— Ah… Ahn… Ahh… Haaaa…
Só os beijos já tinham enchido a sua cabeça de puro êxtase. Com os lábios ainda juntos, as duas garotas rapidamente tiraram as roupas e, uma vez que ficaram nuas, se abraçaram com força. Seus seios ficaram pressionados uns contra os outros, desta vez com Rem por cima.
— Ahn… Haa… Al, seus seios… são tão macios… Eles são incríveis…
— Haaa… Os seus também, Rem… Eu amo esses… seus mamilos durinhos…
Rem gemeu e, quando suas peles se esfregaram, ondas de prazer correram pelo seu corpo. Incapaz de suportar por mais tempo, ela prendeu uma coxa da garota entre as suas. Ao mesmo tempo, a mão esquerda de Alferez acariciou a bunda da elfa, deslizando pela fenda entre suas nádegas redondinhas antes de alcançar o buraco vergonhoso que se escondia por ali.
— Hyaah!
Rem gritou e arqueou as costas. Enquanto a garota desenhava círculos ao redor do buraco com a ponta dos dedos, ela sentiu um desconforto e uma pulsação irresistível. Sem nem perceber o que estava fazendo, a elfa estremeceu seu traseiro.
— Da última vez você lambeu minha bunda. Agora é a minha vez de lamber a sua!
— Al, pare! Espera aí… Haa… Haaa… Haa…
Ela ofegava com força. Seu corpo não parava de tremer. Além disso, Alferez estava chupando os seus mamilos, fazendo o traseiro de Rem saltar para cima e para baixo de prazer. Embora ela pudesse estar por cima, certamente era a única que recebia prazer.
— E-eu também… vou fazer isso… Aaaahh!!
Planejando lançar um contra-ataque, a elfa alcançou os seios da garota, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, sua mão de repente endureceu. A razão para isso era simples; Alferez moveu a mão direita para a fenda de Rem, abrindo os seus lábios e mergulhando seus dedos lá dentro. Ela os moveu para dentro e para fora, esfregando as paredes perto da entrada.
— Haa! Aaah! Haaaa!
O ataque simultâneo em ambos os buracos fez Rem gemer. Satisfeita com essa reação, a princesa respondeu alegremente.
— Eu sei que é daqui que nascem os bebês.
— C-claro que sim! Você já se casou uma dúzia de vezes…
— Aham. E é por isso que da próxima vez vou me casar com você! Desta vez, vou ser feliz.
Embora Alferez não quisesse dizer nada tão sério com a sua declaração, foi o suficiente para fazer a elfa ficar em choque. Isso era exatamente o que ela desejava. E, ao mesmo tempo, o que poderia levá-las pelo mesmo caminho que suas mães haviam trilhado. Da forma como as coisas estavam, apenas tristeza e sofrimento as esperavam. Mas, ainda assim, o peito de Rem ficou apertado de tanta alegria; apesar de todos os divórcios e casamentos pelos quais a garota tinha passado, as palavras “desta vez” mostraram seus verdadeiros sentimentos.
Não me importo que ela seja minha irmã. Eu… Nunca vou deixá-la partir!
Sentindo tanto tristeza quanto uma mistura de prazer e felicidade, ela acariciou o cabelo de Alferez.
— Sim. Vamos ser felizes, Al… Ah! Ahh!
Toda a concentração na sua metade inferior deixou os seios de Rem indefesos. Quase na mesma hora, a garota se aproveitou da vulnerabilidade e se agarrou aos mamilos. Ela chupou com força, quase como se quisesse tirar leite, o que por sua vez fez com que a elfa perdesse a força nos quadris.
— Chupa! Chupa! Ahn… Rem, seu leite não está saindo!
— C-claro que não… Isso só acontece quando você engravida… Além disso, você parece um bebê, Al…
— Meow! Certo! Hoje, serei um bebê!
Alferez não deu sinais de que desistiria e chupou o mamilo de Rem ainda mais intensamente do que antes. Ela também continuou movendo os dedos dentro dela, fazendo com que todos os músculos do corpo sem força da elfa ficassem tensos. Sons de umidade chegaram aos ouvidos, e Rem não sabia se vinham da saliva da garota ou de seus próprios sucos de amor. À medida que o seu constrangimento aumentava, também crescia a dolorosa e alegre pulsação em seu interior.
— Ah… Ah… Mas que… bebê travessa que você é… — disse Rem, querendo mostrar que estava calma. Entretanto, mesmo essas palavras acabaram saindo trêmulas.
Pensando bem, também poderíamos ter crianças?
Claro, ela não estava planejando fazer isso. Afinal, elas eram irmãs. E, ainda assim, não conseguia tirar a fonte élfica da cabeça, aquela que era dita capaz de realizar qualquer desejo. Ela realmente estava protegendo tal coisa sem nem mesmo saber? Rem se sentiu uma idiota.
Só então percebeu algo. Algo muito importante.
— Espera…!
Querendo confirmar a possibilidade do lampejo de esperança, a elfa implorou para que Alferez parasse de tocá-la. Entretanto, sem existir forma dela saber o que Rem tinha acabado de perceber, a garota simplesmente cravou os dentes em seu mamilo.
— Hnngh!
No momento em que acertou a parte inferior dela, a dor aguda transformou-se em prazer, fazendo com que um mel espesso jorrasse da sua fenda. Até a própria Rem ficou chocada com a quantidade; havia o suficiente para escorrer pelas suas coxas. Além disso, os dedos da princesa ainda se moviam, agora mais rápidos do que nunca.
— Ehehe! Você está toda molhada, Rem!
— V-você não precisa dizer isso! De qualquer forma, pode parar por um segundo? Preciso falar sobre uma coisa com você… Ahn! Ahhn!
O fato de que a dor lhe dava prazer causou à elfa tanto constrangimento que ela quase se esqueceu da sua ideia.
— Ei, Al! Há uma fonte na aldeia dos elfos… que realiza qualquer desejo. Se formos lá, talvez consigamos quebrar a sua maldi… Ahn! Ei, escuta! Ahn! Aaahn!
Rem se esforçou ao máximo para expressar sua ideia em palavras antes que se esquecesse. Entretanto, embora ela fosse a pessoa que mais devia querer a informação, a garota estava ocupada demais mexendo os dedos dentro daquela fendinha para poder escutar.
— Aaah… Nããão…
A pulsação entre suas pernas logo se tornou irresistível, e Rem também parou de pensar. Deixando todas as coisas complicadas para outra hora, ela retaliou fazendo cócegas nas orelhas de gata de Alferez.
— Hii! Meow?! — gritou a garota, sacudindo os ombros violentamente, como uma gata secando o pelo molhado. Seus ouvidos pareciam ser realmente sensíveis. Mas isso foi só o começo, logo depois a elfa começou a esfregar seus seios, bem como pressionou os lábios contra os dela. A boca de Rem estava cheia de saliva, e enquanto suas línguas brincavam uma com a outra, ela fluía para a boca da outra garota.
— Ahn… Meow… Rem, mais!
Implorando por mais saliva, Alferez rolou na cama. Dessa vez ela ficou por cima.
— Meow! — ela gemeu de um jeito fofo e lambeu a orelha de Rem. Ondas de prazer corriam pelo corpo da elfa e, antes que ela percebesse, suas mãos agarraram os ombros da garota com força. Sua língua se moveu da orelha da elfa para o pescoço, enchendo seu corpo com violentas ondas de alegria, a tal ponto que sentiu que poderia ter um orgasmo só com isso.
— Al! Sua língua… é incrível! — gritou ela com uma voz trêmula, recebendo um sorriso brilhante de Alferez. Encantada com o brilho dos seus olhos, ao mesmo tempo inocentes e misteriosos, Rem não podia mais continuar sem um beijo. Entretanto, a garota não lhe deu o que desejava e, como se continuando de onde tinha parado, começou a lamber os seios da elfa. Sua língua de gata se moveu por eles, da base até o pico, criando uma ilusão de que o prazer era proveniente dos mamilos de Rem.
— Aaaahhh…! Al, sim! Isso é tão bom… E nos meus mamilos! Aaahh!
Respondendo ao apelo da elfa, Alferez sacudiu seu botão de flor. Era incrível, a língua da garota estar em seu estado de meio-gata só aumentava o prazer. Cada vez que sua superfície ligeiramente áspera esfregava contra seu mamilo, Rem sentia como se parte do seu cérebro desligasse. Aos poucos, sua mente foi ficando em branco.
I-isso é bom… mas…
Se o poder da fonte pudesse quebrar a maldição, ela nunca mais provaria deste prazer único. É assim que as coisas deveriam ser, mas Rem não se importava; o prazer havia vencido e, por um breve momento, a ideia de manter a garota na mesma condição passou pela sua mente.
Não, isso é estúpido! Eu vou salvar a Al. Vou transformá-la em uma princesa normal!
A elfa se repreendeu por ser tão fraca e reafirmou o seu juramento.
Mas, quando ela voltar ao normal… poderei ficar ao seu lado?
Uma vez que Alferez fosse uma princesa comum, não existiria razão para continuar na mansão. Acreditando tanto em seus deveres como membro da casa real quanto ela acreditava, provavelmente acabaria se casando, fazendo aquilo que lhe era exigido. Haveria algum lugar sobrando para ela, uma meio-elfa?
Tristeza e ansiedade assaltaram Rem. Seu peito ficou pesado. Elas desejaram ficar juntas para sempre e prometeram quebrar a maldição, mas talvez apenas não fossem compatíveis.
— Isso é… Haa! Ahh! Aaaahn !
A elfa se perdeu em pensamentos e deu à língua de Alferez a chance de invadir sua metade inferior. Ela a passou ao lado de seus pelos pubianos e rapidamente deslizou entre suas pernas, agora abertas por algum motivo. A tristeza deixou Rem impaciente, e sua virilha latejava de tanto calor, como se tivesse se molhado toda. E então sentiu a respiração da garota contra seus órgãos genitais e esperou ansiosamente pelo prazer. E, ainda assim, pouco antes de Alferez tocá-la, seus instintos entraram em ação. Em pânico e terror, ela gritou:
— Al, espera! Se você passar a sua língua aí, eu vou…
Mas já era tarde demais para detê-la. A língua áspera da garota pressionou contra a sua fenda e rapidamente lambeu as suas bordas.
— Hiiiii!
A sensação era diferente de tudo que Rem imaginava. Uma explosão de prazer preencheu sua cabeça. Ela foi jogada em um orgasmo e arqueou as costas para cima da cama. E, ainda assim, a garota não parou. Como uma gatinha bebendo leite, ela continuou lambendo aquela fenda toda molhadinha.

— Nãão! Por favor, para com isso! Estou muito sensível… Hyaaaahn!
Rem tentou empurrar a cabeça de Alferez para trás, mas com a língua dela já bem fundo, a elfa não conseguiu colocar força em seus braços. Cada gota do líquido espesso acumulado atrás de seus lábios estava sendo cuidadosamente lambida pela língua da princesa, movendo-se para dentro e para fora, às vezes passeando ao redor da sua fendinha, tendo o comprimento de apenas um dedo. Rem ergueu a bunda dos lençóis, e seu corpo todo balançou para frente e para trás de uma forma obscena.
— Al! Eu… Eu vou gozar de novo! Haa! Aaahhh!
Com os joelhos levantados e as pernas abertas, o vergonhoso tormento da elfa continuou. Suas partes íntimas amaram cada segundo disso, e suas entranhas tremeram, sentindo um orgasmo muito maior do que o anterior. Gemendo sem parar, seus olhos de repente se encontraram com os de Alferez, e a garota a encarou inocentemente. Ela parecia irresistivelmente fofa e, ao mesmo tempo, suas orelhas e cauda enchiam a elfa de tristeza.
Eu te prometo… Vou fazer você voltar ao normal!
Ela poderia pensar nelas continuando juntas depois que quebrasse a maldição. Só então, como se para testar a força da sua determinação, a língua áspera de Alferez moveu-se para o seu botão do amor.
— Haa! Hii! Ahh! Ahh! Ah! Haaaa!
Todos os pensamentos de Rem desapareceram em um instante. Ela fechou os olhos e acolheu a tempestade de prazer, esquecendo todos os seus desejos e promessas. A elfa sentiu como se seu corpo e mente estivessem sendo levados para algum outro lugar e agarrou os lençóis com força. E, ainda assim, Alferez não deu atenção ao orgasmo de Rem, e simplesmente continuou lambendo-a.
— Aah! Rem, você está tremendo tanto aqui embaixo! Lambe!
— Haa… Pare… E-eu já disse… Eu estou… muito sensí… Aaaaahh!
A elfa estava sendo sujeita a múltiplos orgasmos. Mel jorrava da sua fenda. Quase inconsciente, ela olhou para a garota meio-gata toda feliz enquanto lambia. Rem jurou, de coração, que faria com que a princesa voltasse ao normal, antes de permitir que a infinita série de orgasmos a deixasse inconsciente.
Tradução: Pimpolho
Revisão: Guilherme
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