Dark?

Uma Elfa Lésbica e Uma Princesa Amaldiçoada – Cap. 04.2 – O Segredo que Foi Escondido Delas

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Na manhã seguinte aconteceu algo estranho.

— Meaaawn~.

Rem acordou com o bocejo felino de Alferez. Quando ela forçou seus olhos castanhos a serem abertos, viu que a fogueira tinha acabado. Ela estava no mesmo estado de quando adormeceu; deitada em um cobertor, abraçando Alferez. Entretanto, sentia algo de errado. A garota em seus braços… parecia diferente. Quando a elfa tocou seu cabelo e suas costas, a sonolência que sentia desapareceu na hora.

— Al, o que está acontecendo?!

Rem entrou em pânico e deu um salto. Ao fazer isso, a garota meio adormecida soltou outro longo bocejo e também se levantou. Por fim, vendo o seu corpo todo, a elfa ficou boquiaberta.

— Hm…?

Alferez se tocou e, por fim, percebeu porque  Rem estava tão chocada; ela tinha um par extra de orelhas, apontando diretamente para cima, e uma cauda fofa balançando de um lado para o outro.

— O que está acontecendo? É assim que fico quando estou prestes a me tornar humana?

Embora tivesse voltado a ser humana, algumas partes continuavam iguais à de uma gata. Mas por quê? O sol já estava estralando. Normalmente, sua transformação já teria terminado há tempos. Mas dessa vez parou na metade, por quê?

As palavras da Rainha de repente surgiram na mente de Rem. Palavras que a culpavam pela maldição da princesa.

A culpa é minha? É por causa do que falei ontem à noite, de que não me importaria se ela continuasse como uma gata?

Sua declaração era a responsável por isso tudo? Considerando o quão pouco ela sabia sobre a maldição, não poderia tomar nenhuma conclusão. O que ela sabia, entretanto, era que isso não era bom.

A reação da princesa não poderia ter sido mais diferente. Enquanto examinava as orelhas e a cauda, um sorriso brilhante apareceu em seu rosto.

— Uau, isto é tão selvagem! — afirmou ela alegremente. Rem, chocada com a aparente falta de cuidado da garota, a contrariou.

— Como assim? Este é o seu próprio corpo! Você não está, tipo, com medo ou coisa assim?!

— Bem, um pouco, mas… Isso é divertido. Por alguma razão não me parece grande coisa. E acho que a parte felina da minha mente ainda não foi embora.

Ao dizer isso, Alferez tentou inclinar a cabeça. No entanto, seus olhos se moveram como se tivesse notado algo interessante, e sua boca se arqueou em um leve sorriso.

— Rem, tenta tocar também. É muito macio e fofo — disse Alferez ao abanar o rabo. A elfa não tinha nenhum problema em acariciá-la toda enquanto era uma gata, mas com ela assim, não tinha certeza se estava tudo bem em tocá-la.  O fato da própria metamórfica estar agindo com tanta calma lhe parecia estranho. Bem, isso acontecia todas as noites, supôs Rem. Ela também passou por todos aqueles experimentos malucos com a poção. Será que a garota não estava tão acostumada com esse tipo de coisa acontecendo que nem foi afetada?

Alferez encarou Rem, assim como uma criança que estaria se divertindo muito. A elfa foi conquistada e, com as mãos tremendo de nervosismo, alcançou a cauda que balançava diante dela. A cauda que já havia tocado inúmeras vezes, mas agora parecia tão estranha.

— Meow! Haaa… Isto causou um arrepio nas  minhas costas! Tome mais cuidado, Rem! Sou muito sensível aí!

— V-você é…? Sinto muito…

Se vai começar a reclamar, então não me peça para te tocar, pensou a elfa. Ela começou a afastar a mão, mas antes que pudesse fazer isso, a garota agarrou o seu pulso e a parou.

— Eu disse para ser gentiiiil! Não para paraaaar!

Era difícil dizer exatamente o que ela queria que fosse feito. Mesmo assim, considerando o tanto que a princesa estava pedindo, Rem achou que deveria ao menos tentar de novo. Ela alcançou o rabo de Alferez e começou a acariciá-lo lentamente contra a corrente, e com base em sua expressão e na maneira como contorcia as costas de um lado para o outro, parecia estar gostando um pouco.

— Meow… Rem… isto é… meio… boooom…

— Pare de fazer estes barulhos estranhos…

Não eram simples barulhos. A princesa aninhou-se contra ela, igual uma gatinha querendo carinho. Incapaz de se conter, os dedos de Rem acariciaram a base da cauda de Alferez. Seu corpo tremeu, aparentemente de prazer, e as bochechas das duas garotas se encontraram. Enquanto o cheiro doce fazia cócegas no nariz da elfa, ela também podia sentir que estava ficando com um humor estranho.

— Haa… Rem… — sussurrou ela. Então empurrou seus seios macios e nus contra os braços da elfa, como se implorasse por algo. Rem sentiu uma pulsação entre as pernas dela. Era óbvio o que a garota queria. Terrivelmente óbvio.

— Não, Al… Não podemos… Não agora… Não aqui fora…

— Mas, mas… Não consigo mais segurar… Acho que posso estar… no cio…

— C-cio?!

Rem corou em choque. Esse não era o tipo de palavra que imaginava ouvir da boca de uma princesa. Mesmo assim, quando olhou para a princesa, seus olhos lacrimejantes, sua boca entreaberta, tudo mostrava que ela estava claramente excitada. A elfa engoliu em seco.

— Al, espera… Deixa eu primeiro me preparar… Ahhn!

Ela se virou para arrumar os cobertores no chão, mas assim que o fez, a garota a abraçou por trás e a empurrou para baixo.

— Rem… Rem…!

— Espera… Al… Ainda não… Ahn!

Seus gemidos luxuriantes se mesclaram quando a língua de Alferez lambeu o pescoço da elfa. Os cobertores que falhou em arrumar estavam agora sendo agarrados com força por seus dedos finos. Os seios pesados da princesa pressionavam as suas costas e, mesmo com as roupas atrapalhando, podia sentir que os mamilos dela estavam duros. Eles desenhavam círculos contra as costas de Rem, e com a pulsação na sua virilha ficando ainda mais forte, abriu as pernas lentamente, como se implorasse para que os dedos da garota atacassem o que estava escondido entre eles. Se ainda não entendeu, foi exatamente o que fizeram.

— Ehehe… Rem!

— Ahn! Haa! Haaaa!

A elfa estremeceu e arqueou as costas assim que Alferez suavemente esfregou bem no meio da sua calcinha, enquanto ao mesmo tempo lambia seu pescoço e a parte traseira de suas orelhas. Um gemido atrás do outro escapou para a boca da elfa no chão.

Aaaah… Isso é como… Se eu fosse a gata aqui…

A pulsação extasiante dentro dela foi ficando mais forte a cada toque. Sua fendinha começou a jorrar um néctar espesso. Ela já tinha perdido o controle dos seus quadris, agora movendo-se para frente e para trás de uma forma terrivelmente obscena. A reação de seu corpo a cada toque fez Rem se sentir muito envergonhada.

— Tome isso!

Irritada por estar constantemente no lado estimulado, a elfa se virou e empurrou Alferez para o chão. Ela se moveu para cima da princesa, agarrou os seus seios e pressionou os lábios contra os dela.

— Aah… Rem… Mhh… Mmmh…

— Huh?!

Rem era a única atacando e, ainda assim, no instante em que suas línguas se tocaram, uma onda de puro prazer correu por sua espinha. Embora normalmente macia, a língua de Alferez agora estava áspera.

Pensando bem, as línguas dos gatos costumam parecer uma lixa… Será que… Ahhn!

Parecia que, assim como sua cauda e orelhas, essa parte também não tinha voltado ao normal. A textura era áspera o suficiente para não doer e era, de fato, muito boa. Completamente hipnotizada, ela continuou entrelaçando a sua língua com a de Alferez.

— Haa… Ahn… Rem, isso é… incrível… Meooow!

Alferez inclinou a cabeça e também enfiou a língua ainda mais fundo na boca da elfa. Saliva escorria pelos seus lábios, tornando o beijo ainda mais molhado do que o normal. Tremendo de prazer, os dedos de Rem brincaram com os mamilos da princesa. Como resultado disso, a garota de repente a puxou para mais perto e chupou sua língua com ainda mais força.

— Ahh?!

O movimento repentino fez com que a elfa gemesse e, sem saber o que estava fazendo, ela acariciou a orelha de gata da princesa. Embora há um momento tivesse ficado com medo de tocá-las, o sentimento já se fora. Ela as acariciava com paixão, fazendo a princesa gemer de forma descontrolada. Vê-la reagindo dessa maneira encheu o coração de Rem de alegria.

— Meow! Não… Aí não…

— Aha! Suas orelhas são super sensíveis, Al… Me deixa te acariciar por dentro também.

— Haa! Ha! Haahn! Meoooow!

Os doces gemidos de Alferez deixaram Rem com disposição para algumas travessuras. Incapaz de se conter, ela deu uma mordidinha brincalhona na orelha da garota.

— Huah?!

O ataque surpresa fez Alferez gemer ainda mais. Rem também ficou surpresa; não esperava ser capaz de colocar a coisa toda na boca. E ela lambeu a orelha toda, como se estivesse penteando o pelo que a cobria. Quando a elfa fez isso, os braços trêmulos da outra garota a envolveram com força.

Certo. Mesmo parecendo um pouco diferente, a Al ainda é a Al.

Ainda lambendo a sua orelha, Rem agarrou levemente a cauda de Alferez pela segunda vez. Os ombros dela se ergueram e seus olhos ficaram cheios de entusiasmo. Ela estava claramente ansiosa pelo retorno das carícias da elfa. Infelizmente, não era isso que ela receberia.

— Meooow?!

A princesa soltou um grito. Quanto ao porquê, isso era simples; Rem estava usando a ponta da cauda da garota como uma escova para fazer cócegas em sua fendinha. Ao contrário de lamber as orelhas, isto era algo que nunca poderia ter imaginado que acontecesse, e seus gemidos selvagens eram uma prova disso. Ela entrou em pânico e tentou fechar as pernas, mas os joelhos da elfa bloquearam essa tentativa e seguraram suas coxas bem abertas. A garota não teve escolha a não ser suportar a tortura.

— Diga-me, Princesa. Como é ser atormentado pela própria cauda?

— Não, pare! Isso é tão bom! Eu vou… Vou enlouquecer!

— Tudo bem, vá em frente. Perca… a… razão!

— Haa… Meooow!!

A cauda de Alferez estava começando a ficar molhada com os seus sucos. Sua fenda começou a abrir, e seu mel espesso jorrava, escorrendo pelas suas coxas. Rem notou isso e ronronou enquanto aproximava a boca da fonte de lascividade.

— Haa…

Ela puxou a cauda da garota para longe da fenda e, ao fazê-lo, fios grossos de mel vieram junto. Rem lambeu o que pôde da ponta da cauda, antes de passar a sugar diretamente da fonte.

— Aaah!

A bunda de Alferez deu um salto. Ela tentou fugir da língua de Rem, mas a elfa mais uma vez a deteve. Rem bebeu os sucos da princesa e, intoxicada por seu doce cheiro e sabor, atacou o botão do amor da garota.

— Hnnh! Rem, aí não… Ainda não… Hnnhh!

Rem não tinha planos de dar ouvidos a esses pedidos. Afinal, ela queria beber todo o néctar. Ela agitou o feijão da garota, fazendo com que seu mel jorrasse ainda mais, e bebeu tudo antes de repetir a mesma coisa. Esse ciclo era intenso demais para a princesa suportar.

— Rem, espera! Isso é demais… Aah!

— Ahn! Al, espera!

Alferez, por fim, se virou e começou a rastejar de quatro. Rem, querendo ainda mais, rapidamente a pegou. Quando a cauda da princesa se ergueu com o choque, a fofa fenda escondida atrás dela ficou exposta. Sem nenhuma hesitação, a elfa mergulhou a língua, molhada com todo o néctar, no buraquinho.

— Hii?! Rem, onde você está… me tocando…? Hyaah?!

A princesa arqueou as costas assim que a língua de Rem entrou nela, e cada músculo do seu corpo ficou tenso. A elfa, ainda mais encorajada por isso, traçou as bordas da entrada da garota. Ao fazer isso, os gemidos de Alferez ficaram muito mais fracos e, logo depois, sua metade superior caiu no chão. Embora a própria Rem não tivesse pensado que tocaria a bunda de Alferez, suas reações excessivas eram bastante agradáveis e, antes que percebesse, estava sendo muito má com a garota. Ela agarrou a bunda, agora empinada para cima, afastou as nádegas e lambeu as partes ao redor do buraco até que ficassem molhadas de saliva.

— Meow! Rem, sua idiota! Estúpida, estúpida! Haa! Aaaahh…!

Ela bateu com a cauda na cabeça da elfa, mas ao invés de machucá-la, isso só serviu para que ficasse feliz. Rem continuou lambendo a bunda da princesa, enquanto ao mesmo tempo brincava com a sua fenda, usando o dedo médio direito. Ela não fez muito mais do que passar o dedo por todo o entorno, mas apenas isso foi o bastante para fazer com que o mel da garota fluísse, criando uma poça na palma da mão da elfa.

— Aah! Haaa! O que está… acontecendo…? Por que a minha bunda… parece tão… Haaa…

A cada segundo que passava, Alferez resistia menos, e logo começou a aceitar o prazer que avassala seu traseiro. Rem, também incapaz de se conter, estendeu a mão para a sua própria virilha.

Ahh… Eu também… estou toda molhada…

A elfa ficou impressionada com a inundação dentro da sua calcinha. Havia tanto suco que seu cérebro até foi enganado, fazendo-a pensar que tinha enfiado os dedos em um copo d’água. Enquanto ela mexia lá, uma onda de prazer correu por todo o seu corpo, fazendo com que babasse, baba essa que ela espalhou por Alferez toda.

— Haahn! Tão molhada… Tão bom…!

A cauda da garota enrolou, expondo totalmente as suas partes íntimas. Ela balançou os quadris de um jeito sedutor, desta vez implorando por prazer de verdade. A língua de Rem respondeu na mesma hora, assim como as pontas dos dedos que esfregavam seu botão do amor que se moviam em enorme velocidade.

— I-isso parece… diferente do normal… Mas… é bom… É como se meu corpo… estivesse flutuando…!

— Goze, Al! Goze por sua bunda!

O corpo de Alferez se esticou, como um gato bocejando. Olhando para seus olhos entreabertos, Rem mergulhou a língua profundamente dentro da garota, o tempo todo tocando a sua própria virilha também.

— Hii! Mas o quê?! Minha bunda… Tão estranho… e tão bom… Nãão! Gozando! Tô gozando! Meow! Meow!!

A garota arqueou a metade superior do corpo, como se estivesse empurrando o peito para frente. Ela ficou algum tempo assim, seu corpo nu tremendo todinho, antes de finalmente desabar no cobertor, completamente exausta.

— Meooow… A minha bunda…

Ainda tremendo, Alferez rolou como uma bola e olhou para Rem com olhos amargurados.

— Isso que eu fiz com a sua bunda foi tão bom assim?

— Idiota! Não me pergunte isso!!

Furiosa por a elfa ser tão mesquinha, a garota se inclinou para ela. Então, como se por vingança, deu uma mordiscada na sua orelha.

— Hyaah! A-Al… Você não acabou de gozar…?

— Isso é o que você ganha por dizer algo tão estranho! Como punição, vou brincar com a sua orelha! Prepare-se!

— E-ei, pega leve… Hyaah?! Ah… Ahhn… Ahn!

Apesar de quão sensível seu corpo devia estar por causa do orgasmo, Alferez se esfregou contra as coxas e seios de Rem e lambeu a sua orelha toda. Um pouco confusa e dominada, a elfa a abraçou e permitiu que o prazer tomasse conta de seu corpo.

As garotas pararam em uma cidade pelo caminho e conseguiram um mapa que conduzia ao Monte Kedros, onde a bruxa morava. Evitaram estradas comuns até o máximo que a carroça aguentasse e, na maior parte do tempo, seguiram pelas florestas. Isso estava longe de ser um atalho, mal conseguiram fazer o cavalo andar por esse percurso. Embora as duas estivessem cada vez mais perto do objetivo, isso estava longe de ser a jornada descontraída que deveria ser.

— Preciso acabar com a maldição da Al o mais rápido possível…

O motivo de Rem tinha mudado. As orelhas e a cauda de gata representam um enorme problema, pois do jeito que Alferez atualmente está, ela não pode se expor em público. A elfa apressou o cavalo enquanto viajava em silêncio, tentando de tudo para não sacudir a carroça com a garota deitada na carruagem.

— Ah… Sim… Meooow… Rem… Me toque, Rem… Ahn… Haahn… Meooow…

A princesa gemia, totalmente nua. Cerca de três dias se passaram desde que ela ficou neste estado. Embora ainda se transformasse em gata todas as noites, como sempre fez, quando a manhã chegava, não voltava totalmente à forma humana. Além disso, ela estava no cio, e não importa quantos orgasmos alcançava, nunca era o suficiente para satisfazê-la. Mesmo neste momento ela estava se tocando, implorando que Rem a possuísse.

— Meow… Eu quero me sentir bem… Rem… Rem…! Meooow!

Os gemidos de Alferez soavam como os de uma gata, e provavelmente apenas Rem poderia imaginar o que se passava pela cabeça dela. Era fato que a sagacidade frustrantemente afiada da garota tinha desaparecido; ela tinha sido reduzida ao nível de uma criança, até mesmo no modo como falava.

— O que está acontecendo com ela?

Seu cio poderia ser curado? Ela voltaria a ser humana? Não havia ninguém a quem pudesse fazer essas perguntas, e isso só servia para aumentar a ansiedade de Rem.

Ela deveria ter notado antes. Ter orelhas de gata indicava que a maldição estava progredindo. Entretanto, a elfa estava com medo demais para enfrentar a verdade. Todos os sinais estavam claros, mas ela decidiu se assegurar de que no final daria tudo certo.

A culpa é sua.

As palavras da Rainha ainda assombravam Rem. Antes de conhecê-la na mansão, ela nem sabia que existia uma princesa chamada Alferez. Como poderia estar relacionada a maldição? E, ainda assim, por que não era capaz de negar isso com confiança?

— Eu… quero levar a culpa por isso?

Mesmo que Rem não tivesse nada a ver com a maldição, ainda poderia ser responsável pelo estado atual da garota. Alferez sempre se sentia culpada por sua maldição causar problemas a outras pessoas. E foi por isso que a elfa deixou as fatídicas palavras escaparem. “Não me importo se você ficar como uma gata…”

— Ei, Rem… Vamos fazer…

— Whoa, Al! Pare com isso, isso é perigoso!

Sem qualquer aviso, a princesa-gata totalmente nua abraçou Rem por trás. Em pânico, a elfa se afastou e a carruagem, parando repentinamente, quase tombou.

— Reeem! Eu não aguento maaaaaais!

— M-mas já fizemos esta manhã…

Os intervalos entre seus ataques do cio estavam ficando mais curtos; era pouco mais do meio-dia e ela já estava tendo outro. Embora Rem quisesse passar cada momento enquanto houvesse luz do sol seguindo com a viagem, ela teria muitas dificuldades em operar a carruagem caso Alferez continuasse a agarrando assim. Sem escolhas, ela decidiu responder ao apelo da garota.

Isso era mentira, é claro.

Ouvir aqueles gemidos intermináveis enquanto a princesa dava prazer a si mesma também tinha levado Rem ao limite. A luxúria superou a culpa. Ela amarrou o cavalo na primeira árvore adequada que encontrou, correu para se despir e abraçou a princesa nua que gemia na parte de trás da carruagem.

— Aah!

Com os braços bem abertos e um sorriso de satisfação no rosto, Alferez a aceitou. As duas se beijaram e Rem empurrou a garota para o chão.

— Ahhn! Rem…

A doce voz de Alferez fez cócegas em suas orelhas, fazendo a elfa sentir um imenso prazer, como se todos os músculos do seu corpo tremessem. Ela logo interrompeu aqueles gemidos, que ecoavam pela floresta, com um outro beijo, e colocou a mão entre as pernas da garota. Quando isso aconteceu, a princesa estremeceu violentamente e, com o rosto mostrando algo que lembrava um sorriso, abriu bem as pernas.

Poucos dias depois, a carruagem chegou a um lugar muito desolado. Será que no passado o lugar tinha sido uma floresta exuberante? O solo era árido e rochoso, uma névoa sinistra pairava no ar e um número incontável de árvores mortas estavam espalhadas em todas as direções. Enquanto as garotas cortavam a névoa, uma montanha coberta por árvores podres aparecem gradualmente diante delas.

— Este é o Monte Kedros…?

Rem saltou do banco do cocheiro e deu uma olhada montanha acima. Embora o pico não fosse muito alto – mesmo a pé poderia alcançá-lo em menos de meio dia – o caminho até lá parecia rochoso e acidentado demais para seguir na carruagem. Enquanto a elfa examinava a montanha em busca de mais detalhes, notou algo; bem no meio do caminho, atrás de um enorme penhasco, havia algo parecido com um telhado. Devia ser, sem dúvidas, a mansão da bruxa.

— Não deve ter mais ninguém que iria morar em um lugar tão desprovido de vida.

Se Rem estivesse sozinha, poderia facilmente escalar a montanha. O problema era, como iria carregar a princesa-gata, sofrendo daquele cio interminável com ela? Veja bem, desde a pousada na cidade a elfa não sentia o poder dos espíritos. Dar enormes saltos com Alferez nos braços, igual tinha feito no passado, seria difícil, senão impossível. Ela se virou e deu uma olhada na garota que dormia lá atrás e pensou.

— Devo esperar até ficar de noite…?

Carregá-la como gata provavelmente seria muito mais fácil, embora atravessar a montanha à noite também possuísse os seus próprios perigos. Além disso, a bruxa podia estar usando bestas mágicas como guardiãs, contra as quais uma meio-elfa carregando uma gata provavelmente não teria chances. Elas tinham feito bem ao chegar tão rápido quanto conseguiram, mas quanto aos planos de como enfrentar a bruxa, Rem não preparou nenhum.

— Acho que só pedir “por favor, quebre a maldição” não vai funcionar, huh…?

Embora o destino estivesse logo adiante, ela não sabia o que fazer; a elfa se preparou para esta jornada que poderia durar anos, e nunca parou para pensar no que faria ao chegar no local.

— Agora, o que faço… Hmm?

Ela sentiu algo se movendo na parte de trás da carruagem. Alferez tinha acordado? A garota estava usando um vestido enquanto dormia, mas deve ficar sem no final da transformação. Avançar depois dela  virar uma gata parecia ser mesmo a opção mais segura.

Só então, uma rajada de vento anormal soprou. Havia alguém que usava espíritos no local, no meio desta terra árida. Rem ficou tensa por um instante, virou-se e puxou a espada para bloquear o golpe silencioso de um florete que se dirigia para a sua cabeça.

— Devo dizer que não esperava que chegasse aqui — falou a pessoa que atacava em um tom aborrecido enquanto empurrava a arma dela para baixo.

— Sou eu quem queria dizer isso, Tia Amita — respondeu Rem enquanto pulava para trás.

As roupas de Amita estavam totalmente esfarrapadas, então era possível supor que estava o tempo todo procurando pelas duas. Havia também sinais de cansaço no seu rosto, e o jeito como falava não deixava dúvidas.

— Você é persistente demais, Tia. Você odeia tanto assim a ideia de eu fazer amizade com uma humana?

— O problema não é esse!

O repentino grito da mulher fez Rem estremecer. Mesmo assim, ela não tinha cruzado esse caminho todo apenas para ser parada. Além disso, algo nessa declaração chamou a atenção da garota.

— Tia… Será que você sabe que tipo de lugar é este?

— Se encontrar com a bruxa não fará bem algum a vocês duas… Desistam.

Ela definitivamente sabia. Não só isso, estava também escondendo algo. Entretanto, Rem não tinha tempo para descobrir o que era esse algo.

— Saia do meu caminho, Tia. Se quiser conversar, podemos fazer isso depois que…

— Seu objetivo é quebrar a maldição da Princesa, correto? Isso é impossível.

A elfa, que estava prestes a forçar seu caminho por Amita, ficou paralisada. Amita sabia sobre Alferez. E isso não era tudo. Ela continuou falando, impedindo Rem de seguir adiante.

— Rem. A razão pela qual você estava trancada dentro da aldeia era para impedi-la de conhecer a Princesa.

— O-o que você quer dizer…?

Ela tentou correr, mas seu corpo não quis ouvir. Por que Amita estava dizendo a mesma coisa que a Rainha tinha dito? Foi essa pergunta que a impediu de seguir o seu caminho.

Eu sabia… Existe algum tipo de conexão entre Al e eu…

Olhando para sua sobrinha confusa, Amita suspirou profundamente, e então estendeu o braço com gentileza.

— Vamos para casa. Vou explicar tudo assim que voltarmos para a aldeia.

O desejo de Rem pela verdade fez com que esquecesse o que realmente era importante. Ela obedeceu  e pegou a mão de sua tia.

Espera…! Se eu for para casa agora, o que vai acontecer com a Al?!

A elfa repreendeu a si mesma, e logo após ergueu a sua espada e apontou para Amita.

— Desculpa, Tia. Não posso voltar para a aldeia. Prometi para a Al que quebraria a maldição. Ela está sofrendo. Não posso só deixá-la sozinha!

— Isso não é problema seu! Diga-me, Rem, por que você se preocupa tanto com essa garota?!

O fato de sua sobrinha não seguir seu apelo fez com que Amita perdesse a paciência. Ela estava mais furiosa do que Rem jamais a vira. Parte dessa raiva foi transferida para a garota, que gritou de volta:

— Isso não é óbvio?! Eu a amo!

No início, até mesmo a própria Rem não sabia o que queria dizer com isso. Ela tinha dito isso apenas por impulso. Bem, ela com certeza gostava de Alferez. A via como uma amiga e às vezes até como a sua irmãzinha. A elfa conhecia a sua dor e simpatizava com ela.

Mas… Isso é tudo mesmo?

Em seu coração, ela sabia que não. A resposta estava bem diante dela; só aconteceu de fingir que não tinha visto.

Não. Eu… Eu já devia saber…

Rem decidiu tentar enfrentar as suas próprias palavras com o máximo de honestidade. Ao fazer isso, seu coração de repente ficou leve, como se toda a névoa que a cobria tivesse sumido. Em um instante, o amor pela garota encheu o seu peito. Ela sorriu gentilmente e mais uma vez declarou os seus sentimentos; desta vez não por impulso, mas por realmente querer dizer o que tinha dito.

— Desculpa, Tia. Eu… Eu amo a Al… Eu realmente, realmente… Do Fundo do meu coração…

— Você ao menos entende o que está dizendo…?

O rosto de Amita perdeu toda e qualquer cor. Isso era compreensível. Eram ambas garotas e, além disso, se apaixonar por um humano era exatamente o mesmo “erro” que ela vira sua irmã cometer. Não poderia aceitar isso com tanta facilidade.

Ou ao menos foi o que Rem pensou. No entanto, como ela logo descobriu, a mulher queria dizer algo completamente diferente.

— Eu não posso viver sem a Al! Quero me casar com ela e ficar com ela pelo resto da minha vida!

— Pare de falar! Essa garota é sua irmã gêmea!!

Assim que deixou essas palavras escaparem, Amita levou as mãos à boca. Parecia ter revelado um segredo que não desejava expor.

Rem também parou. Em silêncio, balançou a cabeça, rejeitando o que acabara de escutar.

Ela não conseguia acreditar nisso. Não tinha como acreditar em algo assim.

Entretanto, apesar desse sentimento, aceitou a informação com uma facilidade surpreendente. Talvez graças à conversa que teve com a Rainha, no fundo de seu coração, a elfa sabia que isso era verdade. O intenso olhar de Amita também era extremamente persuasivo.

— Eu e Al… somos irmãs?

Se isso fosse verdade, significaria que ela fez sexo com sua irmã gêmea em várias ocasiões. A força abandonou o corpo de Rem, e a mão que segurava a espada pendeu. Amita balançou a cabeça, parecia ter se arrependido por revelar o segredo.

— Vocês passaram esse tempo todo juntas e nem notaram, huh? Bem, tanto faz. Se ainda não sabia, então esqueça o que eu disse. E caso se recuse a fazer isso… Vou ter que levá-la de volta usando a força.

A mulher preparou sua espada e Rem fez o mesmo. Seu arco estava dentro da carruagem. Se Alferez estivesse em seu estado normal, ela poderia ter pedido ajuda, mas infelizmente não era o caso. Diante da remota chance de que os sentimentos de luxúria da garota tivessem diminuído por um momento, a elfa olhou para onde ela estava dormindo. Entretanto, foi uma abertura que Amita não deixaria passar. Ela chutou o chão e voou para frente. Não na direção de Rem, mas da carruagem.

— Quando aquela garota desaparecer você não ficará mais triste!

Rem foi pega de surpresa e sua reação foi tardia. Amita não era apenas ágil, tinha também os espíritos do seu lado. A garota jamais poderia esperar igualar a sua velocidade. Esse único passo em atraso tornou-se fatal, e ela entrou em desespero.

— Nãoooo!!

No momento em que a espada de Amita estava prestes a cortar a lateral da carruagem, o mundo diante de Rem ficou todo embaçado. Mas, não com lágrimas. Todas as coisas se misturaram em um redemoinho gigante e, como se estivesse sendo sugado por ele, o corpo da elfa ficou completamente entorpecido.

 


Tradução: Taipan

Revisão: Guilherme

 

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