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Sword Art Online – Vol. 02 – Cap. 04 – Calor do Coração

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A gigantesca roda d’água girava lentamente, preenchendo a oficina com um som agradável.

Apesar de ser uma pequena casa para uso exclusivo de jogadores da diminuta classe artesã, seu valor saltou por causa daquela roda d’água. Quando vi a casa pela primeira vez, em Lindarth, no 48° andar, pensei: “É essa!”, mas logo em seguida fui surpreendida por seu preço.

A partir daquele momento, comecei a trabalhar como uma louca. Peguei dinheiro emprestado de vários lugares e consegui juntar três milhões de col em apenas dois meses. Se fosse no mundo real, meu corpo estaria coberto de músculos, resultado de todas as vezes que brandi o martelo, e minha mão direita estaria cheia de calos grossos.

Mas todo o esforço valeu a pena. Consegui a escritura antes dos meus rivais e abri a Loja de Armas Lisbeth aqui, nesta casa com a roda d’água. Isso aconteceu há três meses, em um dia particularmente frio de primavera.

 

***

 

Depois de tomar o meu café da manhã apressadamente ao som da roda d’água — graças a Deus aqui é Aincrad —, me troquei e vesti meu uniforme de ferreira, observando em seguida meu reflexo no espelho de corpo inteiro que ficava pendurado na parede.

Apesar de chamar a roupa de uniforme de ferreira, ela não se parecia nem um pouco com uma vestimenta de trabalho manual, lembrava mais um uniforme de garçonete. Na parte de cima, uma blusa com mangas bufantes vermelho-escuras, combinada com uma saia rodada da mesma cor. Por cima de tudo, um avental branco e um laço vermelho sobre o peito.

Não tinha sido eu quem escolhera aquela roupa, mas uma amiga da minha idade, que também frequentava a loja. Segundo ela, “Com essa sua cara de bebê, roupas sérias não vão combinar”. Na hora pensei: “Cuida da sua vida!”, mas depois que adotei o novo uniforme, as vendas da loja dobraram.

Ainda estava relutante, mas não tive escolha senão continuar vestindo o uniforme.

Seus palpites não se limitaram apenas às minhas roupas, mas também ao meu cabelo, que acabei customizando em um corte curto e volumoso, pintado de rosa bebê. Porém, de acordo com a reação das pessoas, aparentemente esse corte combina comigo.

Eu, a ferreira Lisbeth, tinha quinze anos de idade quando loguei no SAO pela primeira vez. No mundo real, as pessoas falavam que eu parecia mais nova, mas isso só piorou neste mundo. Meu cabelo rosa, grandes olhos azul-escuros, lábios e nariz pequenos, combinados com o avental à moda antiga, faziam o reflexo no espelho parecer o de uma boneca.

Como no mundo real eu era uma estudante do ensino médio séria e sem nenhum interesse por moda, em SAO sentia ainda mais essa diferença. De alguma forma, consegui me acostumar com a minha aparência, mas é impossível mudar minha personalidade com a mesma facilidade, então, vez ou outra, acabo espantando alguns clientes com meus acessos de raiva.

Chequei se havia esquecido alguma coisa, caminhei até a parte da frente da loja e virei a placa de “CLOSED”. Olhei para os jogadores que esperavam a loja abrir, mostrei meu melhor sorriso e disse:

— Bom dia! Sejam bem-vindos!

Não faz tanto tempo assim que me tornei capaz de fazer isso naturalmente.

Ter uma loja era um sonho antigo, mas mesmo dentro do jogo, sonho e realidade eram coisas bem diferentes, e vi como era difícil atender a clientela desde a época que eu era apenas uma vendedora de rua e usava uma estalagem como base.

Já que manter um sorriso o tempo todo era muito difícil, decidi atrair os fregueses com a qualidade da minha mercadoria. O esforço para aumentar desde o começo a minha skill de criação de armas foi mesmo a melhor estratégia, já que muitos dos meus clientes antigos continuaram a me procurar mesmo depois que abri a loja.

Depois que terminei de cumprimentar todos, deixei a recepção com o meu empregado NPC e me tranquei na oficina que ficava anexa à loja. Havia mais ou menos dez itens para entregar.

Assim que puxei a alavanca da parede, os foles começaram a usar a força mecânica da roda d’água para soprar ar dentro da fornalha e o afiador começou a girar. Eu tirei um lingote de metal caro do meu inventário e coloquei dentro da fornalha. Depois de aquecê-lo o suficiente, eu o levei para a bigorna usando um par de tenazes. Ajoelhei-me em uma só perna, peguei o martelo, abrindo o menu para escolher qual item queria criar. Depois, eu precisava apenas martelar o pedaço de metal a quantidade de vezes designada e o item seria forjado. Não era necessária nenhuma técnica e a qualidade da arma resultante dessa ação era aleatória, mas eu achava que o resultado dependia do quanto eu me concentrasse. Por isso, contraí todos os músculos e ergui o martelo. Então, justo quando estava prestes a golpear o metal…

— Bom dia, Lis!

— Aaah!

A porta da oficina se abriu e eu errei o alvo. Em vez de acertar o metal, atingi a bigorna com um som patético e um jato de faíscas.

Ao erguer a cabeça, vi a intrusa coçando a cabeça enquanto ria com a língua para fora.

— Desculpa. Vou tomar mais cuidado na próxima vez.

— Quantas vezes já ouvi isso? Bom, pelo menos foi antes de eu começar.

Eu me levantei, soltando um suspiro, e coloquei o pedaço de metal de volta na fornalha. Depois, coloquei as mãos nos quadris e me virei, encarando a garota um pouco mais alta do que eu.

— Bom dia, Asuna.

Minha amiga e cliente, a usuária de rapieira Asuna, atravessou o recinto em minha direção e se sentou no banco redondo de madeira. Ela então afastou uma mecha do cabelo castanho claro com a ponta dos dedos. Cada um de seus movimentos pareciam saídos de um filme e, mesmo a conhecendo há tanto tempo, eu ainda ficava maravilhada com ela.

Eu também sentei no banco que ficava em frente à bigorna e pendurei o martelo na parede.

— E qual é a de hoje? Chegou cedo.

— Queria te pedir para cuidar disto aqui.

Asuna pegou sua rapieira, ainda embainhada, e a jogou para mim. Eu a peguei com uma mão, sacando-a em seguida. A lâmina estava um pouco cega devido ao longo período de uso, mas não ruim o suficiente para apresentar problemas de corte.

— Não tá tão ruim assim. Não é um pouco cedo pra afiar?

— Tem razão. Mas eu a quero brilhando.

Olhei cuidadosamente para Asuna. Sua roupa de amazona, com as cruzes vermelhas sobre o tecido branco e a minissaia, continuavam iguais, mas suas botas cintilavam como novas e ela até mesmo usava brincos de prata.

— Tem alguma coisa estranha. Hoje é um dia de semana. O que aconteceu com a sua participação na guilda? Você não tinha dito que estavam tendo problemas no 63° andar?

Asuna exibiu um sorriso envergonhado.

— Sim, ganhei uma folga hoje. Eu tenho um compromisso com uma pessoa mais tarde…

— Olha só…

Puxei a cadeira e cheguei mais perto de Asuna.

— Me conta mais. Com quem vai se encontrar?

— É-É segredo!

Asuna enrubesceu e desviou o olhar. Cruzei os braços, assenti disse:

— Aaaah, bem que achei que você tava mais animada que de costume nesses últimos tempos. Então você finalmente arranjou um namorado!

As bochechas de Asuna ficaram ainda mais vermelhas. Ela tossiu e me perguntou, enquanto me olhava de relance:

— Estou mesmo diferente…?

— Claro! Quando te conheci, você só pensava em concluir o jogo, até quando estava dormindo! Você era meio travadona, mas de uns tempos pra cá, começou a mudar. Tipo, tirar um dia de folga durante a semana? Você nunca teria feito isso antes!

— Ah, ah é…? Talvez eu realmente tenha sido afetada…

— Quem é? É alguém que eu conheço?

— Acho… Acho que não… Não sei.

— Traz ele aqui um dia.

— Não é bem assim! Ainda… É uma coisa não correspondida…

— Hmm…

Fiquei realmente surpresa. Asuna era a vice-comandante da guilda mais poderosa de todas, a Knights of the Blood, KoB, e uma das cinco garotas mais bonitas do Aincrad. O tanto de garotos que queriam se aproximar dela era o mesmo que a quantidade de estrelas no céu, então nunca achei que o contrário seria possível.

— Bom, ele é meio estranho — Asuna disse com um olhar distante.

Ela tinha um sorriso sutil nos lábios. Se estivéssemos em um mangá de romance, com certeza haveria pétalas de flores no plano de fundo naquele momento.

— Não sei se ele é imprevisível… Ou se vive no próprio ritmo… Mas, apesar disso, ele é extremamente forte.

— Ué? Mais forte que você?

— Sim, com certeza. Se duelássemos um contra o outro, eu não aguentaria nem um minuto.

— Uau. Isso limita bastante o número de candidatos.

Assim que comecei a fazer uma lista mental de todos os zeradores, Asuna começou a agitar os braços.

— Aah, não precisa imaginar quem é!

— Bom, espero vê-lo em breve. E, sendo assim, conto com você pra fazer propaganda da loja!

— Você não perde uma. Mas vou falar para ele sobre a loja. Ah! Afia logo minha rapiera, por favor!

— Tá, tá. Já faço isso, espera só um minuto.

Eu me levantei com a arma da Asuna nas mãos e caminhei até a afiadora circular que ficava no canto do cômodo.

Saquei a fina espada de sua bainha vermelha. A arma era listada como rapieira e tinha o nome único de Lambent Light. Era uma das melhores espadas que eu já tinha fabricado. Mesmo que eu utilizasse a melhor matéria prima, o melhor martelo e a melhor bigorna, a qualidade das armas que produzo podiam variar pelo fator da aleatoriedade. Portanto, eu só conseguia criar uma arma daquela qualidade a cada três meses, mais ou menos.

Segurei a espada devagar, com as duas mãos, contra a afiadora. Também não existia uma técnica específica para afiar armas, mas eu não tinha intenções de fazer aquilo de qualquer jeito.

Deslizei a lâmina ao longo da afiadora, do cabo até a ponta. Faíscas laranjas voaram ao som claro de metal sendo polido, ao mesmo tempo em que um brilho cintilante retornou à espada. Quando o processo terminou, a rapieira retornou a sua aparência prateada de sempre, brilhando à luz do sol da manhã.

Coloquei a lâmina de volta na bainha e joguei-a de volta para Asuna. Ao mesmo tempo, apanhei com os dedos a moeda de prata de cem col que ela jogou para mim.

— Obrigada pela preferência!

— Depois vou te pedir para consertar a minha armadura também… Mas estou sem tempo agora, então vou nessa!

Asuna se levantou e guardou a espada na bainha presa no cinto em seu quadril.

— Tô curiosa! Acho que vou junto com você.

— Aah, n-não!

— Há, há, há, tô brincando. Mas traz ele aqui na próxima vez.

— T-tá. Em breve.

Asuna acenou em despedida com as mãos e saiu correndo da oficina como se fugisse de algo. Soltei um grande suspiro e caí de volta na cadeira.

— Que inveja…

Um sorriso amargo se formou em meus lábios após dizer aquelas palavras. Nem me dei conta disso.

Um ano e meio havia se passado desde que tinha vindo para este mundo. Por causa da minha personalidade, não desanimei e dei tudo de mim para garantir o sucesso da loja, e aquilo tinha me levado até ali. Mas, com a loja funcionando bem e prestes a completar minha skill de ferraria, estava começando sentir falta da companhia de pessoas. Isso devia estar acontecendo porque não tenho mais um objetivo claro em mente.

Como não havia muitas garotas no Aincrad, muitos garotos tentaram se aproximar de mim, mas, por algum motivo, nunca senti a necessidade de correspondê-los. Prefiro ficar com alguém que eu goste. Então, nesse quesito, sentia uma certa inveja de Asuna.

— Será que a quest de “Encontro Maravilhoso” vai aparecer pra mim também um dia? — murmurei, mas logo balancei a cabeça para me livrar desses pensamentos estranhos.

Levantei, peguei o pedaço de metal de dentro da fornalha, que àquela altura estava vermelho de tão quente, coloquei-o de volta na bigorna e apanhei o martelo. Ele seria meu namorado por um bom tempo. Com esses pensamentos em mente, ergui a ferramenta e golpeei.

O som ritmado de metal batendo contra metal ressoando pela oficina normalmente me ajudava a não pensar, mas naquele dia essa inquietação insistia em não desaparecer.

 

Foi na tarde do dia seguinte que aquele homem visitou a loja.

Eu tinha exagerado no dia anterior, terminara todas as encomendas e estava cochilando na cadeira de balanço na varanda, que ficava na frente da loja.

Sonhava. Nele, eu ainda estava no primário. Era uma criança séria e comportada, mas tinha o hábito de cair no sono durante a primeira aula da tarde, então os professores sempre me acordavam, para depois ralharem comigo.

Naquela época, eu costumava admirar um jovem professor que havia acabado de se formar na faculdade. Eu me sentia envergonhada por levar bronca, mas, por algum motivo, gostava muito do jeito como ele me acordava. Ele chacoalhava meu ombro e dizia com uma voz baixa:

— Er, desculpa, mas…

— Ah, ah, perdão!

— Quê?!

Levantei-me como se fosse uma mola e gritei. À minha frente havia um jogador com uma expressão de surpresa no rosto.

— Нã…?

Olhei em volta. Eu não estava mais em uma sala de aula cheia de fileiras de carteiras. Havia árvores e um canal que corriam ao longo da larga rua de pedra, e um jardim coberto de grama. Ali era meu segundo lar, Lindarth.

Parecia que eu estava sonhando acordada pela primeira vez em muito tempo. Tossi para disfarçar meu embaraço e cumprimentei a pessoa, que parecia ser um cliente.

— Se-Seja bem-vindo. Está procurando por alguma arma?

— Er, sim — o jovem assentiu.

À primeira vista, ele não parecia estar em um nível muito alto. Talvez fosse apenas um pouco mais velho que eu. Cabelo preto, camisa simples, calças e botas. O único armamento que carregava era uma espada de mão única, presa às costas. As armas vendidas na minha loja requeriam atributos altos, e me perguntei se o nível dele seria suficiente, mas não manifestei minhas dúvidas e guiei-o para dentro.

— O mostruário de espadas de mão única fica por aqui.

Quando apontei para o mostruário onde estavam expostas as armas básicas, ele sorriu, meio desajeitado, e disse:

— Eu queria fazer uma encomenda…

Fiquei ainda mais preocupada. Mesmo as armas sob encomenda mais baratas ainda precisavam de materiais especiais para serem forjadas e custavam no mínimo cem mil col. Se ele entrasse em pânico depois de ouvir o preço, eu também ficaria com vergonha, então preferia evitar aquela situação o máximo que pudesse.

— O valor dos metais está um pouco caro agora, então acho que… — comecei, mas o jovem vestido de negro, com uma expressão despreocupada, me deu uma resposta completamente inacreditável.

— Não precisa se preocupar com o preço. Por favor, apenas crie a melhor espada que puder.

Apenas encarei seu rosto por quase um minuto até que finalmente consegui abrir a boca:

— Bom, mesmo assim… Ainda preciso ter uma ideia das propriedades desejadas…

Percebi que meu tom de voz era levemente mais rude que o normal, mas ele parecia não se importar e simplesmente assentiu.

— Tem razão. Então…

Ele tirou a espada das costas, ainda embainhada, e entregou-a para mim.

— Que tal uma espada com qualidade similar ou superior a esta?

Não parecia uma arma espetacular. Havia tiras de couro trançadas em volta do cabo, um punho da mesma cor. Mas, quando a segurei com a mão direita…

Como era pesada!

Quase a deixei cair. O pré-requisito de força era incrivelmente alto. Como ferreira e usuária de clava, eu tinha bastante confiança nos meus atributos de força. Mas nunca seria capaz de brandir aquela espada.

Eu a tirei da bainha com certa hesitação e a lâmina quase preta brilhou. Saberia dizer que se tratava de uma espada de alta qualidade só de olhá-la. Cliquei nela com o dedo para abrir a janela categoria: “Espada longa/mão única”, nome único: “Elucidator”. Não estava descrito quem era o fabricante, o que significava que não fora forjada por outro jogador ferreiro.

Era possível separar as armas do Aincrad em dois grupos: primeiro, as player made, que eram armas produzidas por nós, ferreiros. O outro incluía as armas adquiridas em aventuras, na forma de monster drop. Nem preciso dizer que ferreiros não gostavam muito de armas “dropadas”. E, naturalmente, eram inúmeras as que recebiam nomes ridículos como “Sem nome” ou “Sem marca”.

Mas aquela espada parecia um item raro no meio das monster drops. Se se comparasse a qualidade média entre as armas forjadas por jogadores e as monster drops, a primeira costumava ser melhor. Mas, de tempos em tempos, “Espadas demoníacas” como aquela apareciam — ou pelo menos era o que eu tinha ouvido dizer.

O que importava era que meu orgulho estava em jogo. Como ferreira, eu não poderia perder para uma arma dropada.

Devolvi a pesada espada e trouxe outra, uma longa, que estava pendurada na parede dos fundos da loja. Eu a forjara há um mês e era a melhor que já tinha produzido. A lâmina que saquei da bainha possuía uma coloração avermelhada, dando a impressão de que estava coberta por chamas.

— Esta é a melhor espada que tenho na loja neste momento. Acho pouco provável que perca para a sua.

Ele pegou a espada sem dizer nada, balançou-a com uma só mão e então inclinou a cabeça.

— É um pouco leve demais.

— Porque usei um metal de agilidade…

— Hmm…

Ele fez uma expressão de dúvida e balançou a espada no ar mais algumas vezes antes de se virar para mim e perguntar:

— Posso fazer um teste rápido?

— Testar…?

— A durabilidade.

O jovem pôs a espada, que até então segurava com a mão esquerda, sobre o balcão. Ele se colocou diante dela e ergueu lentamente a espada vermelha usando a mão direita.

Eu me dei conta do que estava prestes a fazer e tentei impedi-lo:

— E-Espera! Se fizer isso, a espada vai se quebrar!

— Se uma espada se quebra assim com tanta facilidade, ela é inútil. Mas se isso acontecer, não se preocupe, eu dou um jeito depois.

— Mas…

Mas isso é loucura, era o que eu queria ter dito, mas engoli as palavras. Ele ergueu a espada bem alto e seus olhos emitiram um brilho afiado. Em seguida, a espada ficou envolta por um efeito luminoso azulado.

— Há!

Com um grito, ele brandiu a espada para baixo em uma velocidade inacreditável. As duas lâminas se chocaram antes que eu tivesse tempo de piscar e o som do impacto ecoou pela loja. O clarão resultante foi tão forte que apertei os olhos e involuntariamente dei um passo para trás…

A lâmina havia se partido perfeitamente na metade e depois desapareceu.

A lâmina da minha obra-prima.

— Aaahhh! — soltei um grito e me lancei contra a mão direita dele. Peguei a metade do que havia sobrado e examinei-a cuidadosamente por todos os ângulos.

Estava irreparável.

Assim que cheguei àquela conclusão, deixei os ombros caírem. A segunda metade da espada se dissipou em inúmeros fragmentos de polígonos. Depois de alguns momentos de silêncio, ergui lentamente a cabeça.

— O… O…

Agarrei o jovem pelo colarinho. Meus lábios tremiam.

— O que vai fazer agora?! Você quebrou ela!

Ele enrijeceu o rosto e respondeu:

— D-Desculpa! Eu nunca nem imaginei que a espada ia quebrar…

Aquilo me irritou profundamente.

— Então quer dizer que minha espada era mais fraca do que você tinha imaginado?!

— Er… Hã… Bom, é.

— Quê?! Eu ouvi direito?!

Eu o soltei, levei as mãos ao quadril e inflei o peito.

— V-Vou deixar bem claro! Se eu tivesse os materiais certos, conseguiria fazer todas as espadas que eu quisesse e todas quebraram a sua em pedacinhos!

O jovem, ao ouvir minhas palavras cheias de raiva, riu.

— Se for assim, por favor, fique à vontade. Crie algo que transforme esta espada em pó.

Ele pegou a espada preta de cima do balcão e guardou-a na bainha. O meu sangue finalmente subiu todo para a cabeça e…

— Ah, então é assim? Tá bom! Só que você vai ter que contribuir também! Me ajuda a arranjar os materiais certos!

Eu sabia que tinha cometido um erro, mas já era. Não podia mais voltar atrás. Mas o jogador não parecia nem um pouco abalado, muito pelo contrário, ele me encarou de cima a baixo, sem cerimônia.

— Bom, eu não me importo, mas não seria mais fácil se eu fosse sozinho? Seria ruim se você acabasse me atrapalhando.

— Argh!

E pensar que existia alguém tão competente em tirar outra pessoa do sério. Agitei os braços e protestei:

— N-Não me subestime! Você não sabe, mas sou uma mestre de clava!

O jovem assobiou. Ele estava se divertindo às minhas custas.

— Sendo assim, quero ver até onde vai sua capacidade… Enfim, vou pagar pela espada quebrada.

— Não precisa! Mas se eu fizer uma espada melhor que a sua, você vai pagar bem caro!

— Pode cobrar o quanto quiser. Meu nome é Kirito. Conto com você pra que a minha nova espada fique pronta.

Cruzei os braços e desviei o olhar.

— Muito prazer, Kirito.

— Que intimidade é essa? Bom, não importa, Lisbeth.

— Hunf!

Essa foi a pior primeira impressão que tive ao formar uma party


 

Tradução: Axios

Revisão: Alice

 

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