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Sugar Dark: A Garota e a Escuridão Sepultada – Cap. 03.3 – Terceira Cova – Ladrão de Túmulos

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CAPÍTULO 3

 

Muoru devia estar ciente de quão inexperiente era nesse tipo de coisa.

Em todo caso, ele era apenas uma toupeira especializada em cavar trincheiras. Não era um procurador público ou detetive, então, era apenas natural que usar seus miolos resultariam em respostas limitadas, mesmo se só tentasse supor.

Porém, desde que foi trazido a este cemitério, realmente teve muito tempo para pensar nessas coisas enquanto abria covas. Além disso, ouvira algumas histórias que haviam esclarecido sua situação.

Por isso, agora tinha novas dúvidas sobre ela, com diferentes hipóteses relacionadas a potenciais respostas vindo à mente.

“Primeiro, eu gostaria de enfatizar o fato de não ter matado o Segundo Tenente, Hedger Reeve. E juro à minha velha companheira, a pá rotulada “Caso 50357: Arma perigosa A”, o item largado na área de depósito de provas da corte militar, o qual, provavelmente, é mais como uma sala de tranqueiras, não é o que parece.”

O assassino é outra pessoa.

O verdadeiro assassino de Hedger Reeve.

Em algum lugar do mundo, estava a pessoa que removeu a pá de Muoru de sua área de descanso, atingiu a cabeça oca de Hedger uma vez, descartou a companheira ensanguentada de Muoru em uma pilha de lixo e, então, o acusou falsamente pelo crime.

Durante seu julgamento, ninguém havia sequer examinado de forma satisfatória seu possível motivo para o assassinato. No entanto, se a polícia militar tivesse pedido aos seus companheiros soldados por um pouco de informação, eles provavelmente teriam conseguido respostas o suficiente para apoiar a reinvindicação deles. Talvez declarassem algo como: “Muoru era rebelde, por isso, quase sempre era punido fisicamente pelo tenente”, ou “o tenente tomava a comida de Muoru”, ou “o tenente fez Muoru limpar todo o esterco de cavalo sozinho”.

“Porém, eu não era o único subordinado de Hedgers chamado de bom para nada que era alvo de intimidação. Na verdade, talvez nem existisse fim para a quantidade de pessoas que guardava rancor contra o tenente. Por isso, mesmo o motivo do verdadeiro culpado podia vir de ressentimento contra ele.” Muoru não possuía dúvida alguma desta hipótese.

No começo, pensou que a ideia de matar aquele homem havia vindo à sua mente apenas uma ou duas vezes. No entanto, ao pensar sobre isso agora, se perguntou: “Será que foi verdade mesmo?”

Será que o verdadeiro assassino de Hedger Reeve o mandou para o mundo dos mortos apenas por ressentimento?

A partir de agora, sua teoria não era nada mais que especulação. E o pensamento era meramente uma ideia “hipotética”. “E se o verdadeiro objetivo do criminoso fosse utilizar o sistema de prisão para acusar falsamente uma jovem toupeira trabalhadora e fazê-la vir para cá?”

Até mesmo Muoru tinha ciência do absurdo que era essa ideia.

Mas era óbvio que este cemitério com certeza não era um lugar normal. E, por acaso, o conhecimento comum do mundo externo era obscurecido. Por isso, ele só conseguia fazer um julgamento baseado no que havia visto e ouvido pessoalmente.

O que lhe trouxe ao primeiro depoimento de Corvo: “Aquele velhote é terrível. Parece que não importa quantas pessoas sejam empregadas para abrir covas, sempre que ficam incapazes de lidar com os demônios, logo se tornam inúteis.”

Até mesmo um trabalho simples como abrir covas não parecia tão fácil ali. E, se houvesse mais casos onde trabalhadores logo se tornavam inúteis, era provável que Daribedor devesse estar em busca de outras pessoas que, além de ter força física, seriam capazes de manter segredo e não causar problemas maiores em situações extremas. Isso significava que Daribedor não desaprovou a ideia de contratar uma antiga toupeira presa a uma coleira de prisioneiro.

E…

No final, a morte viria até mesmo para a guarda sepulcral que roubou o poder da Escuridão.

E, já que múltiplas pessoas não podiam ser guardas ao mesmo tempo, preparações com certeza eram importantes…, talvez Mélia fosse algo como uma suplente para Maria.

Por isso, se possível, eles encontravam alguém que parecesse ser capaz de conseguir lidar com aqueles monstros. E, se por acaso a pessoa fosse capaz de tolerar o trabalho duro, seria como matar dois coelhos com uma cajadada só. Além disso, não importava se tentassem escapar, pois, com uma parte do corpo alterada pela Escuridão, não seriam capazes de sair do cemitério.

“Em outras palavras, a razão pela qual vim para cá…”

No fim, o motivo quase não estava relacionado à sua hipótese.

Daribedor havia feito com que cavasse, de antemão.

Foi aí que entrou a outra parte da evidência de Corvo: “Esses demônios parecem entender a própria desvantagem. Agora, não só estão evitando caçar ou atrair humanos, como também não aparecem diante deles.”

Foi só depois que terminou a cova que o monstro de carne veio ao cemitério. Então, em outras palavras, o ataque foi planejado. Como diabos eles fizeram isso, ele não tinha ideia, mas Daribedor, ou as pessoas mascaradas, provavelmente tinham uma forma de invocar as criaturas.

Claro, simplesmente invocá-los não garantiria a morte deles. Então, a rigor, chamar os monstros não era diferente de enfiar a mão de propósito dentro da boca de um leão.

Porém, neste cemitério… havia um guarda sepulcral.

Mesmo assim, Muoru não sabia por que ou sob qual pretexto eles atraiam os monstros, nem sabia se este ato colocava o cemitério ou o guarda sepulcral em perigo. “Será que talvez seja pelo bem da humanidade ou é um pensamento ingênuo?”

Quando perguntou ao Corvo sobre isso, ele respondeu: “Até mesmo eu ainda quero saber isso. O que sei é que as pessoas que derrotam os demônios ganham uma recompensa. E quanto maiores são, maior é a quantia. Os companheiros mascarados vivem a partir disso.”

De acordo com o Corvo, a recompensa, surpreendentemente, não vinha de um país ou da organização de um templo, mas sim da carteira de um humano. A verdadeira identidade desta pessoa era desconhecida e, até mesmo para os caçadores mascarados, estava meio coberta por mistério. Mas algumas das razões para apenas um indivíduo fornecer as recompensas eram: não haveria obrigação das partes e ele daria “um pagamento muito justo” à pessoa que acabasse com os monstros.

A órfã Mélia e os outros como ela nem mesmo tinham um registro familiar1 – 1No Japão, como provavelmente em outros países, todos precisam registrar suas identidades em um suposto “registro familiar”. É basicamente um registro de cada família no Japão. É algo direcionado apenas à família, então, basicamente, o autor está querendo dizer que Mélia não possui um. O que explicaria porque é chamada de “Mélia do Mass Grave” em japonês.. Eles eram humanos que não existiam. Por isso, deve ter sido simples para Daribedor iludi-los com promessas de uma recompensa.

Até Muoru sorriu com simpatia. Era uma história muito fácil de compreender. Embora só tivesse visto o interior da mansão uma vez, ainda conseguia lembrar-se da mobília terrivelmente extravagante e das decorações.

Com uma guarda sepulcral como Mélia ali, chamar os monstros para o cemitério geraria uma grande quantidade de dinheiro para o zelador.

À medida em que esta inundação de pensamentos passava pela sua cabeça, Muoru preocupou-se com o fato de os sentimentos assassinos, que uma vez teve por Hedger, estivessem agora queimando por uma pessoa diferente. E, devido a eles, sentia como se sua nova companheira em mãos estivesse gritando para ser usada em uma tarefa muito mais produtiva do que apenas cavar buracos.

No entanto, se fizesse isso, desta vez, enfrentaria uma verdadeira sentença de morte. E, é claro, neste caso, não haveria chance de livrar seu nome da falsa acusação. Também não seria capaz de conseguir prova alguma para suas teorias anteriores. Não possuía dinheiro para suborno. Tudo o que tinha era seu corpo e seus sentimentos por Mélia.


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Bravo, Guilherme e Taipan

QC: Milady

 

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