Dark?

Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 03 – Cap. 01.3 – O Nome de uma Nação

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Então agora tínhamos uma pequena equipe de homens-lagarto do nosso lado.

E, ei, se vão trabalhar comigo, provavelmente vão precisar de alguns nomes! Benimaru não tinha me avisado sobre distribuir nomes sem pensar naquela hora, então eu ainda estava bastante irrestrito quanto a isso. Pouco conhecimento, ou a falta dele, pode ser uma coisa perigosa.

Comecei com a capitã da guarda.

— Bem — falei —, se você vai servir a Soei, talvez possa ser Soka?

Ela tinha quatro guardas com ela, duas mulheres e dois homens. Para eles, fui com Toka, Saika, Nanso e Hokuso. Cada um recebeu uma direção cardeal em seus nomes: leste, oeste, sul e norte, nessa ordem. A isso acrescentei “ka”, ou flor, aos nomes femininos e “so”, ou lança, aos masculinos.

Não havia nenhum significado em particular para isso. Simplesmente parecia bom.

No momento em que terminei, a evolução começou. Gabil observava, claramente com inveja, mas já tinha um nome e eu não vi razão para adicionar outro.

— Pare de agir com tanta inveja — falei enquanto passava por ele. — “Gabil” é um nome bom o suficiente, não concorda?

Mas antes que eu tivesse passado totalmente por ele, de repente pude sentir minha energia drenando. Ah, merda, será que acabei de fazer aquilo que imagino? Me virei. Agora Gabil estava olhando diretamente para mim, com os olhos brilhando. Seu corpo já estava começando a cintilar… Espera, isso é… evolução?

Assim, consegui inadvertidamente nomear Gabil… como Gabil.

Eu não fazia ideia de que era possível, hm, sobrescrevê-los assim. Talvez o fato de seu batizado original estar morto indique que as frequências estavam alinhadas comigo, ou algo assim. Não pude saber porquê, mas, de qualquer forma, dei um nome a ele. Eu esperava fazê-lo pensar um pouco mais em seus crimes, mas não adianta chorar pelo leite derramado.

Talvez eu pudesse fazer com que ele seguisse os passos de Gobta e visse o inferno pelas mãos de Hakuro. Do contrário, essa nova evolução apenas o tornaria mais egocêntrico e irritante do que antes.

Ele definitivamente vai precisar ser designado para um trabalho mais tarde, pensei enquanto me afastava para o meu modo de repouso agora familiar.

No dia seguinte, comecei a nomear os outros cem homens-lagarto. Eu havia passado meu tempo imobilizado pensando em nomes, principalmente pedaços aleatórios do alfabeto juntados. Por mais que os homens-lagarto fossem  monstros de alto nível, tive que fazer uma pausa depois de cerca de vinte deles. O processo foi demorado, durando cinco dias.

Agora eram todos dragonatos.

Um dragonato era classificado como uma espécie meio-humana com sangue de dragão. Surpreendentemente, poderia distinguir com muito mais facilidade os machos e as fêmeas. Os machos não pareciam muito diferentes dos homens-lagarto, exceto pelas asas de dragão, os chifres e as escamas mais firmes. A maior diferença era a cor dessas escamas, mudando de um preto esverdeado para um roxo.

As fêmeas, entretanto, pareciam praticamente humanas. Bonitas mesmo, sem dúvida. Elas tinham aqueles chifres e asas de dragão, no entanto, e com a habilidade Escarificação dos dragonatos, podiam transformar sua pele em escamas de couro a qualquer momento, ou, por outro lado, parecer ainda mais com um humano de sangue puro.

Era um pouco semelhante à minha Mudança de Forma Universal na prática, mas é uma pena não poderem parecer um humano completo. Talvez com a prática? Suponho que os machos tenham menos interesse em parecerem humanos do que as fêmeas, mas essa habilidade deve ser inestimável ao conduzir operações secretas em reinos humanos.

Além da aparência, a transformação também afetou a força deles. Seus corpos já afiados seriam cobertos por escamas de dragão sólidas e protetoras, que projetavam automaticamente uma barreira multicamadas que os protegia contra ataques corporais e ataques mágicos.

Dragonatos também tinham Magia de Resistência, algo que descobri quando a parte Sentir da minha habilidade Glutão me concedeu. Isso fez com que me arrependesse por ter gastado todo esse esforço para “Fornecer” a Barreira Multicamadas, mas, mesmo assim, senti que consegui algo com o negócio.

Provavelmente também dei a eles mais algumas habilidades, mas descobriremos quais foram mais tarde. Meio que me incomodou eu não poder controlar isso, a menos que deliberadamente restringisse uma habilidade do acesso do Glutão.

O que era bom e tal, mas eu estava começando a me perguntar que tipo de habilidades defensivas Gabil gostava. É hora de um experimento. Transformando-me na forma humana, impiedosamente disparei uma bola de magia nele, uma habilidade que eu tinha acabado de aprender.

— O… o que você está fazendo? — perguntou ele, um pouco chocado ao ser jogado a vários metros de distância.

— Seu idiota! — gritei com ele, fazendo-o olhar fixamente para mim. — Estou fazendo você pagar por apunhalar seu pai pelas costas. E lembre-se, não estou lhe dando uma segunda chance!

Foi meu aviso para ele não mexer comigo, mas era necessário, pensei, para deixar claro que não toleraria nenhuma outra traição. Apenas um pequeno acréscimo ao experimento, mas não lhe contei sobre isso. Gabil parecia aceitar bem o suficiente. Ele era um idiota, definitivamente, mas eu não poderia odiá-lo por isso. Ele fez Gobta suar a camisa.

A bola de magia, aliás, não pareceu afetá-lo de forma alguma. Apenas disparei casualmente, então achei que era cerca de cinco vezes mais forte que eu o socando com todas as minhas forças, mas… Bem, talvez ele seja muito estúpido para sentir dor, ou conseguiu herdar minha habilidade Cancelar Dor. Os dinossauros quase não sentiam dor, pelo que li uma vez, e talvez isso se aplicasse a essa espécie também.

De qualquer forma, fui claro com ele, e acho que Gabil estava bem com isso.

Então, realmente, Gabil tinha ficado um pouco mais forte, de um homem-lagarto C+ direto para um dragonato de nível B+. Ele ainda mantinha suas habilidades anteriores como guerreiro, mas ficaram todas muito mais poderosas, sem dúvidas.

Mas esses não eram homens-lagartos comuns. Soka agora era um A-, o resto de seu time era B+. E Gabil subiu de nível até o A. Agora ele teria sido capaz de enfrentar Gelmud e teria a chance de açoitá-lo.

Com o treinamento certo, poderiam ficar ainda mais fortes, embora não ao nível dos ogros magos. Achei que deveria pedir a Hakuro para dedicar atenção especial às sessões de prática de Gabil.

Apresentei a guarda real a Soei e os deixei em suas mãos. Sob sua tutela, poderiam virar ninjas talentosos em pouco tempo. Afinal, ele nunca foi capaz de mostrar misericórdia.

 

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Como eu esperava, Soka e sua equipe imediatamente se dirigiram a Soei.

— Posso usá-los como quiser? — Soei confirmou comigo enquanto os observava como um cervo pego pelos faróis. Sua voz estava fria, o suficiente para me deixar ainda mais assustado. Mas os guardas reais não se importaram nem um pouco, apaixonados por Soei como eram, esperando ansiosamente que eu desse a palavra.

— Claro — respondi. — Vá em frente. Treine-os como quiser, Soei.

— Como desejar, Senhor Rimuru — respondeu ele, concordando formalmente com o pedido.

Um sorriso surgiu no mesmo instante no rosto de Soka. Eu não conseguia mesmo entender o motivo, mas se todos estavam felizes com isso, eu não me importava.

Agora tinha que lidar com Gabil e seu exército.

Soei parecia ter amplo controle sobre Soka e a guarda real, mas a equipe de Gabil era inteiramente problema meu. Eram minhas forças agora, então eu tinha que dar-lhes algo para fazer. Mas antes disso, situá-los era algo mais necessário.

Comida não era o problema, mas roupas e abrigo, sim.

A única armadura que tinham era uma cota de malha quebrada pela metade. Estavam equipados com lanças, mas as pontas estavam cortadas e arranhadas, tornando-as quase inúteis. Pedi a Kaijin, nosso ministro da produção, que preparasse um novo equipamento para eles o mais rápido possível.

Considerando seu habitat natural, algum lugar perto da água seria bom para morarem, mas tudo o que tínhamos era o rio que corria nas proximidades, e eu não queria montar um novo vilarejo ribeirinho apenas para o bem de cem pessoas. Então, como se uma lâmpada explodisse em minha cabeça, lembrei-me do lago subterrâneo. O lugar onde Veldora estava abrigado, que usei como campo de teste experimental para minhas habilidades. Aquilo vai ser grande o suficiente, pensei. Poucas pessoas conseguiriam passar pela porta lacrada na entrada e, como um lugar para dormir, seria perfeito para Gabil e sua equipe. A falta de luz poderia ser um problema, mas eu poderia ensiná-los Sentido Mágico e poderiam se virar com o resto.

 

 

 

Quando encontrei o lago pela primeira vez, ele estava tão densamente repleto de magículas que os peixes não conseguiam sobreviver nele. Isso havia diminuído um pouco desde então. Talvez o suficiente para que um monstro de nível B pudesse suportar com certa dificuldade? Eu esperava que pudéssemos usar essa magia para cultivar mais ervas hipokute, o que seria o trabalho perfeito para os dragonatos. Abrigo e uma atribuição de trabalho, simples assim; dois coelhos numa cajadada só.

Minha preocupação final era se seriam fortes o suficiente para se aventurar dentro e fora da caverna. Gabil estava em um território classificado como A, nada poderia detê-lo lá, mas os guerreiros dragonato nível B ainda iriam encontrar vários monstros com os quais teriam problemas. As centopeias malignas, de nível B+, eram poderosas.

Se eu os jogasse lá e acabassem sendo a presa dos monstros, com certeza ficaria com a consciência pesada por causa disso.

Entendido. Em termos de classificações simples, a centopeia maligna os superaria, mas se cinco ou mais lutadores dragonato trabalhassem juntos, a vitória seria facilmente alcançável. Isso foi calculado usando seu conjunto de armas atual, então, quando tiverem mais equipamentos decentes em mãos, isso aumentará suas chances de vitória. Com a poção de cura em mãos, as chances de alguém morrer seriam muito baixas.

 

O Sábio deu o conselho perfeito. Dragonatos tinham asas e habilidades baseadas em voo. Centopeias malignas eram fortes, sim, mas fracas contra ataques aéreos. O bafo da centopeia precisaria ser vigiado, mas com a Barreira Multicamadas, ninguém ficaria gravemente ferido.

Então, confiando em suas habilidades, dei formalmente o contrato para a força de Gabil:

— Gabil, quero que seu povo cultive ervas hipokute na caverna para mim.

— Deixe conosco, senhor! — Seus olhos se turvaram enquanto seu coração disparava de emoção. — Eu, Gabil, vou fazer das tripas coração por você!

Perfeito. Vai ser assim, então. Ele parece motivado o suficiente.

Com eles morando na caverna, também poderiam servir como guardas. Eu não teria que ser tão cauteloso com a caverna o tempo todo, como agora. Também fiz questão de proibi-los de trabalhar na caverna, a menos que estivessem em grupos de cinco ou mais. Também seria uma bênção para o treinamento deles.

Por fim, dei um suprimento generoso de poção de cura para cada um, em parte para motivar a tarefa. Todos tinham permissão para usar sempre que necessário. Mesmo se fossem pegos de surpresa e sofressem ferimentos graves, isso deveria salvá-los do perigo.

 

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Gabil e sua equipe pareciam ter pegado o jeito das coisas depois de um mês, mais ou menos, capazes de navegar livremente pela caverna sem nenhum perigo pessoal. Com as novas armas e armaduras de Garm e Kurobe, sua força estava mais polida do que nunca.

Fui lá apenas para ver como estavam, mas as coisas pareciam estar indo muito bem. Seus olhos não faziam nada por eles no escuro, mas com Sentido Mágico e Sentido de Fonte de Calor ensinados a todos, não havia problemas. Eles formaram equipes de cinco, com três equipes trabalhando em conjunto o tempo todo e mantendo contato com a Comunicação de Pensamento. Sempre que surgiam problemas, podiam responder rapidamente.

Quando se tratava de habilidade de liderança, pelo menos, Gabil era um gênio nato. Eles se acostumaram à vida nas cavernas muito mais rapidamente do que eu pensava, e viver em um ambiente onde a batalha era quase constante parecia estar aumentando sua experiência e força. Parecia que cinco deles, ao mesmo tempo, poderiam parar uma centopeia maligna sem ter que depender de poções.

Não poderiam ser mais confiáveis.

Pode ser divertido fazer com que se envolvam em uma batalha simulada com os goblins. Um lobo estelar era nível B, mas com um hobgoblin experiente, poderia adicionar um sinal de mais a isso. Eram uma unidade experiente neste ponto, então os cavaleiros goblins poderiam até estar acima deles…, mas com a vantagem de voar, pensei que os dragonatos poderiam travar uma luta surpreendentemente tensa.

Esse foi o tipo de coisa que me ocorreu quando observei o crescimento dos dragonatos.

Agora a equipe de Gabil estava se dedicando ao cultivo de hipokute. Cerca de dez, dispensados do dever de patrulhar as cavernas, estavam observando o desenvolvimento das ervas e mudando sua abordagem de horticultura em diferentes regiões para ver qual produzia a mais alta qualidade.

O plano era escolher o que funcionasse melhor; então eu poderia fazer uma poção de recuperação, vendê-la e ganhar algumas moedas estrangeiras muito necessárias. Era uma maneira pela qual descobri que poderia ganhar algumas moedas antes de começar a observar a sociedade humana.

Chamei Gabil:

— Certo, como vai?

— Heheheh… Estou tão feliz que você perguntou! Não poderia estar melhor! Eis os frutos do nosso trabalho!

Ele me entregou algumas ervas daninhas. Sim, ervas daninhas. Dei uma encarada nele, então um gostinho do Trovão Negro. Oh, sem preocupação, ele não morreria. Agora posso ajustar sua intensidade perfeitamente bem.

— Gahh! O que foi isso? O que eu fiz?!

— Seu idiota! Estas são apenas ervas daninhas! O que você está cultivando aí?!

— O… o qu…? Mil perdões! Eu, Gabil, talvez tenha me apressado demais.

— Isso não é apenas “apressado demais”. Credo. Poderia ter cuidado? Com aquele lago cheio de magículas, conseguir cultivar ervas daninhas já é uma façanha por si só.

Nossas conversas ficavam tensas às vezes, mas, na verdade, estava indo como planejado. Hipokute era uma planta rara e os dragonatos estavam, de fato, fazendo progresso constante. A parte mais difícil, de certa forma, era ensinar a Gabil a diferença entre as plantas e as ervas daninhas, mas não devia ser fácil, dependendo inteiramente do toque em vez da visão para o trabalho. Eu tinha minhas habilidades de análise para trabalhar, mas Gabil e sua equipe não tinham nada tão conveniente quanto isso.

Só a experiência faria a diferença, e tentar apressar isso era inútil. Seria bom se houvesse luz lá…, mas podemos resolver esse problema mais tarde.

Gabil, por sua vez, agia atualmente como o mestre das cavernas, andando por aí como se fosse o dono do lugar. A mera visão dele fazia os monstros fugirem, e alguns membros da comitiva poderiam até mesmo acabar com uma centopéia maligna com uma única mão. Parte da caverna agora era seu território.

Fiquei impressionado, mas definitivamente não fiz nenhum elogio. Isso iria lhe subir à cabeça, e então estragaria alguma coisa. Tipo eu, de certa forma. É preciso uma pessoa perfeita para reconhecer outra pessoa perfeita. É por isso que confiei nele para dar um passo à frente e realizar o trabalho que designei.

Ainda estávamos ocupados com o cultivo no momento, mas uma vez que isso acontecesse, teríamos que pensar sobre a próxima mixagem. Eu poderia produzir oceanos de poções com minhas habilidades, mas não queria. Desejava um sistema que pudesse fabricar essas coisas sem mim.

Eu queria evitar criar uma cidade incapaz de qualquer coisa se eu não estivesse por perto.

Você pode cometer todos os erros que quiser, então me dê pelo menos um sucesso sólido…

Pensando comigo mesmo, saí da caverna.

 

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Os dragonatos estavam bem situados, e Gabil e o resto estavam totalmente acostumados com a vida com seus concidadãos.

Seguiu-se uma longa série de dias pacíficos. Ah, nada como a paz, pensei alegremente enquanto Shion me carregava, seus seios saltando contra mim em um ritmo constante enquanto caminhava.

Boing, boing, boing, boing. Ooh, que sensação maravilhosa…

Eu estava me deixando levar por pensamentos preguiçosos quando…

Senhor Rimuru, temos uma emergência. Várias centenas de cavalos alados estão se dirigindo à cidade.

Soei me enviou uma mensagem fria e direta por meio da Comunicação de Pensamento.

— Shion, é uma emergência. Vou chamar Benimaru e Hakuro, então vá com Rigurd para alertar o povo da cidade para mim!

— Certo.

Ela me abaixou e saiu correndo.

A Comunicação de Pensamento não era suficiente para transmitir uma mensagem para uma cidade inteira. Precisávamos tocar um alarme especial para fazer com que todos se reunissem na praça pública. Analisei a situação com os ogros magos, então voltei minha atenção para o céu, direcionando meu Sentido Mágico totalmente para cima.

Isso me permitiu detectar algo vindo do Reino dos Anões. Uma força de cerca de mil soldados. Nenhum de nível A, ou, devo dizer, um A como cavaleiro e montaria. Espera, tinham cavaleiros em cavalos alados?! Tinha que ser uma força bem treinada, fossem quem fossem.

Entendido. Usando Analisar e Avaliar, determinei que a classificação dos cavaleiros é A-. Suas montarias aladas também são avaliadas como A-. Porém, suas mentes estão em tamanha sincronização que poderiam ser tratados como uma única criatura, em um nível um pouco mais alto que A, talvez.

 

Certo. Portanto, estamos falando de quinhentos cavaleiros montados e voadores; cavalaria classificada como A, como disse o Grande Sábio. Mesmo com todas as nossas forças reunidas, não poderíamos dar um jeito neles.

Avaliando cada cavaleiro montado por si só, pareciam mais fracos do que Gabil, que agora estava no nível A. Mas se o dragonato fosse cercado por três deles, duvido que tivesse chance. De certa forma, esta era uma ameaça ainda maior do que duzentos mil orcs à nossa porta.

Shion voltou com Shuna, e Benimaru e Hakuro chegaram juntos. Soei de alguma forma também apareceu atrás de mim.

Geld estava ocupado chamando os orcs superiores, atualmente lidando com o trabalho de construção e coleta de recursos na floresta. Ele estava correndo por toda parte, tentando organizar seu equipamento de batalha, mas eu duvidava que chegaria a tempo. Uma força de orcs superiores C+ seria simplesmente arrasada.

— Suas ordens, Senhor Rimuru? — perguntou Benimaru. Não consegui dar uma resposta clara.

— Minhas ordens? Bem… Não sabemos quem são ou o que desejam. Seria uma batalha perdida se os enfrentássemos, e eu gostaria de evitar isso, mas…

Entendido. O destino da força de avanço é esta área, sem dúvida. Estão vindo direto para cá.

 

Eu não precisava do comentário do Sábio para saber que ficar escondido e esperando que tudo acabasse não funcionaria muito bem.

— Não tem problema! Tudo o que temos que fazer é derrotar todos eles! — gritou Shion com otimismo, soprando meus pensamentos pessimistas para longe.

Eu queria chamá-la de estúpida, mas duvido que ela entendesse o motivo. Nós tínhamos duas definições diferentes de vitória. Se pudéssemos despender todos os sacrifícios desejados para esmagar esta equipe de quinhentos, isso tornaria as coisas simples. Se me perguntasse se isso era possível ou não, claro que seria, mas se quisesse evitar vítimas civis, concluí que era impossível.

Com base nos cálculos do Sábio, a maior chance de sobrevivência seria se todos nós fugíssemos imediatamente para outra direção. Isso proporcionava uma taxa de sobrevivência, aparentemente, de cerca de noventa por cento. Encenar um contra-ataque frontal mataria metade de nós e, como disse o Sábio, só a sorte decidiria se mesmo eu ou os nascidos da magia sobreviveríamos. E isso assumindo que lutássemos com tudo o que tínhamos. Derrotá-los, do jeito que Shion queria que fizéssemos, não era uma palavra que eu queria espalhar.

De qualquer maneira, perderíamos pessoas. Para mim, no momento em que as hostilidades começassem, já teríamos perdido. Danos à cidade eram o de menos, eu não conseguia suportar a ideia de gente ferida. É por isso que queria evitar a batalha, caso não tivesse outra opção.

— Bem, o que for para ser, será. Se isso se transformar em uma batalha, nossa primeira prioridade é evacuar nossos residentes. Vamos ganhar tempo para fazer isso acontecer.

— Pode deixar. E, de fato, esta pode ser uma vitória fácil, uma vez que estamos no meio dela!

— Eu cuido do suporte mágico!

— Heheheh… Minha espada está procurando sangue.

— Eu estou aqui apenas para servi-lo, Rimuru.

É bom ver que o pessoal de sempre está unido. Designei Hakuro e Kurobe para ficarem atentos se tivéssemos que evacuar. Agora que Rigurd estava junto, eu também expliquei o assunto a ele, ordenando que se reagrupasse com a equipe de Geld fora da cidade, caso não conseguíssemos dialogar com nossos inimigos.

— Espere um segundo. — Ouvi alguém murmurar no grupo. Voltando-me para a voz, vi Kaijin perdido em pensamentos.

— O que foi, Kaijin?

— Bem, eu soube de rumores sobre uma força ultrassecreta sob controle direto do rei anão, então, se esses são cavaleiros alados… Apenas rumores, mas…

— Hein? Eu pensei que as forças armadas do Reino dos Anões eram apenas infantaria pesada e pelotões mágicos de poder extremo. E você é um ex-oficial militar, que tipo de força ultrassecreta não conhece?

— É, pois é… Os rumores surgiram de um bando de velhos generais aposentados. Quer dizer, sim, éramos oficiais, mas ainda éramos jovens. Eu não poderia mandar em pessoas que tinham vários séculos de experiência a mais do que eu… — explicou Kaijin, fazendo uma careta.

Então, assim como eu esperava, os anões de vida longa e beberrões no topo das patentes militares ainda tinham um impacto muito forte no exército. Os rumores, sem dúvida, começaram a se espalhar a partir deles, em várias tavernas. Um bom vinho pode soltar os lábios de qualquer pessoa.

De acordo com Kaijin, esse exército pessoal ultrassecreto do rei, independente dos sete exércitos oficiais, era conhecido como os Cavaleiros Pégasos.

— Os cavalos alados que montam são bestas mágicas de nível C. Dwargon os têm criado por causa de suas habilidades de voo. Você não encontrará muitos A- na natureza. Acho que os rumores eram verdadeiros, hein…?

O que Kaijin disse parecia fazer sentido. O que quer que pudesse melhorar essas criaturas de forma tão grande deveria ter sido mantido em sigilo absoluto. Mesmo um ex-oficial teria ouvido apenas rumores contados pela metade.

Então era com isso que tínhamos que lidar…?

— Kaijin, se o que você diz for verdade, acha que há uma chance de o próprio rei anão estar entre eles?

— Possivelmente…? O Rei Gazel quase nunca sai do palácio real, mas foi agraciado como um herói em seus anos de glória. Se ele achasse necessário, não estaria fora das possibilidades liderar pessoalmente uma força como esta.

— Você pode pensar em alguma razão pela qual ele faria isso?

— Bem… Talvez por causa do lorde orc? Mas já está tudo resolvido.

Hmm? O lorde orc…?

— Ei, Rigurd, posso te fazer uma pergunta?

— Sim, meu senhor?

— Eu disse a Kabal e seu grupo para espalhar alguns rumores sobre seus companheiros aventureiros, mas alguma vez dissemos a eles que acabou?

— Ah…?

— Ah, cara, eu esqueci… Melhor mandar uma mensagem para eles.

— Peço desculpas por esse descuido, Senhor Rimuru…

Não foi apenas culpa de Rigurd. Eu também esqueci, então estávamos praticamente quites. Eu poderia passar a mensagem através de Soei rapidinho, por isso não via como um erro fatal. E embora quisesse que Soei cuidasse disso o mais rápido possível, tinha que lidar com nossos novos visitantes primeiro.

— Acha que o rei anão ficou sabendo e veio ajudar?

Kaijin estava extremamente otimista, mas não parecia bem isso para mim. Mas não adiantava especular sobre o que não sabíamos, então encerrei o assunto. Tudo o que podíamos fazer era esperar por aqueles hóspedes indesejados, debatendo uns com os outros sobre o que fazer se o pior acontecesse.

 


 

Tradução: Taiyo

Revisão: ZhX

 

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