Otomege: O Mundo dos Otome Games é Cruel Para Mobs – Vol. 02 – Cap. 04.5 – Fraqueza

Depois daquela surpreendente demonstração de gratidão do seguidor de Clarice, voltei, com o prêmio em dinheiro, para o consultório médico onde Jilk estava internado.

Eu estava no mais raro dos inacreditavelmente bons humores. No geral, só me sentia revigorado quando batia na minha irmã de alguma forma, geralmente uma discussão, então tinha que saborear.

— Viu? Eu ganhei. — falei, balançando meus ganhos com um sorriso. — Espero que não tenha esquecido sua promessa, Jilk, velho amigo, velho companheiro.

Jilk suspirou.

— Sim, uma promessa é uma promessa. Ordene-me como quiser. Contanto que esteja dentro das minhas capacidades, cumprirei qualquer tarefa que me pedir.

O fato de ele ter qualificado sua declaração era prova de sua mente fundamentalmente conivente. Não vai me prometer algo que não pode ser feito fisicamente? Vamos, sua bola de lodo! Mostre um pouco de espinha dorsal, sua desculpa de lixo para par de fantasia romântica.

— Bem? O que quer dele? Parada de mão¹Parada de Mão consiste em um exercício para desenvolver o equilíbrio para a lógica da inversão do corpo, ficando de cabeça pra baixo usando apenas as mãos, tendo uma considerável variação de posições. nu? — Kyle perguntou, os braços cruzados atrás da cabeça. Um pouco familiar demais para o meu gosto.

Sabe que sou um barão, certo? Cadê minha cortesia?

— Você é um idiota? — zombei. — O que uma parada de mão vai fazer por mim? Pera aí, espere um minuto. Tê-lo nu na frente das meninas pode não ser tão ruim. Posso lucrar com isso.

Marie apontou o dedo em minha direção.

— Está tão desesperado assim por moedas? Seu ganancioso!

— Se olhe no espelho! Você é muito pior que eu!

— Que seja. Entregue-me o prêmio em dinheiro!

Ela realmente é irritante pra caralho.

Claro, talvez tenha sido graças a Jilk que tive a oportunidade de participar da corrida final em primeiro lugar, mas teria sido muito mais justo dividir o prêmio. No entanto, você sabe, um acordo é um acordo.

— Certo. Pegue.

Marie me olhou com cautela.

— E-Está sendo bem complacente.

— Complacente é meu nome do meio.

No momento em que estendi o saco de trezentos mil dhias, Marie voou para frente e o pegou. Contudo seus olhos logo foram desviados da bolsa e pousaram na moeda de platina com a qual brincava entre meus dedos, como se estivesse exibindo-a de propósito.

— Uma moeda de platina? V-Você está apenas levando isso por aí? — Marie perguntou.

— Por que não? Ganhei o suficiente delas jogando hoje. Apostei muito em mim mesmo e, como eu era o azarão, ganhei o dinheiro.

Quando Marie percebeu que eu tinha ganhado uma quantia que excedia em muito os míseros trezentos mil dhias que tinha acabado de entregar, seu corpo inteiro tremeu. A Rainha Catadora de Moedas aqui foi tomada pela inveja.

— T-Trapaceiro! Isso é totalmente injusto! Não posso acreditar que apostou em si mesmo!

Dei de ombros.

— Diga isso à minha nova fortuna. Ah, bem, vocês podem aproveitar essa ninharia.

Por alguns momentos, nós apenas nos encaramos, Marie rangendo os dentes em frustração, fervendo de raiva, enquanto eu olhava de soslaio. Essa garota era muito fácil de ler mesmo.

De repente, Jilk saltou da cama.

Ei, espere, ele deveria mesmo estar de pé em seu estado?

— Muito bem. — ele resmungou. — Se uma parada de mão nu é o que precisa para satisfazê-lo, então eu…

— Seu imbecil. — rebati, desviando meu olhar do pirralho inútil na minha frente. — Se eu te fizesse fazer algo assim, Lívia e Angie nunca deixariam de me criticar. É óbvio que vou te dar uma ordem que é mais, você sabe, tanto faz! Realista! Espere, na verdade, eu preciso de um favor.

Jilk me olhou com cautela.

— Que “favor”?

O que, você não confia em mim?