— Posso dizer pelo seu olhar errante que você é novo aqui. Bem, você está com sorte! Nós temos—
— Não estou interessado. — interrompi, afastando um homem magro com cabelo brilhante e liso.
Bastou quatro passos para ser interrompido por outro morador do primeiro andar. Uma garota pequena usando uma saia de batalha curta, muito curta para fornecer qualquer tipo de cobertura em uma luta, roçou seu braço contra o meu e olhou para mim.
— Você gostaria de se juntar ao meu time? Somos apenas nós, meninas, e realmente gostaríamos de um homem forte e elegante como você por perto. — disse ela, piscando os olhos.
Cheguei ao primeiro andar há menos de dez minutos e essa já era a sétima vez que era parado. Mesmo depois de todos os avisos de Alaric, não esperava que as coisas fossem tão ruins.
Perdendo minha paciência, exerci um pulso leve de pressão etérica.
Uma onda percorreu a multidão ao redor enquanto se enrijeciam e se esquivavam da fonte de pressão. Os olhos da garota se arregalaram e ela deu um passo para trás, olhando para mim como se eu fosse um demônio.
— Vá embora, meretriz desgraçada! — Regis declarou teatralmente em minha cabeça enquanto a garota corria para longe.
Fora o movimento constante de trabalhadores e os sempre presentes vendedores ambulantes, não havia muito o que ver no primeiro andar. O ar estava abafado e cheirava a suor, sujeira e excremento.
O primeiro andar se estendia por quilômetros em cada lado meu, não conseguia nem ver o teto acima de nós… se houvesse mesmo um. Pelo que eu poderia dizer, não havia luz ambiente. Os caminhos largos eram iluminados por uma combinação de tochas e guindastes segurando uma teia de orbes de luz bem acima de nossas cabeças.
A maior parte do espaço que podia ver do caminho principal era dominado por enormes pedreiras e campos cercados ainda maiores de grama alta laranja, onde bestas parecidas com gado vagavam sem pensar.
Toda a área era uma cacofonia de metal triturante, pedra quebrando, canto bestial distante e muitas conversas altas lutando entre si pela supremacia. Enquanto isso, os ascendentes avançavam em massa em direção ao portão de teletransporte que conduzia ao segundo andar.
Quando cheguei mais perto do portão, a multidão de ascendentes afunilou-se em outra linha de fila única. Um par de guardas imponentes, suas costas marcadas com runas orgulhosamente exibidas por seus uniformes blindados, estavam verificando cada pessoa em busca do distintivo de ascendente antes de deixá-los passar.
Quando chegou minha vez, o guarda estendeu a mão blindada, olhando-me de cima a baixo.
— Distintivo?
Dei a ele meu distintivo. Depois de uma varredura rápida, soltou um escárnio e o devolveu para mim.
— Boa sorte nas suas preliminares, wogart.
Embora irritado com o óbvio pejorativo, ignorei o comentário e pisei cautelosamente pelo portal de vidro que conduzia ao segundo andar.
Estava cansado, irritado e com calor desde a meia hora que estive no primeiro andar, mas todos aqueles sentimentos negativos foram completamente lavados quando olhei para o que estava à minha frente.
— Droga… — Regis soltou um assobio.
O segundo andar não se parecia em nada com o deserto industrial de onde acabara de sair e era completamente diferente do que eu mesmo havia imaginado.
Era uma cidade inteira, com quilômetros de largura, construída sob um céu radiante e sem sol. As ruas eram pavimentadas com ladrilhos decorativos que brilhavam sob a imensidão de azul brilhante acima de nossas cabeças.
Ao longo da avenida, orbes flutuantes de luz suave preenchiam lâmpadas de rua elegantes e bem colocadas, dando às ruas uma qualidade quase etérea.
— Saia do caminho! — Uma voz rouca vociferou atrás de mim.
Saí do meu torpor, me desculpando com o homem corpulento, então caminhando para frente. Era muita coisa para absorver, mesmo para alguém que morou em uma cidade voadora.
As ruas estavam movimentadas, mas nunca congestionadas, com ascendentes por toda parte. Era como estar de volta ao Hall da Guilda dos Aventureiros em Xyrus, se tivesse se expandido para ocupar toda a cidade.
Como Alaric sugeriu, os negócios voltados para ascendentes eram onipresentes. As placas decoradas penduradas acima das vitrines de vários níveis anunciavam de tudo, de ferreiros a açougueiros. Vi várias lojas especializadas na criação e conserto de certas armas, mercados onde se podem encontrar necessidades mais simples, como rações secas ou um novo par de botas, e até encontrei um prédio impressionante anunciando serviços de artefatos e elogios.
Porém, o que mais vi foram as pousadas. Na verdade, a maioria dos edifícios de tijolos com vários andares, de cores e decorações variadas, eram pousadas, todas anunciando o aluguel de quartos por longo prazo, na maioria das vezes pago por mês, e não por dia.
— Alaric estava certo. Você poderia passar sua vida inteira aqui. — eu murmurei baixinho.
— Foco! Você parece um caipira. Lembre-se de que estamos aqui para a sua ascensão. — repreendeu Regis, embora estivesse tão absorto no passeio turístico quanto eu.
Percebi que estava tão desviado que não tinha certeza de que direção tomar para encontrar uma equipe. Alaric havia fornecido várias dicas sobre o que procurar em potenciais companheiros de equipe e que tipo de negociação esperar, mas sua orientação sobre como navegar no segundo nível havia sido, percebi, muito superficial.
Voltando em direção ao portal de onde cheguei, procurei por qualquer tipo de trabalhador ou guarda que pudesse ajudar a me guiar na direção certa. Deste lado do portal, no entanto, havia apenas um fluxo constante de ascendentes.
— Licença? — disse, batendo no ombro de um homem que passava. — Você sabe onde posso encontrar uma equipe para uma ascensão preliminar?
O homem barbudo, cuja cota de malha dourada o fazia praticamente brilhar, inclinou a cabeça na minha direção e me lançou um olhar furioso.
— Vá embora.
Depois de receber várias rejeições coloridas como essa por outros ascendentes, um jovem cavalheiro que parecia apenas alguns anos mais velho do que eu realmente parecia disposto a ajudar.
— Está falando sério? — perguntou com uma risada divertida.
— É minha primeira vez aqui. — admiti, coçando minha bochecha.
— Vamos. — o homem acenou com o queixo. — Na verdade, estou indo para lá de qualquer maneira.
Saindo da avenida principal, nós dois atravessamos uma rua menos movimentada. Avaliei o homem enquanto caminhávamos; usava um conjunto ajustado de armadura de couro escuro, bem trabalhada, mas muito menos opulenta do que o que eu vi alguns dos outros ascendentes vestindo, como o homem com a cota de malha dourada. Se movia com confiança, sabendo claramente para onde estava indo.
— Então, de que academia você é? — perguntou languidamente. — Provavelmente uma chance mínima, mas talvez eu seja um ex-aluno.
Balancei a cabeça.
— Eu não fui para uma academia. Meu tio me treinou.
— E você conseguiu passar na avaliação? Parabéns. — disse com um sorriso antes de estender a mão. — Eu sou Quinten, por falar nisso.
— Grey. — respondi, recebendo seu gesto.
— Então você teve a chance de fazer um tour pela cidade, Grey? — Quinten perguntou, olhando para os edifícios que se elevavam sobre nós.
— Um pouco. A cidade é ainda mais incrível do que as histórias que ouvi.
— Bem, o que você espera quando tem uma cidade feita exclusivamente para magos poderosos? — disse com uma risada. — Você deveria ver as Propriedades Summit.
Minhas sobrancelhas franziram.
— Propriedades? Como de casas?
Quinten acenou com a cabeça.
— Já olhei apenas através dos portões, mas é uma área fechada com chalés para ascendentes de Alto Sangue.
— E considerando quantas pousadas de longo prazo vi apenas andando pela rua, estou assumindo que essas casas têm preços astronômicos?
— Astronômico seria um eufemismo. — o ascendente bufou quando viramos à direita em um beco estreito entre dois prédios. — Não, mesmo que você tenha dinheiro, o verdadeiro problema é a exclusividade. O número de propriedades lá é bastante limitado, e é raro que os Altos Sangues desistam do prestígio de possuir uma casa no segundo nível. Elas geralmente só vão à venda se um Alto Sangue estiver passando por maus bocados.
— Entendo.
O ascendente me empurrou com os ombros com um sorriso.
— Só estou lhe dando alguns sonhos para tentar alcançar.
Gargalhei.
— Obrigado.
Quinten então se aproximou de mim.
— Você também deve dar uma olhada nas garotas da Rua Blossom.
— Hein? — Levei um segundo para perceber a que ele estava se referindo. — Ah… espera, elas são ascendentes também, por que elas—
— Ascensões são perigosas. — Encolheu os ombros. — Muitos de nós, não apenas nossas adoráveis acompanhantes, já passamos por tanta coisa que estamos fartos delas. Os mais inteligentes perceberam que existem maneiras mais fáceis de ganhar dinheiro.
— Como levar pobres magos apenas tentando se tornar ascendentes a becos escuros, sem ninguém e assaltá-los? — perguntei inocentemente.
Quinten piscou antes de sufocar uma risada.
— Quando você percebeu?
Olhei em volta, ignorando o ascendente apoiado calmamente contra um pilar de tijolos que sustentava uma ponte vários andares acima de nós. Não havia um único ascendente à vista além do meu amigável ladrão.
— Cedo o suficiente. — disse, baixando o olhar para encontrar o de Quinten. — Achei que você teria um grupo de outros bandidos esperando para ajudá-lo, no entanto.
Ele soltou uma risada.
— Por que eu precisaria de um grupo para lidar com um pequeno wogart?
A forma de Quinten ficou borrada enquanto corria em minha direção, uma lâmina de pedra condensada se aglutinando ao redor de seu braço.
— Precisa de ajuda? — Regis perguntou preguiçosamente.
— Eu cuido disso.
Peguei a lâmina de pedra que se manifestou sobre a mão inteira de Quinten. Agarrei seu pulso com minha mão esquerda, guiei a lâmina passando com segurança, dei um passo para trás com meu pé esquerdo e levei meu cotovelo direito até seu queixo.
Com o impulso de sua própria corrida, mal tive que usar qualquer força além de me envolver em éter. A cabeça de Quinten caiu para trás e caiu no chão, sua lâmina de pedra se dissolvendo.
Felizmente, o assaltante não tinha morrido e seu corpo era forte o suficiente para que recuperasse a consciência em alguns minutos, o que me deu tempo suficiente para usar suas próprias roupas para amarrar suas mãos e pés.
— Teve um bom cochilo?
O ascendente soltou um gemido antes de perceber que estava seminu e seus membros haviam sido amarrados.
— Eu não sei o que você fez, mas você realmente acha que pulseiras de couro podem me segurar?
— Não, mas eles vão me dar tempo suficiente para nocauteá-lo de novo se você tentar fazer algo problemático. — disse com um sorriso inocente.
Quinten acenou com a cabeça desajeitadamente de sua posição no chão.
— O que você quer?
— O que eu queria desde o começo. — respondi. — Onde devo ir para encontrar uma equipe para minha ascensão preliminar?
O ascendente seminu balançou de lado até ser capaz de apontar a direção com o queixo.
— Basta seguir essa estrada até chegar à Avenida Vritra. Vire à direita e siga a estrada até ver um prédio alto com um gigante relógio no topo.
— Obrigado. — disse, caminhando em direção a ele.
— Ei, espere aí, você sabe que seria muito estúpido me matar aqui, certo? — perguntou, com o pânico em sua voz. — V-você será banido de—
Abaixei-me e rasguei as faixas de couro em seus pulsos.
— Relaxe. Eu sei que você não estava tentando me matar antes. E suponho que você saiba que seria realmente estúpido guardar rancor, certo?
Quinten simplesmente agarrou as grossas faixas de couro em volta dos tornozelos.
— A coisa mais importante que obtemos por meio de nossas ascensões não é conhecimento ou força, é como sobreviver.
— Vou me lembrar disso. — Virei-me para sair quando me lembrei de outra pergunta que queria fazer. — Só mais uma coisa.
Quinten estremeceu visivelmente com meu movimento repentino.
— O que é?
— O que significa “wogart”?
Quinten olhou para mim, impassível.
— Wogart. — repeti. — O que é isso?
— Já te ouvi. — grunhiu. — É que eu nunca ouvi alguém me perguntar o que isso era antes.
— Cresci bastante protegido. — menti. — Praticamente tive que escapar de meu pai para me tornar um ascendente.
— Justo. — disse, puxando um novo conjunto de roupas de seu anel dimensional. — Você provavelmente vai topar com eles com bastante frequência, mas são essas feras com olhos de corça que estão na parte inferior da cadeia alimentar. Basicamente, é uma gíria para um ascendente inexperiente.
— Sim, seu wogart. — Regis riu.
— Justo. — disse, rindo divertido enquanto me afastava.
Pegando a estrada estreita de mármore, que era surpreendentemente limpa, não havia um único pedaço de lixo à vista, caminhei em direção à torre do relógio quando vi a mais tênue das sombras se borrar.
Fiquei mais desapontado comigo mesmo por não ter notado essa pessoa do que irritado com outra interrupção. Cada pessoa tinha uma assinatura de éter e, embora não fosse uma manifestação física do éter que eu pudesse absorver como as criaturas nas Relictombs, poderia usar as pequenas quantidades de éter dentro delas para potencialmente senti-las de longe… se eu fosse bom o bastante.
— Você pode sair agora. — disse sem diminuir o passo.
Um homem magro vestido de couro escuro e cota de malha desceu de um dos edifícios mais baixos à minha esquerda.
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— Por que você está me seguindo? — perguntei, estudando o homem que parecia ter a minha idade.
Cachos encaracolados de cabelo verde musgo cobriam grande parte de sua face, mas podia distinguir maçãs do rosto salientes sob um par de olhos castanhos profundos.
— Paz. — disse, sua voz baixa e rouca. O homem ergueu os braços, mostrando as palmas das mãos vazias.
— Supondo que Quinten estava falando a verdade, você não está com ele. — falei. — Um terceiro grupo tentando a sorte?
Ele balançou a cabeça.
— Senti o uso de mana, e nesta parte do nível isso geralmente significa uma luta. Achei que alguém estava com problemas, então fui verificar.
— Isso não responde à minha pergunta. — respondi calmamente.
— A curiosidade levou o melhor de mim. — admitiu ele, esfregando a nuca. — Fiquei impressionado com a maneira como você derrubou aquele bandido e, honestamente, surpreso que você o deixou escapar tão facilmente. Apesar do que ele disse a você, você teria o direito de acabar com a vida dele.
— Não é assim que eu faço as coisas. — disse, sem me preocupar em esconder meu desgosto.
— É por isso que eu gostaria de estar em sua equipe quando você voltar para as Relictombs. — O estranho fitou meu olhar com confiança, mas os dedos de sua mão esquerda estavam girando com energia nervosa.
Com a recente tentativa de assalto fresca em minha mente, não estava me sentindo particularmente confiante e tinha certeza de que esse homem estava escondendo algo.
— Desculpe desapontar, amigo, mas eu não vou “voltar” para as Relictombs. Esta é minha ascensão preliminar.
Ele acenou com a cabeça, sua franja verde encaracolada balançando suavemente ao redor do rosto.
— Ouvi falar. Posso ajudar com isso, ajudá-lo a encontrar uma equipe que não fará com que você seja morto.
— Ele é persistente. — disse Regis.
Concordando silenciosamente, decidi ser franco.
— Por quê? O que isso pode te oferecer? Dê-me uma resposta em que posso acreditar e pensarei em me juntar a você.
— Não consigo sentir a sua mana. Não consegui nem quando você nocauteou aquele assaltante, o que você conseguiu com um único golpe. Você não faz sentido. Você é diferente. E nas Relictombs, diferente é bom.
Regis riu em minha mente.
— Eu gosto deste cara.
— É isso? — perguntei ceticamente.
— Todos nós entramos pelos mesmos motivos: ficar forte, ficar rico. — disse ele, fechando os punhos para acalmar seus dedos inquietos. — Mas as Relictombs não podem ser cartografadas ou mapeadas. A única maneira de mudar para onde você vai é mudar com quem você viaja. Como eu disse, diferente é bom.
— Então você acha que as Relictombs vão te levar a algum lugar novo se você entrar comigo?
Este ascendente parecia saber mais sobre as Relictombs do que qualquer outra pessoa com quem conversei, exceto talvez Alaric. Mesmo o velho bêbado não tinha feito a conexão sobre viajar com pessoas diferentes para traçar caminhos diferentes pela “dungeon”, no entanto.
— Essa é a ideia. Novos caminhos, novas chances de ganhar elogios, talvez até uma relíquia.
Isso era algo em que podia acreditar. Qualquer pessoa com seu nível de conhecimento e confiança seria útil por dentro.
— Qual é o seu nome? — perguntei.
— Haedrig.
Ele estendeu a mão. Peguei e fiquei imediatamente surpreso com quão pequena era. Podia sentir as calosidades de longas horas segurando uma arma nos dedos e nas palmas das mãos, e seu aperto era forte, mas delicado.
— Grey.
— Sabe, Grey. — Haedrig disse enquanto nos virávamos para caminhar juntos em direção à torre do relógio. — Você encontrará menos ratos de rua dispostos a tentar a sorte com você se exibir corretamente suas runas. Geralmente, apenas aqueles que não têm confiança em suas runas irão cobri-las.
— Essa é outra razão pela qual os magos exibem suas runas? — perguntei. — Desculpe, sou do interior, então, para mim, parece que eles estão se exibindo.
— Pode parecer arrogante, e há muitos ascendentes por aí que se encaixam nessa descrição, mas isso torna a vida mais fácil no geral. — explicou. — Poucas pessoas realmente dedicam seu tempo para aprender a ler runas, já que, dependendo da magia que ela fornece, pode haver muitas variações no design. Ascendentes, em geral, não são um grupo estudioso.
Enquanto ouvia, percebi que não havia considerado o impacto social de ter sua força tão claramente exibida para qualquer um que olhasse. Em Dicathen, poderia julgar a força de alguém pela qualidade de suas armas e armaduras, ou porque tinham um vínculo de besta de mana, ou quando essas coisas ainda eram possíveis, porque eu podia sentir sua mana, mas ainda poderia estar errado. Aqui, um aliado em potencial, ou oponente, poderia dizer exatamente do que você era capaz apenas olhando para suas runas.
— De qualquer forma, vamos encontrar uma equipe para nós. — continuou. — Existem algumas maneiras de fazer isso, mas suponho que você queira fazer sua preliminar o mais rápido possível?
— Sim.
— Então, o prédio da associação para o qual o bandido o direcionou não seria uma boa ideia. — disse, assumindo a liderança. — É a maneira mais segura, mas você tem que preencher um pedido bastante extenso, e vai demorar alguns dias para lhe encontrar uma equipe disposta a levá-lo.
Esfreguei meu queixo, desejando ter batido em Quinten ainda mais forte.
— O que você sugere?
Haedrig fez um gesto em direção ao caminho.
— Me siga.
Saímos da estrada estreita e entramos na Avenida Vritra. As ruas estavam agradavelmente animadas com ascendentes, alguns vestidos com roupas casuais, enquanto outros pareciam ter assassinado alguém brutalmente há pouco tempo atrás. Dezenas de árvores brancas com folhas roxas macias erguiam-se nas ruas a cada poucos quarteirões, proporcionando sombra e espalhando suas folhas parecidas com pedras preciosas.
Não pude deixar de notar os olhos de Haedrig constantemente examinando a área, como se estivessem sempre atentos ou algo assim.
— Estamos perdidos? — perguntei.
— Não. É só que… há algumas pessoas procurando por mim. Não é importante.
Parecia importante…, mas deixei de lado o assunto por enquanto.
Depois de passar pela torre do relógio que Quinten me indicou, pegamos uma estrada sinuosa que passava por várias pousadas, dois bordéis e um centro médico. Finalmente, Haedrig parou.
— Woah… — Regis disse ofegante.
Meus olhos se arregalaram com a visão em nossa frente, sem ter certeza do que fazer com isso. Pensei que talvez Haedrig tivesse se perdido… Ele olhou para mim com uma expressão divertida, como se saboreando minha reação.
— Chegamos.
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
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