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O Caçador Imortal de Classe SSS – Vol. 06 – Cap. 136 – Sobrevivência (1)

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A Bruxa Negra me encarou. Seus olhos carregavam um desprezo de longa data. 

— O pária de segunda geração das Escolas Shinseo de Ensino Fundamental e Médio. Foi assim que você o nomeou, Kim Gong-Ja. Você riu enquanto dava esse nome a ele. Por sua causa, eu tive que…

Mas o desprezo foi breve. A Bruxa Negra franziu a testa e voltou ao seu rosto impassível de sempre. Parecia que ela estava exausta de suas próprias emoções. Mesmo com o rosto inexpressivo, eu podia sentir a exaustão transparecendo em suas feições.

— Esqueça. Não quero nem falar com você sobre isso. Mesmo que eu fale, só me sinto pior. Merda! Se eu soubesse que haveria bullying aqui, teria ido para outra escola.

— Você é a presidente de classe, portanto, é responsável pelo que acontece na sala de aula.

— E daí? Está dizendo que eu deveria assumir a responsabilidade pelo bullying? — perguntou a Bruxa Negra sarcasticamente. — Incrível. Então é verdade que você anda saindo com ■■ ultimamente e encontrando os outros alunos um a um. Até os professores te elogiaram na sala dos professores. “Kim Gong-Ja se arrependeu.” “Ele virou uma nova página.” Parabéns para você.

Ela zombou de mim friamente. 

— A vida é fácil para pessoas como você, não é? Tudo o que você precisa fazer é pedir desculpas depois de machucar alguém. “Por favor, me perdoe porque eu pedi desculpas e foi sincero.” Se você disser isso, tudo se resolve. Você nunca quis machucar os outros, foram apenas brincadeiras que não deveriam ter ido tão longe.

Eu não neguei isso.

A Bruxa Negra franziu os lábios. 

— Claro, você pode usar essa desculpa uma ou duas vezes. Mas quantas vezes você pode abusar disso? Mataria vocês todos não praticarem bullying? Vocês veem as pessoas como lixo e o mundo como a lixeira onde jogam seus erros e brincadeiras? Vocês são doentes…

Mais uma vez, ela parou antes que suas emoções se intensificassem. Nervosamente, ela olhou para seus sapatos escolares de uso interno. Desde que subimos ao telhado, a Bruxa Negra não olhou para o Assassino de Constelações nem uma vez.

— Presidente da classe. — Eu disse.

— Não faça isso comigo — murmurou a Bruxa Negra. — Não traga a mim e ao ■■ para um lugar como este. Você vai me dizer para pedir desculpas ou admitir que é minha culpa. Eu não fiz nada de errado. A culpa é toda sua…

— Você não acha isso.

Quando o Assassino de Constelações cometeu suicídio da última vez, a escola tentou desesperadamente ignorar o incidente e usou vários meios para esquecer e encobrir o ocorrido.

“Você viu a mensagem que ele enviou? Não é loucura?”

“Sim. Agora que penso nisso, ele sempre foi um pouco estranho.”

O Assassino de Constelações era o louco e estranho. Mas nós – nós éramos normais

Talvez os valentões tenham enviado mensagens de texto assediando o Assassino de Constelações como uma brincadeira. Era realmente uma brincadeira, embora fosse apenas um desvio moral momentâneo. Todo mundo fazia isso, então o comportamento deles era perfeitamente normal.

Talvez eles tenham rido do Assassino de Constelações antes, mas isso foi um erro. Não queriam isso. Apenas riram porque todos ao redor fizeram o mesmo. Não tinham feito nada de errado.

“Pensem no que é importante e se recomponham.”

“Sim, Professor.”

Assim, os alunos empurraram seu colega de classe do telhado. Nem mesmo o suicídio, a morte de alguém, conseguia fazer essas pessoas se sentirem culpadas.

— Vocês são os que me mataram. Não esqueçam que vocês fizeram isso comigo.

Exceto por uma pessoa. A Bruxa Negra não respondeu “Sim, Professor” e apenas abaixou a cabeça sem dizer uma palavra.

— Sério, não faça isso comigo…

Enquanto inúmeros perpetradores estavam tão orgulhosos de si mesmos que nem tentavam esconder sua loucura, uma espectadora permaneceu em silêncio.

A Bruxa Negra fechou os olhos. 

— Eu fiz o meu melhor. Tentei parar isso como aluna do primeiro ano também. Droga.

E havia centenas de razões pelas quais as pessoas permaneciam em silêncio.

— Pesquisei todo tipo de coisa por causa de vocês… Sabia que esta escola está sob a Fundação Educacional Seryun? Há dez membros no conselho, e entre eles estão os pais da sua namorada, Kim Gong-Ja. Você não sabia disso, né? Você simplesmente intimidou o ■■ sem motivo. O conselho de diretores também inclui o pastor sênior da Igreja Seryun do Presbitério Samwon. Essa é a igreja que minha família frequenta! Eu o vejo todos os fins de semana!

A Bruxa Negra pressionou a palma da mão contra a testa.

— Por que eu tenho que saber de tudo isso por causa da merda que vocês fizeram! Só… Por favor, parem com isso… Já sou aluna do segundo ano agora… Durmo apenas quatro ou cinco horas por dia. Estou ocupada. Sou uma aluna bolsista assim como o ■■… Vocês podem apenas rir e aproveitar a vida escolar! Talvez estejam intimidando pessoas sem pensar nas consequências!

A malícia era fácil, enquanto a bondade sempre era impossível.

— Estou desesperada! Esta escola tem um maldito comitê de seleção de bolsas, e nosso ótimo professor titular está lá como o professor líder do segundo ano! Você não sabia disso, né? Você nem precisa saber! Droga, mencionei o ■■ para ele e… Por favor. Só por favor, parem com isso. Eu não queria saber de tudo isso! É tudo tão nojento. Você, nosso professor titular, a escola, tudo é… Estou ocupada com minha própria vida, então resolvam isso sozinhos!

— Sinto muito — murmurei. 

Uma razão era suficiente para cometer um ato malicioso. No entanto, boas ações pareciam precisar de centenas de razões.

— Sinto muito? Ha, quão arrependido você está? Porra. Deixe para lá. Não peça desculpas para mim, Kim Gong-Ja. Sério, não peça. Eu não preciso nem mereço um pedido de desculpas. E você também não precisa nem merece uma chance de se desculpar, porque você é um cuzão. Viva e morra como o cuzão que você é. Por favor, faça com que eu nunca mais veja seu rosto após a formatura.

— Sinto muito.

— Eu disse para não se desculpar, seu cuzão!

A Bruxa Negra chutou minha canela. Senti a dor até os ossos. Ela então deu um tapa na minha bochecha, bufando. A violência continuou como se eu estivesse sob o efeito de uma maldição.

Deixei a Bruxa Negra me bater. 

— Ele tentou se suicidar.

A Bruxa Negra parou.

— Ele teria pulado do telhado há um mês.

Fez-se silêncio no telhado. A Bruxa Negra virou a cabeça e olhou para o Assassino de Constelações pela primeira vez desde que chegamos aqui. Sua boca abriu e fechou várias vezes antes que ela finalmente perguntasse o que queria saber.

— Isso é verdade? 

Era como se ela achasse difícil até mesmo falar com a pessoa à sua frente.

— Você realmente tentou morrer…? — perguntou ela.

O Assassino de Constelações a encarou impassivelmente. 

— Sim. Não sei como Kim Gong-Ja sabe disso. Sim, eu ia morrer. Mas também não fazia ideia de que você pensava assim, presidente da classe.

O telhado ficou ainda mais silencioso. Lentamente, a Bruxa Negra cobriu o rosto com as mãos.

— Não estou arrependida… — Um soluço escapou entre seus dedos. — Não estou arrependida com você, ■■. É só que… Durante meu primeiro ano do ensino médio, eu estava pesquisando sobre bullying escolar e acabei descobrindo quem são as pessoas no conselho de diretores da escola. Pensei que nada mudaria se eu expusesse o que sabia, então desisti. No meu segundo ano, desisti depois de mencionar isso ao meu professor titular uma vez. É quem eu sou. Por favor, lembre-se de mim assim.

O Assassino de Constelações não respondeu.

— Mas não morra. Não… Por que você faria isso? Você não pode morrer assim. Você não deve morrer por causa desses lixos. Não pode fazer isso, ■■. Você tem que viver. Se sobreviver, entrar em uma boa universidade, ganhar algum dinheiro e sair desta cidade de merda…

— Eu também pensei nisso — murmurou o Assassino de Constelações. — Mas senti que esses desgraçados esqueceriam o que fizeram comigo se eu fizesse isso.

A Bruxa Negra não disse nada.

— Acho que eles simplesmente continuariam vivendo como se nada tivesse acontecido. Na verdade, eles nem se lembrariam de mim. Isso é o que mais odeio. Queria ferrar esses desgraçados. Mas eles esqueceriam de qualquer jeito… — O Assassino de Constelações olhou para a Bruxa Negra. — Desculpe, presidente da classe. Não quis machucar alguém como você.

A Bruxa Negra se ajoelhou no chão e cobriu o rosto, segurando a respiração. Ela rangeu os dentes para conter qualquer som. Os sons que ela tentava reprimir a faziam tremer.

— Havia uma pessoa… — disse o Assassino de Constelações, se abaixando. — Pensei que não havia ninguém…

Ele também se ajoelhou ao lado da Bruxa Negra.

— Estou feliz por não ter morrido há um mês. — O Assassino de Constelações envolveu lentamente os ombros da Bruxa Negra com os braços. Ela se encolheu, mas ele inclinou a cabeça um pouco mais perto dela e disse: — Estou feliz por haver pelo menos uma pessoa que eu possa perdoar.

A Bruxa Negra não respondeu.

— Estou realmente feliz.

Eu podia ouvir sua respiração. Incapaz de abraçar o Assassino de Constelações de volta, ela apenas se curvou e chorou sem dizer uma palavra.

O Assassino de Constelações segurou sua colega de classe por um tempo.

— Desculpe… — A aparência da Bruxa Negra mudou. — Desculpe, ■■. Desculpe. Desculpe. Estou muito arrependida.

Mas apenas sua pele derreteu. Ela não desmoronou em uma sombra ou espectro. O rosto da pessoa que parecia a Bruxa Negra estava se desfazendo enquanto ela chorava.

— Por favor, não morra. Por favor. Eu imploro… Por favor… você tem que viver.

Era o rosto de alguém que eu conhecia. Eu já tinha ouvido essa voz antes.

— Você pode continuar vivendo. Todos nós podemos. Podemos ter vidas melhores. Mas você tem que viver, ■■. Vou tentar um pouco mais. Vou tentar um pouco mais, então vamos…

[O nível de recreação do trauma é baixo.]

O Vazio, que já havia engolido o quinto andar, escalou as paredes da escola e fluiu para a cerca no telhado. Ele devorou a porta de metal no telhado, seus tentáculos negros rastejando pela fenda da porta de metal, envolvendo-a e engolindo-a.

— Ninguém se importa com você. Ninguém, ninguém. Ninguém… Você não deveria morrer por causa desses animais. Você tem que viver. Você não deve deixar esses valentões arruinarem sua vida. Você deve sobreviver, estudar e ir para uma universidade… em outra cidade. Sim.

Eu reconheci a pessoa sob a pele da Bruxa Negra.

— Vamos viver pelas crianças desafortunadas… Vamos dar tudo de nós pelas crianças que são menos afortunadas que nós. Você pode fazer isso. Nós podemos fazer isso. Deixe-me ajudar você… Fiz muita pesquisa. Estudei. Não é uma ilusão idiota. Se realmente quisermos, podemos fazer isso…

Um arrepio percorreu minha espinha. Parecia que uma corrente elétrica atingiu meu cérebro.

— …Primeiro, vamos nos formar em assistência social. Precisamos de um certificado. Se quisermos sobreviver neste mundo, temos que ser fortes, ■■. Temos que nos cercar de muros para que os outros não possam nos desprezar ou interferir em nossas vidas. Vamos estudar. Me deixe ajudar você… Posso ajudar você.

Ah… Mordi meu lábio inferior.

— Qual universidade você frequenta ou que certificado você tem… pode parecer inútil agora. Mas, se tivermos isso, podemos fazer muito mais do que sem eles. Eles nos darão força. Temos que nos tornar fortes antes de podermos alcançar o que queremos.

Ah…

— Vamos ajudar as crianças juntos. Sozinho… será difícil. Sim, eu provavelmente não conseguiria suportar sozinho. Eu provavelmente acabaria machucando as crianças. Mas se duas, três ou quatro pessoas como nós se juntarem, podemos fazer qualquer coisa.

Diretor.

— Vamos tentar…

Diretor…

— Esta escola não é tudo. Provavelmente não é. ■■. Podemos criar um novo mundo. … Vamos começar com pequenos passos. Apenas duas pessoas podem criar um novo mundo. Por favor, não morra. Juntos… Vamos viver juntos em um mundo diferente…

Eu estava olhando para uma versão mais jovem do meu diretor do orfanato.

“Você não fez nada de errado.”

Eu podia lembrar sua voz cansada na minha cabeça. Se eu pensasse nisso agora, o diretor parecia ter cuidado para não nos amar demais, a mim e ao orfanato.

“Não deixe um cara como eu te afetar assim.”

Parecia que ele sempre teve medo.

O Assassino de Constelações acariciou a cabeça do jovem diretor. 

— Não acho que podemos ganhar muito dinheiro.

— Não podemos…

— Acho que vai ser difícil.

— Outros também dizem que é muito difícil…

— Mas acho que será melhor do que agora. — O Assassino de Constelações sorriu. — Desisti de estudar no segundo semestre do meu primeiro ano. Vai ser um pouco difícil recuperar o tempo perdido.

— Tudo bem. Ainda não é tarde demais.

— Sim, presidente da classe…

[O nível de recreação do trauma é baixo.]

— …vamos sobreviver a este mundo juntos.

[Os dados não podem ser recuperados.]

O telhado desmoronou enquanto a escola derretia. O sino tocou, sinalizando para os alunos irem para casa.

[A recreação do trauma foi encerrada.]

Mas… E se o Assassino de Constelações aprendesse a sorrir novamente? E quanto aos anos de adolescência do diretor, dos quais eu não tinha ideia? E se dois colegas de classe, um sorrindo e o outro chorando, evitassem que uma tragédia acontecesse? E se o Assassino de Constelações nunca tivesse tirado a própria vida? E se não houvesse arrependimentos sobre o passado?

Não importava. Todas essas possibilidades foram enterradas na escuridão negra.

[Confirmado que o ego do sujeito é mantido.]

Tudo desapareceu.

[Encerrando a penalidade da Habilidade.]

O mundo afundou em um mar de ruídos.

■. ■. ■. ■.

Abri os olhos.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Pride

 

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