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O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 90 – Um Show de Lixo é um Clássico (3)

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— Que tipo de romance lixo é esse… — resmunguei. Sentia que estava enlouquecendo.

O Inquisidor sorriu. Apesar de estarmos trancados em um velho depósito – uma prisão, para todos os efeitos – seu rosto estava quase cegamente brilhando sob a luz do luar.

— Ah, fui forçado a me travestir muitas vezes quando jovem. Nunca pensei que realmente acabaria interpretando o papel de uma jovem lady nobre. Assim é a vida, acredito!

— Queria ter um pouco do seu otimismo sem fim… — murmurei.

— O mundo é um lugar lindo, senhor Rei da Morte! Pense positivo!

Esse cara algum dia parava de sorrir? Mesmo que um meteorito caísse na frente dele, ele provavelmente riria e diria: “Que problema! O mundo vai acabar! Bem, não há nada que possamos fazer. Fizemos o nosso melhor!”

— O que tem para ser positivo? — perguntei.

— Algo assim, por exemplo! — O Inquisidor moveu os dedos e fez um selo com as mãos. Então sussurrou: 

Fórmula Divina: Transformação.

Luz fluiu de entre seus dedos esguios. Era a magia divina característica do Inquisidor, Fórmulas Divinas. A julgar pelo nome, essa Fórmula Divina era uma técnica para mudar algo.

À primeira vista, não havia diferença. No entanto, assim que o Inquisidor abriu a boca, fiquei arrepiado.

— …Como está? Minha voz soa um pouco mais como a de uma lady nobre agora?

— Sua voz…

— Sim! Alterei um pouco a estrutura das minhas cordas vocais. — O Inquisidor sorriu. — Ouvi dizer que minha voz é neutra em termos de gênero, então, se eu der um pequeno polimento nas minhas cordas vocais, deve funcionar bem. Ah, não posso julgar minha própria voz. O que acha?

— É incrível… — admiti, genuinamente impressionado. — Você parece uma nobre muito elegante. Uh, bem, desde que fique quieto.

— Obrigado!

Acariciei o queixo. Inesperadamente, assumimos os papéis de protagonista feminina e seu mordomo. No entanto, o Inquisidor e eu podíamos lidar com isso. Ele tinha suas Fórmulas Divinas… e eu tinha minha Habilidade de Regressão.

Certo. Assenti. Valeu a pena tentar.

O Inquisidor olhou para meu rosto. 

— Você parece um pouco melhor.

— Hã?

— Você estava sério desde que voltou da Crônica do Demônio Celestial, senhor Rei da Morte. Parecia que acumulou muito estresse ao concluir o livro apocalíptico.

Fiquei sem palavras por um momento. 

— Bem, é natural, já que você perdeu sua preciosa mestra! Estava preocupado que pudesse estar deprimido demais para exibir suas habilidades completas nesta expedição, mas me preocupei à toa.

— …Você consegue adivinhar o que as pessoas estão sentindo pelas suas expressões, hein?

— Sim! Não sei realmente o que é depressão, mas entendo a teoria! Haha. Até as máquinas rangem quando têm muita sujeira. E o estresse provavelmente é a sujeira humana. Se for deixado por muito tempo, se torna um resíduo amargo e difícil de limpar, então cuide bem disso!

Interessante. Ele estava tentando entender os humanos à sua maneira? Ele era um psicopata, mas um psicopata louvável.

— De qualquer forma, senhor Rei da Morte.

— Sim?

— Notei algo estranho há um tempo.

— Estranho? O quê? — perguntei.

— Pelo que entendo, estamos atualmente presos por uma razão injusta. Nossa liberdade de movimento está suprimida — respondeu o Inquisidor.

— É assim que entendo a situação atual.

— Fico feliz que estejamos na mesma página! Nesse tipo de situação, a autoridade geralmente designa guardas para vigiar os prisioneiros. Caso contrário, eles poderiam escapar facilmente. — O Inquisidor inclinou a cabeça. — Mas não sinto nenhum movimento fora da porta agora – em vez disso, sinto uma presença fora da janela. Hmm. Eles colocam guardas ao redor das janelas em vez de portas neste mundo?

Naquele momento, as barras de ferro caíram da janela e sombras pularam para dentro do quarto.

— Droga! Peguem eles!

— Não importa se matarem o homem! Só não machuquem a mulher!

Os intrusos usavam máscaras. Suas roupas eram muito pouco convencionais para considerarmos que eram convidados que vieram nos visitar por preocupação – qualquer um podia ver que estavam aqui para nos atacar.

— Brilhinho!

[Brilhinho responde ao seu chamado.]

Saquei minha Espada Sagrada e travei lâminas com um dos intrusos.

Nos filmes, os emboscadores e emboscados muitas vezes trocam diálogos como: “Quem são vocês!?”, “Você não precisa saber! Mas temos uma pessoa poderosa por trás!” Não fizemos nada disso. Tanto ele quanto eu estávamos ocupados brandindo nossas espadas.

No entanto, eu tinha o truque definitivo na manga.

— Agora!

Ao meu sinal, a Espada Sagrada brilhou.

 — Urgh! — O assaltante estava acostumado à escuridão, então fechou os olhos, embora apenas por um momento.

No meio de uma luta, um momento era tudo o que precisava. Pisquei alternadamente os olhos esquerdo e direito para manter a visão e então cortei a mão do assaltante.

— …Gnah…!

Sua voz foi sufocada pela dor.

— Senhor Rei da Morte! Você não pode matar todos! Precisamos descobrir quem está por trás deles. Deixe eles vivos! — gritou o Inquisidor enquanto lutava contra os outros assaltantes, a barra do seu vestido balançando.

Foi o que fiz.

— Isso é ridículo! E-ela não é uma garota comum!

Os assaltantes não tão habilidosos estavam chocados. Talvez o Inquisidor e eu fôssemos bons demais. Esses peixes pequenos que nem sabiam usar aura não podiam nos enfrentar – todos os quatro foram subjugados em instante. Um deles foi morto pelo Inquisidor durante a luta.

— Ahem. Hahahaha. — O Inquisidor limpou o sangue no rosto com a manga do vestido.

Os assaltantes olharam para o Inquisidor, seus rostos pálidos.

— Ouvimos que você era uma lady nobre delicada… Como…

— Vocês têm três escolhas! — O Inquisidor riu calorosamente, brandindo sua adaga. — Primeira, vocês podem pedir que eu os mate aqui mesmo e eu farei isso por vocês! Segunda, vocês podem me dar informações importantes enquanto eu os torturo um por um! Por último, vocês podem simplesmente me dar as informações. Assim, não morrerão nem serão torturados! Qual vocês escolhem?

— Hah… — O mais velho dos assaltantes zombou. Ele também era o que havia perdido a mão para mim. — Você é louca. Apenas me mate!

— Tudo bem!

— O quê?

E então o vestido do Inquisidor ficou um pouco mais vermelho. Um baque ecoou pelo depósito quando a cabeça do assaltante caiu no chão. Os dois assaltantes restantes engasgaram.

— Vocês fizeram sua escolha? — perguntou o Inquisidor.

— P-por favor, me poupe, minha lady. Estávamos apenas fazendo o que fomos pagos para fazer!

— É um mundo difícil para ganhar a vida. Entendo.

— Então…

— Mas assim como entendo a situação de vocês, vocês devem entender a minha! Por favor, me digam por que nos atacaram. Em troca, vou poupá-los. Acho que estou sendo razoável aqui.

Os assaltantes hesitaram.

— Ah, parece que não conseguem se decidir. Entendo! Vou ajudá-los um pouco!

— Hm. O que quer dizer com ajudar…

— Ora, tortura, claro! — O Inquisidor ainda estava sorrindo. — A dor é a prova de que estamos vivos. O desejo de sobreviver é mais forte no auge da dor. Agora, vou ajudar vocês a maximizar esse desejo.

— P-por favor, me poupe!

— Por favor, não me mate!

Que porra. Intervim porque achei que a classificação mudaria para 18+ desse jeito.

— Espera.

— Hmm?

— Não precisa fazer assim. Deixe isso comigo.

O Inquisidor parecia intrigado. 

— Senhor Rei da Morte, você também é bom em tortura? A menos que seja muito bom nisso, recomendo deixar o interrogatório comigo. Sou especialista.

— Não, não precisamos torturá-los. E limpe seu rosto, por favor — entreguei um lenço ao Inquisidor e fiquei na frente dos assaltantes.

Os assaltantes suspiraram aliviados – mas, bem, era cedo demais para isso. Eu não era misericordioso o suficiente para perdoar pessoas que me atacaram primeiro.

— Pessoal, deixa eu perguntar uma coisa — sentei e olhei nos olhos deles.

— O-o que é?

— Vocês entraram pela janela quando nos atacaram antes. As barras de ferro foram cortadas muito facilmente. Vocês sabiam que estaríamos aqui e cortaram as barras com antecedência?

Os assaltantes não responderam e apenas se entreolharam. Mesmo que não dissessem nada, isso não significava que não tinha como descobrir a resposta. Eu podia ver o que eles estavam pensando.

Mostrar suas janelas de personagem.

Estado de Espírito: Ouvi que uma mulher seria colocada no depósito.

Estado de Espírito: Merda, disseram que ela era uma garota comum, mas isso era mentira!

Como esperado, os assaltantes sabiam que viríamos para cá.

— Vocês gritaram “Não importa se matarem o homem! Só não machuquem a mulher!” enquanto nos atacavam. Estavam tentando sequestrar a lady aqui? — perguntei.

— Uh… Hmm…

Os assaltantes piscaram.

Estado de Espírito: O pedido era sequestrar a mulher aqui.

Estado de Espírito: O cliente deixou claro que não devíamos machucar a mulher. Foi por isso que trouxemos mais pessoas do que o necessário.

Agora entendi o que estava acontecendo.

Suspirei e me virei. O Inquisidor estava limpando o rosto minuciosamente com o lenço. Ele era como um bebê hamster mastigando sementes de girassol.

— Tenho um palpite sobre quem é o culpado — disse.

As orelhas do Inquisidor se animaram. 

— Ah, você já descobriu?

— Sim, descobri — assenti.

— Quero ouvir sua dedução, senhor Rei da Morte. — Os olhos do Inquisidor brilharam.

Assenti. 

— Primeiro de tudo — sussurrei — o culpado é alguém com enorme influência social. Ele contratou quatro assassinos para se infiltrar na academia, o que é impossível sem conhecer sua segurança por dentro e por fora.

— Oh, faz sentido! Mas o culpado realmente precisaria de uma influência social enorme para fazer isso? Não é o Palácio, então parece relativamente fácil descobrir sua segurança. Mesmo alguém com uma quantidade moderada de influência social conseguiria fazer isso!

— Boa observação. Ainda assim, há mais uma coisa suspeita. Você se lembra do que a vilã gritou quando nos expulsou antes?

O Inquisidor guardou o lenço na manga enquanto refletia. 

— Sim, lembro. Ela disse, “Tirem ela e seu mordomo da minha vista imediatamente.” Por que pergunta?

— Ela não disse uma palavra sobre nos trancar nem mencionou um lugar específico. A vilã simplesmente disse aos servos para nos tirarem do salão de baile, mas esses assaltantes sabiam que seríamos trancados e onde. E cortaram as barras da janela com antecedência. Os servos que nos trouxeram para este depósito trabalham para a vilã.

— Oh… — Os olhos do Inquisidor semicerraram como os de uma cobra. — De fato, a vilã poderia ter sido quem contratou os assaltantes. Tudo que ela precisava fazer era instruir seus servos onde nos trancar com antecedência e informar os assaltantes sobre o lugar. Haha. Ela é a filha do Duque, então provavelmente tem muito poder.

— Sim, mas…

— Mas é óbvio demais. — O Inquisidor acariciou o queixo. — Sou a protagonista deste mundo e uma lady nobre que tem algo romântico acontecendo com o príncipe herdeiro. Mas a vilã me expulsa e me ataca no lugar onde me jogou? Mesmo sendo filha do Duque, isso causaria um escândalo enorme! É uma jogada ruim com muito risco político.

O Inquisidor era realmente inteligente. Ele captava essas coisas rapidamente.

Assenti. 

— Em outras palavras, a vilã não é a culpada. A pessoa que quer fazer parecer que ela é a verdadeira culpada.

— Concordo!

— E esse verdadeiro culpado se importa tanto com você, a protagonista feminina, que diz aos assaltantes para nunca machucarem a mulher. Ele não se importa se o mordomo, eu, morre ou não. Por último, ele tem poder suficiente para subornar os servos do Duque.

— Ahaha. — O Inquisidor sorriu. — Também estou começando a ver quem é o verdadeiro culpado!

— Você e eu provavelmente estamos pensando na mesma pessoa.

— Hmm. Não sei como é o amor, mas sei como as pessoas apaixonadas agem! Se o verdadeiro culpado realmente me valoriza, como você adivinhou, ele não me entregaria realmente a essas pessoas.

— Você está certo — concordei. — Ele estará esperando por perto, para que possa correr a qualquer momento.

Naquele momento, a velha porta do depósito quebrou. Um grupo de cavaleiros entrou pelo meio da nuvem de poeira resultante. Na frente estava um homem que parecia nunca ter tocado em um quarto como este.

O homem correu e abraçou o Inquisidor fortemente, seus cabelos loiros, como macarrão ramen, balançando. Embora não fosse páreo para o Inquisidor, o homem também era bonito. Seu nível de beleza era 0,6 do Inquisidor.

— Meu Deus! Você está coberta de sangue! Tive um mau pressentimento depois que soube que você foi expulsa do salão de baile, então vim aqui… Como alguém ousa fazer algo tão vil…! 

E seu nível de psicopatia provavelmente também seria cerca de 0,6 do Inquisidor. 

— Todos vocês, prendam esses homens suspeitos rapidamente! — ordenou o homem sem piscar. — Vou interrogá-los pessoalmente e descobrir quem está por trás deles! Não sei qual família fez isso, mas não os perdoarei, mesmo que sejam as famílias fundadoras do império!

— Sim, Vossa Alteza! — Os cavaleiros responderam em uníssono.

— Sylvia, não se preocupe. Vou te proteger. Não importa quais medidas cruéis a filha do Duque use, eu te protegerei. Você só precisa confiar em mim, o único sucessor do Império…

Isso mesmo. O Príncipe Herdeiro, que amava o Inquisidor, era o protagonista masculino na História da Academia Sormwin.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Pride

 

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