Levei quase mil mortes para completar o décimo segundo andar. O décimo terceiro exigiria menos que isso.
Sr. Imperador da Espada, eu disse.
— O quê?
Vamos fazer uma aposta.
— Apostar o quê?
Um zumbi me atacou, então cortei sua cabeça. Como o pescoço dele já estava podre, minha lâmina o atravessou como tofu. Havia dezenas – centenas – milhares de zumbis vindo em minha direção.
Quantas vezes acha que vou morrer antes de conquistar o décimo nono andar?
— Hmm. — O Guardião coçou o queixo. — Beleza. Aposto em menos de cem!
Sorri. Então aposto em menos de noventa e nove vezes.
— Quer mesmo ir tão baixo?
Sim, quero mesmo.
— Beleza. Vou me divertir vendo você matar seus semelhantes. Boa sorte, Zumbi! Mas aposta é aposta, então não vou te ajudar dessa vez. Combinado? — O Guardião riu.
Combinado.
Sorri para a horda interminável de zumbis que se aproximava.
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
Morri com um sorriso.
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
— Caralho, eu realmente deveria reduzir o número deles primeiro… Mestra do Dragão Negro, pode fazer algo a respeito?
— Já estou dando meu melhor, sou a única que pode fazer ataques em área. Mas está difícil. Podemos usar sua Habilidade para combater fogo com fogo, Rei da Morte?
— Ah, sim, vou usá-la, mas o tempo de recarga ainda não terminou… Vai levar umas três moedas.
— Que moedas você está falando?
— É uma longa história. Hmm, de qualquer forma… Hã? Essa parte no minimapa… Sr. Espada do Luar! Pode destruir aquela tampa grande? Aquela no caixão! Preciso verificar algo!
— Verificar o quê?
— Explico depois. Por favor, destrua aquela primeiro! Sou clarividente, lembra?
— Hmm…
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
— Beleza, Sr. Espada do Luar! Aquele caixão de pedra leva a uma passagem secreta. Sob a tampa, você vai encontrar um martelo feito para lidar com mortos-vivos! Pode ir lá com a Mestra do Dragão Negro e usá-lo?
— Minha vida sempre foi só minha espada e nada mais…
— Ele tem um ataque em área! Infunda sua aura e bata no chão, vai criar um efeito que elimina os zumbis! Okay?
— Como você sabe disso?
— Eu, clarividente! Okay?
— O quê…?
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
— Acho que os zumbis estão controlados agora. Hora do Rei Demônio… Que caralhos é isso?
— É um zumbi. E é gigante. Acho que é um zumbi gigante. — O Espada do Luar coçou o queixo.
— Hmm, o templo claramente tem uma longa história… Talvez seja um soldado que protegia o templo. Foi morto pelo Rei Demônio e virou seu lacaio… Acho que é isso que está acontecendo. O Inquisidor poderia investigar se estivesse aqui… — refletiu a Bruxa Negra.
— Wow. Ele também sabe sobre religiões de outro mundo? É um teólogo Classe SSS — comentei.
— É só por causa da Habilidade dele.
— Bom, isso faz dele um Caçador Classe SSS.
— Você realmente precisa mencionar esse cara irritante de novo? Ele me dá nos nervos. — Espada do Luar balançou a cabeça. — Enfim, vou lidar com essa coisa.
— Sim, por favor, Sr. Espada do Luar!
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
— Enfim, vou lidar com essa coisa.
Balancei a cabeça.
— Não, Sr. Espada do Luar. Por favor, foque em controlar os zumbis com o martelo.
— Jovem, minha espada vai…
— Eu, clarividente! Clarividente! Beleza?
— Sério… Phew. Quem vai lidar com isso então?
— Deve ser a Mestra do Dragão Negro — virei para ela. — Por favor, acerte o olho do ciclope com seu raio laser.
— Estou querendo acertar esse olho. Esse olho grande bem no meio da cara está praticamente pedindo para ser atingido.
— Perfeito! Vamos lá!
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
— Enfim, vou lidar com essa coisa.
— Invocação da Legião de Monstros! — gritei imediatamente.
— Meu Deus. Rei da Morte, essa Habilidade tem tempo de recarga? — exclamou a Bruxa Negra.
— É uma longa história… Agora, vocês dois podem lidar com o ciclope, mas, Mestra do Dragão Negro, preciso fazer um pedido.
— Qual é?
— Não acerte o olho — respondi.
— Por quê?
— Estaríamos em apuros.
— Mas, Rei da Morte, olha esse olho gigante. Olha. Está vendo?
— Sim… Estou olhando. Sei que parece mesmo que está pedindo para ser atingido. Mas não devemos.
— Por quê? Sabe… Rei da Morte… O olho… Se você pode disparar raios laser como eu e vê um olho desses…
— Sim, concordo, Mestra do Dragão Negro. Eu teria feito de tudo para te convencer a não acertar o olho se fosse você. Mas não tenho tempo para explicar agora. Por favor.
A Bruxa Negra gemeu.
— Faça o que ele diz, Bruxa Negra.
— Você também, Espada do Luar…
— Esse jovem disse que é clarividente. Vamos seguir o que ele diz por enquanto.
— …Okay… Vou tentar ao menos… não acertar o olho.
— Obrigado!
Corremos, lutamos e nos salvamos. Às vezes, passávamos um tempo nos escondendo. Conversávamos muito, e fazíamos muito.
— Meus filhos…!
Derrubamos os zumbis no templo.
— Meu general…!
Derrotamos o ciclope, que devia ser uma lenda quando o templo ainda funcionava como o escudo das terras do leste.
— Ahhhhhh…!
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono fugiu para o décimo quarto andar!]
E, mais uma vez, empurramos o Rei Demônio para o próximo andar, como fizemos no décimo segundo. Gotas de luz voaram no ar. O templo e o portão que dividia o continente brilhavam como um escudo recém-polido.
Um sino tocou, e hinos flutuaram do interior do templo. Enquanto mercadores do leste cavalgavam, os do oeste montavam estranhas aves andantes, trocando saudações. Paladinos treinavam, seus martelos girando com entusiasmo.
Um órfão deixado no templo admirava secretamente os mercadores e paladinos. No entanto, sua escapada foi logo descoberta pelos sacerdotes, e ele foi arrastado pela orelha até a capela.
E o ciclope estava sentado num cume montanhoso, com vista completa do templo, parecendo entediado. Sempre que uma nuvem fofa roçava sua cabeça, ele espirrava, seu grande olho piscando.
— O Rei da Montanha espirrou! — exclamou o órfão, alegre. Não havia um pingo de medo em sua voz.
Após dar um tapinha brincalhão na cabeça do órfão como advertência, uma sacerdotisa prestou respeito ao gigante de um olho. Ele sorriu e acenou para ela.
Ahhh……
— Rei da Morte.
Hmm.
— Ah, sim… — guardei meus pensamentos. — Mestra do Dragão Negro, vamos. Está pronto, Sr. Espada do Luar?
— Espere. O mercador ali vende boas pedras de amolar — comentou o Espada do Luar.
Enquanto ele afiava sua espada, desviei o olhar do gigante e examinei o mapa. Uma grande parte da terra vermelha havia sumido, mas a vermelhidão no mapa se contorcia, como se refletisse a raiva do Rei Demônio. Ela jurou que voltaria – ainda assim, tínhamos tempo suficiente para o Espada do Luar afiar sua lâmina com a nova pedra.
— Rei da Morte. — A Bruxa Negra pegou minha mão.
Quando terminou com sua espada, o Espada do Luar imediatamente pegou a mão dela também.
— Me envie — disse.
A luz nos envolveu novamente.
— Hmm. Parece que o décimo quarto andar é uma floresta, e o Rei Demônio… está escondido.
— Cuidado. Estou sentindo sede de sangue de todas as direções.
— Verdade. Vamos devagar. Devagar.
[Você morreu.]
[Retrocedendo vinte e quatro horas.]
Foi assim que derrotamos o Rei Demônio, que tinha o Rei Elfo corrompido da floresta amaldiçoada.
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono fugiu para o décimo quinto andar!]
Depois, derrubamos o Rei Demônio, que tinha a Rainha Sereia da Cachoeira Invertida sob seu comando.
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono fugiu para o décimo sexto andar…!]
Na vez seguinte, derrotamos o Rei Demônio que controlava wyverns nas proximidades de um vulcão em erupção.
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono fugiu para o décimo sétimo andar…!]
A história foi retrocedida para antes da invasão do Rei Demônio ao Império. Depois, para antes da invasão de outros países e da queda do templo que os humanos chamavam de Escudo da Deusa. O tempo rapidamente chegou ao ponto anterior à maldição da Floresta Élfica, à inversão da Cachoeira da Sereia e à erupção do Vulcão Primordial.
Mais e mais. A história voltou à era antes dela reinar como monarca do mal absoluto. Os eventos escapavam como um vento fugaz. Tudo acontecia como flores caindo sobre outras flores e uma onda oceânica sobre outra onda oceânica.
Cada vez que eu e os outros alcançávamos um andar mais alto, as terras do Rei Demônio diminuíam, e ela ficava mais fraca.
[A presença do Rei Demônio da Chuva de Outono enfraqueceu.]
Assim como o Rei Demônio era mais fraco no décimo terceiro andar que no décimo segundo, ela estava pior no décimo quarto. Pouco a pouco, enfraquecia no décimo quinto.
[Você morreu.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[A presença do Rei Demônio da Chuva de Outono enfraqueceu.]
[Você morreu.]
[O Rei Demônio da Chuva de Outono decidiu recuar.]
[A presença do Rei Demônio da Chuva de Outono enfraqueceu.]
…
Após noventa e sete mortes, cheguei ao décimo nono andar, que era a periferia árida de um pequeno país sem nome.
— Você! Você! — gritou o Rei Demônio. Ela rangia os dentes e encarava… Seus olhos não estavam no Espada do Luar e nem na Bruxa Negra, o olhar mortal do Rei Demônio era direcionado apenas a mim.
— Se não fosse por você!
Seus olhos estavam vermelhos de raiva.
— É tudo por sua causa! Você! Você deveria ter seguido os passos corretos…! Sim! Nada disso teria acontecido se não fosse por você! Como ousa, um assassino de outro mundo…
Saquei minha espada.
— Wow, finalmente vejo seus olhos.
— O quê…?
— Falo literalmente. Finalmente consegui ver como são seus olhos.
O Rei Demônio da Chuva de Outono antes era uma sombra viscosa, então não tinha olhos. Tinha cabeça, mas não rosto. Embora tivesse braços, faltavam as mãos. O manto interminável e borbulhante de água fétida escondia todo o seu corpo.
Sim, a máscara do Rei Demônio finalmente se quebrou.
— Não faz sentido. O Rei Demônio e os heróis nunca se olharam nos olhos. É uma tragédia ridícula.
A água fétida finalmente não conseguiu mais cobrir os olhos injetados do Rei Demônio. Embora eles ainda estivessem cheios de fúria… eu não os temia. Pelo contrário, estava encantado enquanto apontava minha espada para o Rei Demônio.
— Dê o seu melhor.
— Você…
— Ou fuja de novo. Não quer saber o quão mais fraca vai ficar se fizer isso? Mas nunca vai vencer a menos que dê tudo o que tem.
Mesmo sem a recompensa que receberia ao completar o décimo nono andar, o Rei Demônio estaria significativamente mais fraco no vigésimo.
— Cuidado com a sua boca… Como ousa. Você é só uma hiena mordendo minha carne. O que você sabe…! — Apesar de suas maldições, o Rei Demônio parecia perdida.
Abri a boca lentamente.
— Estelle.
Os olhos vermelhos do Rei Demônio se arregalaram.
— Eu te avisei… lute comigo com tudo o que tem.
E saltei para frente. O Rei Demônio – Estelle – gritou, fluidos escuros espirrando por todos os lados.
— Caso contrário, meu tempo será mais longo que sua história! — deixei o grito passar por mim, meus olhos fixos firmemente no meu destino.
Tradução: Rlc
Revisão: Pride
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